"𝙏𝙝𝙚 𝘽𝙧𝙤𝙠𝙚 𝙋𝙧𝙞𝙣𝙘𝙚𝙨𝙨"
"A Princesa Quebrada"
— O principe Aemond Targaryen e a princesa Rhaenys Velaryon!
Eu adentrei o grande salão da Fortaleza Vermelha atrás de Aemond, vendo todos os olhares virem até nós e os guardas tirassem suas espadas da cintura em alerta.
— Olha só! Se não é a "The Broke Princess" e o "Kinslayer"! — Disse Aegon sentado no Trono de Ferro. — Admito que me sinto surpreso em ver você aqui sobrinha, ouvi dizer que estava em um casamento, na verdade devo admitir que apesar do seu rosto todo ferrado você ainda está belissíma!
Por um momento eu parei para olhar o platinado que usava a coroa do Conquistador e tinha uma feição fechada dirigida a mim, logo ao seu lado estava Sir Criston com o broche da "Mão do Rei", e no lado oposto estava Otto e Alicent HighTower com suas tipícas roupas esverdeadas me olhando com espanto e curiosidade.
— E então Rhaenys? O gato comeu a sua lingua? — Eu dei um passo a frente saindo da sombra de Aemond, logo o sentindo agarrar o meu braço me fazendo voltar para onde eu estava.
— Fui embusca da princesa para cumprirmos nossas promeças de casamento, assim como o Rei Viserys havia ordenado. — O mais alto falou.
— E disso eu não tenho dúvida irmão. Mas quero ouvir da boca da minha sobrinha, ouvi dizer que todos de sua família a culparam por um erro que não foi seu, e á boatos que a destruiram até sobrar apenas uma garotinha assustada abandonada no Ninho da Águia. Por isso o seu novo apelido aliás. — Aquelas palavras me acertaram como flexadas diretamente em meu peito, então era óbvio para todos o tempo todo? Todos puderam assistir o meu declínio, todos os criados, miestres, cidadãos e soldados. Eles assistiram enquanto eu me auto-destruia fofocando pelos cantos.
— Você está certo meu Rei, minha família está fragílizada nesse momento, e minha mãe Rhaenyra Targaryen tentara de tudo para ter o trono de volta. Mas agora, nesse momento com todos aqui presentes como testemunha, lhe ofereço meu apoio nessa guerra. — Falei me ajoelhando perante a o Rei Aegon II que tinha um sorriso satisfeito nos lábios. Agora que eu assino minha sentença de morte... o Daemon vai arrancar minha cabeça certeza, certeza.
— A princesa Rhaenys Velaryon! Terceira de seu nome, montadora do dragão mais selvagem de Westeros. — Falou levantando uma taça de vinho para o alto fazendo todos aplaudirem. — Eu lhe garanto sobrinha, com seu opoio te farei Lady de Driftmark e de Pedra do Dragão, devolverei o direito que foi tomado de você.
Talvez tudo aquilo fosse enganação. Uma manipulação para ter o meu dragão como uma vantagem para os verdes. Foi muito fácil. Mas pela primeira vez eu pude sentir a sensação de pertencimento e reconhecimento. Pela primeira vez eu estava fazendo algo por mim mesma.
Mesmo que fosse uma mentira.
[...]
O dia amanheceu ensolarado, com os raios de sol insistindo em invadir o quarto por todas as brechas que ele encontrava, me fazendo se levantar e me trocar rapidamente.
— Como está se sentindo? — Me virei para uma poltrona que havia perto da cama, vendo Aemond me observando sereno.
— A quanto tempo está ai?...
Mas respondendo sua pergunta, admito que nem me lembro mais de como é acordar sem se sentir como se tivesse sido atropelada por uma carroça. — Falei me sentando. — Onde esteve noite passada? Você sumiu após o discurso de Aegon.
— Me desculpe por isso, imagino que você do jeito que é desconfiada deve ter passado a noite toda achando que alguém invadiria o quarto para mata-la enquanto dormia. — Eu sorri concordando. — Na verdade eu apenas fui planejar as últimas coisas do nosso noivado enquanto você descansava.
— Eu... Não achei que você havia falado sério quando disse que foi atrás de mim para o casamento. Enquanto a filha do Lorde Baratheon? — Ele se levantou vindo se sentar ao meu lado.
— Daeron se casará com uma delas.
— Daeron? Oh quanto tempo não o vejo, todos esses anos em Vila Velha devem ter sido cansativos. — Falei me lembrando do filho mais novo de Alicent e do meu avô Viserys, que nunca esteve presente nas confraternizações da família por estar sempre na sede da Casa Hightower.
— Pois é, minha mãe já mandou corvos para lá, em breve ele voará com Tessarion para guerra. — Falou enquanto segurava minha mão de leve.— O grande miestre ira nos casar hoje a noite, em um banquete, não será uma grande cêrimonia como os Arryn fizeram para você, mas vão ter alguns grandes Lordes presentes. — Coloquei a cabeça em seu ombro fechando os olhos por alguns instantes.
— Você vai mesmo querer se casar com alguém assim? — Falei apontando para o meu olho roxo e para o pequeno corte que eu tinha nos lábios. Fazendo o mais velho sorrir e me puxar para um beijo.
— Mesmo com um olho roxo você ainda é a garota mais linda dos Sete Reinos. Minha princesa, minha Rhaenys. — O som de batidas na porta nos fez se separar, logo vendo que se tratava da viúva Alicent que estava com uma cara fechada ao entrar.
— O Rei solicita sua presença no conselho. — Falou para Aemond que me olhou uma última vez antes de sair do quarto.
