twenty eight


alerta gatilho: estupro, violência, indícios de depressão, vício em drogas e morte.

( Esse capítulo é sobre a história da protagonista, se for ler, fique sabendo dos gatilhos a cima. Não me responsabilizo se você se sentir mal com algo, a escolha foi sua de ler. Boa sorte. )

Seu nome era Joseph Kristen, um jovem norte americano que conheceu uma japonesa intercambista na América. Se apaixonaram e cresceram juntos, casaram e quando Yuri engravidou pela segunda vez, o casal resolveu ir para terra natal de Ueno Yuri, minha mãe - Dabi colocava uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.

" Lembro de minha mãe dizer o tanto que meu pai era carinhoso, atencioso e honesto. Dizia que aquele homem a amava tanto ao ponto de adotar um nome japonês para se familiarizar melhor com o país. Afirmava com toda a certeza que ele era a pessoa certa em sua vida e que apareceu para mudar as coisas. E realmente mudou.

Após eu completar dez anos de idade, Joseph não comparecia mais aos jantares em família que tinhamos todo domingo. O mesmo não dava explicações para minha mãe, ignorava as perguntas da japonesa e fazia questão de colocar a culpa nela de algo que a mesma nem tinha consciência.

Piorava a cada dia, Katsuo desaparecia por horas e voltava cada vez mais agressivo de seus sumiços. Foi uma infância conturbada e difícil, porém quem me dava mais apoio naquela época era Megan, minha irmã mais velha. Ela brincava comigo enquanto nossos pais brigavam, ela me colocava para dormir quando via que mamãe já não tinha mais forças para levantar da cama, ela quem me alimentava quando a comida faltava em casa. Tudo era ela.

Por mais de dois anos este tipo de coisa acontecia. Katsuo saía, Yuri entrava em depressão, Megan não sorria mais e eu começava a perceber situações extremamente contrubadoras. Via pelos cantos da casa, Joseph puxar minha irmã maliciosamente enquanto sussurrava coisas em seu ouvido. Os olhos cinzentos da mesma sempre me encaravam profundamente quando isso acontecia.

Eu a questionava todas às vezes, perguntando o que estava acontecendo entre ela e meu pai. Megan apenas virava para mim e dizia que papai queria conversar. Óbvio que eu não acreditava na mesma, e decidi ir mais fundo para entender com mais clareza.

Foi quando vi a cena mais traumatizante de minha vida. Em um dia chuvoso, perto de meu aniversário de treze anos, mais uma vez Yuri não levantava-se da cama e dependia de mim e Megan para sobreviver. A noite fria cobria o céu e vez ou outra um raio caía, clareando o horizonte. Minha irmã havia me deixado para cuidar de Yuri enquanto a mesma tomava seu banho, algo que estranhei por estar demorando mais de uma hora.

Olhei o relógio pela terceira vez, vendo o ponteiro bater em 22h16min. Megan havia saído do quarto as 20h23min, aquela demora me preocupava, então decidi procurar por minha irmã. O coração acelerado por não saber o que poderia encontrar naquela casa vazia, eu tinha medo de encontrar com Katsuo pelos corredores.

Ao adentrar no banheiro, onde eu presumia que Megan estava, senti meu coração parar. Minhas pernas tremerem e a respiração falhou. Meus olhos ficaram turvos enquanto eu observava pela fresta o que acontecia no cômodo.

Megan, com o corpo apoiado na pia branca, as costas viradas para Joseph, que a estuprava continuamente. O barulho erótico me dava nojo, eu tive que tampar a boca para que não me perceberem ali.

Os olhos cinzas de minha irmã mais uma vez me encaravam. O rosto da mesma encostado contra o mármore branco, a expressão morta e cansada. Suas mãos eram presas pelas de Katsuo, que continuava estocando a garota com força.

Ao chão do banheiro eu podia ver sangue espalhado, que escorria das pernas de Megan. Eu tremia, chorava silenciosamente e me contorcia de medo. Medo do que o homem poderia fazer conosco.

Após esse dia, não consegui mais olhar para o rosto de minha irmã. Eu me sentia culpada por algo que não fiz, eu poderia ter lhe ajudado na hora, ter tirado a mesma daquele sofrimento. Com frequência eu ignorava seus olhos, buscando conforto no chão quando falava com ela.

