Os Homens São Sempre Os Culpados

O wattpad não tava deixando eu postar o capítulo, por isso postei aquele outro pra ver qual era o problema ^_^

    Isso é uma péssima ideia.

Estou repetindo isso para mim mesma desde a hora que saí de casa. Ir a Company Devenport é a ideia mais estúpida que já tive em todos os tempos.

Considero o fato de passar pela segurança sem que seja preciso que avisem minha chegada, algo bom. Eles também não estranham que esteja no meio da tarde. Tenho certeza que todos eles pensam que sou apenas um brinquedinho para Dominic e não preciso trabalhar. Não era totalmente mentira.

No elevador, cogito a ideia de deixar isso para lá. Mas eu já estou aqui, então tudo o que faço é me olhar no espelho. Meu cabelo está preso em um coque, com fios soltos. Fiz uma maquiagem básica, não esquecendo meu batom vermelho. Minhas roupas são uma blusa de alcinha preta colada, calça jeans e saltos, com uma bolsa no ombro.

Eu sei que, quando passo por Grace, ela deve estar pensando que isso não é roupa para trabalhar. Tenho vontade de mostrar meu dedo do meio para ela, mas lhe dou um sorriso em vez disso. Imagine a minha surpresa quando ela retribui.

Ainda estou franzindo as sobrancelhas quando abro a porta do escritório de Dominic... E paro subitamente ao ver que ele está acompanhado.

Merda, nem me passou pela cabeça que ele podia estar em alguma reunião importante. Na verdade, nada, me passou pela cabeça quando decidi que ele precisa ouvir o que eu tinha para dizer. Não vim aqui com o intuito de reatar o que quer tínhamos. Não, eu só vim porque eu devo a verdade a ele. Eu sei que aquele contrato tinha mais significado para ele do que para mim. No fundo, uma parte minha acredita que Dominic esperava que alguém realmente se apaixonasse por ele por quem ele e não pelo dinheiro que possui.

E essa pessoa sou eu e devo isso a ele...

A pessoa sentada de costas para mim se vira e eu não sei o que pensar quando os olhos verdes de Anne Dempsey encontram os meus. Ou quando seus lábios se esticam em um sorriso.

— Ah, que bom que você chegou, querida. Traga-me um café. E seja rápida, eu odeio esperar.

Eu a ignoro, voltando-me para Dominic. Ele está me olhando como se estivesse vendo um fantasma.

Dezessete horas. Passou apenas dezessete horas e ele já foi correndo para sua ex? Essa merda está mesmo acontecendo?

Eu não sei se já foi comprovado cientificamente que telepatia funciona, mas essas perguntas talvez tenham chegado em Dominic de alguma forma porque ele finalmente sai do seu transe e fica de pé.

— Abby...

Mas eu não quero ouvir o que ele tem para falar.

— Eu só vi entregar a minha demissão. Não sabia que você estava... acompanhado. — olho uma última vez para Anne, sorrindo e depois para Dominic, então dou as costas aos dois.

Passo pela mesa de Grace e deixo minha carta de demissão. Eu planeja entregar a Dominic depois de abrir o meu coração inútil para ele.

Entro no elevador.

Anne. Tinha que ser ela? A porra da sua ex-noiva? E ele tinha que ser tão rápido? Tudo bem que ele não está apaixonado por mim, mas não podia esperar só mais uma semana? Suas necessidades por uma transa são tão grandes assim? E por que a Anne? Isso é um golpe tão grande no meu orgulho que eu tenho vontade de me dar um tapa.

— Você é tão burra. — bato minha cabeça na parede de metal na mesma hora que a porta abre. Me arrependo instantâneamente quando sinto a dor aguda se instalar em meu crânio.

— Uau. Você está bem?

Olho para cima enquanto saio do elevador, encontrando Liam Devenport com as sobrancelhas erguidas.

— Ótima. — passo por ele, esfregando minha testa. Agora vou ficar com um galo e uma puta dor de cabeça. Por que eu tenho que ser tão estúpida?

— Meu irmão tem alguma coisa a ver com você estar tentando quebrar sua cabeça? — Liam está andando ao meu lado e não entendo porque ele ele está me seguindo se obviamente estava prestes a entrar no elevador.

