𝕮𝖆𝖕 9

Cap 9: Destino final, Barcelona

O topo da montanha estava próximo, mas parecia tão distante para os poucos competidores que ainda resistiam. O sol já se aproximava do horizonte, tingindo o céu com tons alaranjados e anunciando que o tempo restante era escasso. Cada respiração era pesada, cada movimento, um esforço sobre-humano. Dos muitos que começaram a escalada, apenas um punhado permanecia, entre eles Hana e Taeyang.

Os dois avançavam juntos, ajudando um ao outro, cada movimento sincronizado. A sincronia deles não era apenas uma estratégia, mas um reflexo de sua confiança mútua, como uma dupla que enfrentava as adversidades lado a lado. Hana já estava exausta, sentia o corpo fraco, e a desidratação fazia seus pensamentos ficarem turvos, mas a determinação em seus olhos dizia que ela não desistiria enquanto ainda estivesse de pé.

— Estamos quase lá... não vamos desistir — disse Taeyang, sem deixar o cansaço transparecer em sua voz.

Hana apenas assentiu, focada em avançar. Contudo, sua atenção foi desviada ao perceber um movimento atrás de Taeyang. Seus olhos se arregalaram ao ver Kwon se aproximando rapidamente, com o punho preparado para um golpe traiçoeiro.

Sem pensar duas vezes, Hana empurrou Taeyang para o lado, fazendo o golpe de Kwon errar o alvo por pouco.

— Hana, você está bem? — perguntou Taeyang, confuso, mas grato pela intervenção dela.

— Sim... — Hana respondeu, ainda ofegante, antes de encarar Kwon com um olhar duro. — O que estava pensando, Kwon? Somos seus amigos!

Kwon deu de ombros com indiferença, um sorriso frio nos lábios.

— Qualquer um que estiver no meu caminho eu vou tirar. Se eu encontrei com vocês, não posso prosseguir sem antes eliminá-los. Pelo menos ele... Você eu deixo continuar. E, se tiver sorte, não me encontre de novo.

Hana balançou a cabeça, indignada.

— Kwon, para com isso. Já deve ter vagas o suficiente para nós que restamos! Provavelmente só restou a gente!

Kwon a interrompeu, sua voz firme e calculista:

— Hana, como eu disse, tenho que eliminar qualquer um no meu caminho.

Enquanto Kwon falava, Taeyang aproveitou a distração para tentar atacá-lo. Ele lançou um golpe rápido, mas Kwon estava preparado. Com agilidade, bloqueou o ataque e revidou com um movimento preciso que derrubou Taeyang. Antes que ele pudesse reagir, Kwon aplicou um golpe final, que fez Taeyang rolar pela encosta da montanha, desaparecendo de vista.

— Taeyang! — gritou Hana, com desespero evidente na voz. Ela olhou para o vazio onde seu amigo havia caído e, em seguida, encarou Kwon.

— E então? Vamos prosseguir ou vai querer lutar também? — provocou Kwon, cruzando os braços.

Hana fechou os punhos, a exaustão sendo substituída por um ímpeto de raiva. Mesmo com o corpo fraco, ela avançou contra ele, tentando atacá-lo. Kwon, no entanto, bloqueou com facilidade, segurando seu punho sem esforço.

— Eu não quero lutar contra você, Hana. Melhor parar. — Sua voz era calma, mas havia um tom de aviso.

— Não quer? Engraçado que sua proposta, minutos atrás, era eliminar qualquer oponente no seu caminho. E eu estou bem aqui. — Hana o desafiava com o olhar, mesmo enquanto suas forças diminuíam.

Kwon suspirou, misturando irritação e sarcasmo.

— Você mal consegue se manter em pé. Eu poderia acabar com você facilmente, mas estou te dando uma chance.

— Kwon, eu não vou desistir — insistiu Hana. — Você quase matou meu amigo!

Ele hesitou, o olhar suavizando por um momento.

— Mas quando você esteve sozinha durante sua infância, eu fui seu único amigo.

Hana estreitou os olhos, a raiva substituindo qualquer hesitação.

— É sério? Está com ciúmes? Você sabe que é meu melhor amigo, mas não posso dedicar todo meu tempo só para você!

Kwon soltou uma risada seca, balançando a cabeça.

— Beleza. Eu te dei uma chance, mas você não aproveitou. Vamos ver do que é capaz.

