━━ 𝑵𝒆𝒙𝒕 𝑺𝒕𝒐𝒑
"𝑬𝒖 𝒇𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒕𝒂𝒏𝒕𝒂𝒔 𝒄𝒐𝒊𝒔𝒂𝒔 𝒄𝒐𝒎 𝒗𝒐𝒄𝒆̂
𝑺𝒆 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒆𝒔𝒕𝒊𝒗𝒆𝒔𝒔𝒆 𝒏𝒂 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒇𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆
𝑬𝒖 𝒕𝒆 𝒇𝒂𝒓𝒊𝒂 𝒑𝒆𝒓𝒅𝒆𝒓 𝒂 𝒄𝒂𝒃𝒆𝒄̧𝒂
𝑫𝒆 𝒏𝒐𝒊𝒕𝒆 𝒆 𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒂, 𝒅𝒆 𝒏𝒐𝒊𝒕𝒆 𝒆 𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒂."
- ᴋᴀʟɪ ᴜᴄʜɪs
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᪥᪥
Mais uma noite em casa, como todas as outras. Sozinha.
Ou, era assim que você se sentia.
Desde a partida de Draken, sentia que uma parte sua havia sido levada junto, transformando seus dias em uma mistura de monotonia e um vazio inexplicável.
Algumas escolhas devem ser tomadas, e estas, implicam em renúncias.
Até onde você estava decidida a desistir de sua vida, para ficar ao lado de seu pai?
Não se arrependia de sua escolha, não podia. Seu pai era a pessoa mais importante, aquele que nunca abandonou você, que lutou de todas as formas, mesmo doente, para lhe criar.
Sentia-se ligeiramente egoísta, ao pensar na possibilidade de ter ido embora quando Ken propôs.
Quais seriam as consequências de abrir mão de uma vida com o homem que amava? Parecia estar passando por elas agora.
Acordar naquela cama imensa de seu quarto, sozinha. Trabalhar no pequeno restaurante de seu pai, por ele não conseguir suportar mais as cargas altas. Voltar para casa, dormir, e depois repetir tudo novamente. Esta era sua rotina.
A única sensação boa de seu dia era poder imaginar a voz grave e mansa de Draken e, assim, poder ter uma noite agradável de sono. Tirando os dias que a vontade de o ter ao seu lado passava dos limites, estes eram os piores.
Às vezes, não sabia o que acontecia. O rapaz havia se tornado seu entorpecente pessoal, o qual lhe fazia atingir níveis absurdos de frenesi. Era possível sentir "abstinência" de alguém?
O toque profundo e suave que marcava sua pele, a cada suspiro, era inesquecível, você sentia a mesma chama ardente, queimando em seu peito, a todo instante.
No simples ato de lembrar dos sussurros em seu ouvido, seu corpo se acendia, trazendo à tona coisas que nem você sabia que podia imaginar.
Mesmo a quilômetros de distância, Draken podia te fazer inflamar.
ㅡ [Nome], você ainda está dormindo? - seu pai bateu na porta, fazendo com que saísse do pequeno transe. ㅡ Temos que abrir o restaurante.
Levantou da cama em um pulo, passando as mãos pelo rosto, tentando voltar à consciência.
ㅡ Já vou pai, estou me vestindo. - disse, rapidamente, com a voz vacilante.
ㅡ Tudo bem, vou esperar lá no carro. - o homem respondeu, sem dar muita atenção.
Se apressou e vestiu o uniforme simples do restaurante que estava jogado em cima da cadeira, ao lado de sua cama, correndo até o banheiro de seu quarto, para escovar os dentes e jogar uma água no rosto. Logo saindo em passos acelerados, enquanto prendia o cabelo desleixadamente.
Não era a primeira vez que isso acontecia, já havia perdido a hora outras vezes, com a imaginação fértil que Draken proporcionava.
Nessas horas, você se sentia a pessoa mais suja do mundo. Mas, o que podia fazer? Era só isso que estava ao seu alcance, por enquanto.
Entrando no carro de seu pai, você se desculpou, mais uma vez, prometendo que não se atrasaria de novo, mesmo que os dois soubessem que isso não era uma verdade.
