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CAPÍTULO ONZE
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Reações.

Três dias antes...





Como em qualquer lugar pequeno, as notícias se espalharam rápido por La Push. Em menos de um dia, mesmo com Robin evitando a todo custo encontrar-se com seus colegas de bando, todos eles já sabiam sobre seu imprinting.

─ Isso é impossível. ─ Billy Black riu, em uma mistura de ceticismo e incredulidade.

Sua reação fora acompanhada pelo restante do concelho. O velho Ateara concordou, apoiando o Black, enquanto Sue Clearwater mantinha-se imparcial. Ela não tinha nada contra os Cullen, claro, eles eram vampiros, mas viviam em paz com a comunidade e nunca ofereceram trabalho para qualquer um deles, apesar de terem atraído a presença da vampira ruiva, aquilo não era bem sua culpa. Ainda assim, era difícil acreditar que um dos membros da matilha tenha tido um imprinting por um frio, afinal, aquilo parecia ir contra tudo o que o imprinting representava.

─ Acredite, ─ Melissa tinha os braços cruzados sobre os seios, andando de um lado para o outro. ─ eu tive a mesma reação, mas a Robin está convicta disso.

─ Tem certeza que ela não se confundiu? ─ O velho Ateara indagou.

─ Só existe uma certeza nessa vida, e bom, com a existência de vampiros nem essa temos mais. ─ A Miller murmurou, referindo-se a mortalidade.

─ Então, o que faremos? ─ Sue questionou.

Billy Black trocou um olhar com o Velho Ateara, então encarou a Miller.

─ Infelizmente, se esse imprinting realmente aconteceu, não temos muito o que fazer. ─ Billy suspirou, derrotado. ─ Se os espíritos o escolheram como sua alma gêmea, só podemos acatar, mesmo que não nos agrade.

─ Talvez isso tenha vindo para nos unir. ─ Melissa deu de ombros. Ela entendia que existiam vampiros muito ruins, mas esse não era o caso dos Cullen, e talvez eles não fossem os únicos. ─ Estamos em guerra com os frios há muito tempo.

Billy não concordava com a mulher, para eles os frios não eram confiáveis e nunca seriam, mesmo que os Cullen fossem uma pequena exceção, a natureza deles sempre seria má e cruel.

No entanto, os espíritos não erravam, e contestá-los estava fora de cogitação, ainda que suas escolhas não os agradassem. Por outro lado, o Black ainda tinha um fio de esperança que Robin tenha se confundido, não apenas pelos costumes e crenças do seu povo, mas por saber que seu filho não reagiria bem à aquela notícia.

. . .

─ Tá bom, isso não tem graça. ─ Jacob apontou assim que Sam reuniu a matilha para falar sobre o imprinting de Robin.

Pessoalmente o alfa preferia que aquela notícia fosse dada por Robin, mas a garota recusava-se a sair do seu quarto e ver qualquer um deles. De qualquer modo a notícia logo se espalharia entre eles, então Billy Black e o restante do concelho concordou em pedir que o Alfa desse a notícia pessoalmente, assim ele poderia impedir que Jacob cometesse uma loucura que colocaria todos eles e seu tratado em risco.

─ Não foi uma brincadeira. ─ O alfa murmurou sério.

Paul riu, ainda sem acreditar, Embry, Quil e Jared trocaram olhares, assim como Leah e Seth. As reações estavam misturadas.

Jacob fechou suas mãos em punhos, seus dentes rangiam de tal forma que Sam pensou que pudessem estourar a qualquer momento, seu corpo tremia e mesmo não estando em sua forma lupina, era quase como se pudessem sentir a raiva do Black emanando em ondas fortes do seu corpo.

Paul estava cético. Seus sentimentos coliadiam em várias camadas. Robin era sua melhor amiga e um pouco mais do que isso. Ele a amava e jamais desejaria algo do tipo para ela. Óbvio, ele sabia que não ficariam juntos, afinal, não são o imprinting um do outro e sua relação era mais para suprir a carência um do outro, e de certa forma, haviam fortalecido sua amizade. Ele estava zangado. Zangado com o universo, os ancestrais ou seja qual for a força que decidiu que seria uma boa idéia transformá-la não apenas na primeira loba entre o seu povo, mas também na única que sofreu um imprinting por um maldito sanguessuga. Conhecendo-a bem, já imaginava como a garota estava se sentindo naquele momento.

