O remédio para dor de cabeça funcionou, mas ainda assim não consegui dormir. É difícil fazer isso quando você descobre que sua ex tinha um plano para separar você da mulher que você ama.

Me faz pensar que parece que Abby e eu não estamos destinados a ficar juntos. Eu sei que é loucura e idiotice e não vou compartilhar esse pensamento com ela porque sou egoísta, mas parece que há sempre algo impedindo que fiquemos juntos.

Gosto de acreditar que é apenas o destino pondo obstáculos no nosso caminho e não um aviso de que nunca seremos felizes de verdade e que isso é um erro. Porque se for, se a Abby for um erro, será o único erro que nunca irei me arrepender, mas agradecer.

São 4h da manhã e estou pensando sobre destino, algo que nem sei se acredito de verdade. Talvez aquele remédio seja mais eficaz do que eu tenha percebido.

Me reviro na cama mais uma vez, deitando de lado e encarando a Abby, que graças a Deus está dormindo tranquilamente. Ela pode ser durona, mas você precisa prestar bastante atenção nos pequenos detalhes para perceber que há algo errado. E eu vi isso na forma como ela implicou com Liam mais cedo – mesmo que eles façam isso sempre – ou como estava tensa enquanto comia os bombons, de forma automática.

Afasto seu cabelo do rosto, observando seus cílios longos, o nariz redondinho, a curva macia da boca. Ela franze as sobrancelhas, erguendo a mão para afastar a minha, mas para, abrindo um pouco os olhos.

— O quevocê tá fazendo?

Sorrio, puxando sua mão e beijando os nós de seus dedos.

— Quer ir à um lugar comigo? — é a ideia de um louco, pois ainda não amanheceu.

— Você bebeu cafédemais no trabalho?

Dou risada. Eu realmente bebi, mas não estou afim de levar uma bronca a essa hora.

— Isso é um "sim"?

Abby pisca lentamente e depois se espreguiça, encarando o teto.

— Eu vou matar você.

Dou outro beijo em sua mão, sorrindo e fico de pé.

É satisfatório "andar" de carro pela cidade a essa hora. Ainda é movimentado, mas não há trânsito.

O som do carro está ligado, baixinho, enquanto Abby está encolhida no banco, usando moletom, chinelos e um coque bagunçado, exatamente como eu, mas sem um coque.

No estacionamento do prédio, eu acordo Abby e nós descemos do carro, indo direto para o elevador. Aperto o botão do térreo. Acho que Abby cochila nos dois minutos que levamos para chegar e eu preciso cutucá-la para sairmos.

Está ventando e é possível ver o sol começando a nascer e a cidade acordando aos poucos.

— Lembra daqui? — pergunto a Abby, observando enquanto ela olha em volta: o espaço amplo, com um muro de vidro.

— Você me trouxe aqui depois daquele jantar.

Balanço a cabeça, confirmando. Foi na noite em que nos acertamos, quando eu ofereci meu amor e meu coração a ela. Nos beijamos bem aqui, depois de duas semanas torturantes separados.

Ponho as mãos nos bolsos, ainda lhe encarando enquanto ela chega perto do muro. É tão baixinha que bate em seu peito.

— Eu conheço o dono, é claro e... Perguntei se poderia usar o lugar... para o nosso casamento.

Abby vira para mim na mesma hora, mas não diz nada. Me obrigo a continuar, tentando não ficar nervoso.

— Eu... Eu achei que seria legal. E você disse que queria um lugar aberto... E também tem um significado para nós... — quando ela continua sem dizer nada, percebo que foi uma péssima ideia. — Ou podemos ver outro lugar, eu só achei que...

Sou interrompido por ela, que pula em cima de mim. Eu a abraço, rindo, enquanto suas pernas se entrelaçam em minha cintura.

— É sério? Podemos usar o lugar? — pergunta, me encarando com os olhos brilhando.

— Sim. — sorrio, pois a felicidade em seu rosto aquece meu coração.

— Ah, meu Deus! Isso é incrível! Você é incrível. Eu te amo eu te amo eu te amo. — então ela está enchendo meu rosto de beijos.

— Você gostou mesmo? — eu sei que sua reação já é uma resposta, mas eu estava um pouco inseguro de ela odiar a ideia.

— SIM! Claro que sim, Dom... Eu sou a noiva mais feliz do mundo!

Eu a beijo, mas dura pouco porque ela começa a contar seus planos e onde vai colocar o quê e o que eu acho de velas e flores e um tapete vermelho.

Então estamos finalmente planejando o nosso casamento.

— Você não economizou nenhum pouco. — murmuro, lendo a pasta com o orçamento que mandei Liam preparar.

— Não seja mão de vaca. — meu irmão diz, zombando. Eu o ignoro porque... bem, é o Liam.

— Tudo bem... Nós podemos começar isso quando eu voltar da lua de mel, mas você pode começar a procurar um lugar — fecho a pasta, suspirando... — Eu espero que isso dê certo, Liam. Ou vou matar você pelo dinheiro investido.

— Tenha mais fé em nós, ok? — seu sorriso convencido se desmancha rápido demais. — Como a Abby está?

