#𝟏𝓞 - 𝖮 𝐝𝐫𝐚𝐠𝐚̃𝐨 𝗊𝗎𝖾 𝗏𝗈𝖺 𝗉𝖺𝗋𝖺 𝗈 𝗇𝗂𝗇𝗁𝗈
Planar pelos césu de Westeros era libertador, não havia compromisso algum a seguir, não um que algum deles tivesse sido obrigado a seguir, era só onde sua intuição os levava, como bons irmãos. Daemon se entregava a alguns dos grandes prazeres que poderia encontrar, já Drasilla se dedicava a estudos que queria aglomerar em seu nível de conhecimento, cada um se alimentando do que lhe convinha.
Nesse tempo ambos escreviam cartas para pessoas queridas, Rhaenyra recebia algumas dos dois, mas não era a única, a loira gostava de ver a liberdade que um dia tanto almeçou pelas palavras dos tios, ficava feliz por eles. Uma das pessoas que recebia cartas recorrentes de Drasilla e Daemon era Laena, claro que cada um tinha sua própria ambição e mesmo que Drasilla - tempos antes - tivesse brincado com a possibilidade dela se casar com a lady Velaryon, não era ela quem flertava com a jovem.
— Você não tem nenhum juízo, não é? — Drasilla resmungou olhando para Daemon. — É isso que você tem em mente? Casar-se com a Laena?
— Manter o nosso puro sangue valiriano. — Ele respondeu enquanto dobrava algumas folhas sob a mesa, estavam em Lys na ocasião. — Eu e ela descendemos do Conquistador, imagina os herdeiros que vão nascer disso, era o que meu irmão deveria ter feito. Ele deveria ter se casado com a Rhaenys quando eram jovens.
— Você pode esquecer essa conversa chata de linhagem pura por um momento? — Drasilla o cortou impaciente. — Eu não sou de uma linhagem pura do conquistador e você ... Ontem mesmo estava cheio de putas na sua cama.
— Você deveria ter algumas na sua também. — Ele riu jogando uma bolinha de papel. — Realmente não aprova que eu me case com ela?
— Eu gosto da Laena e é por isso que eu me preocupo. — A morena meneou a mão se encostando ao lado do irmão. — Eu temo por ela como temia pela Rhaenyra.
— Eu sou um monstro tão ruim assim? — Daemon apoiou o rosto nas mãos e os cotovelos na mesa. — Não estou cuidando bem de você nos últimos dois anos?
— Eu estou cuidando de você nos últimos dois anos. — Ela rebateu tocando a ponta do nariz dele com indicador. — Mas sim, você foi uma boa companhia, um ótimo cavalheiro e um irmão normal, não um ...
— Um irmão Targaryen. — Ele estreitou os olhos a encarando. — Tudo bem, não vou me sentir ofendido por isso. Mas o casamento, o que acha? Eles vão aceitar meu pedido?
— Não teria partido melhor pra Laena. — Drasilla sorriu, ainda preocupada. — Nem mais maluco.
— Idiota. — Ele se levantou, tomando a irmã nos braços. — Obrigado pelo seu apoio, sua opinião conta muito, apesar de eu não costumar assumir isso em voz alta.
É claro que ela se preocupava, Laena era uma boa pessoa, uma amiga incrível e uma irmã quase, Rhaenys era a figura materna que Drasilla tinha na ausência de Aemma e Madlyn, então era de se esperar que a filha dela fosse como sua irmã, como Rhaenyra, então saber que Daemon pensava em casar com a garota a deixava um pouco preocupada, óbvio, não é como se não confiasse no irmão, mas era Daemon e ela não estaria sempre por perto para proteger Laena e brigar com ele, mas só restava aceitar.
Foi Drasilla que escreveu para a capital para contar do casamento, com a saúde do rei um pouco debilitada naquela temporada, nenhum deles foi ao casamento, apenas Laenor que se juntou a família em Driftmark, Rhaenyra escreveu contando das novidades e parabenizando o casal por sua nova união, ela queria muito ir com o marido, mas o pai passava noites em claro e ela acabou por assumir a posição no que lhe cabia como representante do rei, inclusive escutando no pequeno conselho.
A saúde de Viserys acabou adiando uma coisa muito importante, o casamento de Drasilla e todo o falatório em torno disso, ela passou a ficar mais tempo em Driftmark, uma vez que Daemon também ficava mais tempo por lá, ele e Laena tinham planos de morar em outros pontos de Westeros, mas ainda sim permaneceriam lá por mais tempo. Semanas após o casório algo ocorreu e isso prendeu toda a atenção de Drasilla por um bom tempo.
Ela e Flarion tinham perdido o costume de voar sozinhos em meio a chuva, visto que quando estavam com Daemon e Caraxes se moviam estrategicamente junto com eles e também o mais velho alertava a garota sobre como fazer e a protegia, não gostava de vê-la no céu quando o clima não estava propício, mas com o casamento do príncipe e seus deveres como marido, Drasilla passou a voar mais e mais sozinha, naquele fim de tarde quando sobrevoava a costa de Driftmark ela e o dragão foram pegos por uma chuva forte.
