031
"A dama de vermelho já tem um dono".
Chegou sábado, o dia do tal evento que Vinnie não parava de falar, o baile de gala. Eu nunca fui em um, mas sei o quanto esses tipos de eventos são cheio de frescuras, principalmente quando se tem que usar uma roupa específica, sapato específico, acessórios, etc...
Addison e Nessa também iriam nesse mesmo evento, então nos arrumamos juntas. Eu ainda estava aprendendo me arrumar e me maquiar, então quem fez tudo foi as duas excelentes maquiadoras particular que tenho. Assim que elas terminaram comigo, foram se arrumar. A única coisa que faltava para mim, era colocar o vestido, o sapato e os acessórios de brilhantes que Vinnie comprou, que aliás, achei bem desnecessário.
Devo admitir uma coisa... Não sei andar de salto, nunca usei pra falar a verdade. Agora eu me pergunto... O que farei para andar nesse salto tão alto quanto a torre Eifel? Calma Diana, é só imitar aquelas mulheres metidas que você odeia, é fácil, o que poderia dá errado?
Nessa fez o meu cabelo, deixou liso quase escorrido, ele encaracolado bate no meu ombro, mas liso, bate no meio das minhas costas. Essa é a graça de um cabelo encaracolado, nunca irei entender. Addison fez a maquiagem, e cara, ela manda muito bem, parece um dom. Assim que fiquei totalmente pronta, fui me olhar no espelho pra ver se estava tudo em ordem.
Puta merda! Eu estou muito... Vermelha. Só agora que reparei que meu vestido é vermelho, o batom da minha boca é quase vermelho, o colar e o brinco são quase vermelhos. Será que o tema de lá é vermelho? Porque se for, estou de acordo. Celo meu look passando um perfume bem cheiro, pego minha mini bolsa e desço, pois já consigo ouvir todos me gritando lá em baixo. Todos quero dizer os homem.
Ando no corredor me equilibrando no salto alto, chego no começo da escada e vejo todos conversando distraídos, Vinnie estava escorado no palanque da escada mechendo algo no celular, ele para que assim que nota a minha presença. O que é quase impossível não perceber, já que o barulho do salto batendo no piso está escoado pela casa toda.
Concentro toda a minha atenção em não cair da escada e sair rolando até o fim dela, enquanto isso, Vinnie parece bem concentrado em mim. Pois não para de me olhar. Meu deus. Será que estou feia? Não vou pra lugar nenhum se eu estiver muito vulgar. Já sei, deve ser o vermelho, estou chamando muita atenção. Paro no último degrau da escada de frente pra Vinnie, ele está usando uma roupa social toda preta, sapatos que até parecem espelhos de tão brilhante que são, os cachinhos jogados em seus olhos e gravata vermelhas.
- O que? - pergunto com uma expressão de preocupada.
- O que...? - ele pergunta de volta, parece meio atrapalhado.
- Por que está me olhando tanto, não me diz que estou muito exagerada? Ah eu sabia, é o vermelho, não é?
- Não, você está... - ele ia dizer algo mas é interrompido por Addison.
- Diana, você está maravilhosa! - ela vem em minha direção com a boca aberta.
- Ual, estou impressionada! - diz Nessa, erguendo as sombrancelha.
- Acabei de descobrir que a ladrãozinha de carteiras sabe se vestir. - Jaden brinca, ele leva um tapa da esposa. - Calma, só estava brincando.
- Ja estava na hora da rainha da breguisse começar a se vestir como uma pessoa de verdade. - comenta Bryce, ele só não levou um tapa da Addison pois estava longe dela. Mas ao invés disso ganhou um olhar mortal dela.
Nossa, será que eu me vestia bem mal assim?
- Obrigada, eu acho... - franzi o cenho.
- Então vamos, gente? - Vinnie interrompe o papo. Ele olha em seu relógio prata. - Não quero me atrasar por causa de vocês.
Eles saem na frente, me deixando com meu salto e minha dignidade pra trás. Devo agradecer pela consideração por mim?
