𝐞𝐢𝐠𝐡𝐭𝐞𝐞𝐧, shame


Oie!

Como tem um tempinho que atualizei pela última vez, resolvi fazer um pequeno aviso aqui pra contextualizar vocês de uma forma melhor

Esse capítulo é a continuação do último que foi postado (no caso o 17), passando somente poucas horas entre os eventos narrados!

Com isso dito, não se esqueçam de votar (essa estrelinha é EXTREMAMENTE importante) e espero que tenham uma boa leitura! ♥︎








🔥



CW/TW: menção a vício
de drogas ilícitas





Um suspiro aliviado saiu dos seus lábios ao terminar de tirar o uniforme e voltar a colocar as roupas normais, mesmo que gostasse do estágio, trabalhar em dias de sábado não era algo a que estava habituada, principalmente porque o hospital enchia. É quase um padrão esperar que em finais de semana exista mais movimento e em um campus universitário a situação é ainda um pouco mais caótica.

Porém, isso foi até bom, principalmente pelo fato de você poder ver como a situação do pronto-socorro muda, que é inclusive uma das áreas em que pensa se especializar no futuro. Pegou a sua bolsa, a colocando no ombro, e saiu da sala reservada para os estagiários, apagando as luzes, já que você é a única da área de enfermagem que tinha trabalhado hoje.

Andou pelos corredores com a melodia de Unforgettable, French Montana, ressoando na cabeça, simplesmente não saia da sua mente. Esse fato não seria algo com o que você se irritaria, gosta bastante da música, mas as lembranças que ela trazem são uma história completamente diferente, você não estava achando nada legal ter a cena de Kazutora beijando outra pessoa se repetindo quase que em um looping infinito.

Não é algo que você já não tivesse visto antes, já tinha até o ajudado a ficar com as garotas que ele desenvolveu algum tipo de interesse ao longo da vida, como a própria Evangeline, a ex-namorada de Kazutora, um relacionamento que durou quase um ano, bem no início da vida universitária de vocês. Então, até se questionou um pouco na tentativa de entender o motivo pelo qual estava se "incomodando" com tudo isso, o que não fazia sentido, pelo menos na sua cabeça atualmente.

Estava quase chegando na recepção quando encontrou Adelaide, a sua professora favorita e que é a responsável pelo seu estágio.

— É bem diferente vir aqui dia de sábado, né? — a mais velha te perguntou, depois de a cumprimentar com um leve abraço.

— Com certeza, mas também é interessante de certa maneira.

— É porque você não viu de madrugada.

— Já vou começar a me preparar psicologicamente pros meus futuros plantões.

A sua professora riu e sorriu ao te olhar, realmente gostava de você não só como aluna, mas também como amiga. Desde que você entrou na faculdade, sempre foi sendo recomendada pelos mais diversos professores e não demorou muito para que Adelaide tivesse conhecimento sobre você. Assim, já se conheciam antes de serem oficialmente aluna e professora.

— Aliás, você ainda tem um tempinho?

— Tenho — você respondeu, um pouco confusa pela pergunta — Não volto de carona hoje.

— Então eu acho que vai ter um último paciente que você vai querer ver.

Adelaide simplesmente indicou para que você a seguisse, sem deixar muitas brechas para perguntas, então simplesmente arrumou a bolsa no ombro e seguiu a mais velha, voltando para a parte mais interna do hospital. Reconheceu o caminho para a sala de medicação e realmente tentou pensar nas possibilidades de quem poderia ser o tal paciente, mas não tendo muita sorte no processo.

— Na hora que o atendi na triagem, me lembrei de você, mas acabou que não consegui te chamar a tempo para você estar presente no atendimento — a sua professora falou, enquanto passou para o lado de trás do balcão da ala, procurando por algo no meio da papelada espalhada por ali.

— Eu conheço essa pessoa?

— Muito bem, inclusive.

Você franziu as sobrancelhas e até aproveitou para checar mais uma vez o celular, não tinha recebido nenhuma mensagem que poderia indicar que alguém precisava ir até o hospital, o que não estava fazendo muito sentido para você. Então, Adelaide achou o que finalmente estava procurando, mais especificamente uma ficha, e a colocou no topo do balcão, empurrando na sua direção.

Se aproximou e os seus olhos voaram pelo papel, de forma que a primeira reação que sentiu foi a de preocupação, quando o viu o nome do paciente, mas logo a vontade de rir apareceu, ao ler a descrição e a medicação que estava sendo ministrada.

— Ele está ali mais pro fundo.

— Muito obrigada, professora.

— Não precisa me agradecer, só me prometa que vai fazer uma propaganda anti-álcool no seu grupo de amigos.

— Pode deixar comigo.

Adelaide se controlou para não cair na risada e aproveitou para ficar por ali e ajudar as enfermeiras e médicos que estavam na sala de medicação. Pelo fluxo de gente, estava mais lotada e tinha muita papelada e até dados do sistema um pouco atrasados. Você se despediu brevemente, tanto da sua professora quanto da equipe, e andou pela sala, procurando pelo paciente, não demorando a o achar.

