Prologue

O AMBIENTE estava tomado por uma tensão quase palpável. Aurora e Simon estavam parados diante da cápsula metálica, suas respirações pesadas ecoando no silêncio da sala. A luz fria iluminava seus rostos marcados pela angústia e pela difícil decisão que estavam prestes a tomar.

— Tem certeza de que vamos fazer isso? — perguntou Aurora, sua voz trêmula, carregada de dúvida. Seus olhos percorriam a cápsula com relutância, como se ainda houvesse uma chance de desistir.

Simon, com a expressão dura, hesitou por um momento antes de responder. — Você sabe que é necessário... Ela não pode nos trair, não agora. Temos que fazer isso para o bem dela...

Aurora abaixou o olhar, suas mãos apertando nervosamente o tecido de sua roupa. — Mas e o Matteo? Ele irá perguntar dela! — sua voz soava quase como um sussurro, cheia de preocupação.

Simon franziu o cenho, sua determinação evidente. — Isso é bom! Pelo menos ele vai entender o caminho que não deve seguir. Que isso sirva de exemplo para ele.

A mulher engoliu em seco, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. Com um leve aceno de cabeça, ela finalmente reuniu a coragem necessária. Seus passos eram lentos e hesitantes enquanto se aproximava da garota desacordada.

A jovem estava inerte, seus traços tranquilos contrastando com o caos emocional dos dois adultos. Aurora e Simon haviam precisado sedá-la para que pudessem colocá-la ali sem resistência. Era a única maneira de garantir que o plano fosse adiante. Para eles, mexer com a mente da garota era o único caminho para fazê-la entender o que estava em jogo.

Com cuidado, Aurora posicionou o corpo da menina dentro da cápsula. Mas antes, ela tirou um colar de seu pescoço o colocando no pescoço da mais nova. Cada movimento parecia pesar toneladas, como se uma parte dela estivesse sendo arrancada a cada instante. Ao redor da jovem, suprimentos foram cuidadosamente organizados: roupas, comida e outros itens essenciais para garantir sua sobrevivência.

Enquanto fechava a tampa da cápsula, Aurora não conseguiu conter as lágrimas. Elas escorriam silenciosas, marcando sua pele com o peso da culpa e da dor. — Eu sinto muito... — sussurrou para si mesma, embora soubesse que a menina não podia ouvi-la.

Simon se aproximou e colocou uma mão reconfortante no ombro dela. Quando a caixa começou a subir, seus braços a envolveram em um abraço firme, tentando oferecer algum consolo.

Aurora escondeu o rosto no peito dele, soluçando baixinho. Ela sabia que não era o que queria, mas também acreditava que não havia outra solução. Simon manteve o olhar fixo na cápsula enquanto ela desaparecia no teto, sua expressão imutável, mas os punhos cerrados revelavam a turbulência interna que ele tentava esconder.

O silêncio voltou a dominar o ambiente. O que estava feito, estava feito. Agora, tudo o que restava era esperar e torcer para que a decisão que haviam tomado, por mais cruel que fosse, não fosse em vão. Eles precisavam acreditar que a garota sobreviveria àquilo... e que, de alguma forma, entenderia.

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