➶Capítulo 17◜Seja Bem-vinda Ao Orfanato Hikari Bīmu!◞

Será que ainda existe gente esperando essa obra ser atualizada??

-- Caso você seja um dos leitores que acompanhavam as atualizações até o Hiatus começar, recomendo que releia os últimos 3 capítulos para relembrar os acontecimentos anteriores --

< Fim oficial do Hiatus >

Risadas alegres preenchiam o ar de uma noite solitária e calorosa.

A escuridão do céu caia sobre o mundo, de forma mais intensa a cada hora que passava, a lua deslizava em uma dança lenta e quase impossível de se notar ao olho nu, enquanto, em movimentos leves, se aproximava do centro do céu, sendo rodeada por suas amadas filhas: as estrelas.

Era algo realmente lindo de se ver, embora fossem poucas as pessoas que realmente apreciassem sua beleza, as crianças eram as que mais se interessavam por aquele céu, que até onde o conhecimento humano alcançava, sempre existiu.

Deitadas sobre um gramado úmido e gelado, que fazia cócegas em suas peles macias e expostas, todas as crianças se juntavam no quintal e riam juntas, compartilhando sentimentos, emoções e lembranças verdadeiramente únicas enquanto se divertiam observando o céu, algumas compartilhando informações que encontraram em algum livro e outras apenas brincando e fazendo suposições, a inocência que dominava suas pequenas mentes em desenvolvimento era algo realmente belo de se assistir.

olha, olha! Aquela nuvem parece um sapo! Kehehehe uma mãozinha minúscula de repente se move de forma brusca para cima, enquanto uma das crianças apontava para o céu, mostrando às outras a nuvem em forma de sapo que havia encontrado.

hahahaha é verdade! Que engraçado! um garotinho riu em resposta, notando que seu pequeno companheiro tinha razão.

aquela ali parece uma carne! outra voz surgiu no ar logo em seguida, essa contendo uma animação visível em seu tom.

Niru-chan...você só pensa em comida uma criança ao lado da dona de uma empolgação transbordante falou, suspirando, mas rindo logo em seguida.

eei, qual é o nome daquela constelação ali?? mais uma voz surgiu no local.

aquela? Hmm, eu realmente não sei, ainda não li nada que falasse sobre ela uma garotinha, que naquele momento era a que mais sabia sobre o céu e as estrelas murmurou, pousando os olhos na constelação citada anteriormente.

ela tem uma forma engraçada...parece uma cadeira caída hahahaha!

é verdade!

e-ei...vamos dar um nome para essa constelação?! uma criança que era nitidamente uma das menores que tinha naquele grupo falou de repente, se sentando no gramado e chamando a atenção de todas as outras.

dar um nome? Parece uma boa ideia.

gostei, vamos criar uma constelação só nossa!

E com isso, todas as outras crianças foram pegando o embalo e concordando com a ideia.

que nome vamos dar para ela?

tem que ser algo único!

oh, eu tenho uma lista de nomes que gostaria de dar para ela.

não, esses nomes cafonas de novo não!

temos que dar um nome que seja irado!

hey, hey, quem deu a ideia foi o Yu, não foi? Vamos deixar que ele dê o nome da constelação uma garota propôs de repente, fazendo todo o restante se calar e direcionar os olhos para Yu, que piscou algumas vezes, confuso, antes de ser dominado por uma timidez repentina.

a-ah, eu não sou muito bom com nomes... olhou para o próprio colo, coçando a bochecha e tentando disfarçar o nervosismo.

não tem problema nenhum, nós precisamos de um nome único para essa constelação, de qualquer forma a mesma garota de antes abraçou os próprios joelhos e deu um sorriso amigável na direção do garoto.

....se é assim...então... depois de alguns minutos em silêncio, ele ergueu o olhar e fitou novamente o céu noturno, uma expressão séria dominando seu rosto ━vamos chamá-la de....

Todas as outras crianças olharam ansiosamente para Yu.

....cadeira caída disse por fim, o novo nome da constelação.

Uma gota d'água caiu sobre a cabeça de todas as crianças que ali estavam, uma careta surgindo no rosto da maioria.

aaaaaaaah! todas resmungaram quase que em sincronia.

cadeira caída, isso é sério??

que nome estranho!

Yu encolheu os ombros e olhou para o lado, soltando uma risadinha baixa.

ah, não tem problema, se pararem para pensar, até que é um nome legal novamente, a garota que estava ao lado do menor o defendeu.

bem..é..pode ser, a constelação parece uma cadeira caída mesmo disse uma das crianças.

mas, qual vai ser o significado dessa constelação?

significado? Yu levantou a cabeça curiosamente.

é, toda constelação tem um significado, não é? Vamos dar um significado para a nossa também.

um significado... murmurou pensativo, observando seus amigos por mais um momento, antes de por seus olhos na junção de estrelas que formavam um desenho um tanto que engraçado ━ essa constelação falou, após ponderar consigo mesmo por alguns segundos, apontando para o céu ━ vai significar "família".

As outras crianças o observaram com curiosidade.

por que família? uma delas indagou, confusa.

bem..porque todos nós estamos aqui, juntos, criando uma constelação, e...nós somos uma família se levantou do chão e colocou as mãos na cintura, analisando seus companheiros ━ aquela constelação vai nos representar de hoje em diante! estufou o peito, dando um sorriso enorme.

Todas as outras crianças sorriram após ouvir isso, ter uma constelação que os representasse? Nada parecia mais significativos para eles do que aquilo.

crianças! O ar aí fora está ficando cada vez mais frio e já deu a hora de ir dormir, entrem todos! a voz doce e gentil de uma mulher chegando em sua velhice ecoou pelo ar, fazendo com que todas as crianças rapidamente levantassem do chão.

sim, Omma-sama!! gritaram elas, todas obedecendo ao chamado da mais velha e entrando dentro da casa.

Yu estava prestes a ir também, mas parou quando sentiu a falta de algo que deveria estar com ele.

Virando-se novamente, ele procurou com o olhar por seu fiel companheiro: seu ursinho de pelúcia, não encontrando-o em lugar nenhum e começando a se desesperar.

Varrendo todo o cenário que o rodeava com olhos cautelosos, mas apressados, o pequeno procurou o objeto, se assustando ao notar que ele parecia não estar em lugar nenhum.

Yu, querido, o que foi? notando que apenas o garotinho havia ficado para trás, a mulher de cabelo castanho escuro preso em um coque bem feito se aproximou do menor, passando a mão por seu ombro e o acariciando gentilmente.

eu não estou encontrando o Luck voltou suas orbes para a mulher que era como uma mãe para ele, sendo franco e fazendo uma expressão tristonha.

Omma ergueu as sobrancelhas em compreensão, já sabendo que Luck era o nome que o garoto havia dado para o ursinho de pelúcia que ele nunca largava.

Batucando o dedo sobre os lábios, a morena vasculhou as próprias memórias, tentando se recordar da última vez em que havia visto o garoto com seu urso naquele dia.

o Luck? Oh meu anjo, eu lembro de ter visto você brincando com ele lá na parte da frente do quintal hoje mais cedo se lembrou rapidamente, bagunçando o cabelo dele.

ah! Acho que esqueci ele lá quando fui brincar de pega-pega e o apoiei no muro, só um momento Omma-sama, vou ir buscá-lo abriu um sorriso aliviado, se apressando em correr para a parte da frente do orfanato.

Omma seguiu os movimentos da criança com um olhar calmo e delicado, soltando uma risadinha, antes de voltar para dentro da casa.

Afundando os pés no gramado esverdeado do quintal, Yu não perdeu tempo e foi em busca de seu companheiro fofinho, que havia sido esquecido há pouco.

Diminuindo a velocidade de seus passos e parando de correr, o garoto se encontrou em frente ao muro gradeado que protegia o orfanato de possíveis invasores. Se aproximando ainda mais do local, ele deslizou as orbes pelos arredores, concentrando-se em apenas encontrar ao seu amigo inanimado.

ah, aqui está você, Luck! depois de alguns segundos, Yu finalmente avistou Luck, que estava apoiado entre algumas grades, o ursinho estava sentado em uma posição que o impedisse de cair para o lado de fora do muro.

