11| ᴍᴀɪꜱ ɴɪɴɢᴜᴇ́ᴍ.
CAPÍTULO ONZE.
"Mesmo que não venha mais ninguém, ficamos só eu e você.
Fazemos a festa, somos do mundo.
Sempre fomos bons de conversar..."
CAROL E SHOYO ESTAVAM DE ROLO HÁ ALGUMAS SEMANAS. Ambos muito felizes com a presença um do outro, se conhecendo mais profundamente. Nunca lhes faltavam assunto ou planos ao longo dos dia.
Eles não se importavam com o tempo que lhes restavam.
Na verdade, eles haviam se esquecido dessa questão. Mas quem liga?
A garota de cabelos ondulados se olhava pela vigésima vez no espelho vendo se não tinha se esquecido de nada.
Seus fios compridos estavam a mostra, usava um vestidinho branco soltinho e sandálinhas com salto nos pés. Sempre possuia seu colar dourado no pescoço e sua pulseira da amizade no braço.
Carolina retocava sua maquiagem muito animada e ansiosa para a sua saída, passando seu gloss nude calmamente.
Estava se arrumando para ir a um encontro com Hinata Shoyo.
O japonês a convidou inesperadamente depois deles terem combinado de se encontrarem na praia alguns dias atrás. E sua resposta veio de imediato. Carolina não iria negar nenhum pedido vindo do ruivo.
Bem... Pelo menos é o que ela achava...
Passou seu preciosíssimo perfume dando uma volta novamente em frente ao espelho.
— Você está razoável Carol. Vaza logo. — chega João invadindo seu espaço. Carolina franziu o cenho vendo o quão folgado ele é por deitar em sua cama
— Cala a boca João. Vaza você do meu quarto. — mandou pegando seu brinco. Jô apenas riu da cara da irmã. O garoto nunca a viu se arrumar tão bem.
— Vai sair com quem?
— Não é da sua conta.
— Vou contar para o pai então.
— Conta. — deu de ombros virando-se para ele com um sorriso debochado. — Ele já sabe mesmo, otário.
— Hmm. É um encontro então?
— Não é da sua conta Jô. Vaza do meu quarto. — o puxou pelo braço tentando tirá-lo a força. João ria altamente forçando seu corpo para trás.
— Me deixa adivinhar com quem vai ter seu primeiro encontro. — falou cinicamente. Carol bufou raivosa tentanto puxá-lo mais forte ainda. — Vai ser com o Japa bonitinho?
Na mosca.
Carol respirou fundo desistindo de expulsar o irmão. Fechou os olhos e pensou se iria mesmo pedir algumas dicas para o seu irmão mais novo de como agir em um encontro. Mas não podemos julgá-la. João é um garoto bem namoradeiro para a idade dele.
— Sim. — se sentou na cama ansiosa. Olhou para o lado vendo o sorriso zombateiro dele. — Então João. Pode me dar dicas em como agir?
O garoto a observou atentamente antes de soltar uma longa gargalhada. Ele se contorcia de tanto rir enquanto o rosto de Carolina se enrugava muito constrangida.
— Vai se fuder seu pirralho. — se levantou da cama ainda escutando a risada dele.
— Espera Carol. — respirava fundo tentando recuperar o ar. — Só seja você.
— Nossa. Ajudou. — disse sarcasticamente não acalmando a sua ansiedade.
— Não é isso Carol. — deitou novamente na cama olhando para o rosto da irmã. — Apenas aja como sempre agiu. Aposto que o Japa vai estar ansioso como você e isso é normal, mas se agir diferente as coisas vão ficar estranhas. Então seja você. Foi por isso que ele te chamou, não? Porque ele gosta dessa Carol, não de uma que você vai inventar. Não é?
— É. — murmurou com um sorriso grande no rosto. Ela fez a decisão certa de pedir dicas para o caçula. — Valeu Jô.
— De nada. — balançou a mão fazendo pouco caso. — Está de devendo.
— É claro que estou. — revirou os olhos ainda com um sorriso mínimo.
🇧🇷
Hinata Shoyo esperava Ana Carolina na frente do restaurante. O garoto não parava de ajustar sua camiseta social branca tentando ficar o mais perfeito possível.
