Capítulo 5
Rick e Glenn caminhavam entre os mortos com cuidado. Não podiam se mexer rápido demais, nem devagar demais. Estavam atentos.
Eles precisavam chegar até o estacionamento em segurança sem que o bando com cerca de cinquenta zumbis tentasse devorá-los. Alexander os observava ensopados de sangue dos andarilhos e alguns órgãos pendurados pelo corpo.
Genial Alexander pensou.
Merle ainda estava algemado ao telhado, mas mesmo assim ninguém chegava perto dele o suficiente. Estavam com medo de soltá-lo e que ele reagisse, mais uma vez, inadequadamente. Alec não deixaria que o Dixon estragasse tudo. Que ninguém estragasse. Se fosse preciso ele deixaria todos para trás se isso significasse que ele voltaria vivo até o acampamento. Até suas irmãs.
"Eles estão conseguindo." Moraes falou surpreso antes de passar o binóculo para Andrea.
"Nós vamos conseguir sair daqui!"
Alec achava desnecessário comemorar antes da hora. Afinal, eles ainda estavam em cima de um telhado e presos na cidade. Alexander quase se ofereceu para sair no lugar de Glenn quando viu o coitado vomitar com as tripas sendo arrancadas do cadáver, mas preferiu ficar em um lugar onde ele pudesse ter uma visão melhor das coisas e se fosse preciso, planejar um segundo plano.
Ele tirou os braços de cima do parapeito e começou a caminhar até T-Dog, ainda jogado no chão. O homem havia ficado sem forças para levantar depois que o Dixon o golpeou diversas vezes. T-Dog estava encaminhado de tentar entrar em contato com o acampamento.
Alec estava quase chegando ao T-Dog quando ele sentiu algo molhar sua bochecha. Seu cabelo, suas roupas. Alexander voltou correndo até Morales e Andrea e puxou o binóculo da mão da loira.
"É só uma pancada de chuva. Isso acontece sempre, vai passar rapidinho." Morales falou despreocupado.
Mas Alexander sabia que a chuva iria limpar as roupas sujas de sangue e tripas. Se isso acontecesse Rick e Glenn teriam de correr e apostar na sorte.
Não se deve comemorar vitória cedo. Droga.
"CORRAM." Alex gritou de cima do telhado torcendo que fosse alto o suficiente para Rick e Glenn o escutasse, ou que os dois percebessem que deviam sair dali o mais rápido possível.
***
"Eles estão demorando muito, Sarah."
a irmã caçula falou enquanto prendia a isca no anzol.
"Sei disso, mas não sabemos como está a cidade."
"E se ele não voltar?"
Sarah sabia que isso ainda podia acontecer, mas se recusava a esperar o pior.
"Não fale enquanto pesca. Assusta os peixes."
Elas ficaram um bom tempo no lago esperando pelos peixes. Demoraram para conseguir pescar alguma coisa, mas teriam bastante para comer durante a noite.
Sarah levou o balde com os peixes até Lori, que estava encarregada de limpá-los e fazer a comida - apesar da mulher esperar até a noite para cozinha-los. O menino de cabelos pretos não parava de olhar para a vara de pesca. Parecia curioso.
"Já pescou alguma vez?" Sarah perguntou.
"Nunca."
"O que acha de ir pescar comigo amanhã? Se sua mãe deixar, é claro." Sarah sorriu para a mãe do menino.
"Eu iria adorar! Mãe, posso?"
"Pode?"
Os dois fizeram biquinho.
"Pode." Os dois deram um Hi-five e colocou o balde no chão. "Seria bom que você aprendesse a pescar." Lori deu um beijo na cabeça do filho. "Obrigada, Sarah."
"Está tudo certo."
Sarah se despidiu dos dois e estava a procura da irmã. Taylor sempre estava com Amy quando não estava por perto, as duas tinham se aproximado desde que chegaram no acampamento.
Assim que Sarah achou a irmã sentada de baixo da árvore conversando com Amy, começou a caminhar até elas.
Até que viu Ed puxando Sofia pelo cabelo e segurando o punho de Carol com a outra mão.
Desgraçado. ela pensou.
Sarah correu até o brutamonte e pediu com toda a educação que tinha para que ele parasse. "Cuide da sua vida, vadia."
Ela segurou a mão que estava puxando o cabelo da criança com agilidade e usou toda a força de seu cotovelo para atingir a área sensível entre o braço e antebraço, fazendo com que ele soltasse o cabelo da menina. Ed já havia soltado o pulso de Carol também e isso era o suficiente para Sarah.
Mas não para Ed.
O homem cerrou o punho e atingiu o rosto de Sarah em cheio. Uma dor latejante se espalhou pela bochecha e boca. Ela sabia que iria ficar roxo depois. Ajudar Carol e Sofia de repente não era mais o suficiente para ela. Sarah acertou um dos joelhos de Ed logo depois um em suas genitais. O acampamento percebeu que se tratava de uma briga e começaram a gritar pedindo para parar.