Já no local do baile, passamos por um grande portão, que tenho quase certeza que é banhado a ouro, com dois seguranças enormes em casa lado, estacionamos o carro nada chamativo em frente a mansão, não é tão grande quanto a de Vinnie, mas é bem sofisticada, na verdade parece mais um museu, por causa dos detalhes antigos que tem nela.
No estacionamento só conseguia avistar os carros mais luxuosos do mundo. Já estou imaginando o tanto de dinheiro que aquelas pessoas lá dentro devem ter. Fui guiada para dentro com as mãos de Vinnie nas minhas costas, passamos por um corredor até chegar no salão principal onde tinha vários ricos de ternos e vestidos elegantes, eu e Vinnie paramos na entrada, ele parecia querer me dizer algo.
- Para essas pessoas nós somos um casal de verdade, então eu vou ter que te tocar de vez em quando, tudo bem pra você? - ele pergunta.
- Tudo bem. - assinto. Olho para as pessoas ao redor. - Pareço ser a única que está usando vermelho aqui Vinnie. A intenção do baile acho que era que todo mundo se vestisse similar ao outro.
- Nós não somos todo mundo. - ele responde. - Não quero que você se misture nesse monte de gente ridícula, quero que você se destaque, Angel.
Seus olhos castanhos me encaram fixamente.
Ele pega em minha mão e sai me guiando no meio dos convidados, alguns deles Vinnie cumprimenta com a cabeça ou com um aperto de mão, outros nos abordam para conversar. Parece que nosso casamento falso espantava as pessoas, pois eles nem sabiam que Vinnie estava em um relacionamento, alguns até nos lançavam alguns olhares desconfiados, mas aí vêem a nossa interação e esse olhar logo se cessa.
Casais nos elogiavam falando que nós combinamos, eu apenas sorria e respondia com um "obrigada", em outras situações Vinnie me tocava como ele havia informado, mas eu percebi que ele só fazia isso quando se sentia ameaçado por algum velho nojento com um olhar malicioso para mim, ele agarrava a minha cintura e me trazia para mais perto dele, assim como ele fez quando fomos comprar o vestido. Devo admitir que os toques dele me pegava desprevenida e me deixava tontinha, até parecia que eu estava gostando. Ou gostei?
Chegamos em um casal que aparentava ter bastante idade, eu daria um sessenta e cinco anos, a mulher está com um vestido verde longo escuro sem decote, ele tem bastante brilho e algumas flores na parte de cima do vestido. Seu marido está com um terno cinza, por baixo usa uma camisa branca e o colete da mesma cor que o terno e calça, ambos seguram taças de champanhe na mão. E eu estou com a garganta seca, até agora não vi uma alma viva oferecendo uma água para os convidados. Os dois abrem um sorriso quando nos vêem se aproximar.
- Vinnie! - diz o homem levantando as sombrancelha, parecendo está surpreso com a presença dele.
- Napoleão. - ele acena com a cabeça e depois pega na mão do homem a sua frente. Logo se dirige para a mulher. - Eliza. - sem aperto de mão.
- Estou surpreso por ter vindo. - Napoleão comenta. - E a dama de vermelho ao seu lado, quem seria? - ele olha pra mim com um sorriso simpático.
- Essa é a minha mulher. - eu estava um pouco atrás dele, então ele põem a mão na minha cintura e me chega pra perto. - Diana, esses são Napoleão e Eliza, os responsáveis pela festa e dono da casa. - Vinnie nos apresenta. O homem pega na minha mão com gentileza e a mulher me dá um beijo no rosto.
- Prazer em conhecê-los. A festa está maravilhosa. - dou um sorriso gentil. - Louis Roederer. - digo o nome do champanhe que está em suas mãos. - Ótima escolha Monsieur et madame Florence. - me dirijo á eles em francês, Vinnie havia me contado minutos antes de vir para festa, que eles eram franceses e que seus sobrenomes eram muito importantes.
O casal a nossa frente fica surpresos, olham um para o outro e dão um sorrisinho.
- Você fala francês, querida? - Eliza pergunta sorrindo.
- Oui. - respondo "sim" em francês.
- Seu sotaque é diferente. Você não é daqui, não é mesmo? - Napoleão pergunta.