Quando ele entrou em posição de luta, um som de buzina ecoou pelo ar, vindo de cima da montanha. Logo, a voz de Kim Da-Eun, amplificada por um auto-falante, anunciou:

— Os dois primeiros participantes já alcançaram o topo! Quem ainda puder, tem menos de cinco minutos antes que o sol suma por completo!

Kwon ergueu o olhar e viu Yoon comemorando com outro competidor no topo. Seu sangue ferveu de frustração.

— Droga! Eu perdi meu tempo aqui! Deveria ter continuado!

Antes que pudesse seguir, ele olhou para Hana, que tentava continuar mesmo cambaleando. Algo nele relutava em deixá-la para trás. Sem dizer nada, ele se aproximou, colocou-a nas costas e começou a subir rapidamente.

— O que você está fazendo? — perguntou Hana, confusa.

— Te fazendo me dever um favor. Agora fica quieta e vamos logo.

Kwon avançava com determinação, ignorando o peso extra. Assim que chegaram ao topo, Kim Da-Eun parecia estar procurando alguém entre os competidores.

— Será mesmo que ela não conseguiu? — murmurou, antes de ver Kwon surgir com Hana em suas costas.

Ele a colocou no chão com cuidado antes de soltar um grito, mais de frustração do que de vitória.

— Hana! — Yoon correu até ela, preocupado. — Você tá legal?

— É... Eu aguento. — respondeu Hana, cansada, mas aliviada por estar no topo.

Kim Da-Eun ajeitou o microfone e anunciou:

— Só vocês quatro foram selecionados...

Antes que pudesse terminar, uma mão apareceu na beirada da montanha. Em segundos, Taeyang, com cortes superficiais e roupas rasgadas, surgiu.

Hana correu até ele, o abraçando com força.

— Você conseguiu!

— Pois é...

Kim Da-Eun sorriu.

— Então, vocês cinco foram os únicos que provaram suas forças. Agora, preparam-se para representar o Cobra Kai Coreia em Barcelona!

[...]

O silêncio pairava no ar enquanto todos os lutadores do Cobra Kai permaneciam enfileirados em frente a Kim Da-Eun e ao sensei Kreese, que havia retornado ao dojo com sua postura imponente e expressão inescrutável. O dojo estava iluminado apenas pelas luzes frias do céu em cima deles, lançando sombras que acentuavam a tensão do momento.

Kreese deu um passo à frente, cruzando os braços lentamente enquanto avaliava o grupo. Sua voz firme cortou o ambiente:

— E então? Quem serão os lutadores que irão para o Sekai Taikai?

A tensão aumentou quando Kwon, Hana, Yoon, Taeyang e Hyunh deram um passo à frente em sincronia. O som de seus pés ecoou na grama, e suas expressões mostravam um misto de determinação e orgulho. Kreese abriu um sorriso satisfeito, um olhar calculista cruzando seu rosto enquanto caminhava de um lado para o outro, inspecionando os cinco como um general avaliando suas tropas.

Quando ele parou de frente a Kwon e Hana, os dois ajustaram sua postura automaticamente, os ombros firmes e os queixos erguidos.

— Então, conseguiram. Eu já imaginava — Kreese disse, inclinando-se levemente para encará-los diretamente nos olhos. — Estão prontos para representar o Cobra Kai sem nenhuma compaixão com seus oponentes?

A resposta dos dois veio como um trovão, uníssona e cheia de convicção:

— Sim, sensei!

Kreese deu um passo para trás, satisfeito, enquanto Hana e Kwon mantinham a postura firme, embora fosse impossível ignorar a faísca silenciosa que sempre existia entre os dois. Ele assentiu lentamente.

— Ótimo...

Antes que Kreese pudesse continuar, Kim Da-Eun interveio, com a voz séria e autoritária:

— E então? E sua campeã? Precisamos dela para selecionar a líder da divisão feminina.

Kreese se virou para Kim Da-Eun com um olhar calculado antes de apontar discretamente para o lado:

— Tudo bem. Ela está bem ali.

As cabeças viraram em uníssono para onde ele apontava, e passos firmes vieram. Uma garota loira de cabelos cortados na altura dos ombros, rosto sério e olhar afiado caminhava em direção ao grupo. Cada movimento dela exalava confiança e determinação.

O ambiente ficou pesado por alguns instantes, enquanto a presença da garota que parecia afirmar que aquele não seria apenas um torneio, mas uma guerra onde somente os melhores sobreviveriam.

Quando ela parou ao lado dos senseis, Kreese apresentou-a com um tom de autoridade:

— Ela será a companheira de vocês cinco durante o torneio. Conheçam Tory Nichols.

Continua...

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