Dando passos apressados e longos até o peluche, o garotinho suspirou e o pegou carinhosamente na mão, colocando-o em frente ao seu rosto e averiguando se a pelúcia não havia sido rasgada ou algo assim, sentindo um alívio dominar seu corpo quando notou que ele estava intacto.

Trazendo o pequeno ursinho para perto de si e envolvendo os braços nele de forma que o impedisse de cair de seu colo, Yu se preparou para voltar para dentro da casa e ir dormir, mas parou quando houve uma falha no poste mais próximo do orfanato, deixando temporariamente não só grande parte da rua, como também o quintal onde o menor se encontrava, em completa escuridão.

Arregalando as orbes por um momento, Yu redirecionou seus olhos na direção do poste, vendo-o começar a falhar repetidamente, fazendo o local oscilar entre escuro e iluminado.

Não tirando os olhos do poste de luz, Yu engoliu a própria saliva, só então notando o quão assustadoramente silencioso o local estava, não havia nenhum único barulho preenchendo o ar naquele momento, tirando o barulho que saia do próprio poste de luz.

Parecia que a qualquer momento aquele poste ia finalmente parar de funcionar e deixar a escuridão engolir o local em que o garoto estava. Foi aí, que ele percebeu o quão apavorante era o cenário a sua volta. Os seus batimentos cardíacos iam acelerando mais a cada vez que Yu ficava ciente do quanto a atmosfera se encontrava assustadora naquele momento, como em um filme de terror.

Sentindo o medo finalmente dominar todo o seu corpo, a criança respirou fundo e moveu os membros, pronta para voltar para seu quarto o mais rápido que possível.

Mas seu corpo congelou quando, por um momento, ele escutou um barulho na grama, um barulho de..passos.

Se Yu arregalasse os olhos ainda mais do que já tinha arregalado naquele momento, seus olhos com certeza saltariam para fora de seu rosto.

Prendendo a respiração e tentando fazer o mínimo barulho possível, o garoto se concentrou nos sons à sua volta, querendo ter certeza do que havia ouvido.

......

....

...

Mas nada veio.

E apenas quando o moreno já havia assumido que tinha sido apenas sua imaginação, Yu escutou novamente o barulho de passos no gramado.

Tap
Tap
Tap
Tap

E os passos iam ficando cada vez mais próximos e audíveis.
Juntamente da aproximidade do novo companheiro de Yu, o medo e angustia do garoto aumentavam, engolindo mais e mais da alma dele a cada segundo que passava, seu coração batucava tão forte contra seu peito que ele era capaz de escutar os próprios batimentos cardíacos eletrizarem todo o seu corpo que tremia tanto ao ponto do garoto estar tendo dificuldades de se manter em pé.

Os passos pararam, mas a sensação de medo continuou ali, afinal, ele sabia que tinha mais alguém com ele.

Segurando um pouco mais forte o seu ursinho de pelúcia, Yu encontrou dificuldade em respirar normalmente, alimentando ainda mais o desespero que possuía aquele pequeno corpo.

"Pode ser alguma outra criança..ou então a Omma-sama.."

Foi um pensamento que lhe ocorreu a mente em uma tentativa de acalmar a si próprio.

"Sim, com certeza é isso, não é como se tivesse mais alguém aqui além deles!"

Continuou a afirmar para si mesmo, engolindo em seco e orando para algum ser divino que o escutava naquele momento protegê-lo.

"Eu deveria parar com esse medo bobo e ir logo para a cama!"

Criando uma coragem quase que inexistente, Yu começou a mover seu corpo de forma lenta e hesitante para frente, decidido a superar seu medo.

Repentinamente, tudo pareceu ficar em câmera lenta para o garoto, um olhar desesperado cruzou seu rosto quando ele finalmente ficou de frente para a possível pessoa que havia surgido de repente.

Mas, ele realmente não teve chance de ver ou ouvir nada, apenas de piscar, e, antes que notasse, já tinha algo fincado com brutalidade no centro de seu peito, mais precisamente, local onde deveria ficar o seu coração.

Pedaços de algodão voaram pelo ar quando algo afiado e veloz perfurou o peitoral do animal de pelúcida, rasgando não só ao ursinho, como também ao dono do brinquedo.

Agora sim, Luck estava danificado, sujo de sangue e com um enorme buraco em si, o que preenchia o corpo do animal e o deixava fofinho, aos poucos ia caindo no chão e se grudando na poça de sangue que pingava de Yu.

Os braços do garoto se afrouxaram do aperto em Luck, fazendo o brinquedo cair de seu colo e ir diretamente de encontro com o chão, assim como o corpo já sem vida da criança de cabelos morenos, que caiu sobre a própria poça de sangue, fazendo o líquido vermelho espirrar e sujar mais daquela grama esverdeada.

Em uma noite fria e solitária, os olhos maliciosos de alguém ganhavam um brilho de satisfação.

....

Esta noite, eu havia tido um sonho, um sonho estranhamente grande.

No começo, ele parecia um sonho distante e difícil de se entender, mas ao decorrer dos acontecimentos, eu me sentia cada vez mais acordada dentro dele.

Naquele sonho, senti emoções fortes, senti cheiros..e senti toques na minha pele.

Mas de alguma forma.

Não parecia que era eu naquele sonho.

Era como se eu tivesse entrado no sonho de outra pessoa...

...aquele sonho era tão..estranho, ele era tão claro e assustador. Era como se....quase como se...não fosse sonho..
Mas, isso não era possível, certo?

Quando acordei, me senti tão desesperada que até mesmo respirar parecia difícil, eu realmente senti que estava sendo esfaqueada e que tinha sido morta. Mesmo após o sonho ter terminado, as emoções que ele havia transmitido para mim continuaram frescas na minha memória, deixando meu corpo tenso e em alerta. Mesmo que eu soubesse que não estava em perigo, continuei a me sentir em perigo.

Foi apenas um sonho, foi apenas um sonho ruim, aquilo não aconteceu de verdade, acalme-se, foi apenas um sonho.

Foi o que eu repeti para mim mesma mais vezes do que um ser humano pudesse contar, enquanto tentava não deixar transparecer o quão assustada eu realmente estava.

Mas...

"Uma criança acabou de ser morta..seu nome era Yu"

As palavras de Orion ecooaram por minha mente novamente.

A confusão dominou minha mente e minha alma, como assim..Yu??

....

Aquilo não havia sido um sonho...

Tudo o que eu havia visto foi...

real? uma voz rouca e extremamente baixa falou em um sussurro quase que inaudível, aquela era a minha voz, a voz de uma eu descrente e totalmente confusa. Assim como no dia em que eu de repente acordei sem lembrar nada sobre mim mesma e minha vida, minha mente se despedaçava em um quebra cabeça cada vez mais difícil de montar, um turbilhão de perguntas ressurgiram em minha cabeça, todas, assim como naquele dia, sem respostas.

Como era possível eu ter sonhado com a morte de uma pessoa, e no outro dia tal pessoa morrer?!

Poderia ter sido apenas uma coincidência extremamente grande?

A conversa que havia nascido entre os meus companheiros continuava a fluir normalmente, sem a minha participação e interrupção, a verdade era que já fazia bastante tempo desde que eu deixei de ouvir sobre o que falavam.

Naquele momento, eu me encontrava presa entre grades de um ferro impossível de se quebrar, as informações grandemente importantes que me faltavam pareciam me afugentar cada vez mais naquela prisão mental, eu sentia como se estivesse me afogando em mim mesma, e o mais estranho era que aquela sensação de estar me afogando em um rio predador era bastante familiar..

Tão familiar ao ponto de..

Eu realmente não estar conseguindo respirar.

Era como se minhas narinas estivessem sendo tampadas por dois canos que impediam que qualquer ar entrasse por elas, me deixando ainda mais desesperada do que eu já estava, eu conseguia sentir e ouvir meu coração batendo em várias partes do meu corpo com tamanha velocidade e brutalidade que por um momento cheguei a temer que ele pulasse para fora de meu peito. Minha cabeça parecia pesada e eu a sentia girar em desespero por falta de ar, a cada momento minha respiração ficava mais pesada e descontrolada.

O que fazer em seguida? Eu não conseguia pensar direito, e muito menos mover sequer uma parte do meu corpo, eu estava imóvel, olhos grudados em meu colo enquanto o suor escorria por minha testa.

Eu não estava conseguindo.