Afinal, conseguiria o reconhecer a quilômetros de distância.

— Você não sabe o tanto que estou contendo a minha vontade de rir agora.

— E você não imagina o tanto que eu quero me enfiar em um buraco e nunca mais sair de lá.

Você teve que colocar a mão em cima da boca para controlar a risada, não podia fazer muito barulho ali, mas a situação é tão cômica que te testava.

— Agradeço todos os dias por não ter começado a beber com vocês com 14 anos.

— É sério, [Nome]?!

— Com toda a certeza, Kazu — você sorriu, mostrando como estava se divertindo com a situação do seu melhor amigo.

Aproveitou para colocar a bolsa no chão e se sentou na cadeira, ao lado da poltrona que o moreno estava sentado, e cruzou as pernas, se ajeitando.

— Então, vai me contar como veio parar aqui?

— Já não basta a humilhação de você estar me vendo assim?

— Não — sorriu, triunfante, e quase riu quando o viu revirar os olhos.

— E depois diz que é a minha melhor amiga.

— É exatamente por eu ser que estou me divertindo com a situação.

— Sinceramente...

— Sem enrolação! Quero ouvir a história.

Kazutora não conteve a revirada de olhos e uma pequena risada escapuliu dos seus lábios.

— Você sabe que eu bebi um pouco ontem...

— Um pouco?

— É sério?

— Continua! — você sorria, o que com certeza não ajudava Kazutora a continuar com a pose de irritado.

— Enfim, bebi e até aí acho que tava tudo bem. Acordei com ressaca, mas né, já é costume sentir esse negócio.

— Essa vida de bebedeira com certeza não é pra mim.

— E não é pra ser também, já basta eu e o resto. Alguém tem que ter os rins e o fígado funcionando! Imgina se algum de nós precisa de um transplante no futuro.

— Pelo amor de Deus...

Agora, foi a vez de Kazutora de conter a vontade de rir.

— O lance foi depois, porque a gente foi limpar a casa.

— Tava muito suja?

— Acho que o Pah tirou fotos da situação que estava antes da gente começar a limpar, depois posso pedir pra ele te mandar.

— Pede, por favor — pediu e Kazutora assentiu com a cabeça — Fiquei curiosa pra ver a situação do caos.

— Então, aí a gente foi limpando e né, a casa é enorme. Como estávamos no meio do processo, resolvemos dar uma arrumada nos quartos também, realmente dar uma geral em tudo.

— Até aí não tem problema.

— Não mesmo, o lance foi que assim, você sabe como eu sou com ressaca.

— Um velho rabugento de 80 anos?

— Ei! — Kazutora reclamou e você reuniu toda a sua força de vontade pra não gargalhar.

— Menti?

— Tá parecendo o pinóquio — ele brincou, como se puxasse o seu nariz.

— Continua a história!

— Então me responde.

— Como você é com ressaca?

— Isso.

— Então, dor de cabeça, mal humor e fica com sono.

— Tem mais uma coisa.

— O que?

— Eu não sinto tanta fome...

— Então você vai me dizer que você, se brincar a pessoa que mais bebeu na festa, acordou com ressaca, foi limpar uma casa de fraternidade e ainda não comeu?! — a sua indignação crescia a cada instantes que entendia o que estava acontecendo — Me diz que, sei lá, pelo menos tem alguma refeição dentro de você.

A forma como Kazutora te olhou fez com que suspirasse, sem conseguir acreditar.

— Então você está a quase vinte e quatro horas sem comer e com ressaca?

— Eu acho que é um combo incrível, tipo aqueles do Mc Donalds.

— Kazutora Hanemiya...

— Por que tá me tratando pelo nome completo?

— Você realmente quer que eu responda?!

Kazutora realmente começou a rir, mas logo tratou de tentar parar, sabia que não podia fazer tanto barulho.

— Enfim, essa é a história.

— Nem parece que vai fazer 23 anos daqui menos de um mês.

— Essa me ofendeu.

— Atingi o meu objetivo.

O seu melhor amigo te olhou completamente indignado e você praticamente perdeu a pose de brava, balançando a cabeça em negação.

— Não faça mais isso. Na verdade, não desse jeito, de verdade mesmo.

— Eu sei disso.

— Mas então por que bebeu tanto ontem?

Ele foi pego de surpresa pela sua pergunta, não poderia simplesmente dizer que era por sua causa, por te ver amando outro. Porém, também existem outros motivos que Kazutora quis apagar da própria mente, pelo menos por algumas horas.

— Eu tenho que te contar uma coisa.

— O que?

— Lembra daquele lance da Maddy ter que visitar o meu pai?

— Sim, por que? Sua mãe conseguiu mudar isso?

— Não — Kazutora suspirou — A situação é que marcaram a data.

