E ai bebês, boas férias/bom início de ano e prestem bastante atenção... 

Quanto mais veneno, melhor

Ayla,

Ver Akaza treinar sempre é algo primoroso, cada movimento tão perfeito e cada árvore distraída no processo demonstrava que ele estava com raiva, ou seja, havia perdido para o Douma novamente.

— Pare de me espionar, Ayla sabe que não gosto disso. — Afirmou e revirei os olhos. Pulei da árvore sem me importar com o fato de que havia muitas glicínias naquela parte, porém, ele foi mais rápido em içar e prender o punho na árvore, segurando meu corpo antes que chegasse ao chão.

Akaza sempre teve cuidado comigo, talvez seja pelo fato de ter me transformado e por eu ser uma mulher.

— Eu não ia me machucar. — Afirmei e ele revirou os olhos.

— Você é extremamente irresponsável. Andou provocando o mestre novamente? — Desviei meu olhar. Muzan faz o que quer comigo e com os outros, a diferença é que ele nunca tocou em uma lua sem ser por violência...

Respirei pesado, eu acho estranho ter lembranças divergentes da minha vida antes de ter virado um demônio e lembrar com precisão da transformação de Akaza. Minha vida sempre foi uma confusão e um borrão manchado de sangue. Como uma rastreadora, não sou diferente.

— Akaza-dono. Não sou eu quem está treinando tão próximo ao veneno. — Afirmei e ele me colocou no chão.

— Sabe que eu não gosto quando me chamam assim.

— E você não deveria ficar tão chateado por causa do miserável do Douma. Eu sei que seu objetivo é superar o lua superior um, mas... — Ele me encarou com tanta raiva como quem me manda calar a boca e revirei os olhos, erguendo minhas mãos em rendição.

— Tá bom, não está mais aqui quem falou. Fora que eu não vim aqui para isso. — Me aproximei.

— Sabe... eu assisti o mestre destroçar quatro luas inferiores ontem. Ele estava muito irritado, mas o que sobrou é tão divertido! Eu até brinquei com ele um pouquinho, mas ele quase morreu e o mestre ficou muito irritado.

Akaza ficou de pé e puxou meu braço.

— Você tem horas que é uma estúpida!

— E você, um chato! — revirei meus olhos. — Temos que ir para o leste atrás da florzinha do mestre. — Desdenhei, sentindo meu sangue ferver.

"Cuidado com essa boca, Ayla. " A voz de Muzan ecoou.

"Mestre, não seja tão mal-humorado." Ironizei e senti a pressão no meu sangue ser tão absurda que revirei os olhos.

"Eu leio seus pensamentos, carrasco, se continuar assim, sua punição não será tão prazerosa." Agora se concentre em achar o lírio-aranha."

"Sim, mestre"

"Akaza, cuide dela!" Muzan emitiu um único pensamento para nós dois e assim assentimos, correndo para longe, pois, toda vez que aquela mercenária envia uma coordenada para o mestre, somos obrigados a verificar e bom, como eu não como humanos, sou eu quem lida com eles."

Sanemi,

Eu estou precisando treinar, aquele moleque cabeçudo ainda vai me pagar. Como ousa desrespeitar um superior e ainda afirmar que aquela coisa deve ficar entre nós?

Eu jamais aceitarei isso, não importa se é ou não a irmã dele! Serrei meus punhos e encarei o céu azul, tão belo que ninguém desconfiaria do inferno que se esconde nas sombras das noites que sempre ceifam inúmeras vidas. Eu tinha alguns trabalhos a fazer, afinal toda suspeita de lua inferior é entregue a nós, principalmente depois do último caso onde inúmeros mortos foram encontrados na montanha Natagumo, fora os caçadores feridos. Respirei pesado pensando nessa merda.

Eu nunca planejei me envolver com alguém, sempre tive certeza de qual seria o meu fim e essa era uma vida adequada para mim, mas... Sn.

Merda, eu realmente quero uma vida com essa garota.

Escutei o assobio de Obanai, que parecia estar afiando uma faca antes de atirá-la em mim. Óbvio que desviei e peguei no ar antes de devolver.