- Não, eu não sou britânica, sou intaliana, morei lá até meus treze anos, depois vim para Los Angeles, me aconcheguei por lá e assim que me casei vim para Londres. - explico.
- Eu gostei dela. - Eliza diz olhando pro seu marido e apontando para mim.
- Sorte sua Vinnie. - diz Napoleão com um sorriso e dando tapinhas no ombro de Vinnie.
- Sempre digo isso a ele, Monsieur. - digo com um sorriso falso.
- É eu tenho muita sorte. - ele confirma me olhando.
Depois de uma longa conversa com os donos da mansão, chegou a hora da dança, Vinnie me estendeu a mão me convidando para dançar, Napoleão faz o mesmo com a esposa, sou guiada para o centro da mansão onde tem alguns casais dançando grudadinhos. Fofo. Fico de frente para Vinnie, uma de minhas mãos vão até o seu ombro, enquanto a sua está em minha costa, fico um pouco desconfortável com a proximidade, não consigo encara-lo direito.
- Chegue mais perto, Angel. - ele ordena. - Eu não mordo... Só se pedir. - ele me olha com deboche.
- Engraçadinho. Eu nunca pediria uma coisa dessas. - reviro os olhos, ele dá um sorriso de lado.
- Parece que você foi o centro das atenções hoje. - Vinnie comenta enquadrando dançamos uma música lenta, eu fico olhando pra qualquer canto.
- Jura? Eu nem percebi. - falo irônica. - Odeio ser o centro das atenções, quem costuma fazer isso é a Bella.
- Mas diferente dela, a atenção que você está recebendo é pela beleza genuína, e não forçada.
- Oh, espere um pouco. - olho pra ele sorrindo. - Vinnie Hacker acabou de dizer que minha beleza é genuína. Diga isso de novo, mas espera, deixa eu pegar meu celular para gravar esse momento. - ele revira os olhos balançando a cabeça, depois seus olhos me encaram.
- É a verdade. Você sempre foi bonita.
- Mesmo com aqueles vestidos de freiras? - dou risada.
- Mesmo parecendo uma freira. - ele confirma.
- Que pecado Senhor Hacker. - abro a boca fingindo surpresa com o que ele falou.
- A beleza sempre esteve com você, porém estava ofuscada pelo seu pai e suas irmãs. - meu sorriso some. - Você é uma pessoa incrível, Diana. - quando ele diz meu nome, é porque ele está falando bem sério. - Nunca, jamais deixe alguém apagar a luz que existe em você, nem Roger, Bella ou Maggie, entendeu isso bem? É uma ordem.
- Ok... - sussurro tentando digerir as suas palavras.
Vinnie pode ser a pessoa que for, um matador, um pouco psicótico, raivoso, torturador, líder de uma gangue, mas ele é bom pra mim, ele me ajudou e continua me ajudando, mesmo casada com ele e morando no mesmo teto, Vinnie nunca me obrigou a cumprir meu papel como esposa, nunca me obrigou a nada, nunca encostou um dedo em mim ou me humilhou. Bem diferente daqueles que eu chamava de família, que não é porra nenhuma.
Assim que a dança acaba, Vinnie vai conversar com um de seus sócios de negócios pelo que ele me falou, aposto que è dono de uma gangue disfarçado de um bom moço usando terno. Eu vou para a mesa de aperitivos, e enquanto como, tento achar as meninas que sumiram desde a hora que chegamos, esse lugar é enorme e eu não vou sair procurando por elas. Tento comer como uma mulher fina, e aparentemente consigo, porém só eu e Deus sabemos quantos queijos e azeitonas comemos nessa mesa.
Fico destruída vendo algumas pessoas conversando e dançando, a música que toca é um clássico de Beethoven. Me lembro do início que comecei a tocar piano, ele era meu músico favorito, pois eu era apenas uma criança, mas só sei que amava muito suas melodias. De repente um homem que usa terno também me aborda, porém ele não usava gravata e a camisa de baixo era branca aberta até o peito, que deixava sua tatuagem amostra de duas espadas, seu cabelo eram castanhos, quase loiro e seus olhos eram verdes. Que ser humano vem para um baile vestido desse jeito? Ele era bem jovem. Diria que ele tem a mesma idade de Vinnie.