— Vai ser que dia?

— Dia 8, é uma sexta.

Ter intimidade com alguém é algo bom, poder confiar e até mesmo se sentir confortável, poder ser quem você simplesmente é, mas o problema é que, dependendo da situação, isso pode ser um empecilho. Kazutora consegue te ler como se fosse o livro favorito dele, Os Miseráveis de Victor Hugo, e acaba com que quase todas as suas expressões ou reações são percebidas.

Você não conseguiu disfarçar quando ouviu a data.

— Você já tem algo nesse dia, não é?

— Isso — você suspirou, sentindo a frustração surgir — Mas vai ser que horas?

— Tá marcado pra ser às 17, mas tem que chegar uns 15 minutos antes do horário por causa da revista.

— Entendi, acho que vai dar tempo de eu ir então.

— [Nome], eu te falei lá na praia que não precisa...

— E eu disse que eu ia, Kazutora. Fim de papo.

— Mas eu tô falando sério.

— E você acha que eu não? — o seu olhar é firme e convencido, o que fez Kazutora suspirar — O compromisso que eu tenho é mais pro início da tarde, além de que eu nem vou estagiar nesse dia, já tinha trocado pra vir pra cá no domingo, dia 10.

— Nada que eu fale vai mudar a sua decisão, não é?

— Não mesmo.

Kazutora balançou a cabeça em negação, conseguia ser tão teimosa que o surpreendia.

— Eu vou buscar a Maddy na escola nesse dia e sair lá de casa mesmo.

— Posso encontrar vocês lá e a gente vai direto.

— Combinado.

Você sorriu triunfante por o ter convencido, nunca que o deixaria ir sozinho com Maddy encarar o pai. Entre todas as pessoas, somente você e Mikey tem plena noção das opiniões sinceras que Kazutora tem em relação a Jacob, a raiva, o ressentimento e até mesmo uma espécie de ódio, tudo que o queima dia após dia quando ele se olha no espelho.

— Quer descobrir quando que eu vou ser liberado daqui?

— Já tá começando a abusar da minha futura profissão?

— Já já fazem vinte anos que eu te conheço, nem vem com esse papo.

Você sorriu quase que desacreditada pelo o que ouviu, mas ao mesmo tempo não poderia imaginar algo diferente logo de Kazutora. Se levantou da cadeira, colocou a sua bolsa em cima do assento e andou na direção do balcão, deixando o moreno para trás, que suspirou ao se encontrar sozinho de novo.

Contar para você sobre a visita de Maddy foi como tirar um peso dos ombros, principalmente por causa dessa questão de se você realmente iria ou não. Ele possui total noção que vocês dois possuem rotinas e compromissos diferentes, mas não poderia se sentir mais aliviado por saber que você estaria lá. Além disso, toda a conversa que tiveram mostrou como tudo estava "bem" entre vocês, sem nenhum clima ruim ou algo tipo, o que ele agradeceu imensamente.

Porém, algo deve ser evidenciado.

Kazutora pode ser um adulto de quase 23 anos, ter praticamente 1,90 de altura, ser um aluno destaque no curso de veterinária e um dos melhores jogadores de futebol americano universitário, mas tudo isso desaba com uma mera menção a Jacob, já que nada do que ele era ou conquistava significava alguma coisa pro homem. Não foram poucas vezes que tinha se sentido um mísero inseto aos olhos do pai, que seria pisoteado e desapareceria em um piscar de olhos.

É difícil pensar que uma das pessoas que te colocou no mundo pensa tão pouco em relação a você.

Estava perdido em pensamentos quando você voltou a se aproximar e a se sentar ao lado dele de novo, explicando que demoraria só mais alguns minutos para ele ser liberado, o que o fez ficar aliviado. Só tinha ido até o hospital porque Baji e Draken encheram o saco até que perdesse o resto da paciência que ainda tinha, já que, por ele, estaria muito bem na fraternidade, mesmo que quase desmaiando e se recusando a comer.

O tempo que restava passou voando, principalmente com a sua companhia ali, parecia que a conversa nunca tinha fim, simplesmente funcionava e se sentiam confortáveis ao ponto de praticamente falarem sobre tudo. Inclusive, conversaram sobre os próximos jogos do time ao longo das semanas de setembro, como o primeiro fora de casa, que seria no dia 9 em San Francisco contra Stanford, e o do dia 15 contra a Universidade do Alabama e que seria aqui em Los Angeles.

Logo estavam saindo do hospital, sendo recebidos pelo frescor de uma das noites do início do outono, o que indicava que o passar do tempo estava começando acelerar e isso é até algo bom, não demorariam muito pra se formarem. Porém, uma certa aflição e um pouco de medo surgem com esse tipo de pensamento, principalmente quando se passa a vida inteira estudando e se preparando para algo e finalmente chega a hora de atingir o que sempre quis.