Por mais que me esforçasse, eu não estava conseguindo. Não estava conseguindo respirar, não estava conseguindo me mexer, não estava conseguindo pensar com clareza.

O pânico parecia consumir totalmente à minha existência, me deixando mais do que atordoada.

...( nome )-san..? a voz baixa e doce de um animal cuja a existência aprendi a adorar com todas as minhas forças invadiu meus ouvidos de repente, me trazendo de volta a vida real e me arrancando brutalmente do rio que me enjaulava sem resquício algum de pena, as correntes que antes pareciam intensamente resistentes e que envolviam meus braços e pernas, impedindo-me de fugir dele, quebraram subitamente, me dando uma liberdade temporária de mim mesma.

Dando um sobressalto por culpa do susto e levantando rapidamente a cabeça para cima, voltei os olhos para aquele que havia me chamado e engoli em seco, sentindo meu corpo todo tremer.

As orbes redondas e imensamente negras de Kachiku me capturaram no momento em que fitei seu pequeno rosto.

A preocupação estava estampada em sua cara enquanto ele parecia analisar minha face silenciosamente, tentando descobrir o que havia de errado comigo.

você está bem? perguntou após alguns segundos silenciosos ━ sua respiração está muito ofegante, seus batimentos também estão bastante acelerados, aconteceu alguma coisa? apertando as sobrancelhas e se aproximando um pouco mais de mim, ele botou a patinha sobre a minha mão que estava pousada em meu colo, como se quisesse demonstrar que estava ali, me apoiando.

Senti minha respiração engatilhar. Sem saber o que responder, reprimi os lábios.

dizem que uma das crianças viu o corpo primeiro que todo mundo a voz de Orion, que antes parecia distante, percorreu novamente as paredes daquele quarto, dessa vez acessando também aos meus ouvidos, me deixando ciente de que o assunto ainda era a morte de Yu.

Quebrando contato visual que tinha com Kachiku, ergui minhas orbes e fitei meus companheiros, que discutiam com semblantes sérios.

o quão assustada e traumatizada ela não deve ter ficado? Kiba murmurou, tendo pena.

coitada.. Hinata sussurrou logo em seguida ━ deve ter sido uma visão horrível.

A imagem do corpo do pobre garoto veio à minha mente novamente. Senti meu corpo estremecer com aquela lembrança.

Era assustador, era assustador porque eu conseguia sentir vividamente tudo o que aquele garoto havia sentido. Todas as emoções que ele transmitiu, do início ao fim daquele enorme sonho distante foram passadas para mim, inclusive o amor que ele sentia pelas outras crianças que moravam naquele orfanato.

Sim, realmente foi uma visão horrível, tenho certeza que a criança que o viu, nunca se esquecerá.

...

Rangendo meus dentes, cerrei meus punhos com força, sentindo uma rajada de sentimentos me inundarem. Os sentimentos que Yu transmitiu para mim se juntaram com os meus próprios sentimentos, criando uma confusão em minha mente, eu já não sabia mais se o que estava sentindo eram minhas próprias emoções, ou as emoções dele.

Mas, isso realmente não importava para mim.

Eu havia sentido na pele, tudo o que uma criança assustada e desprotegida sentiu, e aquilo foi horrível.

Nenhuma criança no mundo deveria passar por aquelas coisas. Ainda mais pobres crianças órfãos, já haviam perdido tudo na vida, e agora estavam perdendo o direito de viver! Aquelas mortes eram muito injustas.

Respirando fundo algumas vezes, mordi meu lábio inferior com força, tentando despertar meu corpo trêmulo com a dor.

eh! ( nome )-san?! Kachiku se assustou quando de repente formei uma concha com minhas mãos e o apanhei entre elas, tirando apressadamente o lençol que me embrulhava de cima de mim e calçando minha sandália, antes de correr sem pensar duas vezes para fora do quarto, passando por Orion que estava perto da porta e fazendo um vento repentino estapear sua pele.

o q- hey!! ( nome )-chan!! Para onde você está indo?!?!ouvi a voz confusa de Kiba deslizar pelos corredores da pousada.

As vozes de meus companheiros que estranhavam meu comportamento repentino estapearam meus ouvidos, enquanto eles começavam a correr, me seguindo.

Finalmente alcançando a recepção, deslizei pelas portas de madeira dela, saindo da pousada e sendo agraciada com um calor até que agradável de um sol que ainda estava nascendo, em frente, já havia vários trabalhadores e pessoas perambulando pelas ruas, lojas se abrindo e crianças saindo de suas casas para brincar com seus amigos na rua.

Não dando muita importância para o cenário à minha frente, movimentei minhas pernas com agilidade, correndo o mais rápido que podia em uma direção exata que parecia estar grudada na minha mente desde sempre, recebendo olhares tortos ou confusos de algumas pessoas ao meu redor.

A ventania ainda gelada da manhã que se formou ao meu redor por culpa da velocidade em que eu corria me deu um bom dia gentil, enquanto acariciava meu rosto e pele exposta, puxando meus fios de cabelo para uma dança no ar.

Conforme eu corria, várias barraquinhas vazias e sem ninguém dentro surgiam no meu campo de vista, e, antes que eu pudesse notar, já corria entre elas, fazendo-as ficar para trás e logo sumir de minha visão.

Não esquecendo-me de Kachiku, o deixei refugiado em meu peito desde o momento em que comecei a correr, protegendo seu pequeno corpo do vento com minhas próprias mãos, que serviam como uma espécie de barreira para ele.

Não desacelerando nem por um momento, adentrei a rua misteriosa que ontem me atraia com tanta precisão, a luz do sol que já reinava sobre o céu penetrava a rua, deixando-a clara, as coisas que no dia anterior eu não conseguia enxergar por culpa da falta de iluminação, hoje já via sem dificuldade alguma.

Foi só quando avistei a construção que me causava arrepios, que vim diminuir a velocidade de meus passos, parando de correr e passando a andar apressadamente.

Meus pés pararam automaticamente assim que me vi em frente ao orfanato. Meus lábios entreabertos oscilavam entre sugar o ar para dentro e jogá-lo para fora logo em seguida constantemente enquanto meu peito subia e descia de forma nítida.

Senti Kachiku se remexer em minhas mãos, recuperando o equilíbrio e se sentando, apoiando a cabeça entre meus dedos, observou o cenário ao nosso redor, tentando entender o que estava acontecendo.

Deslizando minhas orbes pelas grades do muro que tinha bem na minha frente, procurei por alguma coisa que fosse capaz de tirar a dúvida que dominava minha mente.

Erguendo a cabeça e capturando o poste de luz que me parecia familiar com o olhar, tentei reconhecer os mínimos detalhes do local, assimilando-os ao que eu havia visto no sonho.

O que eu estava fazendo? A resposta para essa pergunta era bem simples, eu estava caçando com as orbes o canto exato em que - no meu sonho - Yu havia sido morto, o cenário à minha frente tinha se tornado a cena de um crime inimaginável, só em pensar naquele fato, eu já me sentia assustada, e era ainda mais assustador saber que tal Orfanato já havia sido cena de vários outros crimes, com várias outras crianças.

Eu estava em busca do local exato onde Yu estava quando foi morto. Procurava desesperadamente por ele, esperando achar algo, qualquer coisa, que me provasse que aquilo não havia passado de um sonho, que a morte de Yu e o meu sonho foram apenas coincidências.

Eu queria ver, queria ver com meus próprios olhos a verdade, queria saber o que estava acontecendo, eu estava ficando louca? Ou eu realmente havia previsto a morte de uma criança? Aquilo havia sido real? Tais questionamentos estavam me enlouquecendo, e meu subconsciente não achou sugestão melhor a não ser a de eu descobrir por mim mesma a verdade, não importando qual fosse.

( nome )-san ━ o pequeno esquilo me fitou curiosamente, tentando entender o que estava acontecendo, a confusão estampada em sua cara.

Eu estava tão absorta no cenário à minha frente que não fui capaz de realmente ouvir a voz de meu pequeno companheiro, acabando por ignorá-lo.

Após alguns segundos de analise profunda, eu dei alguns passos para o lado, finalmente descobrindo o local exato em que Yu estava na minha possível visão.