Se sentia ansioso, o que era engraçado já que ele e Carol eram amigos antes de tudo.
Escutou conselhos de Maria Eduarda e de Gabriel o dia inteiro e sua cabeça não poderia estar mais cheia das mais diversas inseguranças, porém, só foi olhar para Carol descendo do carro e agradecendo o motorista do Uber com um sorriso tímido e educado, que acabou esquecendo de suas preocupações.
Porra. Ele só tinha que aproveitar o momento.
— Era para eu ter vindo de preto? Droga, por que não me avisou? — questionou Shoyo depois de reparar no vestido branco da garota.
— Branco com branco parece que foi combinado. — aproximou-se dele dando um selinho. Shoyo alargou o sorriso. — Está bonito.
— Tenho que estar pelo menos um pouco perto do seu nível. — grudou seus braços na cintura dela enquanto Carolina riu do elogio do japonês selando novamente seus lábios.
— Vamos entrar antes de sermos roubados. — disse se afastando minimamente dele.
— Relaxa Cacau, eu sou corajoso.
— Tão corajoso que só faltou morrer no jogo do Pedro.
— Isso é outra questão. — murmurou arrancando uma gargalhada da morena.
Pedro havia desafiado Hinata a passar de fase de algum jogo de terror que ele tinha, o japonês usava fone no máximo e o som junto do aparecimento repentino da assombração não fez muito bem para seu coração.
Carol guiava Shoyo para dentro do restaurante sentindo o braço dele em volta de seu pescoço. Foram para uma mesa mais afastada que havia no estabelecimento.
O lugar era chique. Luzes amarelas retros deixando o ambiente confortável e íntimo. No palco, havia um banda, a maoria homens, porém no centro tinha uma mulher que usava um vestido preto comprido com brilhos, eles tocavam jazz, e a voz daquela mulher era como se fosse de um anjo. Era tão sereno e sensual.
Isso fez com que o coração de Carolina saltasse, ela ama esse tipo de música.
Observou o local e reparou que a maioria eram casais ou um grupo pequeno de familiares.
Hinata puxou a cadeira para Carolina sentar-se, ela agradeceu com um sorriso educado vendo-o se sentar a sua frente.
— Você está longe. — mumurou vendo-a se aproximar mais. — Mais um pouco. — puxou um pouco mais a cadeira. — Perfeito. Agora eu te vejo muito melhor.
— E não conseguia me ver antes?
— Conseguia. Mas desse jeito eu te observo de pertinho. — colocou a mecha solta de Carol atrás da orelha dela fazendo um carinho em seguida em sua bochecha.
— Só você Shoyo. — riu pegando na mão dele que estava em seu rosto.
O garçom aparece anotando o pedido de ambos. Enquando a comida não chegava, Carol iniciou um diálogo.
— Como conseguiu encontar esse lugar? — cruzou as pernas colocando seus cotovelos na mesa apoiando seu rosto.
— Tenho minhas fontes. — piscou.
— Fontes com o nome de Madu e Biel? — arqueou a sobrancelha vendo ele enrugar o nariz.
— Você é boa. — fingiu aborrecimento rindo com a risada da garota. — Gostou?
— Eu amei! Sempre quis ir para um lugar que tocasse jazz. — olhou para o palco com os olhos brilhando. Shoyo olhava para ela com fascínio. — Essas músicas são tão gostosas de se ouvir.
— Que bom que gostou Cacau. — se virou para ele abrindo seu sorriso.
— Como foi o seu dia?
— Muito legal. Estava me preparando para a próxima partida quando acabei reencontrando um colega.
— Que colega?
— Oikawa Tooru! — Carol arregalou os olhos.
— Uau Shoyo. E como que foi? — se inclinou mais.
— Daora! Jogamos vôlei de praia mas ele é péssimo. — riu da lembrança do moreno caindo de cara na areia. — Parece que ele vai ficar aqui por alguns dias antes de voltar para a Argentina.
— Não gosto muito de argentinos mas o Oikawa é uma exceção, junto de obviamente o Messi.
— Eu gosto do Messi, mas prefiro o Cristiano Ronaldo. — ele muda brevemente de assunto — Mas o Oikawa era bem babaca no colegial. Ainda é. Mas agora deu uma melhorada. Ele sempre foi muito bom no vôlei, imagino que esteja muito melhor. Senão não seria o Grande Rei.