O caminho para o restaurante foi feito em silêncio. Era normal entre vocês, que tinham um humor peculiar durante a manhã. Então, até certo horário, cada um respeitava o espaço do outro, possibilitando um bom convívio.
Durante todo o percurso, sua mente viajava até Nova Iorque, onde um certo homem de cabelos tingidos estava.
A saudade era, com certeza, a parte mais difícil.
Quando recebeu a notícia, um ano atrás, que Draken e seus amigos de infância iriam para o outro lado do mundo, seu coração parecia cair aos pedaços, ao imaginar o quão longe ele ficaria.
Eles haviam encontrado uma ótima oportunidade de negócio, iriam abrir uma filial nos Estados Unidos. Ken era vice-presidente da renomada empresa Tokyo Manji, liderada por seu melhor amigo, Sano Manjiro.
Draken iria como representante, tomando o controle do novo setor, acompanhado de Mitsuya e Baji, outros fundadores da corporação.
Ao mesmo tempo que se sentia extremamente feliz pela conquista dos garotos, sua cabeça havia ficado perturbada com a ideia de uma separação.
𖦹
ㅡ E aí, o que você acha? - Draken perguntou, animado.
ㅡ Hãm? Acha do que? - você respondeu. Não estava prestando atenção no que o rapaz dizia, seus pensamentos estavam perdidos, tentando assimilar tudo.
ㅡ De morar comigo em Nova Iorque, [Nome]. Em que mundo você está hoje?- disse, rindo.
ㅡ Ah, isso. - o olhou, tentando dar o sorriso mais sincero que conseguia.
ㅡ Não é perfeito? Além de abrir mais um negócio, vou poder ter uma vida boa, com a mulher que amo. - lhe abraçou, feliz com a forma que suas vidas estavam caminhando.
ㅡ Draken? - você chamou.
ㅡ Sim, meu amor? - ele falou, soltando-a devagar, para que pudesse olhar em seus olhos.
Ao encará-lo, tão intensamente, e enxergar o quanto ele estava realizado, seu coração doía sob seu peito. Depois de tanto, Draken merecia um final feliz. Só você sabia de cada dor pela qual ele havia passado. Não queria ser a pessoa que fosse estragar aquele momento, queria fazer dele, eterno.
Não poder prolongar essa felicidade, te destruía. Mas, você não podia abandonar seu pai, não naquela situação.
ㅡ Eu estou tão feliz por você. - disse, sorrindo, enquanto algumas lágrimas traiçoeiras escorriam por seu rosto.
Ali, você foi acolhida por um beijo apaixonado. Aos olhos do rapaz, o motivo do seu choro seria de alegria, mal sabia ele, que estava mais para uma despedida.
𖦹
Chegando ao seu local de trabalho, dirigiu-se diretamente para a cozinha, para organizar o material necessário para o dia, como sempre.
Você parecia estar ligada no automático, apenas fazendo as mesmas coisas, na mesma sequência, dia após dia. Assim parecia ser mais "fácil", não tinha tempo para pensar muito.
ㅡ [Nome], seu amigo está aqui. - seu pai gritou do lado de fora, chamando sua atenção.
ㅡ Já vou. - respondeu, pondo a xícara que segurava em cima do balcão. Se questionava mentalmente quem seria.
Ao passar pela porta que separava a pequena cozinha do salão, avistou aquela silhueta que conhecia bem. Já fazia algum tempo que aqueles cabelos compridos não apareciam.
ㅡ Alguém morreu? Aconteceu alguma guerra? - você brincou, já que essa visita era bem rara.
ㅡ Muito engraçado, feiosa. - Mikey disse, fazendo uma careta engraçada.
ㅡ Não, sério. A que devo a ilustre visita? - falou rindo, ao se sentar de frente para o rapaz.
ㅡ Eu sei que sou um péssimo amigo, agora para de graça. - o loiro se rendeu, rindo com você. ㅡ Vim ver como estava. - completou.
O olhou por alguns segundos antes de responder, sabia que não era apenas por isso que ele estava ali. Alguma coisa havia acontecido, o que te deixava preocupada.
ㅡ Estou bem, levando da forma que posso. E você? Como estão os negócios? -perguntou, do jeito mais natural que conseguia.
