Culpa
Ontem à noite contamos a família de Dominic que estamos noivos. Na verdade, as únicas pessoas que não sabiam era Karen e Beatrice. Lauren não demonstrou nenhuma supresa, mas ficou muito feliz. Liam teve a brilhante ideia de fazer um brinde e uma garrafa de champanhe levou a outra. Quando vimos, já estava quase amanhecendo.
Agora falta contar para meus irmãos e meu pai. Dominic disse que seria melhor fazer um jantar e pedir minha mão ao meu pai. Eu achei a ideia um pouco antiquada e disse a ele, mas não me importei mais que isso.
Agora estou no supermercado com Louis, comprando coisas da lista que Dominic me deu. Eu não sei o que ele pretende fazer, mas deve ser bom e também não decidimos o dia do jantar, mas será essa semana e como eu não tenho nada para fazer, resolvi vir ao mercado.
Louis tenta pegar um saco de batata palha enquanto eu vejo a diferença entre os extratos de tomate.
— Louis. — advirto. Esse tempo com ele eu percebi que ele entende quando eu fico brava com ele, como agora, quando ele desiste de pegar o saco de batata.
Eu tinha colocado ele no carrinho, mas ele começou a jogar as coisas para fora. Motivo número 1728 do porquê não quero ter filhos.
Depois de pegar tudo o que tinha na lista, vou para a sessão de besteiras que eu não deveria comer, mas como mesmo assim. Digo a mim mesma que os salgadinhos, doces, refrigerante e sorvete que comprei são para Sarah.
Eu nunca tinha pensando em fazer academia, mas como tanta besteira que me surpreende não ter engordado. Talvez eu faça uma dieta, já que agora estou noiva e vou me casar. Dominic e eu não falamos sobre datas ainda, porém.
Depois que a moça do caixa passa tudo e eu pago, ligo para Zaac enquanto me dirijo até a saída com o carrinho e Louis. Ele está lá fora, no estacionamento, mas eu vou precisar de uma ajudinha com as sacolas.
Assim que chego nas portas, franzo as sobrancelhas para a comoção lá fora. Os seguranças parecem estar tentando impedir umas dez pessoas de entrarem no supermercado.
Meu celular toca. É Zaac.
— Está tendo alguma invasão zumbi? — pergunto, voltando a andar.
— Senhorita... — ele começa a falar, mas está muito barulho como se ele tivesse no meio dessas pessoas. Pessoas essas que carregam câmeras.
Paparazzis, percebo. Será que tem alguma celebridade no supermercado?
— Eu não tô te ouvindo, mas já tô saindo daqui. — desligo o celular, saindo do mercado.
— É ela! — alguém grita e eu olho para os lados, mas apenas eu saí do mercado.
Os dois seguranças se atrapalham e as pessoas saem de seu alcance, começando a me cerca. Mas o que...
— Quando tempo você e Dominic Davenport se conhecem? — uma mulher pergunta, enfiando um gravador na minha cara. Louis começa a ficar agitado e eu, desesperada.
— Há quanto tempo estão noivos? — outro pergunta e não tenho tempo de perguntar como ele sabe disso, pois mais perguntas são feitas, os pessoas cada vez mais perto. Louis começa a chorar.
— Como você se sente sendo noiva de um homem que já se envolveu com quase todas as mulheres de Seattle?
— Você sabia que todas as mulheres que ele se envolveu são loiras, incluindo sua ex-noiva, Anne Dempsey?
O que isso tem haver com alguma coisa?
— Vocês vão se mudar para Nova York?
— Esse bebê é dele?
A última pergunta me faz arregalar os olhos.
— O quê? Não! — tento passar, mas é praticamente impossível. Louis não para de chorar e eu não posso fazer nada. Acho que tenho um vislumbre de Zaac tentando chegar até nós.
— Então essa criança é de outro homem?
— Por favor, me deixem passar, vocês estão assustando ele. — é como se eu tivesse sussurrando, porque eles não ouvem e só fazem mais perguntas absurdas. Penso em voltar para dentro do mercado, mas percebo que um ciculos se formou ao meu redor.
Certo, eu estou sendo encurralada por dez pessoas na frente de um supermercado com uma bebê chorando e eles não sentem um pingo de compaixão.
Quando alguém segura meu braço, eu começo a pensar em quantos anos de cadeia eu pegaria por agressão, mas os pensamentos homicidas e o pânico dão lugar a alívio quando Zaac abraça minha cintura e afasta os paparazzi, me levando para longe.
Eles continuam nos cercando, mas Zaac consegue nos levar para dentro do carro em passos rápido e fechar a porta. Me afasto da janela quando a mulher com gravador começa a bater na janela.
Zaac entra no carro, ligando e começando a dar ré, obrigando-os a se afastar.
— A senhorita está bem? — Zaac me pergunta.
Eu só consigo assentir, enquanto tento fazer Louis parar de chorar.
— Estamos perto da Company Davenport, vou levar a senhorita para lá.
