Devastadora Abby
Desde o dia que vim para cá (dois dias atrás) ainda não dormi na "minha" cama, mas tenho certeza que ela não é tão macia quanto a de Dominic.
Quando acordo, seus batimentos cardíacos preenchem meus ouvidos e percebo que estou com a cabeça em seu peito e seus braços estão ao redor de mim. É a segunda vez que acordamos assim e me sinto bem em estar em seus braços.
Merda merda merda
Me afasto dele, sentando-me na cama. Eu já disse que ele tem uma risada bonita e agora me senti bem em estar em seus braços. Menos de uma semana. Menos de uma semana.
— Não seja idiota! — digo para mim mesma, passando as mãos no rosto. Eu não posso me apaixonar por ele.
Dominic se mexe, virando na cama e sua mão toca minha coxa e ele aperta, abrindo um olho para me encarar.
— O que foi? — suas sobrancelhas se frazem e eu dou um sorriso amarelo.
— Nada.
Porque não é nada. Eu não posso começar a sentir algo por ele. Preciso me lembrar que isso é um jogo e que Dominic é um jogador muito, muito bom.
Quando chagamos a empresa, Grace corre até Dominic como um bichinho de estimação. Não sei por quê, mas não fui com a cara dela e ela muito menos com a minha. Nem sequer disfaça o olhar de nojo. Nojo.
Segurando a vontade de dar um tapa na cara pálida dela, sigo Dominic para dentro da sua sala, fechando a porta atrás de mim.
— Ela me odeia. — é a primeira coisa que digo. Ele ri ao se sentar na sua cadeira.
— A Grace tem o jeito dela. — Dominic dá de ombros, mas eu sei que ele sabe sobre os sentimentos dela.
— E eu tenho o meu, então, se sua secretária não parar de me olhar daquele jeito, vou arrancar os olhos dela.
Sorrio, para que ele saiba que não estou mentindo.
É sexta-feira quando o telefone de Grace toca. Ela suspira ao atender e passa a ligação para mim.
Minha mesa fica de frente para sua, mas eu quase nunca fico aqui, geralmente fico no escritório do Dominic, matando tempo. Como sua assistente pessoal, eu não tenho muita coisa para fazer, porquê Dominic não tem vida pessoal. As únicas coisas que fiz até agora foi levar café para ele, atender ligações da sua mãe que ele tanto insiste em evitar e lhe fazer companhia quando não está em nenhuma reunião.
Pigarreio e atendo.
— Davenport Company, o que deseja? — minha voz é suave e profissional, exatamente como todos os anos que trabalhei de secretária antes de ser demitida.
— É Beatrice Solace. Gostaria de falar com seu chefe.
Paro de brincar com a caneta ao ouvir a voz da melhor amiga de Dominic. Não a vi depois daquele dia e Dominic não tocou no nome da melhor amiga também. Estranho ela ligar para linha da empresa e não para o celular dele.
— Um momento — clicando em um botão, entro em contato com meu chefe. — Dom?
— Estou ouvindo.
— Beatrice está na outra linha. Deseja falar com você.
— Diga que estou em uma reunião.
E é isso. Ele desliga. Suspirando, retorno para linha da Beatrice.
— Ele está em uma reunião. Quer deixar um recado?
— Não... É a amante dele?
— Sou secretária pessoal do Sr Davenport. — por que ela quer saber?
— Certo, Secretária Pessoal do Sr Davenport. Gostaria de almoçar comigo?
Não contei a Dominic que iria almoçar com sua melhor amiga. Não achei que ele devesse saber. Não é como se eu estivesse cometendo um crime, certo? Certo.
O vestido azul que uso é um palmo acima do joelho, colado no corpo. Um pouco mais cumprido do que estou acostumada, mas apropriado para o trabalho. Minha mãe estaria orgulhosa.
Dou uma risada baixa. Minha mãe ficaria muito orgulhosa se eu fosse uma freira.
— Abigail Peterson. — contenho a careta quando avisto a mulher morena sentada. Está usando roupas pretas, como aquele dia e acessórios demais.
— Beatrice Solace. — retribuo o sorriso ao sentar a mesa.
— Ah, pode me chamar de Trix. — não sei se isso quer dizer que podemos ser amigas, mas eu anuo.
— Pode me chamar de Abby — ajeito a bolsa no assento vago e entrelaço as duas na mesa, ainda sorrindo. — Estou curiosa para saber o que a melhor amiga de Dominic quer comigo.
Beatrice suspira, talvez de forma dramática demias.
— Preciso da sua ajuda para convencer Dominic a ir no casamento do pai. — as palavras é dita com um suspiro, como se fosse difícil para ela me pedir isso.
— Dominic não se dá bem com o pai? — e por quê você está me contando isso?
— Não. O pai dele foi um desgraçado. Não culpo Dominic por não querer ficar cinco minutos na mesma sala que ele.
