Noite conturbada

Eu sabia que essa missão seria um problema desde o começo, mas não pesei os prós e os contras, estou surtando e tudo porque fiz o que fiz. Nunca em toda a minha vida imaginei que beijaria esse Hashira e mais de uma vez, em nome de tudo que há na terra que apareça um Oni agora e me devore!

Gritei inconscientemente enquanto íamos até o nosso transporte e não parei de fingir ser a mulher de um comerciante de gente um minuto sequer, isso acarretou do meu braço envolvendo o dele do cheiro forte de perfume entranhado em minhas vias nasais e até mesmo no transporte continuei praticamente enfiada em seu colo, mas assim que chegamos no hotel me distanciei notando que em todos os andares haviam glicínias assim como ao redor, constatando mais uma vez minhas teorias, ao chegarmos no quarto claramente com traços estrangeiros vi a cama de casal bem arrumada e alguns trajes no armário e não pude evitar de suspirar, minha intenção é simplesmente sumir, porém sei que não posso, que devemos terminar essa missão acima de tudo.
Tirei o papel que guardei em meus seios e os sapatos que apertavam meus pés, fui até uma mesinha depois de largar os sapatos e deixei o papel sobre ela, assim como as joias que fui obrigada a colocar, percebi que Sanemi fez o mesmo como se o ar tivesse pesado e eu não mentirei, meu corpo ainda está quente pelo que aconteceu.
Não se trata de eu estar aqui porque quero ou ter planejado aquele beijo, simplesmente agi de acordo com o que era necessário já que não havia janela próxima.

-- O homem que procuramos está ao lado do líder de toda a capital o terceiro na verdade. Eu, vou tomar um banho. -- Avisei, indo de encontro ao armário tirando de lá uma roupa nada boa, já que os trajes que tem aqui fazem parte do disfarce.
Fuyumi foi muito cuidadosa, separando roupas de acordo com os nossos disfarces, ou seja, uma camisola vinho que provavelmente vai ficar apertada nas minhas coxas, aquela velhota me paga! Catei minhas roupas íntimas e adentrei o banheiro do quarto, esperei a banheira encher, a água estava meio morna, mas o suficiente, retirei minhas roupas e os curativos da parte ao qual o oni mordeu notando que não estava totalmente cicatrizado por conta das minha falta de bom senso em trocar os curativos, mas a dor mesmo é inexistente. Tomei meu banho e lavei meu cabelo com calma depois esvazie tudo e dobrei minhas roupas sujas as envolvendo na toalha, sei que a responsável pela limpeza virá pela manhã e levará tudo. Retornei ao quarto notando que Sanemi estava sentado na cadeira e alguns minutos depois ele foi para o banheiro com suas roupas e eu peguei o robe dessa roupa ridícula e segui para a varanda notando as glicínias belas e abertas, Suspirei finalmente parando para pensar no que ocorreu.
Eu beijei Sanemi Shinazugawa e mesmo sem pretensão o fiz, toquei meus lábios sentindo um leve formigamento devido a lembrança ainda viva em meu corpo, aquelas mãos brutas me apertando contra a parede, minha coxa presa em seu quadril e minha voz respondendo contra minha vontade.
Senti como se fosse observada e adentrei o quarto tirando o robe e deixando jogado no chão de propósito além de deitar na cama e esperar o Hashira sair do banho.
Sanemi demorou um pouco mais quando saiu meu olhar se manteve preso em seu abdômen completamente exposto. Tá que a roupa dele sempre deixa a mostra, mas aquilo estava demais.

-- Sn... -- Ele passou a destra pela nuca. -- Garota...

Ele parecia estressado ao se aproximar e sua destra foi na minha coxa fazendo com que meu corpo estremecesse.

-- Suas vestes estão expostas. -- Só então notei que mão dele apesar de tocar minha pele ajeitava minha roupa.

-- Eu...

Ele sorriu.

-- Estão nos observando. -- Sussurrei -- É provável que invadam o quarto a noite.

-- E serão mortos. -- Se deitou na cama e me esgueirei para baixo da coberta, ele fez o mesmo. -- Tente ficar quieta sua pervertida. -- Ironizou e apesar de sentir meu rosto quente virei para ele furiosa.

-- Te digo o mesmo seu Hashira safado! -- Mordi minha boca enquanto ele me olhava com a sobrancelha arqueada, eu deveria ficar quieta, mas não consigo. -- Afinal de contas correspondeu ao meu beijo encenado, já que fora da missão isso nunca aconteceria!

Ele riu com gosto.

-- Garota aquele gemido não foi encenado agora vai dormir antes que tenhamos mais cenas para protagonizar antes desse quarto ser invadido.