ㅡ Tudo bem, nossa empresa está crescendo cada vez mais. - ele respondeu, com um brilho nos olhos.
Sabia bem o quanto aquilo era importante para os meninos, e ficava muito feliz ao saber que as coisas estavam dando certo.
ㅡ Então por isso que anda tão ocupado. Assim posso perdoar meu amigo desnaturado. - você brincou mais uma vez, o fazendo sorrir alto.
Se sentia muito bem na presença de Mikey, ele era uma das melhores coisas que Draken lhe possibilitou. Não só ele, como todos os outros meninos. Você tinha ganhado ótimos amigos.
Por alguns bons minutos vocês ficaram assim, rindo e contando coisas simples de suas rotinas. Estava com saudade disso.
Desde a partida de Draken, você deixou de ver os meninos com a mesma frequência de antes. Eles a faziam se lembrar, e isso não ajudava no processo de adaptação.
ㅡ Em falar nos meninos, você sabia que Ken-chin está vindo para cá? - Mikey chegou onde realmente queria, olhando-a com certo receio.
ㅡ Ah, é? Não sabia. - você respondeu sem jeito, se remexendo desconfortavelmente na cadeira.
Realmente não sabia, já que não se falavam desde aquele dia. O dia que o deixou plantado no aeroporto, lhe esperando para irem para Nova Iorque.
Parecia ter sido à décadas.
ㅡ Ainda não se resolveram? Meu Deus, vocês são adultos. Por que insistem em ficar assim? - o rapaz estava indignado.
ㅡ Mikey você não entenderia. Não é tão simples como pensa. - disse, levantando-se da cadeira. ㅡ Desculpa, tenho que voltar ao trabalho.
ㅡ Você sempre foge, podia ao menos ter conversado com ele. - Mikey levantou ao mesmo tempo.
ㅡ Não quero mais falar sobre isso, melhor você ir. - estava levemente irritada, especialmente pelo fato do rapaz estar certo.
ㅡ Tudo bem, mas você não pode se esconder para sempre. - estas palavras atingiram diretamente seu peito, fazendo sua respiração vacilar por um segundo.
Virou-se imediatamente, andando em passos largos até a porta da cozinha. Não queria que seu amigo lhe visse assim, já era demais ter que aguentar seus próprios pensamentos. As verdades que foram jogadas em seu colo a deixaram atordoada.
ㅡ Até logo, [Nome]. Você sabe que sempre que quiser pode falar comigo. - Mikey se despediu.
Quando o rapaz começava a se direcionar para a saída do estabelecimento, você se virou rapidamente.
ㅡ Manjiro, espera. - o chamou, com a voz falha. ㅡ Quando ele chega?
O rapaz parou, olhando para você, mais uma vez. Você não costumava o chamar assim.
ㅡ Ele não disse o dia exato, só disse que estava vindo. - respondeu. ㅡ Mas não se preocupe, tenho certeza que o primeiro destino dele vai ser você.
Depois disso, sem dizer mais nada, o garoto saiu do restaurante, deixando para trás uma pessoa extremamente pensativa e refletiva.
Saber que Draken estava vindo a preocupava. Não sabia o que lhe aguardava, como reagiria ao vê-lo. E, principalmente, como ele agiria diante de você. Com certeza o rapaz estava profundamente magoado, tinha depositado suas expectativas e elas haviam sido quebradas da pior forma possível.
Você não conseguia acabar com o entusiasmo que seu namorado estava naquele momento, iria se sentir culpada, não tinha esse direito. Mas, o que deveria fazer? Deixar seu pai para trás não era uma opção, especialmente por sua condição de saúde.
Depois que sua mãe os abandonou, quando você tinha apenas oito anos, seu pai havia entrado em um estado crítico de alcoolismo, tendo como resultado um câncer de fígado, alguns anos depois. Você tinha completado dezessete quando recebeu a notícia, a deixando totalmente abalada.
