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𖹭⠀࣭⠀ֹ capítulo 11 ⊹ㅤ ㅤ゜★
❛ agatha harkness desiste de Londres e aceita sua vida de cowgirl. ❜
❛ postado em 22/12/2024
2.223 palavras | não revisado.





OS ÚLTIMOS QUINZE DIAS NO RANCHO TINHAM PASSADO COMO UM BORRÃO PARA agatha. Depois de toda a confusão, Wanda e Natasha haviam voltado para Londres com Billy e Tommy, deixando Agatha, Rio, Elle e Nicky sozinhos. Sem o caos extra dos Maximoff-Romanoff, a casa parecia mais tranquila, mas ao mesmo tempo, um vazio estranho se instalava.

Agatha tinha passado os dias mergulhada na rotina do rancho, um contraste gritante com sua vida em Londres. Ela descobriu que havia algo terapêutico em tarefas simples, como alimentar as galinhas, cuidar do jardim e até mesmo reparar cercas sob o olhar atento (e às vezes risonho) de Rio. As noites, no entanto, eram o que mais a marcavam. Deitados na cama compartilhada, conversavam sobre tudo e nada, como se o tempo não tivesse os afastado por cinco anos.

Rio fazia questão de não pressioná-la, mas o amor e a saudade eram evidentes em cada gesto, cada olhar. Agatha, por outro lado, lutava contra seus próprios sentimentos. Havia algo incrivelmente natural em estar ali, com Rio e os filhos, vivendo algo que parecia ser um vislumbre de como as coisas poderiam ter sido. Mas o peso de suas escolhas e das diferenças que as separaram continuava a pairar sobre ela.

Na manhã do décimo quinto dia, Agatha acordou cedo, como de costume. Rio já não estava na cama, provavelmente no celeiro ou preparando o café. Elle e Nicky riam no andar de baixo, suas vozes um lembrete de tudo que ela amava, mas também do que poderia perder se tomasse a decisão errada.

Ela se levantou devagar, vestindo um suéter e calça confortável, antes de descer para se juntar à família. Encontrou Rio na cozinha, o cabelo preso em um rabo de cavalo desalinhado, enquanto colocava panquecas na mesa.

─── Bom dia, dorminhoca.

Rio sorriu para ela, os olhos brilhando de algo que Agatha não sabia se era esperança ou certeza.

─── Bom dia. ─── Agatha respondeu, pegando uma xícara de café. Ela se encostou na bancada, observando Rio por um momento antes de dizer: ─── Precisamos conversar.

Rio parou, os olhos levantando para encontrar os dela.

─── Eu imaginei que esse momento fosse chegar.

─── Wanda e Natasha já me ligaram duas vezes, perguntando quando eu vou voltar. Eu preciso decidir, Rio.

O sorriso de Rio diminuiu, mas ela assentiu, colocando a espátula de lado.

─── Eu sei.

Os dois ficaram em silêncio, o som das risadas de Elle e Nicky ecoando da sala ao lado. Agatha suspirou, sentindo o peso da escolha que tinha que fazer.

Ficar significava abrir mão da vida que construiu em Londres. Ir embora significava deixar para trás algo que finalmente parecia completo novamente.

─── Eu não quero tomar essa decisão sozinha.

Agatha disse, sua voz baixa, quase como uma súplica. Rio se aproximou, colocando uma mão suave no rosto dela.

─── Não importa o que você escolha, Agatha. Eu sempre vou estar aqui, esperando. Isso nunca mudou.

Agatha respirou fundo, sentindo o peso das palavras de Rio e o amor incondicional que ela parecia carregar. Mas uma coisa era clara: essa decisão não era apenas sobre ela e Rio. Ela precisava ouvir Elle e Nicky, porque suas vidas seriam igualmente impactadas.

─── Você tem razão. Mas, antes de qualquer coisa, eu preciso conversar com as crianças.

Rio franziu levemente a testa, mas logo assentiu, entendendo a seriedade na expressão de Agatha.

─── Quer que eu esteja lá?

─── Não. Eu acho que essa conversa precisa ser só entre nós três.

Agatha deu um pequeno sorriso e saiu da cozinha, indo para a sala onde Elle e Nicky ainda estavam rindo e brincando com um jogo de tabuleiro espalhado pelo chão. Ela parou por um momento, observando-os. Eles pareciam tão despreocupados, tão felizes. Parte dela temia perturbar essa felicidade com a conversa que estava prestes a ter.

─── Mamãe? ─── Elle perguntou, notando sua presença. ─── Está tudo bem?

─── Sim, querida. ─── Agatha sorriu, embora seu tom fosse um pouco mais sério. ─── Mas precisamos conversar. Vamos sentar no sofá?

Nicky e Elle trocaram um olhar curioso, mas seguiram sua mãe até o sofá. Agatha se sentou entre eles, colocando uma mão em cada um dos ombros.