Eu poderia ficar surpresa em como Zaac dirigiu rápido se ainda não tivesse fazendo Louis se acalmar. Ou tentando. Ele está vermelho e eu estou começando a ficar preocupada. Na verdade, eu comecei a chorar em algum momento.
Enxugo meu rosto quando entramos na empresa, mas não é difícil de perceber o pânico em meu rosto.
Os funcionários olham, mas Zaac apenas nos leva para o elevador e rapidamente estamos no último andar. Não sei se é sorte, mas Dominic está na recepção conversando com mais três homens que parecem ser muito importantes quando saímos do elevador.
Eu corro até ele sem se importar com esses homens ou Grace. A sua preocupação é nítida quando ele me vê com Louis.
— Ele está chorando há uns dez minutos, eu já fiz de tudo, mas ele não para.
Dominic não pensa duas vezes antes de pegar Louis de meus braços.
— Shhh, está tudo bem — ele começa a balançar Louis, fazendo a mesma coisa que fez naquele dia em seu apartamento. Então se vira para Grace. — Traga água para os dois. Agora.
Grace sai apressada, enquanto eu percebo que deixei a bolsa de Louis no carro e as compras no mercado. Os três homens se despedem de Dominic, mas ele não está prestando atenção.
— Senhor... — Zaac começa, parecendo cauteloso.
— Para a minha sala.
Para mim ele lança um olhar mais gentil e eu o sigo, Zaac no meu encalço.
Em seu escritório, eu me sento em uma das cadeiras, observando Dominic fazer Louis parar de chorar aos poucos. Relaxo um pouco, mas acho que ainda estou tremendo. Eu não sei o que achei que podia acontecer, mas ver Louis histérico me deixou mais desesperada do que eu achei que poderia ficar na minha vida.
— Comece a falar. Agora. — Dominic diz a Zaac, mas não está olhando em seus olhos.
— Eu levei a senhorita Abby ao supermercado. Eu fiquei esperando por ela no carro, então percebi uma movimentação na entrada. Quando me aproximei, percebi que eram paparazzis. Eles a cercaram quando ela saiu, fazendo perguntas sobre — Zaac pigarreia, não parecendo confortável em continuar. — o noivado de vocês.
Dominic olha para ele então e depois para mim.
— É verdade. — conto.
— O sobrinho da senhorita Abby acabou ficando um pouco agitado. — Zaac termina.
— Um pouco? — Dominic questiona, não parecendo nada feliz. — Você os trouxe, viu como a Abby estava desesperada por conta do Louis. Você deixou isso acontecer.
— Não foi culpa dele. — entro em defesa de Zaac. Ele não podia fazer muita coisa naquela situação.
Dominic me ignora.
— Eu pago você para cuidar da segurança dela. Eu deveria repensar seu emprego, Zaac?
— Eu sinto muito, senhor. — Zaac abaixa a cabeça, arrependido e envergonhado.
— Eu fiz uma pergunta. Eu deveria demitir você por isso?
Começo a protestar de novo, mas Zaac responde:
— É sua decisão, senhor, mas prometo não deixar que algo assim aconteça de novo se me deixar com o emprego.
Tenho pena de Zaac, porque sei o quanto ele gosta do seu emprego. Além do mais, eu gosto dele.
— Saia. — é a resposta de Dominic. Olho para ele, chocada. Não tenho a oportunidade de reclamar, porque Grace entra na sala, deixando uma bandeja com dois copos de água cheios e uma jarra.
— Você não devia tê-lo tratado assim. — digo assim que Grace sai. Dominic suspira, sentando em sua poltrona.
— Ele mereceu. — diz, pegando o copo com água.
— Não mereceu, não. Zaac não teve culpa. O que você queria que ele fizesse? Batesse em todo mundo?
Dominic não diz nada. Continuo insistindo, enquanto ele cuidadosamente da água a Louis.
— Você não vai demitir o Zaac. Eu concordei com um segurança e gosto do que tenho agora. Se você o demitir, nem adianta colocar outro no lugar.
Dominic me encara, eu não desvio o olhar. A culpa não foi de Zaac e ele sabe disso, como também sabe que estou falando sério.
— Tudo bem. — é sua resposta. Eu deveria relaxar e beber um pouco de água, mas fico ainda mais irritada.
— É só isso? — arqueio a sobrancelha. Dominic imita minha expressão.
— Você prefere que eu discuta com você? Ótimo, vamos lá: eu estou puto da vida agora e não é só com o Zaac. Ele não teve culpa, ok, mas eu tive. Pela segunda vez em uma semana fiz você passar por situações de pânico. Estou puto porque enquanto tento garantir sua segurança, algo assim acontece justamente por minha causa.
Abro e fecho a boca, piscando com a raiva em sua voz, mesmo quando ele parece muito calmo colocando o copo de volta na mesa e enxugando Louis com um pano que ele tira do paletó.
— Não vejo como você teve culpa nisso. — consigo dizer. Dominic me olha, incrédulo.