Seu pai podia ter seguido um caminho errado, mas nunca havia deixado de ser seu porto seguro. Ele cuidava de você com o maior amor e dedicação que podia, tentando ao máximo esconder aquele lado escuro de você, não queria que sua filha querida o visse em sua pior forma. Mas, não é como se você não o visse chegando tarde da noite fazendo barulho ao esbarrar nas coisas, bêbado e chorando o nome de sua mãe.
Depois de muitas discussões, seu pai se rendeu, aceitando ajuda e intervenção dos médicos, para que pudesse ter sua saúde estabelecida novamente. Ele conseguia ver o quanto isso estava a deixando devastada, e só agora entendia que da mesma forma que sua mãe havia acabado com a vida dele, ele estava fazendo isso com você.
Sua mente estava bastante conturbada, foi quando conheceu Draken.
Ele foi como uma luz para você. Depois de sua chegada, tudo parecia ter mudado, como se ele fosse enviado para te salvar. Um típico conto de fadas.
Hoje, você tem 25 anos e Draken 27. E, depois desse tempo todo, seu pai estava curado e livre de qualquer vício, apenas tendo que lidar com algumas consequências que o câncer havia gerado.
Mas, basicamente, ele estava bem. Seu único medo era deixa-lo sozinho e ele ter uma recaída, por mais um abandono. Se via como responsável.
ㅡ Minha filha, você está bem? Distraída desse jeito vai acabar se machucando. - seu pai falou, lhe tirando dos pensamentos.
ㅡ Ah, estou sim. Desculpa. - respondeu, desligando a torneira que começava a derramar.
ㅡ Por que você não vai para casa mais cedo? - ele sugeriu.
ㅡ Não quero deixar todo o trabalho para o senhor, quem precisa descansar é você. Aliás, como tem se sentido ultimamente? - você perguntou, o analisando de cima a baixo.
ㅡ Não mude de assunto, você cuida tanto de mim e acaba se esquecendo de si mesma, já disse que estou bem. Foque em você, minha filha. - seu pai estava preocupado, já que ultimamente você parecia não se importar com outras coisas além dele.
Não sabia como responder em seguida, já que sentia a verdade que aquelas palavras transmitiam. Mas, não havia o que ser feito, já que esta tinha sido sua escolha.
ㅡ Lá vem você de novo com isso. - foi a única coisa que disse.
ㅡ Não quero discussão, vá para casa agora. - falou, puxando o prato que estava em sua mão e fazendo sinal para tirar o avental que vestia.
Você se deu por vencida e deixou ser empurrada para fora da cozinha. Não estava com cabeça para bater boca agora. No fundo sabia que estava precisando disso.
Pegou seu celular que estava no balcão e se despediu de seu pai, avisando que iria pedir um carro no aplicativo, para que ele não precisasse ir de ônibus para casa.
Alguns minutos depois, já estava em casa. E, como sempre, sozinha.
Não sabia se essa tinha sido uma boa escolha. Mesmo que estivesse distraída ao trabalhar, seria um esforço a mais para tentar não pensar muito.
Ainda eram 16:00, e você não fazia a mínima noção do que podia fazer. Geralmente, ficava até tarde no restaurante e quando chegava em casa ia direto dormir.
Dormir. Não era uma má ideia.
Andou em direção de seu quarto, tirando o uniforme que vestia e largando no chão. Depois se preocuparia em organizar suas coisas.
Entrou no banheiro, para tomar um banho rápido. O quanto antes se deitasse, melhor.
Sentindo a água quente que escorria por seu corpo, logo após ligar o chuveiro, partes da conversa que teve com Mikey mais cedo, surgiam.
A culpa que você sentia era algo esmagador, mas nada se comparava com a saudade. Não havia ouvido a voz de Draken uma vez sequer, após aquele dia. Apenas as memórias que rondavam sua mente faziam com que você se lembrasse dele, todos os dias.
Afastou os pensamentos por enquanto, pegando a toalha para se secar. Sua cabeça começava a doer, realmente estava precisando desse descanso. Mas, não sabia o que fazer, já que trabalhar era o que a mantinha de pé.
Indo até o guarda-roupa, vestiu a primeira peça de roupa que pegou. E, como se fosse uma piada, era uma das poucas blusas que Draken havia deixado em sua casa.
