𝘽𝙡𝙤𝙤𝙙 𝙞𝙣 𝙩𝙝𝙚 𝙬𝙖𝙩𝙚𝙧
Sangue na água
Harrenhal estava vázia, onde o único som que podia ser ouvido era a respiração serena de Aemond.
Sozinho nas ruinas do castelo, observando atentamente a carta em suas mãos, a carta que o próprio Daemon Targaryen o havia enviado a quatorze dias atrás propondo uma última batalha.
O que fez o homem soltar uma risada anasalada e levar a mão aos lábios, pensando em como o seu tio podia ser tão orgulhoso ao ponto de te desafiar.
Ele estava o esperando, o esperando pacientemente.
Afinal, ele não tinha mais nada a perder. Sir Criston e seu exército fora massacrado pelos nortenhos, Aegon estava desaparecido, Daeron seu irmão mais novo havia morrido em Tumbleton, sua irmã havia tirado a própria vida e seu reino estava nas mãos dos Negros.
Não havia lhe restado nada.
Então ele apenas aguardou, e esperaria o tempo que fosse para ter o sangue de Daemon Targaryen em sua espada. Ele vingaria sua esposa do maldito pai que ela teve e depois voaria para King's Landing onde ele iria devorar Rhaenyra com seu dragão assim como ele fez com Lucerys.
E se levantando de onde estava, Aemond caminhou até Vhagar a acariciando gentilmente olhando para os céus que tinha o entardecer pintando como uma aurora colorida, sentindo a brisa levar seus cabelos prateados pelo ar.
Com sua armadura prateada que reluzia na luz da lua assim como seu olho de sáfira e a lança que ele segurava em uma das mãos. Ele estava pronto para a morte.
A visão de Caraxes chamou a atenção do principe, que montou em Vhagar voando acima do Olho de Deus, sem medo do que o esperava.
— Ai está você, e aqui estou eu. Você já viveu bastante tio. — Aemond falou alto, alto o bastante para que Daemon o ouvisse. — Hoje é o dia para você pagar pelo que fez a sua filha! O dia de pagar todos os seus pecados!
O dragão verde voava entre as nuvens, quando derrepente Caraxes apareceu lançando uma rajada de fogo contra Vhagar, a fazendo voar em sua direção começando uma luta violenta sob o céu.
Naquele dia, Daemon não se amarrou ao seu dragão como de costume, ele foi para a batalha já planejando e sabendo que seria a última vez que veria sua amada Rhaenyra, a última vez que veria seu filho Aegon III.
Ele já estava cansado dessa guerra, e sabia que o reinado de sua esposa estava chegando ao fim, com o povo de King's Landing se revoltando e atacando o Fosso dos Dragões e com a morte de Joffrey Velaryon. O fazendo sentir que tudo foi em vão.
Ele havia traido a confiança de sua mulher, não havia conseguido executar Nettles e a deixou fugir.
Talvez fosse até mesmo por isso que ele chamou Aemond para a batalha, a morte de Rhaenys o fez sentir fraco, sua primeira filha morreu em seus braços e isso o marcou para sempre o fazendo não querer mais lutar. Mas ele lutaria por Rhaenyra uma última vez, e levaria seu sobrinho para o inferno junto com ele.
Caraxes mordeu o pescoço de forma brutal, enquanto Vhagar rascava a barriga do dragão vermelho e arrancava uma de suas assas com a boca.
Os pescadores e camponeses que conseguiram testemunhar a batalha, nunca se esqueceriam daquela visão. O brilho do fogo das feras era tão intenso que o povo comum temeu que os céus estivessem em chamas.
Quando os dragãos começaram a despencar pelos céus, o principe Daemon então se levantou de sua sela e saltou de um dragão para o outro. Ele até teria conseguido enficar sua espada na crânio de Aemond se não fosse pela lança que o jovem principe segurava que atravessou seu peito o fazendo despencar para o lago, assim como corpo de seu dragão.
E com um rúgido tão alto que pode ser ouvido a quilômetros de distância, Vhagar e Aemond sairam vitoriosos na batalha que fez os céus se acenderem.
Mas a morte do principe Rebelde não foi o fim da luta, pois ao longe a visão de Sheepstealer invadiu o olhar sombrio do Targaryen que voou até o dragão menor.
Ele sabia quem era sua montadora, e sabia que fora sua culpa a queda se sua esposa. Isso o fez ficar cego pelo espirito de vingança.