— Cobra desgraçada, o que você quer?

— Fiquei sabendo que está se envolvendo com a minha aluna.

— Achei que sua mulher fosse a Mitsuri. — Ironizei e notei que ele ficou irritado e isso me fez rir.

— Sabe que a Sn é muito querida pela corporação, principalmente pelos hashiras, e dependendo do que você faça, terá que aguentar todos nós juntos. — Esse porra está me ameaçando? Isso me fez esboçar o mesmo sorriso que dou quando estou extremamente puto em uma luta.

— Se continuar com a palhaçada, teremos um problema e sabemos que você não aguenta cobrinha. — Nos encaramos fixamente até ouvir uma risada típica ao fundo.

— Que bom que os encontrei, pelo visto há a possibilidade de haver luas no leste. — A voz de Kyojuro nos tirou do frenesi. — Não briguem, aposto que dá para resolver numa queda de braço.

— Com os gravetos do Obanai não conta.

— Escuta aqui, seu merda, quem você está chamando de graveto?

Rengoku respirou pesado, já nos puxando para longe.

— Sn e a Kanronji vão adorar saber disso. — Ele sussurrou e nós paramos e esse loiro riu. Com quem ele aprendeu esse maldito truque? Malditos Hashiras fofoqueiros!

Respiramos pesado e, após entrarmos em um acordo, seguimos para a nossa missão e, se designaram três hashiras, provavelmente há mais de uma lua presente.

Por SN,

Eu ainda estava confusa com o fato de ter um cunhado e aparentemente não conseguirei tirar essa história a limpo com Sanemi tão cedo, uma vez que ele saiu em missão e, para completar, Genya está com Gyomei treinando, tadinho dele. Retornei às minhas funções com a mestra Shinobu e agora estamos pesquisando outros tipos de veneno. Parece que ela extraiu um pouco do que foi injetado em um moleque escandaloso que chegou aqui na mansão com partes do corpo menores que o normal, também retirou de alguns corpos das centenas que estavam nos casulos pela floresta.

— Aposto que a senhora Himejima deve ter passado horas rezando por cada alma levada daquele lugar. — Afirmei. Shinobu simplesmente olhou para mim e depois voltou a encarar os experimentos.

— Ela acendeu uma vela para cada um e, com a ajuda de trezentos caçadores, está identificando os corpos de cada um para levar um pouco de conforto às famílias. Ela tem uma aura tão boa quanto a do mestre e talvez por isso tenha se tornado a líder dos kakuchis tão cedo.

Assenti, no fundo eu sinto muito orgulho de fazer parte disso tudo e estar rodeada por mulheres tão fortes e necessárias.

— Agora Sn, qual era a próxima planta da lista? — Se referiu a lista que a senhora concordou em me dar depois que voltei ao vilarejo e pedi educadamente.

Nerium oleander, Mamona, Mancenilheira. Se eu puder escolher, vamos começar pela Mancenilheira. A senhora me falou muito dela, ela me disse que o finado marido era um herbarista e tanto e que essa árvore é conhecida como Árvore da Morte originária de alguma América, porém o marido era tão fã e aficionado pelo que fazia que há exemplares na coleção dela. Os frutos dessa árvore são venenosos ao ponto de matar, a seiva é tóxica e pode causar alergias graves, vermelhidão, irritação, inchaço, bolhas ou queimaduras severas. Ela também me disse que, se queimar o tronco dessa árvore ou uma folha sequer, a fumaça pode cegar e que qualquer toxina dessa planta só é eliminada quando a madeira é cortada e seca no sol! Eu achei muito interessante!

Shinobu riu de leve.

— Você já quer testar, não é, Sn? — Assenti feito uma criança e ela estava tão eufórica quanto eu.

— Não pode ser ingerido, mas você acha que conseguimos um oni para testar? — Perguntei.

— Pode até ser, mas ainda precisaríamos capturá-lo e mantê-lo vivo sem problema e isso daria muito trabalho.

