𝘽𝙪𝙩 𝙬𝙝𝙚𝙣 𝙞 𝙬𝙖𝙠𝙚 𝙪𝙥, 𝙞 𝙨𝙚𝙚. 𝙔𝙤𝙪 𝙬𝙞𝙩𝙝 𝙢𝙚
Mas quando eu acordo, eu vejo. Você comigo
Visão embaçada, suando frío e me sentindo como um porco no abate.
Eu me levantei com difículdade do chão já inteiro manchado de vermelho, guardei minha espada na bainha e continuei andando sem mais me importar com os cidadão que me encaravam e sussuravam pelos cantos.
— Eu preciso sair dessa cidade maldita.
Quando finalmente cheguei a beira mar, sorri aliviada ao ver Canibal ao lado de Vhagar. Os dragões haviam notado que algo estava errado e logo arrumaram suas posturas ficando de pé enquanto eu andava entre eles, e após montar com um grande esforço no ser escuro me permiti descançar sobre ele por alguns minutos sentindo minha barriga vazar liquído vermelho.
— Vamos! Precisamos ajudar nossa avô. — O animal levantou voo indo até o centro da cidade onde ele pousou em frente ao fosso dos dragões rugindo alto e chamando a atenção de todos.
E então eu pude ver Meleys, o dragão vermelho que minha vó montava bem em frente a toda família dos verdes dentro de onde acontecia a coroação, mas logo o meu olhar se desviou para Aemond que provavelmente também percebeu que tinha algo errado por eu estar coberta de sangue. Ele deu um passo a frente mas logo recuou ao ver o dragão vermelho abrir a boca e soltar um grito estridente em direção a ele e seus familiares.
Minha avô logo se virou me fazendo um sinal com a cabeça, e então eu percebi que era hora de irmos para casa. E junto dela fomos embora daquela cidade pecaminosa e suja deixando para trás apenas nossas frustrações e alguns estragos.
— Você está bem? — A mais velha perguntou alto, enquanto sobrevoavamos o mar.
— Sim... — Tentei responde-lá, mas minha voz saiu tão baixa que nem mesmo eu a ouvi, e então minha visão embaçou, a escuridão me cercou, eu começei a apagar aos poucos finalmente deixando o cansaço tomar conta de mim.
Até que era uma sensação boa afinal, era como se eu flutuasse, mas derrepente um gelo subiu pela minha espinha e me faltou ar nos pulmões. Será que eu estava morrendo?
Se a morte é assim então é pacífica e silênciosa. Eu pude finalmente aquetar a minha mente que tanto me pertubava. Pude ver minha vida passar por meus olhos, eu não tinha grandes feitos, nem uma batalha vencida, no fim eu era apenas uma garotinha assustada e com a mente cheia de traumas, uma bastarda, rodeada por mortes, conspirações e traições.
[...]
A princesa Rhaenys II entrou em desespero ao ver sua neta cair no mar desacordada, ela fez o seu dragão descer o mais próximo da água que podia para tentar agarrar a garota que afundava lentamente. Mas ela foi interrompida por Canibal que se atirou na água e agarrou a garota pelas patas trazeiras a levando até Pedra do Dragão.
A mais velha não compreendia o que tinha acabado de ver, ela já havia visto muitos dragões protetores e leais mas nenhum como a criatura de assas negras que sua neta tinha.
Assim como Lucerys, o irmão do meio da garota desacordada que observava tudo da praia, ele também não estava entendendo o que havia visto, ele tinha a curiosidade no olhar por não saber por que sua avó e sua irmã voltavam tão cedo, não haviam ficado nem dois dias em King's Landing. Mas o garoto entendeu, quando viu Canibal colocar o corpo de sua irmã no chão e soltar um rosnado tão alto que quase o fez cair para trás.
O menino moreno correu para chamar sua mãe, e assim que Rhaenyra viu a filha ela caiu em prantos tentando acorda-lá desesperadamente, o irmão mais velho chegou logo em seguida junto de Daemon, que pegou a garota no colo a levando para dentro do castelo onde os miestres estavam.
— Ajudem ela! — O homem loiro falou vendo todos os senhores rodiarem a menina que já estava pálida como um morto.
Os senhores médicos começaram a tentar ressucitar a menina de cabelos brancos, apertando forte seu peito e fazendo respiração boca a boca, enquanto outros tentavam fechar o corte profundo que a menina tinha na barriga.
— Não acho que iremos conseguir salva-lá... — Falou um dos senhores que costurava o ventre de Rhaenys fazendo Rhaenyra começar a chorar ainda mais. Daemon apenas olhou para o miestre com raiva, tirando sua espada da cintura e apontando para ele.
— Ou ela vive, ou você morre!