— Eu não estava tentando quebrar minha... Ai! — me bato na porta giratória, quase ficando cega.

— Certo, gata borralheira, por que você não me deixa te ajudar? — as mãos de Liam já estão em meus ombros antes que eu recuse a oferta.

Deixo que ele me guie para fora do prédio porque estou ocupada demais esfregando os dois lados da minha testa.

Quando estamos do lado de fora, Liam para na minha frente e tenta examinar meu rosto. Eu o afasto.

— O que você tá fazendo aqui? — porque eu nunca o vi na empresa antes. Liam encolhe os ombros, olhando para cima como se pudesse ver o escritório do seu irmão.

— Vim saber porque não recebi minha mesada.

— Você recebe uma mesada? — não sei porque estou supresa, na verdade.

Liam me olha, arqueando a sobrancelha.

— Como você acha que eu sobrevivo?

— Há uma coisinha chamada trabalho. Você deveria experimentar.

— Eu já experimentei e não deu muito certo.

— Eu quero saber o que você fez?

— Não.

— Certo.

Dou risada e começo a andar. Por esse pequeno momento, eu consegui esquecer que Dominic está naquela sala com Anne. Eu prefiro não imaginar o que eles estão fazendo agora.

— Por que você está tão apressada? — Liam continua andando ao meu lado, as mãos nos bolsos. Diferente do irmão que está sempre engravatado, Liam se veste de forma despreocupada, com calça jeans, camisa e jaqueta de couro marrom.

— Por que você está tão interessado na minha vida?

— Você é a namorada do meu irmão, é normal que eu queira me aproximar e saber mais de você.

— Não estamos mais juntos. — solto sem querer. Liam para de andar um segundo, mas rapidamente se recupera.

— O que aquele idiota fez dessa vez?

— Por que você acha ele fez alguma coisa?

— Porque os homens são sempre os culpados.

Semicerro os olhos para ele.

— Você é um homem.

— Você quer me contar como fez sua descoberta? Foi minha... incrível virilidade que me entregou?

— Sua o quê...? — mas não consigo evitar de olhar para o que ele chama de Incrível Virilidade. De fato, Liam usa calças apertadas demais para o seu próprio bem, marcando sua... virilidade.

— Já terminou de olhar?

Ignoro seu sorrisinho e volto a olhar para frente, corando de forma ridícula.

Liam pigarreia.

— Enfim, como eu estava dizendo, eu digo, por experiência própria, que nós, homens, somos sempre os culpados. Então diz, o que o idiota fez?

— Ele é seu irmão. Você não deveria defendê-lo? — paro no semáforo, esperando para atravessar. Liam faz o mesmo.

— Exatamente por sermos irmãos, eu não posso entrar em sua defesa. Não vou passar a mão na cabeça dele. Tenho que ser o melhor de nós dois, lembra?

— Isso é uma competição, então? — Liam, eu e um mar de pessoas atravessamos a rua. Não faço ideia para onde estou indo, principalmente com Liam no meu ouvido, me impedindo de pensar.

— Não é preciso competir por algo que já está ganho.

— Você já nasceu com esse ego ou comprou na liquidação?

— Assim você me magoa.

Reviro os olhos mesmo quando quero rir. Ele e seu irmão não são nada parecidos.

Mais uma vez, eu tinha esquecido de Dominic e Anne e sei que se eu for para casa agora, vou ficar pensando nisso até minha cabeça explodir. E nem mesmo Dominic irá me fazer passar por isso.

Paro de andar e me viro para Liam, que estava atrás de mim, então consequentemente seu corpo tromba no meu.

— Tá afim de beber alguma coisa? — levanto a cabeça para encará-lo, pois ele é tão alto quanto o irmão.

Liam arqueia a sobrancelha.

— Você está falando de café ou...

— Cerveja. Vodka. Tequila. Whisky...

— Eu aceito só se você parar de listar as bebidas igual uma alcoólatra.

Semicerro os olhos.

— Você é terrível.

Liam sorri como se já soubesse disso e nós vamos atrás de um bar.


