27
Narrador
No momento em que Ana estava sendo colocadas dentro do carro ela ouviu um disparo e quis olhar para trás, sendo proibida pelos homens que a guiaram até ali. Todas as pessoas daquela meia-lua passaram por sua mente, e nenhuma, nem mesmo Ellen merecia morrer, mesmo depois de toda a merda.
O sol nasceu depois de horas de muitas súplicas e falação, Negan havia saído com Rick no trailer e não tinha voltado ainda. Ana que estava dentro do carro, conseguiu, uma ajuda médica, antes de ser levada para o Santuário. Por mais que ela perguntasse, ela não tinha resposta, não sabia quem havia morrido, o que a deixava ainda mais nervosa.
— Fica aí garota. — um dos salvadores diz a jogando dentro da solitária fria e suja.
Ela se encolheu num canto do lugar e mordeu o lábio, começando a assobiar. Agora sem nervosismo, sem medo, apenas calma. Foram as horas mais silenciosas da vida de Ana, silêncio apenas no lugar em que estava já que tudo muito confuso em sua mente.
Foram horas até que o barulho de passos e a sombra por debaixo da porta chamou a atenção de Ana. A porta foi aberta e Negan aparece sorrindo.
— Me desculpe — ele diz estendendo a mão para a garota — Não era para terem te jogado aqui. Venha vou te mostrar o lugar.
Ana se levantou e seguiu pelo corredor. Negan tinha um de seus braços sobre o ombro da garota e ia apontando com Lucille os lugares. Ele não parecia ser alguém tão ruim quanto falavam.
— Aqui — ele diz abrindo a porta — É a enfermaria. Caso algum dia esteja se sentindo mal, doutor Carson vai cuidar muito bem de você.
— Posso te fazer uma pergunta? — Ana pergunta olhando para cima e encarando o rosto expressivo de Negan.
— Quantas quiser.
— Por que eu? — ela questiona.
Negan sorri.
— Você é forte, determinada. Eu gosto disso.
Ana suspirou e observou os corredores em sua frente. O que antes ela não sentia, parecia ter vindo a tona. Ela tinha medo. O taco de beisebol estava com respingos de sangue, poucos, mas perceptíveis. Quem Negan tinha matado em Alexandria? Quem havia sido a vítima da bala daquela arma?
— Quer ir à enfermaria?
— Não, eu estou bem. Posso te fazer outra pergunta?
Negan respondeu apenas com um som, sem palavras, apenas um som que parecia ser confirmatório. Ela engoliu seco várias vezes e fechou a mão e a abriu, tentando a fazer parar de tremer.
— Quem você matou? Sabe... Em Alexandria.
— Uma garota, com cabelos um pouco loiros. Espero que vocês não fossem amigas, sabe, ela tentou fugir e bom... Eu a matei.
— Ellen. — Ana diz deixando a alegria tomar conta de seu corpo — e não, não éramos amigas. Ela me odiava e eu a odiava. Era um sentimento recíproco. Obrigada por isso.
— Porquê todo esse ódio?
— Carl.
— Vocês duas gostavam dele? — ela assente — ele ficou com ela?
— Ele me trocou por ela. Mais isso é passado.
As escadas apareceram em frente a eles, as pessoas já não circulavam como nos corredores do andar de baixo o que fez Ana estranhar de primeira. Um enorme corredor cheio de portas apareceu quando eles pisaram nos três últimos degraus.
— Por aqui. — eles viraram a direita e pararam em frente a última porta — Abra.
A mão de Ana foi para a maçaneta e ela a girou, ouvindo seu coração bater mais forte dentro da sua caixa toráxica. Ela empurrou a porta e sorriu passando os olhos por todo o lugar e deixando sua curiosidade falar mais alto. Era um quarto enorme, cheio de livros e ursos de pelúcia.
— Esse é seu novo quarto. — Negan diz se sentando na poltrona perto da lareira. — Gostou?
— Eu amei! — ela diz passando seus olhos por cada livro que havia na estante.
Ela tinha um sorriso enorme no rosto assim como Negan, que se sentia bem em ver aquele sorriso no rosto da garota. Por mais que tivesse se passado apenas 30 minutos que eles estavam juntos, algo em Negan mudou. Ele e Lucille sempre quiseram ter uma família antes do mundo acabar e ela morrer.
O estômago de Ana roncou e Negan a encarou com a sobrancelha escura e grossa arqueada.
— Quer sanduíche? Temos tomates frescos.
Ana assente e caminha atrás de Negan, dando de cara com uma cozinha completa. Ela deixou um sorriso escapar e se sentou no banco, deixando sua mão sobre o balcão.
— Posso te fazer outra pergunta?
— Manda a ver. — ele disse picando os tomates.
— Você realmente gosta de mim, ou, só está me tratando bem porque eu tenho a cura correndo em meu sangue?
— Direta — ele diz deixando a faca de lado e encarando Ana, que tinha um olhar questionador por debaixo sobrancelhas. — Respondendo sua pergunta. Eu realmente gosto de você. Você tem algo incrível nos olhos, algo que transmite poder, obsessão e sede por algo. Foi você que levantou e salvou todos do seu grupo, você tem uma grande e incrível habilidade de agir sem pensar — ele faz uma pausa — o que é bom e ruim. Ana, você é forte, mostrou que daria sua vida pessoas, até pelas que você não gosta. — ele se refere a Ellen — Vejo você se tornando a líder desse lugar.
Ana não tinha o que falar, parecia que suas palavras haviam evaporado de sua boca.
— Quem é Lucille? — ela pergunta — Sei que deve ter sido alguém importante para você.
— Como sabe?
— Seu olhar. Ele muda quando você fala o nome, e, ele mudou agora.
Um suspiro fundo e uma engolida seca. Aquela não era o tipo de conversa que ele costumava ter e falar de sua falecida mulher, o fazia se sentir um lixo.
— Minha ex -esposa.
— Como ela morreu?
— De câncer. — ele encara Ana que prestava atenção. Seu olhar era fixo e ela tinha a cabeça sobre a mão — Foi antes da merda toda acontecer. Foi antes a primeira zumbi que eu matei. Eu era um bosta.
Ele abriu a geladeira e puxou o queijo.
— Porque em vez de pegar as coisas das pessoas, você não faz trocas? Assim como os outros grupos procuram, o seu também devia. Sabia que roubar é errado?
— Eu não roubo as coisas…
— Teoricamente sim. Você faz as pessoas ficarem com medo e pega suas coisas aproveitando da fragilidade emocional.
Negan revirou os olhos e entregou o prato com o sanduíche para a garota, se sentando em sua frente.
— Cala a boca e come. Você fala demais e faz perguntas demais.
— Você que disse que eu podia fazer quantas perguntas eu quisesse.
Um ponto pra Ana.
E o vínculo entre esses dois só está começando...
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Beijos e fuiii
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