O jovem dragão enfrentou certa dificuldade de planar, um clarão provocado pelos raios assustou Flarion que perdeu velocidade e altitude muito rápido, sem que pudessem cair sob o mar os dois chocaram-se contra o chão, dragão e montadora, por sorte Drasilla conseguiu se soltar da cena, ou rolaria junto com Flarion e poderia ter sido amassada. Foram os guardas que encontraram ela e o dragão, ouviram Flarion pelo choro, a jovem dama apenas quebrou um braço, mas Flarion parecia mais machucado, não voaria por semanas depois daquilo.
Drasilla se sentia acoada no chão, recebeu uma carta de Rhaenyra, contando sobre sua gravidez, seu primeiro bebê, o instinto da garota seria subir em um dragão e voar até King's Landing, mas Flarion não conseguiria planar e Sigmis não a deixaria montar, ela pensou até em entrar em um dos navios da frota Velaryon, mas temendo a saúde dela foi de Corlys o não, ela deveria se recuperar, Rhaenyra entenderia.
Foram longos meses, quase um ano, até que Flarion conseguisse não só voar de novo, mas carregar alguém consigo por um distância longa, era preciso não só ser possível, mas ser seguro, ninguém queria que a princesa caísse no meio do voo, dessa vez poderia ser bem pior. Então não era de se espantar que Daemon estivesse afoito ao vê-la arrumando as coisas e caminhando rumo a esplanada onde os dragões ficavam.
— Você realmente iria partir sem falar comigo? — O príncipe rompia atrás da irmã mais nova. — Onde vamos encontrar seu corpo da próxima vez?
— Está com medo de voar agora? — Ela ria enquanto conferia como Flarion estava. — Logo você?
— Estou preocupado com a minha irmã. — Ele praticamente rosnou. — Você caiu do seu dragão em meio a uma tempestade, sabe quantas vezes eu caí do Caraxes? Ou ele caiu?
— Na idade dele? — Ela fez uma cara pensativa. — Ou na sua? Hmm, vocês não teriam só quebrado um braço.
— Eu estou falando sério, Rhaenyra poderá esperar mais um pouco para ter você lá. — Ele se colocou ao lado dela e Flarion rosnou vendo o príncipe perto da morena. — Você não ouse. — Falou em um alto valiriano perfeito, como um pai preocupado com outro filho.
— Antigamente você comeria ele. — Drasilla sinalizou ao dragão e depois olhou o irmão. — É um voo curto e eu vou te escrever, você pode voar comigo se quiser.
— Sabe que não posso, tenho compromissos aqui. — Ele regurou o rosto da garota com a destra e depois a envolveu com um abraço. — Tome cuidado.
As vezes ela achava que Daemon tinha amolecido com o tempo, mas ele não era assim com qualquer pessoa, bom, ele não era assim com ninguém além dela. Quando Rhaenys contava que Daemon ficou dias ao lado dela quando era bebê e não deixava Madlyn sozinha, Drasilla riu, não imaginava o irmão sendo assim, não aquele Daemon, mas se ela pensar que os dois tinham a mesma idade e que a ideia consciente seria casar Madlyn com Daemon e não Baelon, ela poderia ser filha dos dois, não era de se negar que tinham uma conexão.
Foi um voo rápido, como ela sabia que seria, era um dia sem nuvens apesar dela sempre olhar ao horizonte, parte de si tinha medo, mesmo que a queda tenha sido pequena, ainda sim foi uma queda. Flarion pousou no pátio do castelo, chamando a atenção dos guardas, normalmente ele deveria pousar no pátio lateral do fosso. Uma figura de cabelos grisalho afastou alguns guardas curiosos para ver quem havia chegado e um sorriso desenhou-se no rosto de Sor. Harrold ao vê-la, o mesmo foi retribuído pela princesa.
— Alteza! — Ele se aproximou fazendo a reverência. — É muito bom vê-la de volta em casa.
— Achou que eu não fosse voltar? — Ela abriu os braços para envolvê-lo em algo breve. — Na verdade estou só de passagem, vim ver a Rhaenyra e o bebê.
— A princesa e o jovem príncipe estão nos seus aposentos. — Harrold apontou para a entrada e ambos viram outra pessoa com armadura. — Sir. Harwin vai acompanhar a senhorita e eu vou avisar ao rei da sua chegada.
— Certo, avise ao meu irmão que irei vê-lo assim que possível. — Ela sorriu passando pelo homem.
Drasilla pensava com Harwin Strong tinha ficado mais bonito do que era antes, assim como mais forte, para alguns o tempo tinha trazido só bons frutos. Ela sentia falta dele também, Harwin era um dos poucos guardas que aceitava treinar espadas com ela, será que teria tempo de fazer algo do tipo enquanto estivesse lá? Os dois teriam tempo?
— Eu acho que você cresceu 5cm nesses dois anos. — Harwin parecia analisar a princesa. — Ou talvez seu ego te deixe um pouco mais alta?
— Não sei, acho que o fato de ser melhor que você nas espadas me dê alguns centímetros. — Ela pressionou os lábios por breve, até sorrir pra ele também. — Como você está?
