━━ 𝐕𝐢𝐧𝐬𝐦𝐨𝐤𝐞 𝐒𝐚𝐧𝐣𝐢
ꜥꜤ ❛ TOQUE VERMELHO ▍𝄒𓏲࣪ !
⩇⩇. ╲ 𝘢 𝙤𝙣𝙚 𝙥𝙞𝙚𝙘𝙚 𝘰𝘯𝘦 𝘴𝘩𝘰𝘵
𝗩𝗜𝗡𝗦𝗠𝗢𝗞𝗘 𝗦𝗔𝗡𝗝𝗜 × fem!reader
🌹 𓄹 escrito por 𝖒𝖆𝖓𝖉𝖘
A regra era simples.
“Quem se apaixonar primeiro perde.”
Tão simples quanto navegar em um labirinto de espelhos sem se perder ─ havia se tornado simples assim.
─ Que foi, Sanji? ─ a voz calma e mesmo assim provocativa de [Nome] me traz de volta à realidade que me afastei em algum momento enquanto observava seu rosto; inerte, encantador. ─ Tá me olhando assim por que? Você disse que não queria esse de limão.
Suspiro vagamente, como se estivesse expelindo a fumaça de um longo trago.
O ambiente ao nosso redor era uma mistura de aromas de café recém-torrado e conversas discretas pelos cantos; alguns clientes mergulhavam em seus laptops enquanto outros desfrutavam de um momento descontraído com seus grupos de amigos.
A cafeteria onde vínhamos ocasionalmente depois de um dia exaustivo de trabalho.
─ Este café já é o suficiente para mim ─ asseguro, finalmente desviando o olhar para algum outro ponto. Um café amargo, sem açúcar; o que eu sempre peço quando venho com [Nome]. Até porque olhar para ela já o faz parecer doce demais pro meu gosto.
─ Claro, é só o que você pede ─ [Nome] dá de ombros, voltando a tomar seu Milkshake de limão. ─ Tem certeza que não quer um gole?
Desta vez ela me olha com mais intensidade, o que me faz olhar de volta, com um meio sorriso que eu mal percebi formar-se em meus lábios.
─ Não é isso o que eu quero, na verdade ─ respondo, a voz rouca trazendo toda a sensualidade que eu já tanto me aperfeiçoei.
Por um momento, [Nome] não apresenta qualquer reação; apesar de ser boa no ataque, nunca sabia como responder aos meus contra-ataques. Mas então ela riu, e todas as minhas defesas cuidadosamente criadas caíram como um castelo de cartas diante de uma brisa suave.
Mesmo assim, [Nome] ainda era alheia àquilo que eu infelizmente já me conformei.
Àquilo que me traria a inegável derrota.
Às vezes, eu queria que ela pudesse me levar a sério, embora soubesse que este era apenas mais um desejo egoísta da minha parte. Só eu sei, no entanto, que isso não fazia parte da brincadeira.
Jogo o resto de café na minha boca ─ querendo, na verdade, jogar tudo no meu rosto ─ na tentativa de disfarçar o leve rubor de minhas bochechas. Aceno para a garçonete atendendo a uma outra mesa enquanto tiro um cigarro do bolso, pronto para acendê-lo. Vejo o meu próprio reflexo na xícara em minha frente me encarando de volta; era tão óbvio para mim essa minha expressão, eu estava lutando contra a vontade de olhar para [Nome] novamente.
O barulho das conversas amenas e tilintares suaves se instala entre [Nome] e eu como uma música ambiente, mas a nossa falta de conversa nunca realmente foi algo que deixasse o clima pesado, pelo contrário.
Para algumas pessoas, ficar confortavelmente em silêncio com a companhia de alguém já é um sinal inestimável de conexão. Eu me apeguei a essa ideia desde o momento em que nos tornamos amigos próximos, já que era muito difícil ficar em silêncio com alguém ─ especialmente ─ do sexo oposto.