O homem o olhou assustado voltando a sua atenção para a garota, eles fizeram diversas tentativas de reanima-la mas apenas quando já haviam pensado em desistir a loira colocou para fora toda a água de seus pulmões voltando a respirar levemente, mas ainda sim não foi o bastante para a princesa acordar, ela havia perdido muito sangue e precisaria de tempo para se recuperar.
[...]
Começei a recuperar minha conciência aos poucos.
Com dificuldade eu abri os olhos lentamente olhando ao me redor, ficando tranquila ao ver que eu estava na minha antiga cama, no meu antigo quarto.
— Você acordou! — Me virei levemente vendo o moreno mais novo sentado ao meu lado.
— Luke... Por quanto tempo eu dormi? Como cheguei até aqui? — O garoto sorriu e se levantou.
— Você dormir por três dias Rhay, a gente até achou que você não acordaria mais. E você chegou até aqui com a vovó não se lembra? Ela disse que você caiu no mar e o Canibal te salvou! Agora, não é pra levantar. Irei chamar a mamãe. — O menino saiu correndo do quarto me deixando pensativa.
A última coisa que eu me lembrava era de estar em cima do meu dragão vendo minha avó junto de Meleys em King's Landing quase matando toda a família de Alicent e Otto HighTower.
Logo senti uma dor agúda subiu pelo meu corpo me fazendo descer o olhar para baixo olhando a camisola branca que eu vestia, logo a levantando podendo observar um grande curativo na minha barriga.
— Filha! Oh ainda bem que acordou, eu achei que tinha te perdido. — Minha mãe me abraçou com força me fazendo gemer baixo por conta do ferimento. — Me desculpe. Eu havia me esquecido.
— Está tudo bem, mãe... Os verdes, eles usurparam o seu trono e...
— Não vamos falar disso agora.
— Nós iremos sim falar disso agora. Quem fez isso com você Rhaenys? Foi aquele desgraçado do Aemond? — Daemon adentrou o quarto com um olhar fúrioso vindo em minha direção, sendo seguido por Jace.
— Não, não foi ele, como ele poderia afinal? Ele estava na coroação do irmão. Isso foi quando eu me separei de Rhaenys e acabei dando de cara com três guardas da patrulha da cidade. Infelizmente eles não eram tão bonzinhos assim, mas eu consegui me livrar de dois deles. Deveria ter visto como eles ficaram. — Falei sorrindo de leve e vi o loiro se aproximar ficando mais calmo.
— Nós achamos que você ia morrer... — Meu irmão mais velho falou.
— Fico orgulhoso que tenha matado os desgraçados, mas agora estamos em guerra Rhaenys. E você não pode colocar mais sua vida em risco, você é uma peça importante para a nossa vitória sabe disso não é? — Daemon disse vindo se sentar ao meu lado.
— Eu sei.
Nós ficamos conversando até o anoitecer onde chegou o momento em que todos tiveram que ir resolver seus assuntos particulares. Daemon e minha mãe já haviam me explicado toda a situação em que estavamos, tudo o que deveriamos fazer e o mais importante, que nós não nos curvariamos para os verdes.
— Te trouxe o jantar! — Luke adentrou o quarto com uma bandeija e um sorriso no rosto. — Depois do que aconteceu, eu me sinto na obrigação de cuidar de você.
— Você não precisa se cobrar tanto sabia? Além do mais, agora você é noivo e precisa dar atenção a nossa prima. — Ele se sentou na cama ao meu lado me entregando a comida que tinha um cheiro maravilhoso.
— A mamãe poderia nos noivar. Eu e a Rhaena ainda nem nos casamos, além do mais acho que você não vai mais precisar do Aemond em meio de uma guerra. Eu poderia cuidar de você. Eu nunca mais deixaria ninguém te machucar, e daria minha vida por você se fosse preciso! — O garotinho falou sério ficando levemente corado.
— Ah Luke você é um amor, mas você é muito novo pra mim e já é comprometido com outra garota.
— Eu sou só dois anos mais novo que você! Eu, você e o Jace somos uma escadinha lembra? E para de me enganar por que dúvido que você liga para idade, o Aemond é mais velho que você e você nem liga. Acho que só está me rejeitando por que eu sou um bastardo. — Disse bravo encarando as próprias mãos.
— Ah meu irmãozinho, eu amo você, amo mais que tudo e eu não ligo para essa coisa de sangue "Valíriano", você sabe muito bem que se você é um bastardo eu também sou. Podemos até não se casar, mas eu sempre estarei aqui com você. — O menino colocou a cabeça no meu ombro fechando os olhos.
— Só não quero nunca mais ver você daquele jeito Rhay, eu vi o Canibal colocar seu corpo sem vida na praia e me desesperei... Achei que nunca mais ficariamos juntos denovo.
— Vai ficar tudo bem Luke, eu estou aqui agora, e nunca, nunquinha vou te abandonar, ficaremos juntos para sempre.
[...]
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top