Pensei um pouco e foi então que me recordei de que o garoto que bateu no Sanemi tem um oni junto a si.

— E se... utilizarmos aquela oni que veio com aquele caçador? — Shinobu me encarou seriamente.

— Não é uma boa ideia, Sn, Tanjiro e Nezuko estão sobre a minha proteção. — Fiz um biquinho. — Fora que ela nunca devorou um humano sequer, até mesmo virou o rosto quando o Shinazugawa cortou o braço e rejeitou a ideia. Se fizermos isso, precisaremos de um corpo de um oni que provavelmente consuma carne humana.

Me senti ainda mais feliz, eu vou ter que caçar cada desgraçado desses pessoalmente enquanto faço os meus experimentos.

— É isso, Mestra! Você apronta os venenos e eu caço, faço os experimentos e anoto tudo, pode deixar que não matarei nenhum antes do nascer do sol.

Ela sorriu um pouco reticente, mas já levando minha ideia em consideração, afinal ela é ótima e eu ainda tenho uma ideia em mente, darei um jeito de levar Genya comigo e aquela garota da respiração da lua também.

Como não sei qual é a competência dele, eu quero ver de perto e, se der erro, ela tem uma respiração e, quando eu estiver ocupada, pode cobrir as costas dele enquanto lutam.

— Você está planejando alguma coisa, Sn. Espero que não faça besteira. — Apesar das palavras, ela sorria com malícia como se esperasse por um pequeno caos, e eu, bem, concordei.

— Apenas espere, mestra, sei que nossos estudos darão certo e nada me impede de encontrar mais venenos para você no meio do caminho, fora que eu quero muito modificar um pouco as armas, algo mais inspirado na mestra Mitsuri ficará mais fluído e eu não terei que recolher um monte de faca pelo caminho. — Pisquei, na verdade, eu já fiz o pedido, logo depois que eu me afastei de Genya e vim atrás da mestra dos venenos, não parei de pensar nos treinos e em tudo o que fazemos e quando Mitsuri deixa tudo mais flexível e fluído, então por que não tentar?

Depois de acertarmos todos os detalhes e nos esforçarmos mais um pouco, eu fiquei de levar o relatório para o mestre enquanto Kanao veio vê-la junto a Aoi. Parece que alguns dos hóspedes estão dando um pouco mais de trabalho do que o imaginado.

No fundo, eu estou torcendo para que minhas ideias deem certo e que eu possa contribuir ainda mais para o fim desse maldito rei que apenas traz desgraça e sofrimento para o nosso mundo. E quando dei por mim, cinco meses se passaram. Apesar de não ter tido muito contato com Sanemi, conheci melhor o meu cunhado entre uma missão e outra e só posso dizer que Genya é realmente um garoto formidável.

Quem quiser ler mais sobre os efeitos da Mancenilheira, vou deixar o aqui: www.tuasaude.com/perigos-da-arvore-da-morte/

Faz um tempo que liberei o livro do Kokushibo \o/ para quem curte Dark Fantasy isso aqui tá uma delícia <3

Vou deixar a sinopse aqui abaixo para quem quiser ler.

Sinopse: "𝑰𝒏𝒈𝒆𝒏𝒖𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒄𝒂𝒊𝒖 𝒏𝒐 𝒓𝒆𝒊𝒏𝒐 𝒅𝒂𝒔 𝒕𝒓𝒆𝒗𝒂𝒔 𝒆 𝒔𝒆𝒎 𝒔𝒂𝒃𝒆𝒓 𝒂𝒎𝒂𝒓𝒓𝒐𝒖-𝒔𝒆 𝒂𝒐 𝒍𝒊𝒅𝒆𝒓 𝒅𝒂 𝒄𝒐𝒓𝒕𝒆."

Dizem que quando um anjo por os pés na terra tudo será abençoado, mas será que isso se estende aos domínios demoníacos? 

"Seus atos subversivos não serão perdoados! "

'E quem disse que busco o perdão? Minha satisfação está em justamente te mostrar que você não é tão intangível quanto pensa.' 

"Então eu espero que esteja preparada para sofrer."