— Ele tinha que melhorar se quisesse ser respeitado na liga profissional. — mexeu as sobrancelhas — Mas eu aposto que você irritava ele com o seu super pulo. — Shoyo solta uma risada gostosa.
— Eu irritava todo mundo! — empinou o nariz. — Todos temiam o corvo da camiseta dez. — se exibiu vendo ela rir — Eu e o Oikawa vamos jogar novamente e na próxima vez irei te levar.
— Eu adoraria! Vou até pedir um autógrafo para ele. — riu vendo a cara emburrada dele.
— Não fique tão animada.
— Impossível japinha. Eu já estou! — Não desmentindo os sentimentos de Carol, mas ela adorava importunar Shoyo fazendo-o ficar com ciúmes.
Era fofo. E a cara séria dele... Fazia a garota imaginar coisas depravadas.
— Ah. Que péssima ideia que eu tive de querer apresentá-los. — colocou a mão nos olhos escutando a risada de Ana Carolina.
— Trate de cuidar das consequências.
Interrompendo brevemente o assunto do casal, aparece o garçom de antes colocando seus pedidos na mesa.
Macarronada.
— Está uma delícia. — ele disse quando deu a primeira garfada recebendo um aceno de concordância da garota
— Sente saudade da comida de casa né Shoyo? — pergunta depois de limpar a boca com seu guardanapo.
— Sim. Nada contra os sushis daqui, mas não se compara com a do Japão.
— Não julgo. Sentiria o mesmo se tentassem recriar a nossa feijoada.
— Mas uma coisa que estou com saudade de casa além da comida e de principalmente da minha família. É do clima!
— Imagino. Aqui no Brasil, principalmente no Rio, é calor o ano inteiro! Só de vez enquanto que esfria mas não dura muito.
— Exato. Nessa época do ano no Japão está nevando! Natsu me mandou uma foto montando um boneco de neve.
— Estamos chegando no Natal Shoyo, e no Brasil passamos o natal no verão. — disse vendo o rosto curioso dele — É até engraçado quando enfeitam as praças colocando um boneco de neve no meio de um lugar quente pra caralho. É perigoso o boneco de plástico derreter. — começaram a rir.
— Não sabia que estávamos no verão — deu uma golada generosa de seu suco vendo a morena acenar. — É quente todos os dias.
— É porque você não foi para a região Nordestina. É lá que você conhece o verdadeiro calor. — lembrou-se da vez que foi visitar sua tia no Piauí. Carol nunca sentiu tanto calor, e ela mora no Rio de Janeiro! — Já na região Sul é mais fria, principalmente em Santa Catarina. No inverno pode até nevar, não como no Japão, mas neva.
— Isso é legal. O Brasil é tão grande que em alguns lugares neva e em outros não. — Carol acenou. Gostava de falar curiosidades brasileiras para o japonês.
— Tenho vontade de conhecer todos os cantos do Brasil. Cada lugar tem sua maneira de falar, é engraçado quando algum gringo vem para o Brasil mesmo sendo fluente em português, eles não entendem nada!
— Eu fiquei assim quando cheguei aqui! Se não fosse por você e as aulas de português com o Pedro eu estava fodido! — Carol riu altamente. Shoyo do início do ano não se comparava com o Shoyo de agora.
— Seu português melhorou muito japinha, principalmente nos palavrões. — o observou vendo-o abrir um sorrisinho.
— Eu tenho uma ótima professora. — Carol revirou os olhos não desfazendo do sorriso que tinha.
— Sabe quem eu gostaria de conhecer? — mudou de assunto vendo ele balançar a cabeça para prosseguir com sua fala— Natsu.
Carol viu os olhos castanhos dele brilharem. Shoyo sorriu grandemente dizendo:
— E ela com certeza quer te conhecer.
— Me conhecer? Como assim?
— Eu falo muito de você para ela Cacau. — assumiu um pouco envergonhado. Carol não estava diferente.
— Meu Deus Shoyo! O que você diz!?
— Só a verdade. — deu de ombros — Que você é a garota mais linda e engraçada que alguém poderia conhecer. A mais compreensível esforçada, e principalmente, a mais amiga que poderiam ter ao lado. — disse sério olhando para os olhos dela. — Eu só disse a verdade.