Embry, Quil e Seth estavam imparciais. Seth não os odiava como o resto de sua matilha, e Quil não sabia bem como reagir àquilo, afinal, ele foi orientado a respeitar os espíritos e suas decisões, assim como Embry. Jared não estava muito diferente, apesar de compartilhar seu ódio pelos frios, haviam muitas camadas que não cabiam a ele as descobrir.

Já Leah, estava dividida entre odiar tudo aquilo ou simplesmente não se importar. De qualquer forma, nada daquilo mudaria o fato de que sua vida fora destruída a partir do momento em que Sam Uley teve um imprinting por sua própria prima e ex melhor amiga. Como se já não fosse o suficiente, agora ela estava presa a eles por quem sabe-se lá quanto tempo. Os espíritos? Depois do que o que passou ela seria a última pessoa a concordar com as decisões ─ em sua visão ─ falhas e aleatórias dos mesmos.

─ Eu vou ver a Robin. ─ Paul se pronunciou, decidido. Ele não deixaria que sua melhor amiga passasse por um momento como aquele, sozinha.

─ Eu vou com você. ─ Jacob decretou.

Paul o lançou um olhar irônico. Quem ele acha que é na vida dela agora?

─ Não vai não. ─ Retrucou o Lahote.

─ Quem você pensa que-

─ Ele está certo, Jacob. Você é a última pessoa que a Robin vai querer por perto agora. ─ Sam o interrompeu.

Jacob rosnou, chutando a primeira coisa que apareceu na sua frente. A cadeira voou pelo cômodo atingindo a parede e se partindo em vários pedaços pela sala.

─ Você vai me dar outra cadeira. ─ Emily entrou no cômodo apontando.

Ela estava em seu quarto, afinal, aquela era uma reunião da matilha e Emily sabia o quão desconfortável Leah ficava em sua presença, mas decidiu intervir quando ouviu vozes alteradas.

─ Fui! ─ Paul aproveitou para sair dalí.

─ Acho que não tenho mais nada pra fazer aqui. ─ Leah foi a próxima, sendo seguida por Jacob.

─ Jacob! Você fica. ─ O Uley ordenou.

Jacob o encarou indignado.

─ Você irá fazer a ronda comigo e Jared. Não vou deixar que saia por aí de cabeça quente. ─ Apontou o alfa. ─ E caso não esteja claro, isso não foi um pedido. ─ Acrescentou o Uley, sabendo que se não se impô-se o Black faria uma besteira enorme.

Jacob não sabia bem como se sentir ou como agir diante de tudo o que estava acontecendo. A verdade é que ele sabia que não tinha direito algum sobre a vida de Robin, ele pisou feio na bola e entendia isso. Ao mesmo tempo, era difícil aceitar que logo Edward Cullen era o imprinting da sua ex namorada. Ele já tinha a Bella, e agora também ficaria com sua Robin. Isso não era justo, assim como seus sentimentos dividos entre duas garotas. Seu amor do passado e seu amor do presente e saber que, nenhuma das duas era sua "alma gêmea" segundo os espíritos, era realmente decepcionante.

. . .

─ Eu não vou a voltar àquela escola, mãe. ─ Robin negou, veemente.

Só de se lembrar do momento em que imprinting aconteceu, seu rosto esquentava e seu estômago se revirava. Sua reação foi estúpida e estranha e seu medo e sua vergonha falavam mais alto do que qualquer outra coisa.

Em paralelo, a sensação crescente de algo faltava e a tristeza inevitável que a inundava a cada segundo que passava, a confundia e despertava um certo medo na garota. Ela havia ouvido falar sobre as consequências de rejeitar o seu imprinting ou ser rejeitada.

Robin acreditava que nada disso passava de lendas, entretanto, ela pensava o mesmo sobre os lobos e agora era um deles.

─ É fofo você achar que tem escolhas. ─ Melissa murmurou, apertando as bochechas da filha, mas a garota não esboçou a reação que ela esperava. ─ Robin, você não pode ficar longe do seu imprinting. Você tem que conversar com ele e entrar em um acordo.

─ Mãe, ele tem namorada! ─ Robin exclamou.

Mesmo depois de tudo, ela não desejava o que aconteceu com o seu relacionamento para Edward e Isabella. E isso se ele realmente aceitasse ficar perto dela, afinal, ele não tinha obrigação alguma de fazê-lo.

