eight

I spend too much time explainin' myself
I hope there's some time to change it

~ The Neighbourhood - Cry Baby

   Repetia comigo mesma as falas da peça de teatro, Louise ao meu lado na arquibancada da quadra de vôlei, desenhando algo em seu caderno de desenhos. Eu andava de um lado para o outro, tentando a todo custo, decorar as devidas frases do roteiro. Infelizmente, minha mente estava no bilhetinho que Samu deixou ontem à noite, o que me deixava extremamente frustrada por não saber o que fazer.

Desabei ao lado da francesa, colando minha cabeça em seu ombro. Os últimos raios solares daquela tarde passavam pelas janelas no alto da quadra coberta, batendo em meus olhos cansados e com vestígios de olheiras. Naquela noite, demorei a dormir, pensando no gêmeo de cabelo platinado, controlando minha excitação para não me tocar durante aquela madrugada solitária. O maior me deixou carente e sedenta, e agora eu dizia para mim mesma que o troco seria não ligar para Osamu e nem mesmo lhe enviar mensagens.

Suspirei, buscando por meu telefone e abrindo o instagram pela milésima vez naquele dia, entrando no perfil de Samu e o stalkeando novamente. Parei em uma publicação onde tinha ele e Suna, vendo a intimidade dos dois rapazes. O moreno era marcado na legenda da foto, então aproveitei a oportunidade e fui stalkear ele também, vendo que sua conta era privada. No mesmo segundo em que eu gemia de indignação, a porta da quadra fora aberta e Kita entrou pela mesma, sendo acompanhado pelo resto do time de vôlei.

Estremeci, não esperando que os garotos tivessem treino em uma sexta-feira. Cutuquei Louise, que escutava qualquer coisa em seu fone de ouvido. A garota me olhou e depois encarou o Inarizaki entrar com seu treinador. Ficamos quietas, sabendo que todos ali conseguiam nos ver, porém não davam a mínima para nossa existência. Se não fosse por Atsumu, que acenava como uma criança em minha direção. Apenas lhe dei um tchauzinho, observando seu irmão me encarar do outro lado da quadra.

Voltei meus olhos para o celular, fingindo estar concentrada em algo. Minha tela ainda estava no feed privado de Suna, abri seus stories, vendo apenas uma foto sua com um beck na boca. Sai do aplicativo, sentindo-me observada no local, então decidi passar o tempo vendo os garotos treinarem, já que meu foco estava zero para o clube de teatro.

Reparei em cada jogador no centro da quadra, vendo as habilidades de cada um e me impressionando com a facilidade e maestria de Atsumu e Osamu, entendendo finalmente o título famoso que os gêmeos tinham. Aran se destacava por sua força incrível, Sunarin por sua percepção e flexibilidade e Kita por ser a base de tudo ali. Os atos de cada um refletia na próxima ação do time. Após um set rápido, começaram a treinar individualmente. Maioria dos meninos treinando saques e alguns recebendo as bolas sacadas com manchete, que era o caso de Aran.

Ficaram por horas naquele pique frenético, e após três horas dentro da quadra, o treinador liberou os garotos. Eu me levantei, pegando minha mochila rapidamente e descendo para o encontro de Samu. Louise se assustou, fazendo o mesmo que eu e me acompanhando até os gêmeos suados.

— Oi - falei, chamando a atenção dos dois.

— Ivy! - Atsumu quase gritou de felicidade.

Sorri para o loiro, ficando contente por saber que ele gostava tanto assim de mim. Conversei um pouco com eles, a francesa virando amiga rapidamente do gêmeo de cabelo mais claro, os dois compartilhando do mesmo neurônio. Osamu e eu ficamos quietos, não sabendo o que dizer um para o outro. O platinado bebia água enquanto seus olhos escuros me encaravam.

— Você não me ligou - fingi surpresa.

— Me desculpe, fiquei ocupada - sorri descontraída, tentando enganar o maior.

— Tudo bem - sorriu de volta, passando a toalha pela testa suada - Te encontro hoje de novo?

Fiquei confusa, não me lembrando de ter combinado outro encontro com o garoto.

— Como assim?

— Quero te ver hoje de novo, mas dessa vez, em meu quarto. Ok? - piscou, andando para fora da quadra.

*

Mandei uma mensagem para Samu, vendo o mesmo responder minutos depois com o horário que iria estar me esperando. Era cinco e quarenta da tarde e iríamos nos encontrar as sete,
como no dia passado.