Se olhava no espelho, que ficava na parede ao lado do móvel, observando o quanto a peça ficava comprida em você, por causa do tamanho do rapaz. Seus olhos começaram a se encher de água, pelas lembranças que insistiam em aparecer. Aquilo estava doloroso demais.
Virou-se, indo para cama. Dormir resolveria no momento.
Pegando o celular para ver o horário, viu que ainda não havia passado nem uma hora, desde que você chegou em casa. Bloqueou a tela, o largando na cama e se virando para o lado, na intenção de dormir rápido.
O que aconteceu, já que sua mente pedia por um intervalo.
᪥
Um som irritante ecoava alto por seu quarto, fazendo com que você se revirasse na cama, tentando cobrir os ouvidos.
Não sabia quanto tempo havia dormido, mas com certeza não era o suficiente para você. Tateava a cama ao seu redor, à procura do que fazia barulho.
ㅡ Quem é? - disse assim que pegou seu celular, sem olhar o nome na tela.
ㅡ Não sabia que tinha apagado meu número. - aquela voz, naquele tom rouco que você tanto conhecia.
Ali, todo o sono parecia ter saído de seu corpo. Uma vibração diferente percorria por cada célula sua.
ㅡ Draken? - perguntou, sentando-se na cama rapidamente. Seu rosto estampava um pequeno estado de choque.
ㅡ Pelo menos minha voz você reconhece. - o rapaz falou, com o sorriso irônico de costume. E como você gostava de ouvir isso.
ㅡ Eu estava dormindo, desculpa, não olhei antes de atender. - se explicou, esfregando a nuca, ainda confusa com a ligação. ㅡ Por que está me ligando?
ㅡ Bom, se você abrir a porta, posso te contar. - ele respondeu.
ㅡ Que? - você questionou alto, com os olhos arregalados.
Neste momento, já tinha se levantado, indo em direção da entrada. Mesmo que Mikey tivesse dito que ele viria, não imaginava que seria agora.
Suas mãos tremiam levemente, enquanto sua respiração acelerava aos poucos. Não estava preparada para esse momento, nem podia acreditar que estava acontecendo.
Parada em frente à porta, puxou o ar de uma vez, tentando se reestabelecer. Precisaria estar calma para o que estivesse para acontecer.
Girou e puxou a maçaneta devagar, dando a visão de quem sentia tanta saudade. Para o olhar bem, você tinha que levantar um pouco o rosto, por conta de sua altura. Ele estava mais bonito que nunca, e dessa vez tinha os cabelos soltos, cobrindo a tatuagem que tinha do lado da cabeça.
Não conseguia dizer uma palavra sequer, apenas admirando e absorvendo cada detalhe do rapaz.
ㅡ Posso entrar? - ele perguntou, tirando você do transe que estava.
ㅡ Ah, claro. - disse, dando espaço para que ele passasse. ㅡ O que você faz aqui? - perguntou, tentando recobrar a consciência.
ㅡ Pensei que Mikey tivesse lhe contado. - disse, enquanto olhava ao redor.
ㅡ Sim, ele me disse. Mas, eu não imaginava que fosse hoje. - seus olhos se estreitaram. Também não imaginaria que ele viria tão rápido à sua casa.
Pegou seu celular mais uma vez, vendo que marcava quase 20:00, estava perto de seu pai chegar.
ㅡ Se eu contasse que estava aqui os meninos não iam deixar eu sair. E eu queria ver você o quanto antes. - falou, se aproximando. A expressão de seu rosto havia ficado mais séria.
ㅡ Ah... entendi. - você respondeu, sem saber para onde olhar. A aproximação te deixava sem jeito.
ㅡ [Nome], você não imagina o quanto eu me senti sozinho, enquanto te esperava naquele aeroporto. - a mão dele massageava levemente seu rosto, passando pela bochecha direita e indo até o queixo. ㅡ Quase perdi o voo, não queria aceitar o que estava acontecendo. Mesmo depois de ler sua mensagem dizendo que não ia, sem mais nenhuma explicação.
ㅡ Amor, me desculpa. A gente precisa conversar direito sobre isso. - seus olhos se fecharam quando ele pousou a mão na lateral de sua cabeça, alisando seu cabelo.