Mordendo o lábio inferior, estiquei um pouco o pescoço, tentando ver o chão do local, obviamente não conseguindo. O muro daquela residência era gradeado na parte de cima, mas toda a parte de baixo era totalmente tampada. impedindo-me de ver certa parte do gramado esverdeado daquele quintal.

Ousando me aproximar ainda mais da casa, estiquei um pouco meu braço e segurei cuidadosamente as grades do muro com apenas uma das mãos, deslizando hesitantemente meus olhos para baixo, engolindo um pouco da minha própria saliva em demonstração de nervosismo.

Um arrepio percorreu todo o meu corpo logo em seguida.

ah! Vocês crianças são rápidas! Foi difícil seguir o ritmo! a voz de Orion de repente deslizou por aquela rua, como um aviso de que eles finalmente haviam conseguido me alcançar.

ow! ow! ( nome )-chan! O que foi isso? Por que saiu correndo de repente?? Kiba exclamou repentinamente, sua voz não demonstrando nenhum sinal de cansaço, mas tendo muita confusão ━ e que lugar é esse??

esse lugar... Hinata murmurou baixinho, analisando o local ━ ( nome )-chan, você está bem?? O que houve? dirigiu sua voz na minha direção, parecendo preocupada.

espere....Orfanato Hikari Bīmu? O que estamos fazendo aqui? Você se perdeu ou algo do tipo? Orion questionou.

Eles pareciam inquietos e eufóricos, e estavam certos em ficar assim, eu no lugar deles, também ficaria.
Mas, embora todas as perguntas que foram voltadas para mim, permaneci imóvel, não mexendo nem sequer um músculo do meu corpo, como se fosse alguma espécie de estátua, a minha voz pareceu ficar presa em minha garganta e eu não fui capaz de proferir nada.

Segundos que com o tempo viraram minutos se passaram, e eles permaneceram calados, esperando pacientemente por uma resposta minha, esta que nunca veio.

Somente após notarem que eu não iria responder nada, que Hinata ousou separar os lábios e me chamar novamente.

( nome )-chan?

Fui capaz de ouvir bem baixo, meus companheiros que estavam atrás de mim se moverem, parecendo afobados.

Kachiku causou leves cosquinhas ao meu corpo, enquanto saia da minha outra mão e pulava no meu ombro, cutucando minha bochecha carinhosamente com o rabo, como se perguntasse silenciosamente o que estava acontecendo.

Ele parecia ainda mais preocupado do que antes, muito provavelmente porque também havia visto.

( nome ) Shino me chamou, mantendo a calma e a serenidade de sempre ━você sabe alguma coisa sobre essa morte, não sabe? fui claramente capaz de escutar ele dando alguns poucos passos para perto de mim, compreendendo com uma velocidade absurda a situação que nem mesmo eu estava compreendendo.

Respirando fundo, apertei com mais força as grades que segurava, fazendo nós brancos surgirem nos meus dedos, antes de balançar a cabeça em concordância lentamente.

...ele foi morto aqui... sussurrei em um tom meio baixo.

o quê? Kiba perguntou confuso, não entendendo o que eu quis dizer.

a criança que pereceu nesta madrugada, Yu, ele foi morto aqui expliquei, fazendo de tudo para não deixar minha voz sair trêmula.

Barulhos de espanto escaparam de meus companheiros, enquanto Kachiku fez uma expressão compreensiva, como se finalmente tivesse entendido algo, fechando a cara em desespero logo em seguida.

então é isso o Aburame franziu as sobrancelhas e colocou uma mão sobre os lábios de forma pensativa, murmurando baixo, era impossível saber o que se passava na mente dele naquele momento.

!!...como você sabe?! mesmo estando de costas para Orion, sabia que ele havia acabado de arregalar os olhos ━ eu nunca citei o Orfanato em que o garoto havia sido morto, e muito menos a localização..como você sabe?! ele estava totalmente perplexo ━ como você sabe que ele foi morto aqui..?

..... fiquei em silêncio por alguns minutos, sem saber como responder, antes de apontar com uma das mãos para o gramado que tinha bem perto do muro ━ há sangue no chão respondi.

De forma apressada, todos os meus companheiros trataram de se aproximar de mim e se posicionarem ao meu lado, afim de ver se aquilo que eu havia dito era de fato verdade.

O choque passou pelo rosto de todos ali, exclamações surpresas escaparam da garganta de meus companheiros.

O sangue manchava o lindo verde que aquela grama exalava, obviamente já estava seco, tão seco que até parecia que havia se fundido com o chão, olhando assim, aquele sangue parecia impossível de ser tirado dali.
Claro, o corpo do garoto já não estava mais lá, mas aquilo havia sido o suficiente para mim ter a minha resposta.

Estava tudo idêntico ao ocorrido em meu sonho, tirando, óbvio, o fato de que agora estava de dia, e o corpo do garoto, assim como o do ursinho de pelúcia, haviam sumido.

Isso significava que não havia sido um sonho, eu realmente.....

Rangendo os dentes e apertando ainda mais forte a grade contra minhas mãos, segurei-me firmemente no muro, erguendo um pé e subindo em cima dele.

Kachiku agarrou à minha roupa, com medo de acabar caindo de meu ombro.

e-espera! O que você está fazendo ( nome )-chan?! Kiba perguntou, espantado, mas antes mesmo que ele pudesse terminar a pergunta, eu já estava do outro lado do muro, meus pés firmes contra o chão coberto por grama.

Não só meus parceiros de equipe, como também Orion, me fitaram espantados.

hey, você sabe que isso é praticamente invasão, né? Orion fez uma careta preocupada, passando os dedos ao redor da grade e me fitando cuidadosamente.

Ignorando os comentários deles, dei alguns passos para o lado e posicionei meus pés no local exato onde antes Yu estava, deslizando minhas orbes ao meu redor e procurando por algo em específico.

Eu me lembrava nitidamente, que no sonho, quando o que quer que tenha matado o Yu atravessou o corpo dele e o do ursinho junto, uma parte do braço do ursinho descosturou e voou para longe do corpo da criança, acabando por se perder entre as gramas, muito provavelmente ninguém havia notado aquele pedaço do ursinho, e se notou, não ligou, então havia grandes chances de aquele pedaço do ursinho ainda estar alí.

E como eu havia pensado, de fato o braço do ursinho ainda estava lá. Não demorou muito para mim achá-lo, e quando o fiz, peguei-o delicadamente entre os dedos e o trouxe para perto de meu rosto, analisando-o.

Ele estava obviamente todo sujo de sangue e de poeira, completamente encardido e exatamente na mesma situação em que estava no meu sonho.

Isso só me provava ainda mais que o que eu havia sonhado não era coincidência, e sim uma espécie de visão.

Soltando um suspiro e fechando os olhos, cerrei meu punho sobre o pedaço do ursinho, sentindo alguns flashbacks do "sonho" me inundarem.

Emoções diversas floresceram no meu peito e começaram a transbordar. Os sentimentos que eu comecei a sentir misturaram-se uns com os outros, transformando o meu interior em nada mais que uma enorme bagunça.

Kiba-kun.. sentindo-me corajosa de repente, me viro de frente para o moreno, fitando seu rosto que transparecia curiosidade do outro lado da grade.

Respondendo ao meu chamado de forma silenciosa, ele ergueu as íris negras na direção de meu rosto, fazendo contato visual comigo.

Uma brisa fraca viajou pelo local subitamente, embalando-nos em um carinhoso abraço de um vento agradável e leve, que puxava não só nossos fios de cabelo, como também nossas roupas para uma dança temporária no ar.

O capuz do Inuzuka não estava na cabeça dele, então o emaranhado de seu cabelo estava completamente desprotegido e vulnerável contra aquela brisa, acabando por ser arrastado junto para aquela dança curta no ar, seus fios de tonalidade morena balançaram sutilmente na direção em que o vento marchava, parecendo querer acompanhá-lo naquela jornada.

Havia um fragmento de medo e horror nadando nos olhos do garoto, esses sentimentos estavam sendo muito bem escondidos, de fato, era bastante difícil notar a presença de tais emoções, mas mesmo assim, elas ainda estavam ali, lá no fundo.

isso está errado murmurei, após alguns segundos de silêncio ━ eu sei que a nossa missão é escoltar Orion-san e não tem nada haver com o mistério com as crianças órfãos, mas..isso não está certo!..eu quero tentar ajudar nesse caso de alguma forma! Quero fazer alguma coisa por essas crianças! Elas devem estar tão assustadas e perdidas! Eu quero poder ajudá-las, o que está acontecendo com elas é horrível!