Isso foi apenas o começo. Algumas semanas depois, Yuri pegou Joseph estuprando Megan novamente, dessa vez em seu próprio quarto. Mamãe ficou arrasada, queria matar Katsuo de todas as formas possíveis, queria o estrangular, chutar, socar, esquartejar, torturar e tudo o que era de seu alcance. Depois de anos, aquela foi sua primeira reação.

Naquele dia eu sai de casa, vaguei pelas ruas sem dar notícias por horas. Eu nem mesmo ligava do fato de estar chovendo fortemente naquela tarde, apenas voltei para a residência dos Ueno por volta das 1h40min da madrugada.

Ao entrar na casa, estranhei o fato de estar tudo tão silencioso e calmo, sem gritaria pelos corredores e sem barulhos de agressão física. Todavia, me arrependi rapidamente de ter saído naquela tarde.

Meus olhos cinzentos observavam a figura caída em minha frente, amarrada por uma corda grossa. Os braços cortados, com sangue pingando de suas veias expostas, a calça manchada do mesmo líquido ferroso. O cabelo da mulher estava com falhas grandes e pude encontrar os tufos de fios negros jogados pelos cantos.

Yuri se encontrava morta à minha frente, com a cabeça caída para a direita. Sangue escorria de seus olhos fechados e a mesma tinha uma marca de mãos no pescoço. Eu estava em choque vendo minha mãe morta, a poucos metros de distância.

No cômodo ao lado se encontrava Katsuo, arrumando fileiras de um pó branco com um cartão de crédito. Ele sugava tudo com maestria e não parecia se importar com a queimação no nariz. Meu coração falhava com aquela cena.

Não fiz barulho e me direcionei para meu próprio quarto, me trancando no mesmo e esperando o amanhecer. Meus olhos não fecharam-se uma vez sequer nas noites seguintes e em todas elas eu chorava silenciosamente, guardando a dor para mim mesma. O único momento em que eu fugia daquela realidade era na escola, onde tinha que me concentrar nos estudos, se não Joseph me bateria.

O resto dos três anos seguintes foram remotos, Megan quase não parava em casa, assim como eu. Porém quando parava, Katsuo aproveitava a oportunidade para estuprar minha irmã novamente. Ele fazia isso diversas vezes e em nenhuma eu tinha coragem de me intrometer.

Desde a morte de Yuri, eu e Megan não conversavamos além do necessário. A energia da casa não existia mais, era apenas preto e branco e nada mudava isso. Chegava a dar desespero. O dia que mudou isso, foi quando eu finalmente fugi.

Dessa vez era verão, um dia quente e cansativo. Eu voltava da escola desanimada, me perguntando o que iria me aparecer naquela casa novamente, até que eu chegasse na entrada da mesma e escutasse gritos.

Adentrei a residência com rapidez, reconhecendo a voz de Megan. Ao
passar pelos corredores vazios e depressivos, consegui achar minha irmã e Katsuo, que a batia com um cinto de fivela.

A garota estava nua, mais dois homens estavam ali, sentados em cadeiras. Eles observavam o que Joseph fazia com Megan, ambos com olhares eróticos e peversos. Minha irmã estava jogada em cima de uma mesa, amarrada pelos pés e mãos na madeira clara. A boca fechada com uma fita.

Calafrios passaram por meu corpo e eu travei, não conseguia mexer meu corpo e nem respirar. Os olhos estavam arregalados para a cena em minha frente. Megan sangrava em diferentes partes do corpo, lágrimas escorriam por sua bochecha.

— Ahmya-chan... Quer participar? - Katsuo me perguntou, segurando o rosto de minha irmã.

Não consegui falar, sentindo minha garganta seca como um deserto. Eu encarava Megan enquanto a mesma se debatia na mesa. As últimas lembranças que tenho daquele momento é de ver meu pai quebrar o pescoço de minha irmã."

*
para quem leu até aqui, sinto muito por tudo isso...
sei que é pesado, porém foi o que aconteceu com a Ahmya..

Por isso e outros motivos ela tem um pouco de pânico em relação a sexo.

espero de coração que tenham gostado!

queria dizer só mais uma coisa: Dabi não vai ser fofinho assim para sempre ok? se preparem :)

beijocas

cap sem revisão!!!!!!!

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