ㅡ Amor? - com a voz baixa, ele questionava, olhando cada centímetro de seu rosto. - Por mais que eu tenha ficado chateado e triste, eu senti tanta saudade disso.
ㅡ Eu também senti sua falta, você não faz ideia. Mas, eu tive que fazer isso. - encostou-se no peitoral do mais alto, a culpa começava a te sufocar mais uma vez.
ㅡ Você não me contou nada antes, fingiu que estava tudo bem. O que mais me machucou foi pensar que você não confiava em mim e que estava infeliz. - ele segurou em seus ombros, lhe afastando para ter a visão de seus olhos.
ㅡ Não... eu nunca estive infeliz do seu lado. Desculpa, eu não tive coragem para falar na sua frente, que não podia ir junto. Principalmente, vendo o quanto você estava animado.
ㅡ Se você tivesse me contado, a gente podia ter resolvido. Você é mais importante do que qualquer outra coisa. - ele apertava carinhosamente seus ombros.
ㅡ E por que está me procurando só agora? - perguntou, com um peso em seu peito.
ㅡ No começo eu senti muita raiva, confesso. Mas, o que eu sinto por você é maior que qualquer ressentimento. E eu sei que você nunca faria por mal.
Sua mão quase que involuntariamente tocou o rosto do rapaz, como se tentasse provar que aquilo era real. Fazia um bom tempo que não o via, e ter ele ali em sua frente parecia não ser verdade.
ㅡ Você é tão lindo. - disse, o olhando nos olhos.
Ele não respondeu, apenas encostou a testa na sua, ainda com os olhos fixados.
A conexão de vocês era algo muito maior que simples palavras. O silêncio era suficiente para descrever tudo, não parecia nada estranho. Nunca havia sentido uma paz maior que essa.
Você esperou receber julgamento e brigas, mas o que recebeu foi o sentimento de acolhimento. Ele te passava uma sensação calorosa, onde tudo parecia que ficaria bem.
ㅡ E eu te amo. - Draken falou, antes de iniciar um beijo lento. Te puxando para um abraço.
Seus corpos pareciam sedentos por aquilo, se aproximando cada vez mais. O movimento que seus lábios faziam, pareciam se encaixar perfeitamente, como se a função deles fossem pertencer um ao outro.
As mãos do loiro, que antes estavam repousadas em seus braços, deslizaram para parte de trás de seu pescoço, segurando-o com força e tentando lhe puxar para mais perto. Enquanto seus braços cruzavam a cintura dele, apertando a região.
Tudo parecia seguir de forma automática, o mais natural possível. Afinal, seus corpos reagiam assim um ao outro.
O contato ficava cada vez mais eufórico, fazendo com que a respiração de vocês começasse a ficar desregular. Seu peito tinha um movimento rápido. Sentia seu corpo se esquentar gradativamente, com o toque firme que Draken tinha sobre você.
ㅡ Meu pai pode chegar a qualquer momento. Vem. - você falou, tentando controlar a respiração, interrompendo o beijo rapidamente e o puxando em direção de seu quarto.
Foi o caminho mais rápido que já fizeram.
Enquanto ainda estava de costa, trancando a porta, Draken a abraçou por trás, encostando o rosto em seu ombro esquerdo, inalando seu cheiro o máximo que podia. Queria memorizar cada parte de você.
Ele prosseguiu, seguindo uma trilha até seu pescoço, deixando um beijo úmido ali, o que te fez arrepiar e fechar os olhos para aproveitar aquela sensação.
Sentiu as mãos dele deslizarem por seu corpo, descendo até seu quadril, apertando-o contra o próprio corpo. Podia sentir o calor que ele transmitia.
Ele a virou de uma vez, te deixando de frente, dando a visão de seus olhos cheios de desejo e paixão. Só você causava esse efeito.
Mais um beijo se iniciou ali, dessa vez, em um ritmo acelerado e descompensado. As mãos dos dois agora percorriam por todo lado, sem ter um foco principal. Queriam sentir um ao outro.
Seus lábios apenas se separaram quando Draken passou a mão pela barra de sua blusa, na intenção de tirá-la.
