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CAPÍTULO DOIS:
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Divergências.
Helena virou o corredor, arrependendo-se no mesmo instante ao dar de cara com sua ex melhor amiga. Sem uma palavra ou um olhar direto, a Uley deu meia volta na tentativa de evitar a outra garota, mas não foi o suficiente. A garota correu até alcançá-la.
─ Por que está me evitando? ─ Grace questionou, ainda tentando acompanhar os passos rápidos da garota.
Sem resposta.
─ Helena! Ei! Me responde! ─ Grace agarrou o braço da Uley forçando-a a parar e encará-la.
Alguns alunos pararam para olhar a discussão atípica entre as garotas, elas estavam sempre juntas, rindo, brincando, mas nunca haviam brigado antes. Não uma discussão séria.
Helena umideceu os lábios, passando a mão pelos fios castanhos iluminados. Talvez fosse idiotice sua? Sim, mas ela sabia. Grace sempre soube da queda gigantesca que Helena tinha por Paul desde a primeira vez que o viu, e ainda assim, ela tinha o beijado descaradamente, sem sequer se lembrar da existência de quem ela dizia considerar sua melhor amiga.
Não, Helena jamais faria aquilo com ela, caso fosse uma situação contrária.
─ Eu não sou mais sua amiga, então não precisa ficar forçando uma aproximação. ─ Helena juntou todas as suas forças para dizer aquilo.
Não foi simplesmente pelo garoto, e sim porque ela tinha consciência de como aquilo a machucaria, e mesmo assim o fez. Fez e não aparentava sentir remorso algum.
─ Do que você tá falando, Helena? ─ Grace riu, achando que era apenas uma piada, mas o semblante mais do que sério da Uley não deixava dúvidas.
─ Você sabe o que fez, Grace, então vê se me poupa de toda essa merda. ─ A Uley rolou os olhos, ajeitando a mochila em suas costas, então passou pela garota seguindo para sua direção inicial.
─ Lena! ─ Embry acenou sorridente para a amiga.
Helena deixou sua expressão carrancuda de lado, e sorriu indo até o garoto.
─ Soube da sua discussão com a Grace agora a pouco. ─ Comentou o Call, recebendo um olhar incrédulo da Uley.
─ Tá de sacanagem. ─ A garota bufou sem acreditar. ─ Tudo bem que isso aqui é um ovo, mas eles se superaram dessa vez.
Os dois passaram por Paul Lahote e seu grupinho de amigos. Helena tentou a todo custo ignorar a presença do Lahote. Já estava mais do que na hora de esquecer essa paixonite idiota.
. . .
Meses haviam se passado desde a festa na floresta e sua discussão com Grace. As coisas estavam indo bem, seu aniversário de quatorze anos seria dalí a dois meses e ela já podia sentir uma nova fase se aproximar.
Não, ela não tinha esquecido por completo o Lahote. Infelizmente, ela continuava o achando lindo, e seu coração ainda errava batidas ao cruzar com o garoto no corredor da escola, e na sala de aula, a única diferença era que ela já não estava disposta a conquistá-lo, como antes.
Desde que ingressaram para o último ano do fundamental, Paul se tornou seu colega de classe. Se fosse há alguns meses, Helena estaria dando pulos de alegria, mas esse já não era o caso.
─ Helena, certo? ─ A Uley piscou atordoada ao ouvir a voz do Lahote, então se virou para o lado encarando-o de sobreolho erguido.
─ Preciso mesmo responder isso? ─ Rebateu a garota, sem muita paciência.
Ele sabia quem ela era, estavam estudando na mesma classe a três meses, além de já terem estudado juntos antes. Aquele não era o seu primeiro contato, ela jamais se apaixonaria por um completo estranho.
─ Se estou perguntando... ─ Paul rebateu, ironicamente.
A Uley rolou os olhos, voltando sua atenção novamente para o quadro.
Paul bufou. Metidinha. Pensou o Lahote.
Em segundos um sorriso travesso surgiu em seus lábios e o garoto amassou uma folha de caderno, e a jogou na Uley.
Helena respirou fundo, se virando para o garoto com um olhar fulminante.
─ Qual é a sua, em garoto? ─ Ela questionou, prestes a jogar seu estojo na cara de Paul, que ainda mantinha seu sorriso tavesso.
─ Você não me deixou falar, ─ O Lahote deu de ombros. ─ Pode me passar as respostas?
A Uley bufou, sem acreditar. Que folgado!
─ Por que você não estuda, ô energúmeno?
─ Ener o quê? ─ Indagou o garoto.
Helena riu. Honestamente, não se surpreendeu por ele não saber o significado da palavra.
─ Se você estudasse, saberia o significado. ─ Ela deu de ombros, voltando a ignorá-lo.
Não demorou nem um minuto para que a garota sentisse seu cabelo ser puxado com certa força. Soltando um gritinho, Helena voltou seu olhar para o culpado, e sem deixar brechas para reação, socou a cara do garoto que caiu da sua carteira indo de encontro ao chão.
─ Não toca no meu cabelo, idiota! ─ Apontou Helena, enquanto Paul a encarava perplexo e sem reação do chão.
Metade da sala de aula estava em choque, enquanto a outra metade ria e o professor parecia tão surpreso quanto Paul com toda aquela confusão.
─ Helena Uley ─ Ele encarou a garota seriamente. ─ Para sala da direção.
─ Ma-
─ Agora. ─ Ele a interrompeu firme.
Sem muita escolha, Helena recolheu suas coisas e se levantou, vendo o sorrisinho provocativo que Paul a lançou enquanto o mesmo se levantada.
─ E você também, Sr. Lahote. Para direção. ─ O professor adicionou.
Foi a vez de Helena sorrir.
─ Mas foi ela quem me socou! ─ O Lahote protestou.
─ Você puxou meu cabelo, seu imbecil! ─ Helena voltou pronta para socar o rosto bonito do garoto até ele ficar feio, mas foi impedida pelo professor.
─ Já chega vocês dois! Eu mesmo vou levá-los a diretoria. ─ Decretou o professor. ─ Vamos!
Puxando o Lahote pela gola de sua camisa ao seu lado direto e com a mão nas costas da garota ao seu lado esquerdo, o professor os guiava até a sala da diretoria.
Com a total maturidade que os dois tinham, ambos se deram língua quando o professor não estava olhando.
Imbecil. Helena o xingou em pensamentos.
Pirralha! Paul pensou ao mesmo tempo em que a garota.
Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.
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