─── Olhem, eu sei que esses últimos dias têm sido... diferentes. E eu espero que vocês estejam se divertindo, mas precisamos falar sobre o que vem depois.

Nicky franziu a testa.

─── O que vem depois?

─── Bem, eu preciso tomar uma decisão sobre onde vamos morar. Se voltamos para Londres ou se ficamos aqui.

Elle piscou, surpresa.

─── Aqui? Tipo... no rancho?

─── Sim, no rancho. Com Rio.

Nicky ficou em silêncio por um momento, processando a ideia, enquanto Elle parecia mais hesitante.

─── E a escola? E meus amigos?

Elle perguntou.

─── Eu sei que isso não seria fácil. E eu não estou dizendo que já tomei uma decisão. Mas eu quero saber como vocês se sentem. Porque, independentemente do que eu decidir, isso vai impactar vocês também.

Nicky foi o primeiro a falar, inclinando-se para frente.

─── Eu gosto daqui. Quer dizer, ainda não sei se quero morar no meio do nada para sempre, mas... parece bom. Parece certo.

Agatha olhou para Elle, que estava olhando para o chão.

─── Elle?

Ela demorou um momento antes de responder.

─── Eu não sei, mãe. Eu gosto de Londres. Gosto da minha escola, dos meus amigos... de tudo. ─── Ela hesitou, desviando o olhar. ─── Mas eu também vejo como você está aqui. E como Mami está. E... talvez eu pudesse me acostumar, se fosse o que você escolhesse.

Agatha sentiu um aperto no coração ao ouvir a sinceridade de sua filha. Ela apertou os ombros de ambos, puxando-os para um abraço.

─── Eu sei que isso não é fácil. E eu quero que vocês saibam que, qualquer que seja a decisão, nós vamos fazer isso juntos.

Os dois assentiram, e Nicky foi o primeiro a quebrar o momento com um comentário:

─── Desde que eu não tenha que lidar com mais discussões embaraçosas de adultos, estou dentro.

Agatha riu, enquanto Elle lhe deu um pequeno sorriso. Por mais que a decisão ainda não estivesse clara, saber que eles estavam dispostos a enfrentar isso juntos tornava tudo um pouco mais fácil.

(...)

AGATHA NÃO PRECISOU DIZER NADA EM PALAVRAS PARA DEMONSTRAR SUA DECISÃO. Ela começou a fazer pequenos ajustes na rotina, como se estivessem se estabelecendo no rancho por mais tempo. Quando o que trouxera consigo já não era suficiente, ela mandou uma mensagem para Wanda pedindo que enviasse mais roupas e itens de Londres.

Wanda respondeu quase imediatamente com uma chuva de mensagens furiosas:

Wanda: Você está ficando aí?

Wanda: E só agora você me conta isso?

Wanda: Agatha, eu não sou seu serviço postal!

Wanda: Mas claro, vou enviar suas coisas porque aparentemente estou aqui para facilitar sua nova vida de fazendeira.

Agatha suspirou, sorrindo diante do drama da irmã.

Agatha: Obrigada, Wanda. Você é um anjo.

Wanda: Não use meu lado emocional contra mim, sua bruxa ingrata.

Enquanto aguardava o envio, ela começou a perceber as mudanças nos filhos. Nicky passava boa parte do dia explorando o rancho, ajudando Rio a cuidar dos animais e aprendendo coisas que ele claramente achava fascinantes. Era como se ele tivesse encontrado um novo mundo para explorar.

Elle, embora ainda hesitante, começara a se abrir. Ela ajudava Agatha na cozinha e passava tardes tranquilas lendo sob a sombra das árvores. Mais do que isso, ela parecia gostar de observar Rio e Agatha juntas, como se finalmente visse suas mães em um estado de paz que não testemunhava há anos.

Agatha começou a se adaptar ao ritmo tranquilo, mas cheio de propósito, da vida no rancho. Não que fosse fácil - ela ainda reclamava da lama, do cheiro dos animais e do esforço físico envolvido em tarefas simples como pendurar roupas no varal. Mas algo nela parecia mudar aos poucos. Ela não apenas aceitava os desafios, como também começava a encontrar um certo prazer em superá-los.

Na cidade vizinha, ela encontrou um pequeno prédio antigo com uma placa de "Aluga-se". Sem pensar demais, decidiu que seria seu novo escritório de advocacia. Não era Londres, mas o local tinha um charme rústico, e ela se pegou sorrindo enquanto imaginava os clientes locais entrando com seus casos modestos.

Foi quando ela contou a Rio que ficaria.

─── Você o quê? ─── Rio perguntou, os olhos se arregalando enquanto segurava um balde de água para as galinhas.

─── Aluguei um escritório na cidade. Preciso trabalhar, Rio. E... ─── Agatha desviou o olhar por um momento antes de encontrar os olhos dela novamente. ─── Acho que já está na hora de parar de fugir.

Rio ficou em silêncio por alguns segundos, a surpresa suavizando em algo mais terno.