— Um! — grito e nós viramos um shot — Dois! — mais um — Três — outro — Quatro — mais outro. — Cinco!

Liam e eu engasgamos com a bebida que queima nossas gargantas. Pelo menos a minha.

— Você é um posso de supresas, sabia? — Liam está me olhando daquele jeito que faz com que eu me lembre de outra pessoa.

— É mesmo? — reviro os olhos, porque falar esse tipo de coisa é a cara dele.

— Sim, eu nunca imaginaria que você bebia tanto.

— Isso é um julgamento? — lhe encaro, esperando que ele meça suas palavras.

Liam levanta as mãos, em rendição.

— Por que eu julgaria alguém igual a mim?

Eu gosto dessa resposta.

Não sei que horas são, mas estamos aqui há um bom tempo. Pessoas entram e saem, mas Liam e eu permanecemos bebendo e conversando. Não contei a ele por que seu irmão e eu terminamos e Liam sabiamente não tocou no assunto.

Se eu quero sair da vida de Dominic, talvez o melhor caminho não seja trazendo seu irmão a um bar, mas aqui estamos e a companhia de Liam é bem agradável.

— Eu quero dançar. — digo, depois de observar as pessoas dançando. Já conversamos o bastante e a bebida em meu organismo está pedindo que eu vá dançar.

— Sorte a sua ter um ótimo parceiro  disponível bem aqui. — Liam pisca para mim, seu charme nunca lhe abandonando.

— Sem mãos bobas, entendeu?

— Sim, senhora.

Franzo a testa.

— Não me chame de senhora, sou apenas um ano mais velha que você.

— E isso é incrivelmente sexy.

Reviro os olhos mais uma vez, deixando que ele me leve para a pista de dança improvisada.

Liam cumpre com sua palavra, mantendo uma certa distância enquanto dançamos. Até me passa pela cabeça transar com ele para me vingar do seu irmão, mas não seria justo com Liam, além de eu também não saber se consigo transar com outro homem agora.

Para falar a verdade, eu não quero outro homem e isso é assustador, porque sexo sempre foi uma coisa que eu mantive na minha vida e nenhum caso de uma noite – ou uma semana no máximo – me deixou assim.

É porque você não amava aqueles homens, só usava seus corpos.

Às vezes eu odeio ter consciência.


— Droga. — murmuro quando tropeço para dentro do apartamento.

Lena já está em meus pés, latindo e me arranhando.

— Oi, bebê. Você cuidou da casa, hein? — me abaixo para fazer carinho nela, mas acabo caindo. — Wow.

Começo a rir, jogada no chão da sala enquanto Lena lambe meu rosto. Eu continuo não fazendo ideia da hora, mas sei que Liam me trouxe de táxi e ficou olhando enquanto eu entrava no prédio. Surpreendentemente ele não se ofereceu para entrar.

— Eu preciso ir pra cama — murmuro para Lena, sem me importar que ela está tentando comer meus saltos jogados no chão. — Cama, cama, ca...

Mas meus olhos já estão fechando e de repente, o chão da sala parece um lugar bem confortável.

Meu corpo está vibrando. Literalmente, sinto a vibração atravessar meu corpo.

Percebo que estou agarrada a minha bolsa que é de onde vem a vibração. Procuro celular na bolsa e minha visão está turva quando vejo o número desconhecido. Não quero atender, mas faço isso, pensando que pode ser importante.

— Alô?

Lena deita ao meu lado, os olhos curiosos me observando.

A pessoa do ouro lado da linha não diz nada, mas é possível ouvir uma respiração.

Meu coração acelera. Pode ser Dominic? Ele pode estar me ligando de outro número para que eu não saiba que é ele.

— Dom, é você? — sento-me no chão, minha cabeça girando com o movimento.

Nenhum respostas. Meu peito aperta.

— Eu estou cansada disso. Desse silêncio. Por favor... Se for você, apenas fale alguma coisa.

Uma batida de coração passa, então a ligação é encerrada.

— Pare de ser tão idiota, Abby. Ele não quer você. — sussurro para mim mesma, levantando e me arrastando para a cama.

Ai, gente, tadinha da Abby 💔

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