— Então o senhor estava passando mal por causa da bebedeira e por não comer e veio de moto pra cá? — você perguntou, indignada, enquanto observava a Harley-Davidson Fat Boy do moreno no estacionamento.

— Sim?

— Você não tem amigos para te darem uma carona pra cá?!

— E eu ia fazer eles saírem de casa pra isso?

— Óbvio que ia, Kazutora! — você respirou fundo, principalmente ao ver como ele te olhava como se visse a coisa mais hilária do mundo — Quando você juntar juízo na porra da tua cabeça, vou ganhar dez anos de vida.

— Nem é pra tanto.

— Nem é pra tanto?!

O moreno ria das suas reações, sabia que tinha sido imprudente em ter vindo sozinho, mas igual ele falou, não faria os amigos irem e voltarem ou até mesmo pedir para alguém o buscar. Agora, já eram quase oito horas da noite e todos da fraternidade tinham passado o dia inteiro limpando e colocando os móveis no lugar, na visão de Kazutora, não era justo acabar pedindo esse tipo de favor.

— Eu cheguei inteiro.

— E se não tivesse?

— Vai argumentar comigo assim?

— É o único argumento que eu preciso.

Kazutora sorriu, adorava a sua cara irritada, e subiu na moto, indicando para que você fizesse o mesmo.

— Quer uma carona?

— Estou irritada, mas aceito.

— Vai ficar brava comigo?

— Óbvio que eu vou — resmungou, arrancando uma risada do mais alto — Literalmente arriscou a sua vida fazendo isso.

— E se eu prometer que nunca mais vou fazer isso?

— Vai ser o indício que ainda existem neurônios na sua cabeça.

A risada de Kazutora se propagou mais uma vez pelo estacionamento do hospital e você suspirou, antes de subir na moto, aceitando o capacete estendido na sua direção.

— Realmente não quer usar o capacete?

— Segurança do passageiro em primeiro lugar.

Kazutora ouviu o seu xingamento, o que o fez sorrir, e logo deu a partida, fazendo com que o ronco do motor ecoasse. Ele adorava te irritar com esse tipo de coisa, mesmo tendo a consciência de que tudo era por causa da sua preocupação genuína pela vida dele, o que agradecia todos os dias por ter.

— Posso ir na Toman com você? — ele ouviu a sua voz, enquanto manobrava para sair do estacionamento.

— Claro. Algum motivo em específico?

— Eu mandei mensagem pro Mikey já tem um tempo e ele não respondeu. Sei que vocês estavam limpando e ele pode não ter visto, mas fiquei preocupada.

— Ele foi o que mais trabalhou hoje, era o único que não tava de ressaca também. Foi só a gente terminar que ele foi pro quarto, até acho que ele foi tentar dormir.

— Mas será que tem problema eu ir lá ver se ele realmente está bem?

— Acho que não, até mesmo é algo que particularmente eu te pediria pra fazer.

— Por que?

— Soube que o Izana tá aqui?

— Sim e o que isso tem haver?

— Ele conversou com o Mikey.

— É sério? Mas que merda que o Izana estava pensando?

— Essa foi exatamente a minha reação.

— Agora vai ser eu quem vai conversar com o Mikey, nem que eu tenha que acordá-lo.

Kazutora sorriu com a sua fala e não demorou para que ele começasse a acelerar pelas ruas do campus na direção da fraternidade. Você o abraçava pela cintura, sentindo o vento frio balançar as mangas da sua blusa de manga comprida, que não conseguiu evitar o arrepio que passou pela sua pele. Mesmo que fosse levemente medrosa, não poderia dizer que não se sentia bem quando andava de moto com Kazutora, quase que uma sensação que simplesmente eram os donos do mundo.

Ao chegarem na fraternidade, logo devolveu o capacete para o dono e o seguiu na direção da casa, se surpreendendo com a organização do interior, os meninos realmente tinham feito um trabalho muito bom.

— Espero que você tenha dado um esporro nele, [Nome] — escutou a voz de Mitsuya e logo encontrou o arroxeado, sentado com alguns membros da fraternidade na longa mesa da sala de jantar, que era em um cômodo relativamente separado da casa, mas com a entrada em forma de arco perto da porta.

— Nem vem com essa, Mitsuya — o seu melhor amigo resmungou ao seu lado, colocando a chave da moto e a da casa na mesinha de madeira que tinha no hall de entrada.

— Não vem com essa?

— Até eu tô do lado do Mit nessa.

— Você que me deu a porra da garrafa, Baji!

— Mas quem resolveu me ouvir e beber ela inteira foi você!

— Ei, ei! — interviu, conseguindo a atenção deles — Primeiramente, boa noite.

— Boa noite, [Nome] — Baji respondeu, sorrindo, e você balançou a cabeça em negação.

— Eu já conversei com ele, nem se preocupem com isso.

— Na real, ela riu da minha cara.

— E quem não riria?

— Vai se fuder, Baji!