Me virei de costas deixando-o falar sozinho. Claro que não foi mentira, nunca tomei a frente e fora que só tive um relacionamento e não foi dos melhores, fechei meus olhos tentando dormir, mas tudo o que vinha em minha mente era a língua de Sanemi buscando a minha, seus dedos em minha pele e a sensação de calor absurda, não sei por quanto demorei a pegar no sono, mas quando o fiz pareceu que dormir por segundos.

-- Pare de se mexer garota, está praticamente rebolando no meu colo. -- O sussurro me fez abrir meus olhos com força e rápido apenas para sentir o Hashira preso em mim, olhei em direção a varanda ainda escura. Droga!

Respirei extasiada sentindo meu coração bater em um ritmo acelerado.

-- Controle sua respiração Sn, não vai ser assim que conseguirá dormir. -- Sussurrou arrepiando meu pescoço e nuca. Fechei meus olhos com força e tentei pegar no sono, mas quando dei por mim que não conseguiria levantei da cama bruscamente e segui até o armário procurando um kit de primeiro socorros o notando me observar.
Até que se levantou e depois de eu estar com a caixinha em mãos ele puxou e seguiu para o banheiro -- Faremos isso lá dentro. -- Concordei.  Sanemi mandou que eu sentasse na bancada de madeira e assim o fiz, tendo meu braço puxado e analisado, antes dele passar o algodão embebido em líquido alaranjado nos pequenos pontos onde os furos daquele Oni ficou. -- Já era para estar cicatrizado.

-- Não cuidei direto dos meus machucados então está desse jeito, ou seja, um pouco inflamados.

--  Tome cuidado para não me dá trabalho garota, ou te largo aí.

Revirei meus olhos enquanto ele terminava meu curativo.

-- A culpa é sua Hashira, que me arrastou pra essa missão sem meu corpo está cem porcento. -- Ele balançou a cabeça, como se soubesse que minha reclamação é infundada e que na verdade só vim fazer esse curativo para esquecer da sensação quente que é estar em contato com ele, desci da bancada e voltamos para cama deixando a caixa no banheiro, virei para o outro lado da cama e fechei meus olhos e dessa vez, mesmo com os pensamentos a respeito do Hashira consegui dormir...

-- Bonito hein! -- Abri meus olhos de uma só vez para notar que a cabeça do Hashira estava em meus seios enquanto eu praticamente o sufocava com meus braços e minha perna esquerda sobre seu quadril.
Que droga! O empurrei para longe ouvindo Fuyumi gargalhar.

-- Relaxem... Havia alguém os observando ontem, mas estávamos de olho também então eles não se moveram. -- E agora vamos trabalhar.

-- Essa maldita. -- Sanemi se manteve sentado.

-- Quer um tempo Hashira? -- Fuyumi Ironizou e não compreendi.

-- Pro inferno mulher!  -- A morena Gargalhou me puxando para uma porta que eu não tinha percebido ontem, entramos ele dei conta de ser uma sala.

-- O que... -- Tentei puxar a camisola mais para baixo.

-- Sn não tem problema só estamos nós aqui. Me conte sobre a missão.

-- Bom... Eu preciso escovar os dentes antes. -- Comentei.

-- Isso pode esperar. -- Me afastei mais dela e respirei fundo.

-- Descobri que encomendou as mortes e claro que deve ser por dinheiro, quanto mais demora a construção, mais recursos e... -- A porta foi aberta e por ela o Hashira passou.

-- Eles querem um grupo de mulheres pra hoje, ao que parece vai ter um evento e você sabe muito bem o quê esse tipo de exclusividade quer dizer. -- Ele estava mais sério do que antes. -- Coloque cinco das suas lá e...

-- Eu também vou. -- O Interrompi.

-- Eles conhecem o seu rosto Sn.

-- É só trocar o cabelo e passar uma maquiagem diferente que vai dar certo. Não podemos perder essa oportunidade e depois  esse cretino não terá mais como de esconder atrás de uma pilha de corpos. -- Fuyumi me olhava extasiada como se concordasse com minhas palavras, já o Shinazugawa só faltava me sufocar com essas mãos brutas e grandes.

-- Você vai Sn, mas se fizer qualquer merda vou arrombar a porta daquele lugar! -- Assenti sem deixar que minha vergonha os alcançasse e me levantei bruscamente do sofá ao notar que sou a única em trajes de dormir, pedi licença rapidamente e segui para fora do local, talvez essa seja a última missão antes de acabarmos com essa encenação ao longe pude ouvir Fuyumi implicar com Sanemi dizendo que ele está com ciúmes e eu tenho certeza que esse Hashira não possui isso.

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