ㅡ Você fica linda vestindo minhas roupas. Mas, prefiro sem elas. - sussurrou em seu ouvido, deixando um beijo leve em sua mandíbula. Puxando a peça de roupa logo em seguida, deixando seu corpo exposto, coberto apenas pela peça íntima de baixo, que usava.
Ele a encarava vagarosamente, de cima a baixo, como se tivesse na presença do bem mais precioso que existia no mundo. Era isso que você era para ele.
Passou a mão por seu busto, pousando sobre o seio esquerdo e o apertando delicadamente, enquanto olhava em seus olhos. Logo seguindo o caminho e passando para a cintura, trazendo você para mais perto e selando seu lábio.
Agora, era sua vez de tirar a camisa dele. Você passou as mãos por baixo do tecido, alisando o abdome definido, o fazendo arrepiar com os movimentos.
Em nenhum momento o contato entre seus olhos era quebrado, vocês sentiam prazer em assistir cada mínima reação. Gravariam aquilo em suas mentes.
Pediu para que ele levantasse os braços, para que tirasse a peça. Tendo a visão que você nunca se cansava de ver.
Se aproximou mais uma vez, tocando seus corpos.
Você era mais baixa que ele consideravelmente, e tinha a visão perfeita do peitoral do loiro, deixando uma sequência de beijos por ali, sendo puxada na mesma hora para a cama.
Seu corpo bateu com força no colchão macio, recebendo o peso de Draken em cima de você, logo em seguida. Beijando-a ofegante.
Vocês pareciam se acender cada vez mais, e cada segundo que passava os deixava sem paciência. Não queriam mais perder tempo.
Draken se levantou o suficiente para que pudesse tirar a calça de moletom que usava, junto com a peça íntima. E, com certa pressa, pediu para que você levantasse o quadril, para que tirasse a sua também.
Agora, os dois totalmente expostos e sem nada para esconder, tinham o desejo incontrolável de se sentirem ainda mais. Ali, eram apenas vocês, como sempre, um para o outro. Como se nada nunca tivesse mudado.
Deixando um beijo rápido em seu rosto, Draken esticou o corpo até a mesa de cabeceira, abrindo a gaveta e pegando um preservativo, onde sabia que você sempre guardava.
Abriu o plástico, pegando o que estava dentro e largando a embalagem no chão. Logo, o colocando.
Voltando a atenção para você, ele iniciou mais um beijo cheio de calor e luxúria, enquanto se ajeitava entre suas pernas. Você sentia sua barriga estremecer, seu corpo estava pedindo por aquilo.
ㅡ Eu te amo. - você disse, falha, confirmando o que estava por vir.
Essas tinham sido as palavras que Draken parecia precisar ouvir, o deixando com mais vontade ainda de tê-la por completo.
Seus olhos se fecharam com força, quando o sentiu se movimentar. Senti-lo daquela forma, te fazia atingir os níveis mais altos de prazer.
Enquanto o ritmo se acelerava, Draken apertava todo seu corpo, passando da cintura, seios e indo até seu pescoço. Te dando uma sensação nova, sua consciência parecia quase se esvair. Aquilo era bom demais.
Suas bocas ansiavam uma pela outra, tentando se encaixar de acordo com o ritmo forte que seus corpos se chocavam.
Você agarrava as costas largas dele, passando as unhas com força, tentando controlar a euforia em que se encontrava. A qualquer momento sentia que poderia explodir.
ㅡ [Nome]. - Draken sussurrava seu nome, com a respiração quente, em seu ouvido. Te deixando ainda mais acesa.
Não sabia o quanto ainda conseguia aguentar.
Separaram os lábios, o que fez você soltar as mãos, colocando sobre a cabeça, e apertando o travesseiro com toda a força que tinha.
ㅡ Draken, eu... - antes que pudesse terminar a frase, foi interrompida.
ㅡ [Nome], olha para mim. - Draken disse, com a voz rouca, fazendo com que você abrisse os olhos, com dificuldade.
A expressão que ele tinha era a melhor coisa que você podia ver, em toda sua vida. Seus olhos tentavam se manter abertos para admirá-lo.
Tentou o beijar mais uma vez. Mas, ele desviou.