Você suspirou, somente observando as provocações continuarem. Foram anos com ambos desse jeito e chegava a até ser um pouco nostálgico.

— Vocês estão jantando? — a sua voz se sobressaiu e Mitsuya assentiu com a cabeça.

— Bateu fome e a gente acabou pedindo comida.

— Aproveita e come também — falou para Kazutora, que te olhou com extrema preguiça — Nem vem com essa cara pra cima de mim.

— Parece uma criança birrenta — Baji provocou, mais uma vez, e recebeu um dedo do meio como resposta.

— Vai lá e eu vou conversar com o Mikey.

— Eu acho que ele tá dormindo, [Nome] — Mitsuya avisou.

— Vou checar se ele realmente tá.

O arroxeado deu de ombros e você se despediu brevemente dos meninos antes de subir as escadas na direção do quarto de Mikey. Andou pelo corredor sem saber muito o que pensar, não sabia se estava reagindo de forma "exagerada" por ele não te responder, mas acaba sendo natural você agir assim.

Suspirou quando parou na porta específica e bateu algumas vezes, esperando alguma resposta, mas não recebeu nenhuma.

— Mikey? — você o chamou, mas não ouviu nada do outro lado.

Segurou a maçaneta por alguns segundos, sentindo quase como o coração ressoar pelo próprio corpo, não conseguia simplesmente apagar tudo o que já passou e fingir que estava tudo bem e que não precisava sentir medo das possibilidades. Mesmo que o seu pai e Mikey fossem pessoas completamente diferentes, o seu passado faz parte de você e é algo que não consegue ignorar. Foram tantas vezes que o seu pai não te respondeu que nem conseguia contar, tantos momentos de apreensão e receio que te moldaram na pessoa preocupada que é.

Respirou fundo antes de abrir a porta, percebendo o quarto no escuro, somente com alguns feixes da luz externa da casa entrando pela cortina levemente aberta. Não conseguia enxergar completamente, mas entrou, fechando a porta atrás de si, e passou os olhos pelo ambiente, procurando a figura de Mikey.

O quarto estava bagunçado, a cama desfeita e até tinha roupas jogadas pelo chão, quase como se um pequeno furacão tivesse passado por ali. Andou até a cama, colocou a sua bolsa sobre o colchão, e esperou a sua visão se acostumar um pouco mais com a falta de luz.

— Mikey? — o chamou mais uma vez e foi aí que escutou um barulho, um baque seco.

Olhou pelo quarto até que algo chamou a sua atenção na escrivaninha e foi uma visão que te fez conter a vontade de suspirar. Andou até o móvel de madeira com o coração levemente apreensivo e logo agachou, de forma que pudesse olhar quem estava escondido ali.

— Oi — você sussurrou e percebeu como Mikey não te encarava.

— Oi — ele sussurrou de volta.

— Posso sentar aí com você? — perguntou e demorou alguns segundos para ter uma resposta, um leve aceno de cabeça.

Se ajeitou o máximo que conseguiu e entrou debaixo da escrivaninha, praticamente se espremendo no espaço que ainda sobrava ao lado de Mikey.

— Por que está sentado aqui? — você perguntou, com a voz baixa, e sentiu o corpo de Mikey tensionar ao seu lado.

— Estou com vergonha — ele respondeu em um tom de voz ainda mais baixo, de forma que você quase não escutasse.

Vergonha de que? — perguntou, confusa, e foi aí que percebeu para onde Mikey olhava.

Foi quase instantâneo sentir os seus olhos lacrimejarem e a garganta fechar, a sua mente completamente focada na visão daquele pequeno zip-lock, que só tinha, agora, um pouco de cocaína. Se sentia completamente travada, engolindo a verdade estampada na sua frente, se questionando como poderia ter imaginado que tudo seria um mar de rosas.

Não podia julgar Mikey, nunca nem em mil anos ou até mesmo em outra vida, mas é uma situação tão delicada e frustrante que é quase como se estivessem dançando em cima de uma fina camada de gelo e que, agora, está levemente rachada.

— Você não precisa sentir vergonha disso — foi o que conseguiu dizer, mas foi o suficiente para que Mikey tentasse conter um soluço.

— O que eu estou fazendo da minha vida?

Essa pergunta foi o cruzamento do limite do seu autocontrole, fazendo com que as lágrimas escorressem silenciosas pelas suas bochechas. O seu pai te fez essa pergunta tantas vezes ao longo de anos que você mal conseguia processar a ideia, doía se lembrar de como, da mesma maneira que agora, não conseguiu responder.

Saiu debaixo da escrivaninha e engatinhou até a frente de Mikey, se sentando ali.

— Olha pra mim — pediu, sussurrando, e Mikey suspirou antes de levar o olhar até você.

— Eu não sei como aconteceu... Foi mais cedo e quando eu vi já tava usando e...

— Você não precisa se explicar pra mim — o interrompeu, enquanto enxugava as lágrimas das bochechas dele — Nunca te pedi isso e não vai ser agora que vou.