- Ow! - ele me olha de cima até baixo com as sombrancelha levantada, diria que ele está bem impressionado. - Você está bem...
- Vermelha, é eu sei. Ouvir isso várias vezes hoje. - digo e como uma azeitona.
- Certo. - ele ri. - É que... Você foi a única que eu vi usando essa cor. Ficou lindo em você.
- Obrigada. - fico sem graça. Ele está dando em cima de mim, por que estou me sentindo tão estranha?
- Você está gostando do baile? - ele pergunta.
- Estou gostando sim, é a primeira vez que vou em um. - digo.
- Que honra então, o seu primeiro baile é na minha casa. - ele sorri.
- Ah, a casa é sua? Napoleão e Eliza são...
- Meus pais? Sim.
- Que bacana.
- Aliás, meu nome é Nick. - ele estende sua mão para me cumprimentar.
- Diana. - pego-o.
- O que você acha, Diana, de tomar um champanhe comigo, em um local mais... Calmo. - ele sorri tentando jogar um charme pra cima de mim.
- Não bebo bebida alcoólica. - dou uma desculpa.
- Certo, mas podemos ir em algum lugar mais reservado, posso pedir outra coisa pra beber. - ele insiste.
- Me desculpe, é que...
- Entendi. - ele me corta. Dando um sorriso sem graça. - Não precisa explicar, tudo bem. Talvez em outro momento?
- Talvez não. - dou de ombros.
- Não vou insistir gatinha, eu sou areia demais pro seu caminhãozinho. - ele se gaba.
Ok. Ele acabou de perder o encanto que tinha, nem fodendo que eu iria sair com esse play boy de merda. Enquanto estou distraída xingando ele mentalmente, sinto uma mão forte em minha cintura.
- Desde de quando Lamborghini carrega areia? - Vinnie diz e me puxa para perto. Eu levo um pequeno susto, eu não esperava por essa, meu coração quase cai do peito, sinto uma sensação estranha e gostosa ao mesmo tempo.
- Foi mal, Vinnie. - o cara se desculpa. - Não sabia que ela estava com você.
Não consigo ver a expressão de Vinnie agora, mas imagino que ele esteja com um olhar mortal para o cara a nossa frente.
- Ela não está comigo. - ele fala. - Ela é minha. - Vinnie levanta a minha mão esquerda mostrando o anel em meu dedo.
- Eu realmente não sabia. Me desculpem, aproveitem o baile. - o tal play boy sai de fininho e com a bola baixa.
Me desgrudo de Vinnie assim que o cara some de vista, olho pra ele incrédula com o que acabou de dizer. Que cena mais ridícula.
- O que foi isso?
- Ele estava dando em cima de você, todos estavam vendo. Eu seria o corno da história? Nem fodendo.
- O nosso acordo não era esse, cada um fica com quem quer? - pergunto cruzamos os braços.
- Claro, mas não na frente de todo mundo. - é isso ou ele está com ciúmes? - Ele disse era muita areia pro seu caminhãozinho, você ficaria com um cara que te rebaixaria dese jeito? Se sim, você é uma otária e tem um autoestima muito baixo.
- Ta me chamando de otária?
- Eu disse que você seria uma otária se ficasse com um cara como o Nick. - ele explica. - Não tire palavras da minha boca.
- Ele é bonito, eu admito. - Vinnie aperta o maxilar. - Mas eu nunca ficaria com ele, eu tenho amor a minha vida própria, querido. - chego perto dele fingindo está ajeitando sua gravata para ninguém desconfiar que estamos tendo uma discussão. - Nenhum homem dessa festa me interessou, baby, só tenho olhos pra você. - minto.
- Fica dizendo essas coisas, Angel. Uma hora vira verdade. - ele ri de canto enquanto encara a minha boca.
- Acho que esse baile já deu, não acha? - dou dois tampinhas em seu peito.
- Acho. Vim te chamar exatamente para isso. ele diz com um sorriso falso.
- Ótimo.
- Ótimo.
Muita informação para um capítulo só, não acham?
Vestido da Diana:
O fecho que o Vinnie deu no Nick scrr!
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