— Não vê? Esses paparazzis e jornalistas estavam atrás de você por minha causa, Abby. Para você eu posso apenas ser Dominic, mas o resto do mundo me vê como o herdeiro de uma maldita dinastia; CEO de uma das maiores empresas do mundo. E você é minha noiva. Eu coloquei você nisso. Fui egoísta.
— Eu não me importo com quem você é ou o que você faz. — atiro de volta.
— Eu sei e isso é o que mais dói. Porque o que aconteceu hoje não vai parar. Já parou para pensar porque nunca levei você a nenhum evento público?
Não. Eu sempre achei que era porque ele era uma pessoa reservada e até gostava disso, porque na minha cabeça, fazia parte do seu jeito misterioso.
— Já saimos para jantar e fomos para Nova York... —
— Nosso primeiro jantar eu fechei o restaurante. Quando fomos para Nova York era um evento fechado. O outro jantar semanas atrás? Me certifiquei que não houvesse nenhum jornalista. Tacoma? Te apresentei como minha assistente pessoal. Aquela notícia que saiu no Natal? Paguei para se livrarem disso. Aqui na empresa? Todo mundo achava que você era só um caso. O casamento do meu pai e o enterro? Não teve imprensa.
Eu o estou encarando, um pouco chocada com sua preocupação em ser visto comigo. Não estou irritada, apenas surpresa por nunca ter pensado em nada disso.
— Eu deveria ter conversado com você sobre isso: que não seria fácil. Pensei em fazer quando pedi você em casamento, mas você reagiu mal o suficiente ao pedido para eu deixar para lá. Talvez fosse um sinal.
— O que você quer dizer com isso? — sinto minha coluna enrijecer com suas últimas palavras.
— Que talvez devéssemos repensar o noivado. A nossa relação.
— O quê? — ele perdeu completamente a razão?
— Eu estou pensando em você...
— Você está pensando em mim? — levanto irritada. — Quantos anos você acha que eu tenho, Dominic? Eu posso decidir com quem eu quero ficar e como isso me afeta.
— Eu sei...
— Cale a boca. Ainda não terminei.
Ele sabiamente me obedece.
— Acha que eu não sei que você é uma pessoa importante e os caralho à quatro? Pois eu sempre soube. Eu conheço a sua fama. O Príncipe de Seattle. Pega quem quiser, faz o que quiser. Eu aceitei ficar com você mesmo assim. Eu sempre respeitei seu jeito reservado, não fiquei chateada quando você não me contou que teve uma noiva. Voltei pra você depois de você me ver ir embora três vezes e não fazer nada. Levei numa boa a história da sua família e os insultos do seu pai. Eu passei por um inferno quando você ficou desaparecido. E agora você acha que uns paparazzis idiotas vão me fazer desistir? Eu achei que você soubesse que eu nunca desisto do que eu quero e eu já disse que quero você, então dá próxima vez que você me subestimar assim, eu faço você engolir a porra desse anel.
Vou até ele e pego Louis de seu colo. Dominic fica de pé.
— Para onde você vai?
— Embora. Tô cansada de ver você bancando o idiota.
Louis não chora, o que é um alívio e eu dou as costas a Dominic.
Pisando duro, saio da sua sala, dando de cara com Anne e Grace conversando na recepção. Não falo com nenhuma das duas, é claro, mas tenho certeza que ouviram pelo menos alguma coisa da discussão.
Cobras.
À noite, depois de Sabine vir buscar as crianças, eu conto a o que aconteceu, me desculpando. Ela dispensa minhas desculpas, querendo saber se estou bem. Também conto a ela sobre a discussão com Dominic.
Assim que ela vai embora, Dominic me manda uma mensagem. Ele mandou várias, mas eu não respondi nenhuma. Ainda estou irritada.
|Dominic|
Não vou chegar cedo hoje. Haverá um jantar beneficente que preciso ir. Comentei com você hoje de manhã e você deve ter recebido o vestido, mas presumo que ainda está brava, então vou sozinho.
Conversamos quando eu chegar, ok?
Eu não lembrava mais desse jantar, mas de fato recebi a caixa com o vestido.
Os jornalistas do supermercado não conseguiram nenhuma resposta minha, mas isso não os impediu de fazer fotos e matérias sobre "A nova noiva do Príncipe de Seattle". Fuçaram meu Instagram também e há fotos minhas nos sites. Pelo menos eu estava bonita em todas.
Respirando fundo, jogo o celular no sofá. Lena está ao meu lado e eu acaricio seu pelo enquanto penso.
Não demora muito para eu ficar de pé.
Oioi. Queria começar agradecendo vcs pelas mensagens de ontem. Foi realmente muito importante para mim ler e saber como vcs se sentem em relação a história. Então, obrigada ♥️✨
Agora sobre o capítulo, que loucura, hein? Confesso que eu já deveria ter colocado isso antes, considerando que Dominic realmente é alguém importante e tals.
Eu achei muito fofo ele acalmando o Louis🤧♥️
Vocês acham que Abby está com razão? O Dominic foi idiota de novo?
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2bjs, môres♥
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