ㅡ [Nome], olhe para mim. - pediu mais uma vez.
ㅡ Mas eu já estou olhando, amor. - você respondeu sorrindo, e estranhando a reação do rapaz.
ㅡ [Nome]?
Você estreitou os olhos, em confusão. Ele não estava lhe escutando?
Batidas distantes na porta foram ouvidas, fazendo com que você se assustasse e sentasse de uma vez.
..
ㅡ [Nome], acorde minha filha. - seu pai chamava, preocupado.
Ofegante e perdida, você passava a mão pelos cabelos, tentando voltar a sanidade.
Estava completamente suada, sua cama toda bagunçada como se tivesse acabado de passar um terremoto.
O havia acontecido? Nada daquilo tinha sido real?
ㅡ Estou acordada, pai. Já vou. - respondeu, ainda trêmula.
ㅡ Venha rápido. - o mais velho intimou.
Tentava assimilar tudo, sua respiração não queria voltar ao normal. Aquele tinha sido o sonho mais realista que já teve, você conseguia sentir e lembrar de cada toque que tinha recebido.
Levantou da cama, com as pernas vacilando.
Só podia estar louca. Teve esse sonho logo depois que soube que Draken viria.
Havia ficado um pouco decepcionada por não ter sido de verdade.
Tentando afastar os pensamentos impróprios que insistiam em aparecer, você calçou o chinelo para sair do quarto. Precisava ver o que seu pai queria, e também beber um copo de água, sua garganta estava totalmente seca.
ㅡ O que você queria, pai? - disse, ao sair pela porta, ajeitando o cabelo bagunçado. O vendo sentado no sofá velho da sala
ㅡ Uma pessoa veio lhe ver. - ele disse, apontando com a cabeça para o lado.
Você virou o rosto, para ver quem era. Paralisando completamente, ao ver de quem se tratava. Era outro sonho?
ㅡ Oi, [Nome]. - lhe cumprimentou, encostado na estante ao lado da porta de entrada. Tinha um sorriso tímido no rosto.
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ㅡ Draken?
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𝑂𝑖𝑖𝑖, 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑙. 𝑇𝑢𝑑𝑜 𝑏𝑒𝑚?
𝐸𝑠𝑠𝑒 𝑓𝑜𝑖 𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑓𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑜𝑠 𝑎𝑢𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠, 𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑢 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑓𝑒𝑙𝑖𝑧 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜.
𝐵𝑜𝑚, 𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑓𝑜𝑖 𝑚𝑒𝑢 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 "𝒉𝒐𝒕" 𝑒 𝑓𝑖𝑞𝑢𝑒𝑖 𝑏𝑒𝑚 𝑛𝑒𝑟𝑣𝑜𝑠𝑎 𝑒𝑚 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑎 𝑒𝑙𝑒. 𝑀𝑎𝑠, 𝑠𝑖𝑛𝑡𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑜𝑖 𝑑𝑜 𝑗𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑢 𝑝𝑟𝑒𝑡𝑒𝑛𝑑𝑖𝑎. 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑟𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣𝑜𝑐𝑒̂𝑠 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑒́𝑚!!
𝑁𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑘𝑘𝑘𝑘𝑘, 𝑚𝑎𝑠 𝑎𝑐ℎ𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑠𝑒𝑟 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒. 𝑄𝑢𝑒𝑚 𝑠𝑎𝑏𝑒 𝑢𝑚 𝑑𝑖𝑎 𝑒𝑢 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑖𝑛𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑒.
𝐸𝑛𝑡𝑎̃𝑜 𝑒́ 𝑖𝑠𝑠𝑜, 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑙. 𝐴𝑡𝑒́ 𝑜 𝑝𝑟𝑜́𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑎𝑓𝑖𝑜.
𝑆𝑖𝑔𝑎𝑚 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎 rebeliaodosautores
𝐹𝑒𝑙𝑖𝑧 𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑎𝑚𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑠!
# 𝑫𝑬𝑺𝑨𝑭𝑰𝑶 𝑫𝑨 𝑹𝑬𝑩𝑬𝑳𝑰𝑨𝑶 #
11 ᴅᴇ ᴊᴜɴʜᴏ ᴅᴇ 2022
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