Uma expressão surpresa se pintou pelo rosto de Kiba por um momento, mas foi rapidamente substituída por uma frustrada.

Apertando as sobrancelhas e desviando o olhar, ele reprimiu os lábios, parecendo incerto sobre o que fazer.

sim, você tem razão, isso é horrível concordou em um tom de voz que demonstrava que ele tinha mais a dizer ━ mas..você sabe que o nosso compromisso nessa vila é apenas proteger Orion-san de um possível "stalker", não sabe? Não podemos nos intrometer em outros assuntos da vila que não sejam ligados à missão.. virou suas orbes para mim novamente, com uma expressão um pouco mais séria que antes em seu rosto.

sim, eu sei disso! Mas nós não podemos simplesmente ignorar o que está acontecendo nessa vila! exclamei, me aproximando do muro e ficando de frente para o garoto ━ isso seria desumano! assumi segurando as grades do muro.

( nome )-chan, eu entendo como está se sentindo, é claro que eu também não quero simplesmente ficar vendo crianças sendo mortas, m--

Orion-san também veio para essa vila para investigar sobre essas mortes, não é? Então a gente não estaria infringindo nenhuma regra! Já que temos que escoltá-lo durante toda a sua estadia nessa vila, então também teremos que escoltá-lo enquanto ele estiver investigando sobre isso, podemos aproveitar e tentar ajudá-lo!! o interrompi antes que ele pudesse terminar de falar, fitando Orion por um momento, antes de voltar a fazer contato visual com Kiba.

...bem..isso não deixa de ser verdade o mais velho concordou, dando de ombros e sendo sincero.

não é tão simples assim! rebateu o que está acontecendo com as crianças órfãos nessa vila...o que quer que seja, vai ser preciso muita concentração e dedicação para desvendar o mistério e parar o assassino! Orion-san mesmo já nos disse antes que todas as pessoas que investigavam sobre o assunto foram brutalmente mortas! Se a gente for querer mesmo parar o assassino das crianças, precisaremos ter muito cuidado e foco total na investigação dessas mortes, vamos ter que dedicar grande parte do nosso dia investigando os orfanatos que tem na vila, você está entendendo o que eu estou querendo dizer, ( nome )-chan?? Se formos querer parar esse assassino, teremos que estar 100% focados em parar o assassino, coisa que no momento não podemos fazer, pois também temos que estar 100% focados no perseguidor de Orion-san, que por algum motivo desconhecido, ataca sutilmente ele, ou seja, não dá para focar nas duas missões ao mesmo tempo, é impossível para nós! aumentou um pouco seu tom de voz, me observando com firmeza.

isso também não deixa de ser verdade o dono das madeixas roxas encolheu os ombros.

... permaneci calada, sentindo-me aborrecida por saber que ele tinha razão.

....

...

...

...

O silêncio caiu sobre nós cinco, um clima estranhamente desconfortável perambulando pelo ar. Por longos minutos que pareceram horas, ninguém ousou falar nada.

Até que, Hinata que parecia estar começando a ficar apavorada deu um passo à frente com muita relutância, e decidiu se manifestar no meio daquela situação, rompendo o silêncio desconfortável.

e-ei! falou em um tom de voz mais alto do que esperava que fosse falar, fazendo todos os olhares caírem sobre ela, deixando-a atordoada por um momento━ e-eu também quero ajudar essas crianças órfãos...talvez a gente consiga fazer ambas as missões, se conseguirmos criar algum plano ou turno, para cada dia uma pessoa investigar os orfanatos na vila e o caso dessas mortes... deu uma ideia, tentando ajudar a resolver aquela situação.

Shino observou sua companheira de madeixas roxas por baixo de seus óculos de sol, antes de separar os lábios e também compartilhar sua opinião sobre a situação.

para ser franco, eu também concordo com a ideia de ajudarmos nesse caso virou sua cabeça para mim e para Kiba.

Analisei a Hyūga e o Aburame por um momento, aliviada em saber que eles concordavam comigo.

O rosto daquelas crianças sorridentes que invadiram meu sonho voltaram a brilhar na minha memória, fazendo eu me sentir estranha novamente.
Uma enorme vontade de proteger essas crianças me sucumbiu mais uma vez naquele dia.

Voltei meus olhos para o rosto do moreno, decidida a enfrentá-lo - não fisicamente - caso necessário.

Cerrando as pálpebras e soltando um suspiro, Kiba cruzou os braços, acabando por fazer um Akamaru que ainda parecia meio sonolento em seu casaco, acordar de vez.

"não se meter em nenhum assunto da vila que não seja voltado à missão", essa é uma regra clara que devemos cumprir, eu sou o líder dessa equipe, portanto não irei deixar que quebrem ela abriu as pálpebras novamente após alguns segundos, um olhar extremamente sério em seu rosto.

Separei meus lábios, pronta para para rebater.

se estivesse aqui, isso seria o que Neji iria falar, com toda certeza continuou o Inuzuka repentinamente, suavizando a expressão em seu rosto ━ mas bem, eu não sou do tipo certinho que nem ele, e muito menos alguém que segue regras, então...por que não tentar? deu um sorrisinho pequeno, coçando a nuca ━ são crianças afinal, não podemos simplesmente abandonar as crianças ━ passou a mão pelo cabelo, tirando alguns fios teimosos que caiam sobre seu rosto do lugar e observando o orfanato atrás de mim, parecendo se perder em pensamentos por um momento.

Sendo completamente pega de surpresa por aquelas palavras, ofeguei, abrindo e fechando meus lábios algumas vezes, sem saber o que dizer.

oh, que bom! Então Kiba-kun também está de acordo! Hinata abriu um sorriso genuíno, juntando as mãos perto do peito.

Soltando aos poucos as grades do muro que eu segurava, deixei minhas mãos deslizarem e caírem ao lado do meu corpo, sentindo o alívio correr por todo o meu corpo.

ainda bem..por um momento pensei que fosse mesmo nos proibir de tentar ajudar botei uma mão no local onde estava meu coração, sentindo meus batimentos cardíacos se acalmarem aos poucos e a tensão de meu corpo começar a sumir.

Kachiku também pareceu se acalmar ao notar que a "discussão" havia acabado, relaxando o corpo e se sentando em meu ombro.

e eu aqui começando a achar que você havia virado um ninja descente que segue as regras ━ o moreno suspirou.

ah, pare com isso! Você sabe que eu sou do tipo rebelde! ━ Kiba deu uma cotovelada em seu parceiro, um sorriso malandro nascendo em seu rosto por curtos segundos.

Uma gota d'água deslizou pela cabeça de Shino.

bem, precisamos proteger alguém que quer solucionar esse caso, então não estamos exatamente quebrando a regra de qualquer forma, já que nosso cliente está drasticamente "envolvido" na situação ━ o Aburame pensou de forma lógica.

Observei meus dois parceiros interagirem, notando a proximidade que ambos tinham, e acabando por também notar outra coisa quando comecei a me perder em meus pensamentos.

..espera aí franzi o cenho, confusa ━ isso significa que desde o início você estava pensando em ajudar nesse caso? me voltei para o Inuzuka.

na verdade..sim Kiba respondeu, escondendo as mãos no bolso de seu casaco acinzentado ━ mas, como eu disse antes, o que está acontecendo com essas crianças órfãos não é algo simples de resolver, vamos precisar nos dedicar totalmente à essas mortes, mas não podemos fazer isso porque também precisamos ficar alerta ao perseguidor de Orion-san, seria muito imprudente se simplesmente tentássemos resolver os dois problemas ao mesmo tempo, como você queria fazer, ( nome )-chan, nossa mente ia ficar muito sobrecarregada e cansada, o que nos levaria, na pior das hipóteses, a acabar não resolvendo nenhum dos dois problemas e até mesmo morrendo durante o processo, também não podemos fazer o seu plano, Hinata-chan, por culpa do mesmo problema do plano anterior, mesmo fazendo turnos e separando quem vai cuidar de tal problema em tal dia, no final, ainda vamos precisar estar atentos à ambos os problemas o tempo todo, o que, de um jeito ou de outro, irá nos deixar sobrecarregados, por isso, desde ontem de noite venho batendo cabeça e tentando arrumar uma forma de ajudarmos em ambos os casos sem sobrecarregar nossa mente até o nosso limite explicou seu ponto de vista, sem pressa alguma, oscilando os olhos entre mim, Shino, Hinata e Orion.