— Mas isso não é justo com você.

— A gente já teve essa conversa, Mikey — doía tanto o ver assim que o seu choro ameaçava se intensificar.

— Mas mesmo assim... — a voz de Mikey entrava com tiros na sua mente, conseguia sentir o desconforto dele consigo mesmo — Não era pra ser tão difícil.

— Eu sei, Mikey. E não é justo você passar por isso também.

O loiro suspirou, frustrado com tudo o que estava acontecendo.

Frustrado consigo mesmo.

Frustrado por logo você estar o vendo nessa situação.

Frustrado até mesmo pela sensação de euforia que buscava ter sido tão curta, como se ele precisasse usar ainda mais para sentir o mínimo do que sentia antes.

— Vem cá — você o chamou, abrindo os braços.

Mikey mordeu o lábio inferior com força para que não soluçasse e se arrastou na sua direção, saindo de baixo da escrivaninha também. Os seus braços o envolveram da melhor forma que conseguiu, tentava passar alguma mínima sensação de conforto.

— Você não precisa ter vergonha disso — falou, sentindo as lágrimas dele molharem o seu pescoço, já que ele tinha escondido o rosto ali.

— Por que? Eu só faço merda.

— Mikey...

— É sério, [Nome]. Olha a situação que você tá me vendo e o que estou te fazendo passar.

— Não é pra pensar em mim agora, Mikey.

— Como não pensar em você? Como não imaginar a reação da Senju? Ou a do Kazutora? Nem tinha contado pra Emma que estava tentando ficar sóbrio!

— Não, Mikey. Você tem que pensar em si mesmo, esse processo é seu. Ele não é meu, não é da Emma, não é do Kazu ou da Senju. Ele é seu.

Mikey quis chorar ainda mais por ouvir isso, porque é algo que ele não quis aceitar.

Desde o início, ele decidiu ficar sóbrio pelos outros, pela família e amigos, e não por ele mesmo.

— É normal isso? Voltar? — ele te perguntou, depois de quase um minuto em silêncio.

— É sim — respondeu, enquanto as suas mãos passeavam pelas costas dele devagar, em forma de carinho — Quer que eu fale como sua amiga ou como futura enfermeira? — tentou brincar e conseguiu ouvir uma risada fraca.

— As duas formas.

— Como futura enfermeira e falando em caso clínico, é extremamente comum as recaídas em pacientes em tratamento, claro que em caso de internação a situação é outra, mas na maioria dos casos acontece pelo menos uma vez.

— E como amiga?

— Bem, o meu pai recaiu por anos — você sussurrou — Aquela velha história de altos e baixos. Por isso falo que não é algo pra você ter vergonha, é uma parte de todo o processo e que agora tem que ser levada em conta.

— Qual foi o máximo dele?

— Estando sóbrio?

— Isso.

— Um ano. Foi da metade do nosso último ano do ensino médio até a metade do nosso primeiro ano aqui.

— E depois disso?

— Altos e baixos constantes, poucos meses ou somente semanas.

— Ele tá sóbrio agora?

— Faço a mínima ideia — admitiu e ouviu Mikey suspirar.

— Mesmo ainda sentindo uma única gota de respeito pelo seu pai, eu tenho que dizer que não quero isso.

— Eu também não quero isso pra você.

Mikey começou a se desprender do seu abraço, ficando agora sentado na sua frente, e mesmo com a fraca iluminação, conseguia perceber o semblante abatido.

Nem parecia que era ele de verdade.

— Agora é começar tudo de novo?

— Começar tudo de novo — você assentiu e tentou que sua voz saísse o mais positiva possível — Não é fácil, e nunca vai ser fácil, se livrar de um vício.

— Mas é a opção que eu tenho agora.

Assentiu com a cabeça e ouviu Mikey suspirar, enquanto ele observava as próprias mãos.

— Ainda estou sentindo vergonha — ouviu o sussurro e aproveitou para pegar as mãos dele, entrelaçando os dedos de vocês.

— Mas não precisa. Você não está sozinho, Mikey. Nunca esteve e nunca vai estar. Eu vou estar aqui independente do que aconteça e você sabe disso.

— Meu contato de emergência favorito — o loiro brincou e você soltou uma risada.

— Estamos nessa juntos, tudo bem?

— Tudo bem.

— Esse mini discurso foi uma indireta pra você saber que pode realmente me ligar e usar o contato de emergência.

— Eu não mereço você, [Nome].

Mikey disse isso como uma verdade tão incrustada no coração dele que chegava a doer fisicamente, além de ser algo que ninguém conseguiria mudar a opinião dele sobre.

Sempre acreditou que era digno de muitas coisas na vida, principalmente a fama e o reconhecimento que conseguia por causa do futebol, mas quando se tratava das próprias amizades e até mesmo do relacionamento que estava iniciando com Senju, a situação é completamente outra.

