𝘂𝗻𝗂𝗊𝘂𝗲

Minho sempre foi um homem de poucas palavras. Sua natureza introvertida o tornava um mistério para muitos, mas não para Jisung. Han, por outro lado, era como um sol radiante que aquecia todos ao seu redor com sua energia contagiante. 

Quando os dois se conheceram, foi como se dois mundos opostos colidissem, criando uma união que muitos consideravam perfeita.

Desde o início do relacionamento, Jisung era afetuoso, sempre pronto para envolver Lee em abraços e carícias. No começo, Minho achava essas demonstrações de afeto reconfortantes. Era bom sentir-se amado e desejado de maneira tão intensa. No entanto, com o passar do tempo, a constante necessidade de Han de estar fisicamente próximo começou a desgastar Minho. Ele começou a se sentir sufocado, como se estivesse perdendo seu próprio espaço e identidade.

Sentado no sofá da sala, Minho observava Jisung preparar o jantar na cozinha. O cheiro delicioso de comida caseira enchia o ar, mas Minho não conseguia se livrar da sensação de opressão que o acompanhava. Ele amava Han, sem dúvida, mas a constante proximidade física estava se tornando demais.

Jisung, alheio aos pensamentos de Minho, cantarolava uma melodia suave enquanto mexia na panela. Ele se aproximou com um sorriso, tentando envolver Minho em mais um de seus abraços reconfortantes, mas Minho se afastou ligeiramente.

─"Amor, está tudo bem?"─ Jisung perguntou, com uma pitada de preocupação na voz.

Minho suspirou, tentando encontrar as palavras certas. ─"Han, eu... eu preciso de um pouco de espaço."

O sorriso de Jisung desapareceu, substituído por uma expressão de confusão e tristeza. ─"Espaço? O que você quer dizer?"

─"Eu só... eu sinto que preciso de um pouco de tempo para mim mesmo. Não é nada contra você, é só que... eu estou me sentindo sufocado."

Aquelas palavras pairaram no ar, criando uma barreira invisível entre eles. Jisung assentiu lentamente, tentando compreender. ─"Se é isso que você precisa, eu vou tentar dar um pouco de espaço."

Naquela noite, enquanto Jisung terminava de preparar o jantar, Minho se recolheu para o quarto. A cama que costumava ser um lugar de conforto agora parecia um campo minado de emoções. Ele se deitou, tentando acalmar a mente, mas os pensamentos não paravam de girar. Ele sabia que machucou Han, mas não conseguia encontrar outra maneira de expressar sua necessidade de espaço.

[...]

Nos dias que se seguiram, Minho sentiu o peso do silêncio entre eles. Jisung, embora ainda carinhoso, mantinha uma distância respeitosa, tentando honrar o pedido de Minho. Mas essa mudança de comportamento trouxe uma nova dinâmica ao relacionamento deles. Jisung parecia mais retraído, e Minho não podia deixar de notar a tristeza nos olhos dele.

Minho, por sua vez, aproveitou o espaço que tanto desejava, mas a liberdade não trouxe a paz que esperava. Ele se pegou pensando constantemente em Jisung, sentindo falta dos pequenos gestos de afeto que antes o irritavam. A distância física parecia estar criando uma distância emocional, e isso o assustava.

Em uma noite particularmente silenciosa, Minho encontrou Jisung sentado na varanda, olhando para o céu estrelado. Ele se aproximou lentamente, sentindo o coração apertar no peito.

─"Jisung, podemos conversar?"

Jisung olhou para ele, os olhos brilhando com uma mistura de tristeza e esperança.
─"Claro, Minho."

─"Eu... eu sinto muito por ter pedido espaço daquela forma. Eu só precisava de um pouco de tempo para mim mesmo, mas agora vejo que isso nos afastou mais do que eu queria."─

Jisung suspirou, olhando para o chão.
─"Eu só queria te fazer feliz, Minho. Se estar perto demais de você te faz infeliz, eu posso mudar."

Minho balançou a cabeça, sentindo as lágrimas se acumularem.
─"Não é sobre mudar quem você é, Jisung. Eu amo você do jeito que você é. Acho que precisamos encontrar um equilíbrio, onde ambos possamos ser felizes.."

[...]

A conversa naquela noite foi o começo de um processo de cura para ambos. Eles começaram a falar mais abertamente sobre seus sentimentos e necessidades. Jisung aprendeu a dar a Minho o espaço que ele precisava, enquanto Lee começou a apreciar mais as demonstrações de afeto de Han.

Mas, apesar de seus esforços, a tensão entre eles não desaparecia completamente. A distância emocional que se formara entre eles era difícil de superar, e os sentimentos de mágoa e ressentimento começaram a se acumular.

Em uma noite chuvosa, Minho e Jisung tiveram uma discussão acalorada. Palavras duras foram ditas, e ambos acabaram revelando sentimentos profundos de dor e insatisfação que haviam sido guardados por muito tempo.

─"Você nunca me entende, Minho! Eu faço de tudo para te agradar, mas parece que nada é suficiente para você! Aliás, talvez nem eu seja o suficiente!"─ Jisung gritou, as lágrimas misturando-se com a chuva que caía.

─"E você não percebe como suas carícias constantes me sufocam, Jisung? Eu preciso de espaço, de tempo para mim mesmo! Mas você só pensa em si mesmo!"─ Lee retrucou, sentindo a raiva borbulhar dentro de si.

A discussão continuou até que ambos ficaram exaustos, as emoções à flor da pele. Eles se olharam, percebendo que talvez, apesar de todo o amor que sentiam, estavam em caminhos diferentes.

Na manhã seguinte, Minho acordou com um peso no peito. Ele sabia que algo havia mudado irreparavelmente entre ele e Jisung. Quando ele desceu as escadas, encontrou Han na cozinha, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.

─"Minho, eu... eu acho que talvez seja melhor se ficarmos um tempo separados,"─ Jisung disse com a voz trêmula. ─"Eu não quero te ver infeliz, e talvez esse espaço que você precisa seja maior do que eu posso oferecer."

Minho sentiu o coração se partir, mas sabia que Han tinha razão.
─"Talvez seja o melhor, Jisung. Eu te amo, mas precisamos encontrar nosso próprio caminho, mesmo que isso signifique estar separados."

Eles se abraçaram uma última vez, sentindo o amor e a dor se entrelaçarem. Era um adeus, mas também uma esperança de que um dia, talvez, encontrassem a felicidade que tanto buscavam, mesmo que fosse separados.

E assim, Minho e Jisung seguiram caminhos diferentes, carregando em seus corações a lembrança de um amor intenso e verdadeiro, mas que não pôde sobreviver às necessidades conflitantes de ambos.

nattylvr

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