Aproximando meu rosto da grade e observando meus colegas por ela, fiz questão de prestar atenção em tudo que Kiba falava, entendendo e concordando com seu ponto de vista, no final ficando perplexa por seu cuidado e sua dedicação extrema em pensar nos mínimos detalhes, zelando o bem de todos e da missão.

nossa, e não é que ele sabe usar o cérebro para alguma coisa! Kachiku caçoou de Kiba com um sorriso divertido nos lábios, sabendo que o moreno não ia escutar o que ele falava e usando aquilo ao seu favor.

uau...Kiba-kun já pensou em tudo ignorando a brincadeira do meu pequeno esquilo, murmurei em um tom audível, ainda com uma expressão um tanto surpresa em meu rosto.

O garoto deu um sorriso sem graça, ficando tímido subitamente.

estou fazendo o máximo que posso para ser um bom líder assumiu, dando de ombros e olhando para o chão.

você está pensando de forma madura e se preocupando em ser um bom líder... Está realmente começando a amadurecer Shino analisou, uma pequena porcentagem de orgulho presente em seu tom de voz ━ mas é anormal te ver pensando tanto em cada detalhe, normalmente você apenas segue o fluxo notou, escondendo suas mãos nos bolsos de seu casaco novamente.

....você acabou de insinuar que eu sou burro? o garoto com manchas vermelhas em seu rosto fitou ao seu companheiro com uma expressão um tanto indignada.

basicamente balançou a cabeça em resposta.

O rosto de Kiba de repente se tornou o próprio conceito de "indignação"

nada haver! Eu sou o gennin mais inteligente de Konoha! cruzou os braços, ficando na defensiva.

até mesmo Naruto consegue ser mais inteligente que você as vezes ele ergueu uma sobrancelha, proferindo palavras que atacaram como flechas afiadas ao Inuzuka.

Kiba botou as mãos no peito e se encolheu, encenando que havia acabado de receber um golpe profundo das palavras de seu amigo - o que de fato aconteceu -.

ow! Cara, agora você pegou pesado! Retire o que disse! exigiu enquanto fazia uma careta, como se estivesse realmente sentindo dor, demonstrando que tal acusação havia machucado o ego dele.

a sinceridade de Shino-kun pode ser um pouco dura as vezes Kachiku afirmou, concordando com o que o Aburame havia dito e balançando a cabeça, como se estivesse sentindo dó de Kiba.

Algo me diz que Naruto-kun é na verdade mais burro que o Kiba-kun, mas é melhor eu permanecer calada.

Pensei, mordendo meu lábio inferior e soltando uma risada silenciosa para a situação.

De qualquer forma, é até que fofo ver que Shino-kun está orgulhoso do Kiba-kun.

Um sorriso pequeno escapou de meus lábios, mas logo sumiu, quando me lembrei de algo.

Mas espere aí.....quem é Neji afinal de contas?

Me perguntei mentalmente, ao lembrar que o Inuzuka havia mencionado tal nome.

mas, então..se para nós é impossível cuidar desses dois casos ao mesmo tempo, o que faremos? a Hyūga perguntou repentinamente, interrompendo meus pensamentos e o diálogo que havia se iniciado entre Kiba e Shino.

bem, a verdade é que eu não consegui pensar em nada que pudesse nos ajudar com isso suspirou mais uma vez, antes de erguer as orbes e fitar o rosto de Hinata ━ mas deu uma pausa, voltando suas íris negras para mim ━ após esse acontecimento e após essa pequena discussão..( nome )-chan acabou por me dar uma ideia que talvez possa funcionar deu um pequeno sorriso, observando novamente o orfanato atrás de mim, mas dessa vez parecendo me incluir no cenário também, como se eu fizesse parte dele.

eu dei? apontei para mim mesma, confusa.

Ele apenas acenou com a cabeça em resposta, uma luz cintilante escorregando por suas orbes por um momento, como se a chama de alguma esperança tivesse nascido nele naquele momento.

eu já tenho um plano de como podemos cuidar de ambos os casos de uma forma que não nos sobrecarregue até o limite revelou, permitindo que o seu sorriso aumentasse mais em seu rosto.

Uma onda de alegria e alívio me dominou após ouvir aquilo, e eu não pude deixar de relaxar os ombros, sorrindo de volta para o garoto.

De repente, o barulho de de palmas seguidas ecoaram por aquela rua.

lindo, lindo, realmente emocionante Orion disse, atraindo nossa atenção ━ agora que estamos todos entendidos, poderíamos por favor conversar sobre esse plano em alguma lanchonete ou loja de doces? Sabe, vocês ainda não tomaram café da manhã, precisam tomar, e ( nome )-san, pelo amor de qualquer ser divino que exista, saia logo do quintal deste orfanato antes que alguém te veja! Você praticamente invadiu o localo homem apontou na minha direção ━ e além disso, estamos no local onde uma criança foi morta há apenas algumas horas atrás, vamos ter um pouco de respeito com o pobre garoto! botou as mãos na cintura, nos olhando com uma cara de advertência.

o-oh.. olhando para os meus pés e me lembrando de que estava pisando no local onde o corpo de Yu esteve anteriormente, dei um sorrisinho sem graça, sentindo-me culpada de repente ━ você tem razão, foi mal ━ botando o pedaço da pelúcia no bolso de meu casaco, me pendurei no muro novamente, pronta para sair de lá o mais rápido possível.

apenas isso? a mulher perguntou após terminar de anotar nossos pedidos no pequeno bloco de notas, fechando-o quando viu Orion acenar em concordância com a cabeça.

por enquanto, sim respondeu.

certo, aguardem um momento por favor, já trago o pedido de vocês dando um sorriso educado e se curvando para nós, a funcionária da loja de doces em que nos encontrávamos naquele momento girou os calcanhares e saiu andando.

Virando a cabeça para nós - mais especificamente para Kiba - o homem soltou um suspiro e entrelaçou as pernas, erguendo uma sobrancelha.

e então? Qual é o seu plano? perguntou curiosamente.

Kiba, que estava sentado ao meu lado, cruzou os braços sobre a mesa e se inclinou um pouco para frente, fazendo Akamaru que estava no topo de sua cabeça soltar um resmungo com a agitação repentina.

como eu mencionei diversas vezes antes, não podemos cuidar dos dois casos ao mesmo tempo, isso seria impossível para nós repetiu o que todos nós já sabiamos━mas, quando eu disse que "não podemos", eu me referia a todos nós, juntos━deu uma pausa, escorregando suas orbes por nós.

Contrai meus olhos, confusa, sentindo Kachiku se enroscar em meu cabelo e brincar com ele.

o que isso quer dizer exatamente? Shino, que se localizava sentado na cadeira ao lado de Hinata e Orion, de frente para Kiba, questionou, afim de receber mais informações do parceiro.

eu estava encarando esse problema e tentando encontrar uma solução enxergando a gente como uma equipe começou a se explicar ━ nunca cheguei a pensar em não nos enxergar como uma equipe para resolver esses problemas cerrou as pálpebras por um momento ━ o que eu quero dizer é que, incluindo o Orion-san no meio, nós somos cinco pessoas, certo? Então esse tempo todo eu estava pensando em como nós cinco iríamos conseguir resolver esses dois casos, juntos, mas, e se nós não o resolvêssemos juntos? E se partíssemos essa equipe em duas duplas? perguntou, não esperando receber nenhuma resposta ━ após parar de pensar em nós como um só, consegui arranjar uma solução fácil para nosso problema assumiu, apoiando a cabeça nas costas de ambas as mãos ━ o meu plano é o seguinte: vamos separar a equipe em dois lados, para resolvermos os dois problemas, eu e a Hinata iremos formar uma dupla e cuidar do perseguidor de Orion-san, enquanto ( nome )-chan, e Orion-san irão formar outra dupla e cuidar do assassino das crianças órfãos, cada lado irá focar apenas em sua missão. Mas é claro, em caso de alguma emergência, ambas as duplas se juntam e se ajudam explicou de uma forma fácil de entender ━ o Shino estará em ambas as duplas, ele ajudará tanto eu e a Hinata, como ( nome )-chan e Orion-san, já que o Shino pode contar sempre com os seus insetos para juntar informações, ele é capaz de ajudar nos dois casos sem problema nenhum incluiu ao moreno, voltando suas íris na direção dele ━ Shino, você me disse ontem que espalhou seus insetos pelas pessoas que estavam presentes no festival, não é? Isso inclui quase a metade do vilarejo, agora eu preciso que você também os espalhe pelas pessoas de todos os orfanatos que aqui tem, e se possível, deixe alguns de olho na entrada do vilarejo, porque pode ser que o perseguidor de Orion-san ainda não tenha chegado aqui, então precisamos ficar de olho em quem entra em Chijoku pediu ao Aburame, que murmurou algo em afirmação ━ como temos a ajuda dos seus insetos, será bem mais fácil extrair informações ele suspirou, demonstrando estar aliviado em ter o companheiro na equipe o problema que eu e a Hinata iremos resolver é mais simples que o de vocês apontou para mim e para Orion ━ o de vocês é bem mais complexo e difícil, principalmente porque irão precisar investigar todos os orfanatos que tem nessa vila, e nós nem sabemos quantos tem aqui.

