#014

Semanas se passaram após a visita da assistente social aqui na pousada, tivemos que mudar algumas coisas na parte onde morávamos. Um quarto que costumava a ser de guardar algumas coisas antigas agora era do Rahvi, ganhamos grande parte das coisas dele, Krystian e Sabina ajudaram pagando metade do berço, Noah e Sina  deram várias roupinhas, Úrsula se dispôs a dar uma banheira que vira trocador. Enfim, nosso bebê acabou tendo mais do que necessitava, e eu pude finalmente amamentar meu pequeno e foi uma experiência e tanto, eu chorei horrores por lembrar que não tive a chance de fazer isso com minha anjinha, mas também por me sentir feliz por ter conseguido fazer isso com Rahvi. 

Josh se provou um pai incrível, fazia todo o possível para ficar com nosso bebê na maior parte do tempo, atendia os hóspedes enquanto ninava o pequeno, ficava com ele no nosso quarto até o sono vir para nós, ás vezes  só admirando o enquanto dormia. Havíamos ficado completamente apaixonados por aquele serzinho, que meses depois se tornara oficialmente nosso filho. 

O fato de eu ter decidido fazer algo para mudar minha vida positivo-a cada vez mais. Minhas consultas com uma terapeuta vem me ajudando bastante, e mesmo que não precise mais, quis continuar fazendo, pois aqueles momentos eram extremamente importantes para minha saúde mental. Josh continuava a me ajudar e ser aquele com quem eu poderia contar sempre, para o bom e o ruim. Rahvi é minha dose de endorfina diária, um  menininho doce e amoroso.

 Tudo estava se encaixando muito bem, e parecia que eu realmente iria ter o meu final feliz, ali naquele lugar, com aquelas pessoas que eu amo, mas também com saudade daqueles que já se foram, porém com a certeza de que estão em um lugar melhor.

- Mamãe, vem! - Rahvi grita da sala de jantar, onde todos me aguardavam para comer a ceia de Natal. 

Chego naquele cômodo da casa e o pequeno garotinho de cinco anos abraça minhas pernas, acaricio os seus fios loirinhos, e ele solta minhas pernas e deixa um beijo estalado em minha enorme barriga de sete meses.

- Você está linda, mamãe. - o pequeno me elogia.

- Obrigada, meu amor. Você também está lindo. - digo vendo que ele usava uma roupa que era praticamente a miniatura da qual Josh usava. 

O guiei para se sentar e repeti o ato sentando entre ele e meu namorado. Eu e Joshua nunca fomos muito bom rotular nosso relacionamento, então mesmo morando debaixo do mesmo teto, tendo dois filhos, nós não nos casamos ainda, já conversamos de fazer isso depois que nossa menininha nascesse, mas não sentíamos pressa alguma para fazer isso, já eramos seguros sobre os nossos sentimentos um pelo outro, então de fato sabia que ficaria com ele para resto da minha vida. 

- Você está perfeita, Amor. - o maior deixa um selar nos meus lábios e eu retribuo. 

Ao ver todos ao redor da mesa sorrindo e aproveitando aquele momento, me fez formar mais uma das boas lembranças que, durante os meus anos de mudança, haviam se formado, tomando o lugar daquelas ruins e avassaladoras. Queria que todos aqueles que se sentem como eu me sentia, pudessem ser ajudados a tempo, pois saiba que, por mais que você esteja sofrendo e sinta que nada poderá mudar, ainda existe uma chance para você aqui, talvez o seu anjo estará na próxima esquina, pronto para te ajudar. Não desista! 

***

Se você está passando por algo que está te abalando e precise de ajuda, entre em contato com CVV (Centro de Valorização da Vida) ou com alguém de confiança.

(https://www.cvv.org.br)

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Fim!


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