— Então...? — se ele é tão ruim assim não faz sentido ela querer que ele vá a esse casamento.
— Mas o velho quer fazer as pazes com ele. Fui encarregada de ajudar e agora estou passando esse dever pra você. Não é ótimo? — seu sorriso hesitante me diz que tem muito por trás disso.
— Por que acha que posso ajudar? — arqueio a sobrancelha. Estou começando a achar que Beatrice é um pouco louca.
— Está transando com ele. — ela diz como se não fosse óbvio.
— Meu relacionamento com Dominic não passa de sexo casual. Não tenho nenhuma influência sobre ele.
— Olha — Beatrice se inclina sobre a mesa, os olhos suplicantes. — É só convencê-lo a ir a esse casamento. Nada demais
Eu não deveria me envolver. A vida de Dominic não me interessa... Mas... Mas...
— Eu vou tentar.
Sábado a noite estou sentada no enorme sofá de Dominic, com um balde de pipoca, assistindo The Vampire Diaries na enorme TV. É sério, eu sou viciada nessa série e estou na parte em que a Katherine e o Stefan estão presos na tumba e ela tenta seduzir ele. Às vezes eu acho que pareço um pouco com a Katherine, mas a diferença entre nós duas é que eu com certeza escolheria o Damon.
O elevador é aberto e Dominic entra. Como hoje é sábado, não preciso aceitar nenhum convite seu para sair, então resolvi passar meu sábado aproveitando seu apartamento.
— Boa noite. — sua testa se franze ao ver o que estou assistindo. Certamente não é o que esperam que uma mulher de vinte e cinco anos assista
— Boa noite. — viro-me para TV de novo, sem querer perder nada. Está na parte da transformação do Tayler.
— O que está assistindo? — Dominic senta ao meu lado, tirando o blazer e a gravata. Ele teve uma reunião hoje a qual não precisou que eu estivesse presente.
— The Vampire Diaries. Já assistiu? — levo um punhado de pipoca a boca, fazendo careta pra TV. Deve ser horrível ter todos os ossos quebrando.
— Não. — o homem ao meu lado suspira e olho para ele. Parece cansado, pelo modo como seus ombros estão curvados e como ele passa a mão pelo rosto.
— Tudo bem?
— Não.
— Quer conversar?
— Não.
— É a única coisa que sabe dizer?
Um sorriso curva seus lábios e ele olha para mim, para minhas roupas — sua camisa.
— É confortável. — dou de ombros, não me permitindo corar.
— Vem cá. — Dominic ergue a mão para mim e eu sorrio, engatinhando até ele, deixando a pipoca de lado.
Sento em seu colo, passando as duas pernas ao lado do seu corpo. Suas mãos estão em meu quadril segundos depois.
— Senti sua falta hoje. — Dominic brinca com a renda da minha calcinha, enquanto seus lábios tocam meu pescoço. Isso desarma qualquer um.
— Ah, é? — arqueio mais o pescoço para ele, rebolando em seu colo. Não digo também que senti sua falta. Não senti, apenas pensei nele uma ou duas vezes, mais nada.
— Comprei uma coisa pra você. — ele se afasta, olhando em meus olhos.
— E o que foi? — minha voz é doce, mas não chega a ser irritante. Ontem ele me deu flores e bombons e antes de ontem, brincos.
— Amanhã você verá.
Um colocar. Uma corrente fina com pedrinhas de diamante e um pingente também feito de diamante formando a letra A, inicial do meu nome. Achei fofo e lindo quando a luz refletiu que é mesmo diamante.
No meio da tarde de domingo, Natan, Hannah e Flora chegaram e eu não estava esperando por eles. Tinha acabado de acordar do meu sono da tarde e usava outra camisa de Dominic.
— Mais um jantar? — pergunto a Dominic ao entrar em seu quarto. Ele está no closet, aparentemente escolhendo um terno.
— Sim, na casa da sua mãe, esqueceu? — ele me olha por cima do ombro, piscando um olho.
— Não vou ao jantar. Nós não vamos. — cruzo os braços. Não quero ficar no mesmo cômodo que Finn nunca mais. Não sinto mais nada por ele, mas... Se eu puder evitá-lo, eu farei. Sou uma covarde? Sim.
Dominic caminha até mim, parando a centímetros do meu rosto.
— Sim, você vai. Nós vamos. Conheço você o suficiente para saber que homem nenhum fará você abaixar a cabeça. Muito menos um idiota como Finn Johnson. Então, vamos e mostre a ele a mulher que se tornou sem ele.
Ele diz com tanta convicção e tanto... ódio do Finn, que não retruco.
— Vamos pôr a Devastadora Abby em ação, então.
Sorrimos como cúmplices e saio para me arrumar.
Votem e comentem
Môres, não sei dizer se vou postar ainda esse ano, então Feliz Ano Novo adiantando. Que o próximo ano seja melhor que esse.
2bjs môres ♥
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