sobre isso o dono do cabelo de um tom incrivelmente encantador e chamativo se manifestou repentinamente, interrompendo ao líder daquela equipe e batendo levemente a mão contra a mesa, sem produzir nenhum barulho no processo ━ não precisam se preocupar com quantidade, como eu havia dito outrora: Chijoku é um vilarejo muito pequeno, portanto, não existe muitos orfanatos aqui, para ser franco, há apenas um, que é justamente o orfanato em que estavamos agora há pouco, o orfanato Hikari Bīmu informou.

Um barulho compreensivo escapou da garganta de Kiba, enquanto ele ouvia ao mais velho.

sério? Isso é ótimo soltou um suspiro aliviado, como se tivesse tirado algum peso invisível de suas costas ━ assim tudo fica mais fácil, minha ideia a princípio era que vocês se infiltrassem nos orfanatos e adquirissem informações juntamente com os insetos do Shino, como eu estava contando com a existência de três ou mais orfanatos, isso ia ser meio complicado, então estava preocupado, mas já que só há um, então tudo fica mais fácil recostou as costas em sua cadeira, deixando seus braços estirados sobre a mesa ━ com base nessa nova informação, vou mudar algumas coisas no meu plano. ( nome )-chan, será apenas você que irá se infiltrar, você terá que se passar por órfão e "morar" no orfanato por um tempo, durante sua estádia lá, investigue todos os funcionários do orfanato e adquira informações de lá dentro, enquanto isso, Orion-san irá adquirir informações daqui de fora, com a ajuda dos insetos do Shino sua voz saiu com um tom profundo de liderança.

entendido acenei com a cabeça em concordância, demonstrando que estava de acordo com o plano.

certo meu novo parceiro de dupla falou quase em uníssono comigo.

Orion-san, como você é o único adulto aqui, eu irei precisar que você cuide da parte que não podemos cuidar mirou ao homem, que deu um pequeno sorriso.

já sei, já sei, você quer que eu vá falar com a dona do orfanato e crie uma história para a ( nome )-san, dizendo que ela é uma órfão e que eu a encontrei perdida e passando fome por aí, ou algo do gênero, certo? deduziu.

correto balançou a cabeça em concordância ━ o dono dessas mortes pode ser qualquer um, inclusive alguém que já trabalhe no orfanato, pode ser até mesmo a mulher que cuida das crianças todos os dias, fazendo papel de mãe, não podemos confiar em ninguém, e por isso, preciso que vocês mantenham segredo sobre ( nome )-chan ser uma ninja de Konoha, não contem para ninguém, nem mesmo para o dono do orfanato, entendido? nos examinou.

eu não pretendia contar, de qualquer forma Orion deu de ombros, e eu concordei com ele ━ e enquanto ( nome )-san está lá dentro, se passando de órfão e adquirindo informação, eu descubro tudo que posso do lado de fora e vez ou outra vou ao orfanato junto do Shino, alegando que estamos indo visitar ela para ver como ela está ou algo assim, para podermos compartilhar as informações que conseguimos, não é?

sim concordou novamente ━ por favor, tomem bastante cuidado, principalmente você, ( nome )-chan.

Olhei para Kiba, abrindo um pequeno sorriso.

não se preocupe conosco, sabemos nos cuidar disse com firmeza, com uma expressão gentil no rosto.

Eu espero..pelo menos.

Pensei, sentindo uma pontada de nervosismo, mas ainda determinada à parar com aquelas mortes.

não podemos simplesmente enfiar ( nome )-san lá dentro mesmo depois de uma criança ser morta, isso seria muito suspeito, então iremos esperar alguns dias, antes de botar o plano em ação Orion decidiu, se virando na minha direção ━ enquanto isso, vamos nos preparar adequadamente, está bem? deu um sorriso para mim.

sim, conto com você a partir de agora, Orion-san devolvi o sorriso ━ e com você também, Shino-kun voltei minha cabeça para o moreno, que apenas me deu um aceno de cabeça.

já eu e Hinata, bem, acho que você já sabe o que tenho em mente, não é? se voltou para sua parceira, dando um sorriso aberto que fazia seus dentes brilharem contra a luz do dia.

creio que sim a Hyūga deu uma risada silenciosa, murmurando algo como "te conheço ao ponto de saber o que planeja fazer".

Oscilei meus olhos entre os dois, notando a confiança mútua que ambos tinham um pelo outro.

Uau, eles dariam um belo casal.

Pulando da minha cabeça e pousando na mesa, Kachiku balançou seu rabo peludo calmamente, sentando-se educadamente na mesa e nos observando, parecendo começar a se interessar no assunto.

mas Orion fala repentinamente, atraindo toda a atenção para si novamente ━ agora que penso nisso, ( nome )-chan, como você sabia onde era o orfanato e onde o garoto havia sido morto? coçando o queixo pensativamente com o dedo indicador, ele grudou suas orbes semelhantes à cristais em mim.

o-oh, sobre isso.. encolhi meus ombros, sem saber o que dizer ━ pode parecer loucura...mas.. dei uma pausa na minha fala, diminuindo o tom da minha voz ━ ontem, mais cedo, eu havia esbarrado no garoto que foi morto assim que a gente havia acabado de chegar em Chijoku comecei a explicar, derrubando meus olhos na mesa e evitando o contato visual dos meus companheiros, sentindo o nervosismo começar a me preencher, "e se eles acharem que eu estou louca, ou que estou mentindo? E se começarem a achar que fui eu que matei o garoto?", esse tipo de coisa vinha a minha mente, me causando ainda mais medo ━ eu..eu não sei explicar o que aconteceu, mas é como se eu tivesse entrado na mente do garoto, porque na minha mente começou a surgir fragmentos de memórias que não me pertencia, fragmentos de memórias que pareciam pertencer a ele, e um pouco mais tarde, enquanto dormia, eu tive uma visão da morte dele, foi como se..eu estivesse lá, eu senti tudo, toda a dor e todos os sentimentos que possivelmente ele estava sentindo também no momento em que foi morto gaguejando algumas vezes e me confundindo com algumas palavras, relatei.

Kachiku pareceu petrificar por um momento, antes de virar a cabeça na minha direção e me penetrar com o seu olhar, emoções que eu não consegui decifrar dominando sua face.

o queeeee??? o queixo do mais velho caiu enquanto ele exclamava, perplexo ━ isso é incrível! É alguma habilidade que você tem?! Alguma espécie de dojutsu ou algo do tipo?! Como isso funciona?! Qual é o nome dessa habilidade? ━ estrelinhas brilhantes surgiram em seus olhos, se levantando subitamente, ele se inclinou sobre a mesa para perto de mim, uma onda de curiosidade dominando sua expressão.

Me sentindo encurralada e ainda mais nervosa do que antes, disparei meus olhos para algum outro lugar da loja, obrigando minha mente a pensar em uma resposta adequada.

e-eu...b-bom eu.......a verdade é que eu não s-- depois de alguns segundos que no meu ponto de vista duraram horas de desespero, decidi contar a verdade, mas fui interrompida antes mesmo de terminar meus próprios pensamentos.

informações confidenciais de Konoha Kiba tomou controle da situação, cutucando minha perna com o pé de forma disfarçada, pedindo silenciosamente para eu não falar mais nada.