— Não diga isso, por favor — pediu e Mikey se viu somente conseguindo ficar em silêncio.

Você respirou fundo, tentando regular a respiração e acalmar o coração que batia acelerado, que perpetuava o ódio que sentia por todo esse tipo de situação pelo seu corpo. Se pudesse, faria questão de achar quem foi a primeira pessoa que tinha mostrado as drogas para a Mikey e partir para a violência física, não era justo situações assim simplesmente existirem.

Pessoas lutando para poderem viver normalmente.

— Posso te pedir um favor? — Mikey te perguntou, quebrando o silêncio.

— Claro, o que você quiser.

— Você pode me passar o endereço dos narcóticos anônimos?

— Posso com toda a certeza — você conseguiu sorrir de leve e aproveitou para se levantar.

Ajudou Mikey a se erguer e o abraçou de pé, sentindo os braços dele te envolverem com força.

— Você já comeu?

— Ainda não.

— Os meninos pediram comida.

— Eu ouvi o Takemichi me chamando pra decidir o pedido, só não consegui responder. Não consigo encarar eles.

— Quer que eu desça e pegue um pouco pra você?

— Não precisa, de verdade. Provavelmente eles pediram muito e o que sobrar vão colocar na geladeira. Eu como mais tarde.

— Promete pra mim que vai comer?

— Prometo.

Assentiu com a cabeça e se desvencilhou um pouco do abraço, de forma que pudesse o olhar no rosto.

— Mesmo que me diga o contrário, eu estou orgulhosa de você e sempre vou estar.

— Você só me dá mais motivos para dizer que não sou digno de você.

— Pode falar isso quantas vezes quiser que vai entrar por um ouvido e sair pelo outro.

Mikey não conseguiu conter a risada e você sorriu por ouvir o som.

— Estou nessa com você, capitão.

O loiro assentiu e te abraçou um pouco mais forte, com certeza você é uma das pessoas favoritas dele no mundo inteiro.

— Posso te sugerir uma coisa? — perguntou e ele assentiu com a cabeça, se afastando para te olhar.

Andou até o zip-lock que estava jogado no chão, o pegou e suspirou ao o ter em mãos, observando o maldito pó branco. Começou a ir em direção ao banheiro e indicou com a cabeça para que Mikey te seguisse, o que ele fez, mesmo que não entendesse completamente o que você estava planejando.

Foi até a privada, abriu a tampa e foi um pouco mais pro lado, entregando o pacote de plástico na mão de Mikey.

— Começar do zero, não é? — ele perguntou, sentindo o tão habitual e torturante tremor se espalhar levemente pelo corpo.

— Começar do zero.

Você não o pressionou ou o forçou a jogar fora o mais rápido possível, já que esse não é um processo seu e sim dele.

Mikey suspirou antes de abrir o zip-lock e virar o resto do conteúdo na privada, jogando o pacote na lixeira. Viu o pó branco começar a se misturar na água e não tardou a apertar o botão de descarga com força, observando cada mínimo grão de cocaína sumir pelo encanamento.

Ele não teria palavras para te agradecer por ter aparecido ali, ter insistido e entrado no quarto.

Você ainda permaneceria alguns minutos no quarto, o ajudando a organizar a bagunça que tinha acontecido ali e até mesmo perguntou sobre a conversa com Izana, ouvindo o que tinha acontecido com uma careta no rosto, que fez Mikey rir de verdade.

Saiu do quarto do líder da fraternidade com o coração bem mais tranquilo, sabendo que ele estava, agora, tomando banho e talvez um pouco menos envergonhado em relação ao que aconteceu. É um processo difícil, delicado e que tem muitas nuances, mas estava acontecendo e é isso que importa para você.

Chegou no andar debaixo e viu boa parte dos membros agora espalhados pela sala, assistindo algum programa que você não conseguiu identificar. Tentou passar despercebida e foi na direção da sala de jantar, encontrando Kazutora mexendo no celular e sentado na mesa de jantar com um prato de comida pela metade na frente.

— Espero muito que o senhor esteja planejando terminar esse prato de comida — a sua voz ecoou e Kazutora levantou o rosto, te encontrando encostada no arco.

— Eu já comi metade.

— Você não tem jeito mesmo.

O moreno riu da sua afirmação e bloqueou o celular, o colocando no bolso da calça e indicou para que você sentasse na cadeira ao lado da dele.

— Pelo tempo que você passou lá em cima, o Mikey não tava dormindo.

— Não, ele estava acordado mesmo.

— Ele tá bem? — a pergunta te pegou em cheio e você suspirou, pendurando a sua bolsa no encosto da cadeira ao se sentar.

— Não completamente.

— Como assim?

— Isso aqui é pra ficar somente entre nós dois — explicou em voz baixa.

— O que aconteceu?

— Ele teve uma recaída, Kazu.

A expressão de Kazutora foi mudando aos poucos enquanto ele assimilava a informação, terminando em um semblante mais sério.