─ O imprinting não é apenas sobre isso. ─ Melissa argumentou, mesmo que não fosse assim totalmente verdade.

─ Você sabe o que isso significa pra mim. ─ A garota murmurou com lágrimas nos olhos.

Edward não tinha que amá-la, isso era fato, entretanto, Robin sabia que jamais poderia colocar alguém acima do seu imprinting, e isso a impediria de amar qualquer outro parceiro como ele realmente mereceria.

Ele tinha uma escolha, já ela, por outro lado...

. . .

─ Como você está? ─ Paul questionou.

Na quinta-feira, Robin não se sentia bem. Os efeitos da sua rejeição ao seu imprinting deixavam de ser apenas emocionais e se tornavam físicos.

─ Estou ótima. ─ Mentiu, sorrindo fraco. Tudo na garota acusava que ela estava doente e piorando a cada segundo.

Ela virou seu rosto para o lado, colocando a mão na boca para tossir.

A garota estava enrolada em uma coberta que não fazia diferença alguma, supostamente ela não deveria sentir frio.

─ Olha, eu realmente odeio esse imprinting tanto quanto você, mas-

─ Eu não vou atrás dele, Paul. ─ Ela o cortou, decidida. ─ Agora vem, deita aqui comigo e assiste caladinho.

O Lahote suspirou, dando-se por vencido. Ela conseguia ser mais cabeça dura do que ele próprio e isso era bem difícil.

. . .

Quinta-feira a noite, Robin já havia piorado consideravelmente. Ainda assim, a garota recusava-se a ver o Cullen.

─ Deixa de ser teimosa, Robin! ─ Kim exclamou, preocupada e ao mesmo tempo sem paciência. Por que essa garota tem que ser tão cabeça dura?

─ Eu estou bem. ─ Insistiu a garota, levantando-se do sofá.

Robin tentou alcançar as escadas, mas no segundo seguinte a garota caiu no chão, desmaiada.

─ Robin! ─ Kim correu até a melhor amiga, desesperada.

Melissa estava na cozinha preparando um chá para a garota quando ouviu um baque e o grito de Kim, então correu para a sala.

. . .

Na sexta-feira, Robin já não falava coisa com coisa e suava frio, ao mesmo tempo em que seu corpo alcançava uma temperatura impensada. Supostamente seria normal, se a situação não fosse tão contraditória.

─ Me diseram que a senhora pediu para me chamarem. ─ Paul entrou no cômodo, onde a mulher o esperava. ─A Robin está melhor?

Melissa suspirou, virando-se para o garoto.

─ Nós dois sabemos que só existe um remédio para a minha filha agora. ─ Melissa murmurou. ─ Eu preciso que você procure Edward Cullen.

. . .

Melissa não tinha certeza se Edward atenderia seu pedido. O vampiro não tinha a menor obrigação de fazê-lo, mas ela entendia que caso ele se negasse a ver sua garotinha, ela a perderia para sempre.

Os membros do concelho entraram em um consenso sobre a presença do vampiro em suas terras. Agora que ele era alvo do imprinting de um lobo, querendo ou não, Edward fazia parte da sua comunidade, mesmo que indiretamente. Robin precisava dele e eles não podiam negar o pedido de uma mãe desesperada.

A mulher não saberia mensurar o alívio que sentira quando Edward Cullen adentrou o quarto da sua filha e ver a forma gentil e carinhosa com que ele a tratou, a preocupação exposta em seus olhos e sua expressão ao vê-la daquela forma, lhe trouxe um fio de esperança de que as coisas não seriam tão ruins assim dalí para frente.

─ Vamos deixá-los à sós. ─ Melissa sussurou, mesmo sabendo que o vampiro poderia ouvi-la.

A verdade é que Edward parecia alheio qualquer coisa que não fosse garota a sua frente.

Kim foi a primeira a deixar o quarto, já Paul teve que ser puxado pela mulher.

─ Mas- ─ O Lahote tentou protestar, mas foi interrompido pela mais velha.

─ Mas nada, Lahote, vem logo. Vou fazer um lanche pra você.

Assim que a mulher fechou a boca, o estômago do garoto roncou.

─ É, talvez seja uma boa mesmo. ─ Paul sorriu amarelo.

Sem revisão.
Relevem os erros ortográficos.

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