Afrouxo minha gravata, pensando na minha noiva, ontem, como ela tentou esconder o quanto tudo a está afetando.

— Ela diz que está bem, mas eu sei que não. Finn ainda é uma pedra no sapato e sinceramente, tenho medo que tudo isso a afaste de mim. É demais para ela.

— A Abby aguenta. O amor de vocês é daqueles que suporta um monte de merda e consegue ser feliz.

Sorrio um pouco, esperando que ele esteja certo. Já passamos por coisa demais e eu sei que esse tipo de coisa destrói um relacionamento.

— Alguma notícia? — não preciso mencionar o nome daquele infeliz de novo para que ele saiba de quem estou falando.

Liam balança a cabeça.

— Estão vigiando a casa dele e mandei que olhassem ao redor do apartamento de Anne também, mas o cara desapareceu.

— Quais as chances de ele aparecer no casamento?

— Ele não será idiota a esse ponto.

Mais uma vez, espero que meu irmão esteja certo. Eu realmente irei matar aquele homem se aparecer no casamento. Ou depois disso. Eu estava falando sério aquele dia, com Abby.

Horas mais tarde, recebo outra visita. Eu estava preparado para Liam, mas sou pego de surpresa quando Grace anuncia que minha mãe está aqui. Ela adiou sua viagem a Suiça mais uma vez, por causa do casamento.

Digo a minha secretária que a deixe entrar e guardo os papéis espalhados na mesa, fecho o notebook e depois as páginas no computador. Eu estava tendo um dia cheio e com a visita da minha mãe, posso simplesmente largar tudo.

Eu não faria isso meses atrás, mas, veja bem, eu sou um novo homem.

Estou sendo irônico e sarcástico na minha própria cabeça? Será que o tumor no cérebro é hereditário?

Você também acabou de fazer uma piada.

Balançando a cabeça, fico de pé quando minha mãe entra na sala. Vou até ela, lhe cumprimentando com um abraço e um beijo na bochecha. Deixo que ela aperte meu rosto entre as mãos como se eu ainda fosse uma criança.

— Você está um pouco pálido. Tem comido direito? — mamãe pergunta, franzindo as sobrancelhas.

— Eu estou ótimo, obrigado, mãe — eu a conduzo até a minha mesa e faço-a sentar em uma poltrona. Dou a volta e sento-me em minha cadeira. — Como a senhora está?

— Bem. Eu não planejava aparecer aqui de surpresa, mas eu estava passando e resolvi ver como você estava.

Eu não acredito que ela estava simplesmente passando na frente do prédio, mas não comento, sorrindo com a sutileza da minha mãe.

Peço para que Grace nos traga chá, sabendo que minha prefere isso em vez de café. Eu também.

— E a Abby? Eu irei encontrá-la amanhã, para a prova do bolo.

— Eu estarei lá, na verdade. Podemos passar na casa da senhora para buscá-la. — ofereço, pensando que nos três poderíamos tomar café da manhã juntos.

Mamãe arqueia a sobrancelha, parecendo um pouco surpresa.

— Você não odeia essas coisas?

— Não posso deixar a senhora e a Abby com toda a diversão do casamento.

A mulher que me pôs no mundo ri, o que a torna mais jovem, não parecendo ter mais que quarenta anos.

— Eu sei que já disse isso, Dom, mas estou feliz por vocês dois. Especialmente por você — mamãe tem aquele sorriso de mãe que sabe de algo que os outros não. — Abby é uma boa mulher, talvez um pouco maluquinha, mas é o tipo de pessoa que estará lá para você, eu vi isso quando seu pai morreu e ela ficou lá por você e seus irmãos, por Trix. Então quando você sofreu aquele acidente e pareceu que ela iria morrer se você não voltasse. Abby ama muito você, meu filho e eu espero que não quebre o coração dela, porque você a perderá para sempre.

Engulo em seco, apertando minhas mãos entrelaçadas quando algo me vêem a mente. Eu rapidamente faço questão de deixar para lá.

— Eu sei. — eu quase a perdi uma vez. Não quero experimentar aquela sensação novamente. Apenas pensar nisso me dá náuseas.

Mamãe abre outro sorriso.

— Bem, que bom. Agora me ajude a decidir o que dar a vocês de presente. Estava pensando naquela casa que sua tia Wanda me pede toda vez que nos encontramos.

Deixo que a lembrança que uma das muitas casas dos Lisbon's infiltre minha mente e tento convencer minha mãe que não há necessidade de presentes.

Mas Lauren Lisbon é uma pessoa difícil de convencer.

Você é mesmo filho da sua mãe.

Oioi, espero que vocês não tenham desistido de mim😞

Por mais que eu ame essa história, não é fácil manter a inspiração para escrever todo dia, então paciência comigo (e eu sei que uma semana não é nada comparado aos meses que fiquei sem atualizar 😂😂)

O que acharam da escolha do lugar para o casamento??? Confesso que inicialmente seria na mansão da mãe do Dominic, mas achei que o terraço teria mais significado.

Como vocês tem passado?

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Por hoje é isso <3

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2bjs, môres♥