Carol sorriu largamente sentindo as famosas borboletas no estômago. Hinata disse com tanta convicção que o que poderia fazer era simplesmente aceitar.
— Você não existe Shoyo. — sorriu sentindo o rosto queimar fazendo o japonês acompanhar o ato.
Natsu tinha uma tremenda curiosa para conhecer a garota que tanto o irmão falava. Ela acreditava que era coisa da cabeça do Hinata mais velho. Quem poderia ser tão perfeita como ele diz?
Natsu só acreditaria 100% quando a conhecesse, até lá, daria trégua para a paixão do irmão.
🇧🇷
Depois de terminarem a primeira refeição, os dois saborearam a sobremesa que era um Petit gâteau, um bolinho com sorvete. Continuaram com as mais diversas conversas, Carol cansou de tanto rir, mas era impossível com ele ao seu lado contando suas vivências e vergonhas na adolescência e no Brasil.
Foi quando Shoyo teve uma ideia depois de ver alguns casais atrás de Carolina.
Se levantou da mesa deixando a garota confusa, parou ao lado dela estendendo sua mão direita, se curvou levemente abrindo minimamente um sorriso. Carol sentia o rosto arder, Shoyo não pederia estar mais lindo.
— Ana Carolina. A Senhorita me concederia o maior dos prazeres aceitando humildemente uma dança comigo?
Carol observou em como a voz do japonês saiu calma e sensual. Uau, ele é realmente lindo.
Sorriu largamente colocando cuidadosamente sua palma em cima da dele.
— É claro que aceito meu nobre Senhor. — se levantou — Mas não aceito menos do que três danças. — disse com um semblante confiante.
— Muito bem minha Senhorita. — beijou o dorso da mão de Carol olhando em seus olhos negros que não desviou o olhar de si.
A guiou para o centro onde havia o salão de dança. Vários casais já dançavam no local, mas Shoyo não poderia se importar menos, a única pessoa que realmente se importava naquele momento estava segurando sua mão.
A puxou colocando seu braço envolta da cintura dela enquanto a outra ainda segurava sua mão. Carol colocou sua palma no ombro definido do japonês.
Guiavam-se diante da música como se fossem um. Não desviavam o olhar nem por um segundo. Shoyo a girou calmamente a puxando novamente para si. Carol abriu seu sorriso se reencostando no peito dele escutando o coração descompassado de Hinata.
Fechou os olhos.
Shoyo colocou sua cabeça acima da dela ainda se movimentando.
— Está nervoso? — questionou ainda escutando seu coração.
— Estou feliz. — Carol se separou um pouco observando o rosto dele sereno. As sardas, os olhos castanhos sempre a observando, os lábios um pouco rosados. Shoyo poderia ser retratado como um anjo, tanto pelas suas ações, quanto pela beleza. — Gosto do que estou sentindo nesse momento.
— E o que está sentindo? — com um semblante sério, respondeu.
— Paixão. — aproximou seu rosto do dela colando suas testas. — É assim que eu me sinto sempre que eu te vejo Ana. — disse com os olhos fechados, a garota sorriu, se afastou dele selando suas bocas tranquilamente.
Colocou suas mãos nos fios ruivos dele ao mesmo tempo que Shoyo apertava sua cintura querendo sentir ainda mais o gosto daquela boca.
Se afastaram um pouco. Carol fazia um carinho no pescoço dele vendo-o aproveitar a carícia.
— Estou apaixonado por você Ana Carolina. — disse por fim abrindo seus olhos encontrando os dela em si que quando disse, viu eles brilharem.
— Você me faz sorrir nos momentos mais difíceis Shoyo. Obrigado por estar comigo não importa a situação. — selou brevemente seus lábios — Eu estou apaixonada por você.
Shoyo nunca sorriu tanto em sua vida como sorriu naquele exato instante. Se curvou ainda mais para beijar aqueles lábios que tanto estimava. Sorriam entre os beijos e continuavam com as inúmeras danças.
Carol realmente gostava de Jazz.
Apenas uma coisa para se dizer nesse capítulo:
MUITO OBRIGADA PELOS 1K. ESTOU TÃO FELIZ!!!
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