Contei para Louise, que ficou animada com o fato de eu estar conseguindo me relacionar bem com o garoto, afirmando que eu deveria estar bonita quando fosse para seu quarto esta noite. Me perguntei se Suna estaria lá para nos atrapalhar novamente. Tomei um banho tranquila, lavando o cabelo e o secando com o secador depois do ato. Coloquei uma roupa simples, apenas uma saia e blusa, fazendo um delineado nos olhos. Me via ansiosa, questionando-me o que faríamos hoje.

   Não demorei mais, iniciando minha caminhada para o dormitório masculino, sentindo borboletas voarem pelas paredes de meu corpo, causando arrepios ansiosos pela derme exposta. Meu tênis preto batia contra o chão de mármore branco, distraindo minha mente das possíveis cenas que eu imaginava. Osamu me deixou nervosa com o encontro repentino, mas ao mesmo tempo eufórica pois iríamos nos ver novamente e a carência da noite passada só ia aumentando.

   Parei de frente para a porta de seu quarto, batendo na mesma enquanto pegava meu celular. A madeira escura saiu de minha visão e Suna substituiu-a, olhando-me com estranheza. O cabelo do maior estava úmido, bagunçado em sua testa. Um cheiro insuportavelmente gracioso vinha do rapaz, que usava um moletom preto e calça rasgada. Suna me observou de cima a baixo, não entendendo o porque de eu estar ali.

— Qual foi? - encostou no batente da porta.

   Uma música baixa vinha de dentro do cômodo, dando uma atmosfera aconchegante no local. A única luz que havia ali era da led vermelha grudada na parede ao lado da cama do moreno de olhos amarelados. Encarei o mesmo, também confusa.

— Onde está o Samu? - perguntei, percebendo que o platinado não estava no quarto.

— Está no banho - comentou, olhando as unhas pintadas e ignorando mknha presença - Veio ve-lo?

— Ele me chamou - respondi grosseira.

Suna ponderou, respondendo-me apenas com um gemido estranho de sua parte. O garoto voltou para dentro do quarto, deixando a porta aberta para que eu entrasse. Acompanhei seu corpo até as camas, observando novamente toda a decoração do cômodo. O estilo de Suna era perfeito, mas a personalidade era péssima, me irritava completamente. O que me chamava atenção em sua parte do quarto era a guitarra colada na parede, ao lado de algumas fotos que imaginei terem sido tiradas pelo próprio.

O moreno sentou em sua cama, apoiando as costas na parede enquanto buscava com o braço a bolsinha preta no colchão. Fiz o mesmo que o rapaz, aconchegando meu corpo na parte de Samu. Suna tirou de dentro da bolsa uma seda, tesoura e um potinho com erva dentro. Começou a cortar em pedacinhos minúsculos a maconha que tinha em suas mãos, logo jogando a mesma na seda amarronzada. As unhas pretas ajeitavam a erva dentro do papel, bolando para tudo ficar esmagadinho no baseado. O garoto deu uns petelecos suaves no beck, colocando-o na boca e depois acendendo o cigarro com seu isqueiro azul escuro.

Tragou, soltando a fumaça pelo quarto enquanto voltava seus olhos amarelados para mim. A led vermelha deixada seu rosto atraente, ainda mais com suas atitudes de adolescente cansado da vida. Eu estranhamente gostei daquilo, gostei da forma que o corpo de Suna relaxava com a fumaça da maconha impregnando-se em seus pulmões, gostei de como ele parecia me chamar para si a cada segundo. Fechei os olhos, tentando me esquecer dele.

— She said she wanna roll with me and smoke up all my weed - Suna cantou, acompanhando a letra da música.

Ela disse que quer colar comigo e fumar toda minha maconha.

— I said: Baby, just buy Dutches 'cause you can't smoke for free - ele dizia baixinho, quase não dava para lhe escutar.

Eu disse: Amor, apenas compre essa porra, porquê você não vai fumar de graça.

A letra combinava com ele. Combinava até demais. Eu me sentia atraída com sua maestria para tragar do baseado em seus dedos longos e finos, tampados por faixas e anéis. Mordi as cutículas de minha unha, encarando o moreno em minha frente, que também me encarava. Revirei os olhos, tentando fingir não suportar ele, quando na verdade, eu queria fumar com Suna.

— Só de olhar seu rosto eu sinto vontade de vomitar - falei, vendo o mesmo sorrir e dizer:

— É recíproco.

*
to tremendo, e não é de frioKKKKKK

como vocês estão gatinhes? bem?
espero que sim hein

obrigada a todo mundo que está acompanhando a fic!!!

o nome da música que suna cantou é Chill Bill

cap sem revisão!!! [02/05/21]

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top