─ Sim, senhor? ─ a garçonete pergunta simpática ao parar ao meu lado, não antes de tirar o cigarro de meus dedos e colocá-lo na mesa.
─ Poderia me ver mais um café preto, por favor? ─ encosto na cadeira, dando de ombros.
Jogo para trás algumas mechas loiras ao encará-la, inevitavelmente sorrindo pelo costume de querer fumar aqui dentro embora estivéssemos sentados bem ao lado da plaquinha de “não fume”. Se estivéssemos em meu próprio restaurante, ainda teria esse mesmo problema.
─ E não esqueça de deixar seu número, por favor ─ lanço uma piscadela para ela antes de se virar.
A jogada que nunca falhava em me recompor.
A mulher dá uma risadinha simples, levando consigo a minha xícara vazia e o meu pedido. [Nome] dá mais um gole no Milkshake e o coloca na mesa novamente, cruzando os braços ao olhar na minha direção.
─ Que foi, princesa? ─ pergunto, meio irônico, mas ainda curioso.
─ Você sabe ─ ela revira os olhos, como se fosse algo óbvio para eu perceber. ─ Sempre pede o número dela quando têm a oportunidade, mas se ela quisesse, já não teria te dado?
Levanto uma sobrancelha de forma sutil. Me recuso a acreditar que [Nome] esteja verdadeiramente incomodada com isso, ela sabe perfeitamente como eu costumo agir com qualquer mulher que se aproxime de mim.
Mas gosto da ideia disso parecer ciúmes.
─ Tem certas pessoas que gostam de se fazer difíceis ─ deixo meu olhar vagar por cada detalhe de seu rosto, esperando que entendesse o recado.
Além disso, é claro, eu sempre faço parecer que é uma piada ─ embora [Nome] aparentemente não tenha percebido isso até agora.
Porque, na verdade, é só com ela que eu falo essas coisas de um modo sério.
E não é por causa do nosso joguinho besta que eu quero conquistá-la.
Deixou de ser há um bom tempo.
Eu me pergunto se [Nome], alguma vez, já percebeu essa pequena mudança que eu tentava deixar claro entre nós. Se ela também sentia o mesmo calor no peito quando estávamos juntos; a mesma vontade de quebrar a única regra que nos mantinham afastados.
Ou se era apenas orgulhosa demais para desistir da vitória.
─ Eu deveria assumir a derrota, então?
─ O que?
Por um breve momento, tive a impressão de que [Nome] tivesse conseguido entrar em minha mente para ler meus pensamentos, mas então eu me dei conta de que só tinha pensado alto demais.
─ Sabe, acho que deveríamos repensar essa regra boba que criamos ─ eu sugiro, decidindo repentinamente não me segurar mais.
A confusão no rosto de [Nome] sugeria que ainda estava no assunto da garçonete. Deu pra ver o exato momento em que percebeu do que aquilo realmente se tratava, e o modo como sua expressão mudou de confusão para assimilação e, por fim, timidez.
Que adorável.
─ O que você quer dizer com isso?
─ Você sabe muito bem o que eu quero dizer, [Nome] ─ minha voz é firme e sincera enquanto dela eu não desvio o olhar, o que reforçou o seu rubor.
Ela virou o rosto por um momento, mas não conseguiu disfarçar o pequeno sorriso que surgiu em seus lábios.
Depois de todo esse tempo, é mesmo muito reconfortante saber que eu não estava vivendo uma completa mentira.
─ Acho que é hora de deixarmos esse joguinho de lado e vermos para onde isso nos leva ─ deslizo a minha mão sobre a mesa até encontrar a dela, entrelaçando nossos dedos com uma sensação vagamente familiar.
Logo, ela finalmente levou os olhos ao encontro dos meus e eu reconheci, no mesmo momento, que aquilo não se tratava mais de uma brincadeira boba entre amigos.
Então, eu sorri de volta.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top