— Ele te falou quando?

— Quando o que?

— Quando ele usou, [Nome] — a voz do seu melhor amiga estava tão séria que você nem conseguia interpretar o que estava passando pela cabeça dele.

— Mais cedo, acho que de manhã — respondeu e você viu como Kazutora pareceu murchar na cadeira.

— Eu não percebi...

— Como assim, Kazu?

— Ele passou o dia inteiro limpando a porra dessa casa comigo e eu não percebi. Literalmente limpamos cômodos juntos, [Nome].

Você suspirou ao sentir a raiva na voz do moreno, que não era direcionada a Mikey ou algo do tipo, mas a si mesmo.

— Kazu, não se culpe por isso.

— Mas eu poderia ter evitado, sei lá! Feito alguma coisa.

— Eu entendo a sua frustração, de verdade. Porém, tem alguma coisa que você pode fazer agora em relação a isso? Intervir em algo que já aconteceu?

— Não.

— Esse é o ponto, Kazu — você sorriu fraco e levou a mão até o cabelo dele, que estava preso em um penteado parecido com o que Mikey usa no dia a dia — Nós podemos fazer algo é em relação ao futuro.

— Eu vou ficar mais atento a tudo. Entrar no modo vigilante do Batman.

A sua risada ecoou e Kazutora acabou rindo também, enquanto apreciava o carinho que você fazia na cabeça dele.

— Estou falando sério.

— Eu sei, Kazu — você respondeu, com um sorriso leve no rosto — E isso já vale o mundo pra mim.

— Ele não vai virar os nossos pais — ele lembrou a promessa de vocês de semanas atrás e você assentiu com a cabeça.

— Ele não vai virar os nossos pais. Agora, é só apoiar e estar aqui pela situação. Ele não sabe que eu te contei isso ou algo do tipo, mas eu precisava te contar, principalmente pela situação dos jogos, sei que o Mikey está bem nervoso quanto a isso também.

— Ainda não conversei com ele sobre os próximos jogos, provavelmente vou tentar puxar o assunto no treino de segunda.

— Tudo bem e obrigada por isso.

— Pelo o que?

— Se envolver nessa também.

— Ele é o meu melhor amigo, [Nome]. Nem que eu tenha que fazer um acordo com o Diabo pra que isso aconteça, mas o Mikey vai ficar sóbrio.

— E eu vou junto com você.

— Vai me seguir até o inferno?

— Óbvio! Você acha que eu vou te deixar ir sozinho enfrentar o Diabo? Nem aqui e muito menos em outra vida.

Kazutora riu da sua fala e você se ajeitou na cadeira, se virando de lado, para o olhar melhor.

— Você sabe que estou falando sério, né?

— Sei e é por isso que eu te acho uma das pessoas mais incríveis do mundo.

As suas bochechas queimarem de leve pelo elogio, dito de uma forma extremamente natural, e você quase se viu desviando o olhar.

— Estou com você pra tudo, não só nessa de ir até o Diabo.

— Tá se referindo ao lance do meu pai?

— Exato.

Kazutora sorriu e se inclinou na sua direção, deixando um beijo no topo da sua cabeça, além de te puxar para um abraço meio bagunçado, por causa da posição que vocês estavam sentados na cadeira.

— Eu sei, baixinha. Pode ter certeza de que eu sei.

Você e ele sempre estiveram juntos.

Brincadeiras, trabalhos em matérias que faziam juntos no ensino médio, shows e até mesmo nos bailes da escola, foram juntos em todos e Kazutora fez questão de combinar as gravatas com as cores dos seus vestidos.

Sempre estiveram um pelo outro em todo o tipo de situação, como a atual envolvendo o vício de Mikey, seriam o suporte um do outro e também o do amigo de vocês, nem que tivessem que ir até o inferno para que isso funcionasse.

Porém, nem tudo parecia estar traçado para dar certo de forma plena, já que quando o dia 8 de setembro chegasse, tudo daria errado e o combinado de irem juntos até a penitenciária vai ser destruído.

Afinal, você não iria aparecer na casa de Kazutora.

Na verdade, você até mesmo vai o fazer quase se atrasar, junto com Maddy, para o horário da visita, porque é óbvio que ele ia te esperar até o último minuto.

Você disse com convicção que iria.

Entretanto, o dia 8 de setembro vai ser o dia em que você deixaria Kazutora na mão e o faria lidar sozinho com a pessoa que o fazia odiar cada mínimo segundo que ele passava se olhando no espelho.






Oi de novo...

Capítulo de transição, mas cheio de alta emoções né KKKKKK (rindo de nervoso)

É gente, agora é só ladeira abaixo e espero que estejam ansiosos que nem eu pra esse novo arco da fic 😁

Bem, espero que tenham gostado! Não se esqueçam de votar e de comentar (AMO ler o feedback de vocês)!

Até a próxima! ♥︎

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