─── Então é oficial? Você vai ficar?

Agatha deu de ombros, tentando soar casual.

─── Vamos ver como as coisas vão. Mas, por enquanto... sim.

Rio colocou o balde de lado, atravessou a distância entre elas em dois passos e a puxou para um abraço apertado.

─── Eu sabia que você não resistiria ao meu charme.

─── Ah, por favor. Não se iluda.

Dois dias depois, Nicky e Elle estavam de pé na secretaria de um colégio público da região, ambos com expressões que variavam entre o desgosto e o constrangimento enquanto preenchiam os papéis de matrícula.

─── Um colégio público? ─── Nicky sussurrou para Elle, horrorizado. ─── Vamos ter que dividir os banheiros com... pessoas normais.

─── Acho que isso é o ponto, Nicky. ─── Elle respondeu, embora também parecesse um pouco incerta.

Rio sorriu, inclinando-se para sussurrar no ouvido de Agatha enquanto observavam os filhos.

─── Vai ser bom para o ego deles. Não dói descer do pedestal de vez em quando.

Agatha deu um pequeno sorriso, tentando não rir.

─── Espero que você esteja certa.

Quando saíram do colégio, Nicky e Elle ainda pareciam um pouco atordoados, mas Rio deu um tapinha nas costas de ambos.

─── Vocês vão sobreviver. Prometo.

─── Fácil para você dizer. ─── Nicky murmurou. ─── Você não está trocando Harrow por... isso.

─── E você ainda é meu filho. ─── Agatha respondeu, arqueando uma sobrancelha. ─── Não se esqueça disso.

Apesar das queixas iniciais, havia algo de reconfortante na normalidade da nova rotina. E, aos poucos, Agatha sentiu que estava começando a construir algo sólido. Algo que, talvez, pudesse chamar de lar.

Os meses passaram como um sussurro misturado com o som do vento nos campos e o ritmo das novas rotinas. A vida no rancho trouxe uma sensação de continuidade que Agatha não sentia há muito tempo. Era diferente, mas de um jeito bom.

Nicky e Elle se adaptaram surpreendentemente bem ao colégio público, apesar das reclamações iniciais de Nicky sobre a falta de um menu de almoço "decente". Ele logo fez amigos e até entrou para o clube de teatro, algo que surpreendeu tanto Rio quanto Agatha.

Elle, por outro lado, continuava mais reservada, mas parecia florescer aos poucos. Ela encontrou um grupo pequeno, mas sólido de amigos e começou a frequentar um clube de leitura. A garota que antes evitava se expor começou a demonstrar uma confiança que as mães percebiam com orgulho.

Agatha encontrou um equilíbrio entre seu trabalho no escritório de advocacia na cidade vizinha e sua nova rotina doméstica. Embora ainda não tivesse o mesmo glamour de Londres, ela começou a construir uma clientela fiel, incluindo agricultores locais e pequenos empresários. Ela até ganhou o apelido de "advogada da cidade grande" - uma piada gentil que ela aceitava com um sorriso.

Rio, por sua vez, continuava dividida entre o trabalho no rancho e momentos intencionais ao lado de Agatha. As duas estavam descobrindo como coexistir novamente, mas dessa vez com menos tensão e mais risadas. Elas ainda discutiam sobre coisas bobas, como a melhor maneira de preparar café ou como dobrar toalhas, mas havia uma suavidade nas discussões, um subtexto de amor e respeito mútuo.

Um marco importante aconteceu quando Agatha resolveu ajudar Rio em um projeto que inicialmente ela tinha descartado como "ridículo": restaurar um velho celeiro para transformá-lo em um espaço de eventos para casamentos e encontros comunitários. Entre debates sobre cores de tinta e estilos de decoração, as duas encontraram algo novo para compartilhar - uma visão de futuro.

A mudança de estação trouxe mais do que apenas dias mais quentes e campos mais verdes. Ela trouxe uma sensação de pertencimento. Nicky, que antes torcia o nariz para a vida no interior, começou a mostrar sinais de que também estava encontrando seu lugar. Ele até comentou sobre como a luz da tarde era perfeita para fotos, algo que fez Agatha arquear uma sobrancelha, surpresa.

Elle, por outro lado, trouxe uma garota para jantar uma noite. O jantar foi repleto de olhares furtivos e sorrisos tímidos, mas também de uma aceitação silenciosa que deixou Agatha e Rio orgulhosas de terem criado um espaço seguro para a filha ser quem era.

E enquanto os meses viravam páginas, a casa começou a refletir algo que Agatha tinha medo de admitir: era um lar. A sala tinha marcas de lama nos tapetes, mas também risadas ecoando. A cozinha estava cheia de cheiros e sons que antes ela ignorava, mas agora acolhia.

Era uma vida que ela nunca tinha imaginado para si, mas, ao mesmo tempo, era exatamente onde ela queria estar.









• 💗 . . OO1 ❜ No próximo capítulo: o epílogo.

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