Os dois ignoraram os pedidos. Já tinha se tornando uma disputa pessoal. Carol chorava atrás de Ed implorando para que o homem não tentasse nada, mas ele não deu ouvidos. Ele puxou Sarah pela Camisa e tentou a levantar do chão, mas antes que ele conseguisse, Sarah mordeu com tudo o ombro de Ed. O homem derrubou Sarah no chão e ficou por cima, preparando mais um soco.
Ela sentiu um corte se abrir nos lábios quando o punho a atingiu e sentiu mais um corte se abrir, dessa vez na testa, quando usou o impulso para dar uma cabeçada no rosto de Ed. O movimento acertou o nariz em cheio. O estalo foi o suficiente para ela saber que o osso havia sido quebrado.
Shane chegou correndo e empurrou Ed para o lado de Sarah. O ex policial montou em cima do brutamonte e começou a desferir uma série de socos no rosto já machucado do homem. Lori abraçava Carl, Carol e Taylor estavam chorando. O resto parecia ter entrado em choque.
Sarah sentiu a dor e a ardência em sua pele piorar. Ela não deu uma palavra a ninguém quando pegou o resto de suas facas e entrou na floresta. Nem mesmo tentou olhar para trás quando escutou Carl gritar seu nome.
***
Rick e Glenn corriam dos errantes que tentavam devorá-los. O xerife usava seu Machado para abater os andarilhos que chegavam perto o suficiente para causar arranhões. Mas eles precisavam entrar no estacionamento.
Rick jogou seu Machado para o outro lado da grade enquanto Glenn pulava para dentro do estacionamento. Rick também consegui pular para outro lado da grade a tempo. Os doentes se amontoaram na grade forçando a entrada fazendo o metal começar a ceder.
"Entre aqui." Rick mandou antes de acertar um carro vermelho com o machado, fazendo o alarme disparar.
"O que?" o menino perguntou eufórico.
"O som vai distrair os doentes. Pegue."
ele entregou um walkie-talkie para Glenn "Fale comigo por aqui."
Alexander conseguiu enxergar através do binóculo o caminhão arrebentar as grades.
"Está na hora." ele avisou.
Alexander pegou uma das mochilas e começou a descer as escadas correndo, sendo seguido por Andrea e Moraes. Os barulhos na escada fizeram os andarilhos do lado de fora da loja ficarem mais irritados.
Não demorou para que eles conseguissem quebrar a última porta de vidro e entrar na loja. Todos já estavam esperando no local combinado, todos menos T-Dog. O homem correu o mais rápido possível tentando não ser pego pelos andarilhos na loja. Merle não está aqui. Alexander percebeu Mas isso não é o mais importante agora.
Três batidas na porta de metal ecoaram e Moraes correu para puxar as correntes que abriam a porta. Rick estava os esperando de dentro do caminhão. Alexander não podia voltar agora para tentar resgatar Merle, ele precisava entrar no caminhão.
***
Idiota desgraçado. Sarah xingou. Os galhos em que ela pisava pareciam reclamar ao serem pisados, ecoando o barulho da madeira sendo quebrada. O rosto dela doia como um inferno mas pelo menos ele não conseguiu as machucar dessa vez. Por quanto tempo isso vem acontecendo? Ela pensou.
Outro galho se quebrou, mas dessa vez não tinha sido Sarah a responsável por quebrá-lo. Ela se virou imediatamente para trás pronta para tacar a faca, mas era apenas o brutamonte com a besta.
"Ótimo, agora vai ficar me seguindo." ela murmurou.
"Fez alguma coisa diferente?" o dixon zombou dos machucados.
"Mudei o cabelo." ela sorriu maldosa.
Até o sorriso fazia seu rosto doer. O Dixon caminhou até ela inexpressivelmente e entregou um pano azul para ela.
"O que é isso?"
Ele não respondeu. Apenas apontou para o próprio rosto insinuando a limpeza dos machucados.
"Não consigo ver onde os cortes estão e algo me diz que você não anda com um espelho dentro do bolso. Pode me ajudar? "
Ela odiava pedir ajuda, mas precisava limpar as feridas para que não infecionassem ou ficassem feias. Sarah ergueu o queixo quando o Dixon se aproximou mais ainda com o pano molhado por alguma bebida alcoólica.
Ela deixou escapar alguns grunhidos quando a ardência piorava com os toques. Ela odiava precisar desse tipo de ajuda, ainda mais vinda de um idiota. Sua testa queimou quando Daryl limpou o sangue. Sarah mordeu os lábios tentando impedir um xingamento. Ela não deixaria ele perceber que os machucadinhos doíam tanto.
"Como conseguiu isso?" ele perguntou.
"Aquele babaca do Ed."
O Dixon guardou o pano imediatamente e voltou a cuidar dos seus afazeres, deixando-a sozinha na floresta.
N/a: Demorei mas voltei. Tô super atolada com os estudos, mas aqui estou. 🧚
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