— Rhaenys, fico feliz que esteja do nosso lado agora.
— Admito que foi difícil tomar a decisão de me juntar aos uzurpadores do trono...— Ela se aproximou de mim se sentando ao meu lado com uma cara séria.
— Preciso saber se você é realmente leal aos meus filhos, e que isso não apenas uma armadilha dos pretos para nos atacar novamente.
— Olhe para o meu rosto Alicent, minha família me abandonou, não devo mais nada a eles.
— Rhaenyra pode ser muitas coisas, mas uma boa mãe não é uma delas. — Eu me levantei encarando a mulher indignada.
— Cuidado com suas palavras. Eu posso insulta-los. Você não.
— Falei de um modo ameaçador a vendo se levantar e ficar bem próxima de mim enquanto segurava minhas mãos.
— Não é como se eu estivesse mentindo Rhaenys. Ela isolou você e seus irmãos em Pedra do Dragão, matou o seu pai para se casar com o tio e nem ligou para o que vocês pensariam, ela passou o seu titulo de Lady de Driftmark para o filho homem, e depois mandou crianças convocarem aliados para uma guerra, sem se preocupar com retalhações.
— Foi culpa do Aemond o que aconteceu com Luke.
— Sim, mas poderia ter acontecido coisas piores, e se o Lorde Borros Baratheon não fosse um homem descente e fizesse algo com você? Sua mãe não se importou com isso, depois disso ela te enviou para uma batalha, pra no fim te abandonar e a fazer se casar com um simples Lordezinho do Vale. E nem vamos começar a falar do Daemon. — Eu não sabia o que dizer, ela estava certa apesar de tudo. — Mas tudo isso acaba hoje querida, você se casará com Aemond e retomará tudo o que foi tirado de você, e nós a protegeremos com nossas vidas se for preciso. — A mais velha me puxou para um abraço apertado me fazendo encostar a cabeça em seu ombro.
— Sinto muito pelo seu neto. Eu não sabia. — Sussurei.
— Nem se compara a dor que sua mãe sentiu com a perda do Lucerys.
— Eu quero ver Haelena, quero pedir desculpas pelo ocorrido... — Pedi a mais velha.
— Não é uma boa ideia, ainda não, ela está frágil nesse momento e é melhor a deixarmos em seu luto. — Eu assenti a vendo colocar levemente a mão em meu rosto. — Tudo vai dar certo agora Rhaenys.
[...]
E denovo lá estava eu sendo arrumada por damas de companhia, elas me vestiram com um vestido branco e colocaram uma coroa prateada em minha cabeça, além de fazerem o possivel e o impossivel para tentarem cobrir os hematomas de meu rosto.
— Você está deslumbrante! — Uma das moças falou.
Elogios. Eu os recebia com frequência, mas ao mesmo tempo eles não faziam eu me sentir melhor ou me sentir especial. Era mais como se eu fosse um objeto, ou talvez um prêmio para aquele que fosse mais digno.
— Já está na hora princesa. — Sir Criston adentrou o quarto me observando brevemente. Me fazendo afastar esses pensamentos deprimentes que sempre insistiam em borbulhar na minha mente.
E eu apenas assenti o acompanhando em silêncio até chegarmos na porta do grande salão.
— Acha que estou tomando a decisão certa Sir? — Perguntei.
— Apenas você tem a resposta para essa pergunta princesa. — Eu o encarei por alguns segundos, finalmente vendo as portas se abrirem revelando uma boa quantidade de pessoas, não tanto quanto a festa dos Arryn, mas ainda sim, bastante gente.
Minha entrada foi anúnciada e um manto da Casa Targaryen foi colocado sobre meu ombro, e então pude observa-lo meu futuro marido vestido inteiramente de preto como de costume, mas ainda sim, ele estava perfeito.
Nós fizemos nossos juramentos, assim como ontem, mas dessa vez era diferente tinha sentimentos e por um breve momento eu não estava com medo do que estava por vim. Eu estava feliz. Realmente feliz.
— Acho que devemos dar uma dança a eles. — Falou o platinado enquanto observava os convidados rodopiarem ao som da música.
— Quem diria que Aemond Targaryen gosta de dançar. — Falei pegando sua mão enquanto iamos para o centro do salão.
— Não gosto. — Falou me fazendo sorrir. — Mas eu danço por você. Eu admito que tudo isso é estranho para mim, eu vivi tempo demais me preocupando em ser bom em tudo, e por isso sempre evitei sentir sentimentos... E é horrivel se me permite dizer, só de te imaginar longe de mim ou com outra pessoa já me da vontade de queimar tudo.
— É estranho pra mim também, mas acho que vamos aprender a lidar com isso. — Pude sentir sua mão subir até minha nuca me puxando para um beijo lento, nos fazendo parar a dança. E então ao ver que todos estavam nos encarando nos separamos envergonhados, o que nos fez rir de leve.
Nós festejamos até quase a madrugada, quem diria que até com o Aegon eu estava dançando, ele parecia animado enquanto faziamos os movimentos da valsa, ele apesar de ser o próprio caos e a reencarnação da depravação, no fundo acredito que temos mais em comum do eu me permitiria dizer em palavras, ambos destruidos por pessoas que amavamos. Mas nós separamos ao eu ver Aemond voltar e se aproximar me roubando do irmão.
— Vem, estamos liberados para fugir daqui. — Pegou minha mão me levando para fora da festa.
— Hum, fugir é? — Ele sorriu me puxando para um beijo assim que chegamos no corredor.
— Você não sabe como fiquei louco pra te ter denovo.
O quarto nunca pareceu tão longe.
E a noite nunca foi tão longa.
[...]
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