Entendendo o recado, cerrei os meus lábios e permaneci calada.

hein?! voltou sua atenção para o moreno ao meu lado, indignado.

não podemos revelar nada desse assunto reforçou.

ah! Que sem graça! Vou ter que fazer uma visitinha em Konoha e tentar descobrir eu mesmo os detalhes voltou a se sentar na sua cadeira, uma expressão emburrada em seu rosto enquanto ele murmurava algo que eu não havia entendido.

Olhei de soslaio para Kiba, apertando as sobrancelhas, confusa.

Ele me olhou de volta, erguendo minimamente os ombros e depois derrubando-os novamente.

aqui estão seus pedidos! a mesma funcionária que antes havia anotado nossos pedidos, voltou a valsar pela mesa em que estavamos, posicionando delicadamente os doces por ela de forma organizada.

obrigado! Orion agradeceu, observando à mulher, que acenou com a cabeça.

vão querer mais alguma coisa? nunca tirando o sorriso gentil no rosto, perguntou.

na verdade parecendo se lembrar de algo, o homem esticou o braço sobre a mesa e pegou o cardápio que ali estava, abrindo-o e deslizando seus olhos pelas diversas opções de doces que ali tinham.

Aproveitando a distração momentânea de Orion, me inclinei um pouco na direção de Kiba, e sussurrei:

"informações confidenciais de Konoha", é?

Ele bufou.

foi a única coisa que me veio a mente no momento se inclinou na minha direção e sussurrou de volta ━ não podemos contar para ele sobre o fato de que você tem amnésia.

por que? ergui uma sobrancelha, não conseguindo compreender.

também não sei, estou apenas seguindo ordens deu de ombros.

Lancei um olhar interrogativo na direção dele.

naquela hora, quando vocês três saíram da sala, Hokage-sama falou que queria conversar comigo sobre algo importante começou a narrar o ocorrido━ e então, ela me disse para eu não revelar ao nosso cliente o fato de que você perdeu as memórias.

Aquela explicação me deixou ainda mais confusa.

por que ela mandou deixarmos isso em sigilo? perguntei mais para mim mesma do que para Kiba.

sei lá, mas talvez seja porque o nosso cliente acabaria se desesperando em saber que está contando com a proteção de alguém que perdeu as memórias opinou.

talvez... concordei, estreitando os olhos.

Será mesmo que é só por causa disso?

mas..por que vocês acreditaram em mim, mesmo quando isso parece loucura? continuei a sussurrar, sem entender o motivo de terem acreditado tão facilmente em mim, nem eu mesma acreditava que aquilo era de fato verdade, como eles poderiam estar acreditando?

e por que não acreditaríamos quando você já teve diversas outras "visões" do futuro que realmente chegaram a acontecer? me deu uma cotovelada de brincadeira.

espere...eu já fiz isso antes? Antes de perder a memória? exclamei baixinho, surpresa com a nova descoberta que adquiri de mim mesma.

sim! afirmou ━ mas vamos falar sobre isso outra hora sussurrou em meu ouvido, antes de apontar com a cabeça na direção de Orion, que já havia terminado de conversar com a funcionária da loja.

Entendendo o recado, arrumei minha postura na cadeira e me contentei com a informação nova, segurando todas as outras perguntas que ansiavam em sair por meus lábios.

hmmm Kachiku que até então estava calado, resmungou alguma coisa impossível de se escutar, uma expressão emburrada em seu rosto enquanto ele fuzilava Kiba com o olhar.

Mirando minha atenção no pequeno esquilo na minha frente, tombei a cabeça para o lado, notando algo.

Kachiku chamei o esquilo, que ao ouvir seu nome arrumou a postura e balançou o rabo, parecendo se animar de repente.

sim? me olhou curiosamente.

Apoiando meus braços na mesa e deitando minha cabeça sobre eles, observei-o divertidamente.

parece que você não vai muito com a cara do Kiba-kun revelei ━ ou é só impressão minha?

oh, bem...é, eu não gosto muito dele, para ser sinceroassumiu, olhando para baixo.

e por que você não gosta dele? interroguei, me aproximando um pouco do animal.

De repente, a expressão no rosto dele se fechou completamente.

porque ele fede falou, seu tom cheio de sinceridade.

Desconcertada com a resposta adquirida, ergui minha cabeça e fitei à Kiba, analisando-o cuidadosamente.

Notando o meu olhar sobre ele, Kiba deixou de comer seu doce e fez contato visual comigo, confuso.

que foi?

quando foi a última vez que você tomou banho? indaguei.

.........

O garoto nada respondeu, mas Akamaru latiu, respondendo no lugar do dono.

[ ... ]

Um acumulado de crianças se juntavam naquele cômodo, todas estavam agitadas, enquanto tentavam entender o que estava acontecendo e porque haviam sido chamadas de súbito para aquele local.

Todas as crianças estavam cientes de que, quando eram chamadas para lá, algo importante acontecia, e por isso se encontravam tão eufóricas e ansiosas.

muito bem! Muito bem! Por favor, quero que todos mantenham-se calados e escutem a Omma-sama, está bem? Ela tem algo importante para dizer para vocês adentrando o cômodo e batendo palmas algumas vezes enquanto se posicionava na frente de todo aquele tumulto infantil, uma velha senhora de idade, que já tinha todos os fios de seus cabelos tomados pela velhice e brancos, tomou controle da situação, fazendo com que um silêncio momentâneo dominasse o local ━ agradeço, Omma-sama, por favor virando-se para o lado e gesticulando com a mão para que a outra mulher que havia entrado junto dela fosse adiante, a senhora foi para o lado.

olá crianças, tudo bem com vocês? perguntou, sendo respondida por alguns "sim!" animados da plateia ━ fico feliz em saber disso. Sei que só foi a alguns dias atrás e muitos ainda se encontram abalados pela morte do nosso irmãozinho Yu, todos nós ainda estamos de luto por ele e pelas outras crianças que morreram também, foi realmente uma tragédia o que aconteceu com o pequeno falou, botando a mão no coração e cerrando as pálpebras por um momento, a tristeza dominando sua face e acabando por contaminar as crianças que assistiam a mulher ━ todavia, hoje venho com uma notícia que espero que alegre vocês pelo menos um pouco respirou fundo, lançando um olhar para a porta aberta um pouco longe dela e balançando a cabeça levemente, como se pedisse para alguém sair por ela━hoje, nós ganhamos mais uma criança aqui no orfanato o que a mulher falou, tirou expressões e barulhos de choque da platéia, e as reações ficaram ainda mais fortes quando uma criança timidamente saiu de trás da porta e se aproximou lentamente daquela que palestrava.

Um barulho baixo e animalesco saiu da recém-chegada naquele momento, causando confusão na plateia, que logo se animou ao ver que havia um pequeno esquilo no ombro da garota.

essa é a ( nome ), assim como vocês, não tem pais e nem um lar para ficar, e por isso, nós decidimos abrigá-la no nosso orfanato e cuidar dela, digam olá para a sua nova companheira botando a mão no ombro livre da criança como se a encorajasse, a mulher abriu um sorriso.

Todas as crianças vibraram, enquanto gritavam um "Olá" caridoso em uníssono.

eu me chamo Omma, conte comigo se precisar de alguma coisa, está bem? cerrando as pálpebras e alargando ainda mais o sorriso gentil que penetrava seus lábios, a mulher se apresentou para a criança, que acenou com a cabeça e voltou suas orbes para a multidão à sua frente.

muito prazer, eu estarei sobre os cuidados de vocês de hoje em diante, espero que possamos nos dar bem falando de forma educada, a garota se curvou diante todas as outras crianças, que a miravam com interesse e curiosidade.

certo, ( nome ), seja bem-vinda ao Orfanato Hikari Bīmu!

Que capítulo grande da desgraça!
Esse é pra matar saudades, hein? KKKJ

Enfim, só estou aqui para avisar que irá demorar um bocado para que eu volte a postar todo sábado e domingo, como fazia antigamente, então sejam um pouco pacientes, ok? Irei tentar atualizar sempre que possível.

Obrigada por apoiarem a obra Lost Memories!~

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