E apesar de seu dragão esverdeado estar ferido, Vhagar sentia a fúria de seu dono, o que fez a dragão anciã de um jeito ridículamente fácil morder o dragão amarronzado o partindo ao meio e fazendo sua montadora cair ainda viva no lago neblinoso.
Aemond ainda não se sentia satisfeito, e fez sua fera pousar devolta ao chão, caminhando lentamente até a margem da lágoa vendo a garota morena se arrastar pela grama lamassenta toda encharcada com sangue e água.
— Me fala como foi. Me conta como foi sua luta com a princesa. — Falou de pé, ainda vendo a garota cuspindo água de seus pulmões.
— Eu tive que fazer, ela iria matar todos nós com o Canibal. Eu apenas lutei em nome da minha Rainha.
— Respondeu entre tossidas.
— Hum, sua lealdade tirou de mim a minha única luz.
E agora você vai morrer por isso. — Nettles se virou para o principe que falava calmo enquanto a olhava como um predador, ela não iria implorar por miséricordia, pois ela viu no olhar dele que nada o impediria de poupar sua vida.
E assim ele fez, retirou sua espada da cintura e ne um ato rápido atravessou a cabeça da morena com sua lâmina. Caindo de joelhos logo em seguida.
Aemond passou a mão no rosto, limpando todo o liquido vermelho de sua pele logo pensando no que faria. Ele sabia que havia perdido sua mente, e estava sucumbindo a loucura.
Mas ele não pararia agora, tinha mais uma última pessoa em sua lista e ele não iria descança até vê-lá morta.
E então ele se levantou novamente, foi até sua dragão e levantou voo indo rumo a King's Landing.
[...]
A situação para os pretos, nesse ponto, era critíca. King's Landing estava tomada pelo caos e, após falharem em destruir os verdes em Tumbleton, o caminho para Capital estava completamente aberto. Frente isso, Rhaenyra decidiu fugir com uma pequena escolta rumo a Pedra do Dragão, tendo que vender a coroa de seu pai para comprar uma passagem de navio.
Ela não sabia o que fazer, com a morte de Joffrey e Syrax ela se sentia perdida em meio aquela revolta. A única coisa que ela queria naquele momento era proteger o único filho que ainda lhe restará, Aegon III.
— Vai ficar tudo bem. Nós vamos para Pedra do Dragão e vamos nos reerguer.
— Falou calma, ao pequeno menino de cabelos platinados.
— Estou com medo... — Disse o pequeno que já tinha passado por muita coisa e não queria nunca mais ficar longe da mãe.
— Não precisa ter medo, eu vou te proteger até o fim, meu querido. — A voz da Rainha era serena, e após deixar um selar no topo da cabeça do menino, ela se levantou.
E olhando em volta, ela se aliviou em ver que estava se aproximando da Ilha-Fortaleza.
Segurando a mão de seu filho, a Targaryen desceu do navio, com uma fagulha de esperança em seu peito enquanto adentrava o castelo sendo guiada por Sor Alfred Broome.
Esperança essa que sumiu ao ela notar seu castelão morto. A guarda da Rainha tentou salva-lá, mas foram todos mortos pelos traidores liderados por Broome, que tomaram ela e seu filho como prisioneiros.
— Como pode fazer isso!? — Gritou a mulher ao Sor.
— Sou leal ao Rei Aegon. Você destruiu tudo Rhaenyra, e ainda se vê no direito de se alto chamar "Rainha", mas não se preocupe, ninguém aqui ira te machucar, vamos continuar rumo a Pedra do Dragão onde o Rei descidirá seu destino. — A platinada congelou, temendo pela vida de Baela sua sobrinha que foi deixada na ilha e que tinha o temperamento igual o do pai e que provavelmente tentou lutar contra Sunfyre e Aegon.
Mas uma última vez, ela se sentou devolta ao barco ainda segurando a mão de seu filho que estava mais assustado do que antes.
A visão de um corvo logo chamou a atenção de todos, fazendo o cavaleiro traidor ir até a ave pegando o pequeno papel que ela carregava, e sorrindo ao ler as palavras que haviam no pergaminho.
— O principe Aemond Targaryen chegou a Capital! E vai nos encontrar em Pedra do Dragão.
Daemon Targaryen está morto! — Rhaenyra deixou uma lágrima cair de seus olhos enquanto abraçava o garotinho contra seu peito. E mais uma vez ela sentiu seu coração despedaçar, e ela soube e que em breve ela poderia ser próxima a finalmente partir.
O reinado da Rainha Negra estava chegando ao fim.
[...]
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