— As coisas aqui tem sido corridas, mas chatas sem alguém para arrumar problema o tempo todo. — Eles caminhavam lado a lado. — Daemon te levou para algum lugar impróprio nesses dois anos?
— Claro que não, eu ainda sou uma dama a espera de um bom casamento. — Por dentro Drasilla ria de nervoso. — E andar com o Daemon em si já é impróprio.
Os dois subiram em silêncio até os aposentos de Rhaenyra, o guarda bateu duas vezes na porta até ouvir a voz da princesa, Nyra sorriu ao ver os dois, Drasilla olhou para Harwin por alguns segundos e não sabia bem dizer se o sorriso da sobrinha era para ela ou para ele, ela tinha uma série de perguntas, mas agora queria falar com a loira. Strong as deixou sozinhas e Drasilla caminhou com pressa até ela que tinha nos braços o pequeno Jacerys, de bochechas coradas e dorminhoco.
— Ele é tão fofo como o Laenor disse que era. — Drasilla levou as mãos ao rosto, apreciando o bebê. — Eu queria dizer que estou muito feliz por você, mas você sabe que ...
— É, você preferiria que fôssemos guerreiras. Mas está feliz a sua maneira. — Rhaenyra conhecia a tia em todos os aspectos. — Quer pegá-lo?
— Oh, sim, me dê ele aqui! — Ele esfregou as mãos.
Jacerys era o primeiro bebê que Drasilla sentia completamente confortável de ter nos seus braços, talvez fosse porque ele era um pedacinho de Rhaenyra e ela amava a loira. A morena sentou-se em um dos sofás com o pequeno bebê no colo, a princesa se sentou em outro, observando a tia que nunca imaginaria com um bebê assim e que agora estava lá, com seu primogênito, claramente feliz, pois o sorriso não sumia do rosto dela enquanto admirava e fazia carinho em Jace, mas é claro que Drasilla não deixou de notar uma peculiaridade.
— Ele é muito fofo e ... Ele tem cabelos escuros, puxou o sangue Baratheon. — Ela sorria olhando a loira e logo percebeu o sorriso amarelo no tosto de Nyra. — Você tem algo pra me contar? Porque esse bebê se parece mais comigo que com os pais dele? —Ela sussurrava.
— Acho que você não precisa de muita informação para entender as coisas. — A loira escorregava em sua poltrona. — As coisas são difíceis depois que nos casamos.
— É por isso que eu não quero me casar. — Drasilla rebateu.
— Laenor e eu somos ... Diferentes. — Rhaenyra não conseguia sequer colocar aquilo diretamente em palavras. — Com gostos diferentes, entende? Achamos um meio termo saudável.
— E perigoso! — Drasilla ralhou. — Quando ele voltar de Driftmark e terminar de apoiar a Laena no parto, eu vou ter uma conversa com ele.
— Drasilla, não ...
— Sim! — A morena a interrompeu em sussurro. — E que é que ...
— Adivinhe ...
— Oh ... — As bochechas da morena coraram. — Eu queria te julgar mais mas é como dizem em Lys ... Forte pra dar sorte.
As duas riram com o comentário, era disso que Rhaenyra sentia falta, de alguém bem humorado ao seu redor, da sua irmã por perto, alguém que lhe passava segurança, conforto, com quem ela se sentia protegida, que tirava um sorriso dela com um comentário aleatório, mesmo que uma situação mais séria, ter Drasilla por perto era garantia de felicidade. Os sorrisos, no entanto, não demoraram a cessar.
— E então ... — Drasilla limpou a garganta. — E hmm, o Cadmus? Eu não o vi com os guardas e foi o Harwin que me acompanhou, ele não é mais meu guarda juramentado?
— Ora ... — Foi a vez de Nyra segurar o riso. — Ele está no norte no momento, ele te acompanhado muito Sor. Harrold e tem um ótimo perfil diplomático, com o rei com uma saúde frágil e as vezes doente, ele tem cada vez mais passado os afazeres dele a outros, eu deveria ir, mas com um bebê recém nascido e por ser Winterfell, meu pai confiou nele.
— Fico feliz que ele esteja se encontrando. — Drasilla sorriu e Rhaenyra tinha uma sobrancelha erguida. — Que foi?
— Você já não tem mais idade pra viver uma aventura dessa. — A loira se endireitou na cadeira. — O conselho tem pressionado o rei sobre seu casamento e ele tem segurado as pontas, vai chegar uma hora que vão exigir que você se case ou seja uma irmã silenciosa. Seja branda com ele ...
— Eu vou tentar, prometo. — O humor da morena tinha ido por água abaixo.
A figura de um guarda surgiu na porta, ele interrompeu a conversa das princesas, Drasilla se levantou devagar, devolvendo o pequeno Jace para o colo de Rhaenyra, as duas se olharam por alguns segundos, a loira pedia calma para tia morena com seus olhos e Drasilla sabia ler isso. Ela se afastou da mãe e do bebê seguindo o guarda que a levaria ao rei, no caminho a morena prendia a respiração, apesar de amar o irmão, lidar com a coroa era sempre complicado.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top