06| ᴘᴀʀᴀʙᴇ́ɴs ᴅᴀ xᴜxᴀ.

CAPÍTULO SEIS.

"Hoje vai ser uma festa, bolo e guaraná, muito doce pra você.
É o seu aniversário, vamos festejar, os amigos receber..."

É O DIA DO ANIVERSÁRIO DE MARIA EDUARDA. Isso foi a primeira coisa que Ana Carolina pensou quando abriu seus olhos.

Estava animada, sua amiga acabou de completar seus vinte anos e nada melhor do que comemorar essa idade tão importante.

Carol se lembrou de quando Madu fizera quinze. Seu debute foi muito chique. Duda contou que desde que ela nasceu sua mãe guardava dinheiro para aquele momento, era o sonho da mulher, que se realizou vendo o vestido extravagante que a filha usou.

Parecia uma princesa.

Ser mãe solteira não estava nos planos de Elisa, Madu nunca viu seu pai e não faz questão de conhecer o homem que abandonou a mulher no momento em que ela mais precisava. Elisa teve sorte de sua mãe apoiá-la e em como ela ajudou a cuidar de Maria Eduarda.

Madu é sortuda por ter Elisa como progenitora. Uma mulher que sempre trabalhou duro para dar conforto para a filha.

Toda família Rodrigues se emocionou, e Maria Eduarda nunca esteve tão feliz por ver sua mãe com o sorriso de orelha a orelha e de poder dançar com o seu crush da época, já que ele era o seu príncipe.

Foi um momento que não marcou apenas Madu como também marcou Carol.

Ela amou o clima da festa. Ninguém queria aparecer mais do que a debutante. Riu para caralho dos parentes bêbados da amiga e fez amizade com seus primos e tios.

Ela sentiu que fazia parte daquela família e não poderia estar mais do que certa.

Depois daquele dia Ana Carolina ficou ainda mais próximo da família Rodrigues.

Se apressou para tomar um banho bem tomado. O aniversário iria ser um churrasco na casa de Duda, seria simples, preparar uma festa daria muito trabalho e pesaria demais no bolso de sua família. Porém, iria durar o dia inteiro.

A garota contou que seus parentes de outra cidade os visitaria, e aquilo quer dizer que a festa não acabaria tão cedo...

— Ei pai! — o comprimentou já vestida, mas ainda usava a toalha na cabeça. Jorge estava sem camisa igual o filho, deitado no sofá assistindo jogo do Palmeiras contra São Paulo. — Se arrume logo, não quero chegar lá na hora que o almoço estiver servido.

Relaxa Cacau, o jogo já está acabando. — falou. João nem olhou para a direção da irmã muito focado nos passes dos jogadores.

— O jogo nem é do Flamengo. — franziu o cenho.

— Todos os jogos são importantes querida, mesmo que a do Flamengo seja mais. — falou sem tirar os olhos da Tv tijolão. Carol respirou fundo, não os julgaria, a garota era tão fanática por futebol quanto. Amava assistir aos jogos do Brasileirão ou internacionais. Mas aquele não era o momento, era o aniversário de sua melhor amiga!

— Vai logo se arrumar Jorge. — chegou Ana Maria colocando seus brincos. — Não quero chegar lá com um marido fedido. — o pai fez uma careta. — O mesmo vale para você .

— Mas pra que tomar banho? Chegando lá eu vou me suar todo. — Carol riu com a fala do irmão, ele odiava banhos.

— Antes de suar você vai estar cheiroso e limpo para comprimentar as pessoas. — falou puxando a bocheca dele. — Vai logo Cascão.

— Ahh, tá bomm. — se levantou indo pegar a roupa. Carol começou a zoar o irmão até ele se estressar. Ah, ela amava ser a irmã mais velha.

No seu quarto, Carolina penteava o cabelo colocando bastante creme. Enquanto deixava ele secar naturalmente (pois não tinha um secador), começou a preparar sua maquiagem básica. Mas foi surpreendida com um apagão.

Ah, Rio de Janeiro....

— Aahh — escutou um grito agudo vindo do lado. Carol começou a gargalhar, era João quem havia soltado.

— Que porra! Bem agora! — xingou e amaldiçoou tudo que passava pela sua mente. Ótimo momento de se ter um apagão, na hora do banho.

— Olha a boca João Vitor! — repreende a mãe. Carol sentia sua barriga doer de tanto rir, aquele grito foi incrível. Seu pai ria junto enquanto João voltava a xingar fazendo Maria repreende-lo de novo.

Ela ama a sua família.

🇧🇷

Estacionando o carro vermelho na esquina, a família Silva conseguia ver a casa verde de Maria Eduarda.

Já se podia escutar a música alta e os convidados gritando, ou melhor, conversando.

— Oh de casa! — Carol abre o portão adentrando o lugar. Alí era como se fosse sua segunda casa.

— Maria, minha amiga! — aparece Elisa, mãe de Maria Eduarda. — Olha como está linda! — a abraçou fortemente sendo retribuida.

— Você que está Elisa, lembro do quanto você era desejada pelos rapazes do nosso colégio. — a lembrou, sempre era assim quando as duas se reunia, lembravam do passado e contavam histórias se sua adolescência.

— Realmente. — se exibiu arrancando risadas. — Carol! Você está perfeita querida. — a abraçou. Carol sorriu dentro de seus braços.

— Obrigada tia Elisa. — agradeu envergonhado. Usava um vestido verde florido soltinho com alças finas, seus cabelos estavam trançados, e nos pés uma sandália de madeira baixa. Desistiu em deixar o cabelo solto, eles demorariam para ir embora e até o final da festa ele estaria um ninho, por isso escolheu prendê-los.

— Pode entrar lá, a Madu ainda está se preparando no quarto. — Carol acentiu, achou ótimo a amiga estar sozinha. Era o melhor momento em dar o seu presente.

Pediu licença seguindo o caminho que sabia de olhoa fechados. Comprimentou alguns parentes da amiga que conhecia e se apresentou para aqueles que não a conhecia. Demorou mais do que o esperado, mas conseguiu chegar onde queria.

Deu batidinhas na porta.

Tá aberta. — escutou a voz abafada de Madu. Girou o trinco encontrando-a se maquiando. Entrou no quarto colocando a caixa na cama.

— Feliz aniversário para a melhor pessoa que existe na minha vidinha. — abriu os braços se aproximando dela, faz uma dança estranha arrancando uma risada da trançada. A abraçou fortemente dando beijinhos na sua bochecha. — Como está indo seus vinte anos?

— Normal por enquanto. Ainda falta um ano para eu ser de maior no exterior, e fazer apostas no cassino, mas até lá eu irei fazer merda aqui no Brasil. — riram. O sonho das duas era ir para Las Vegas e apostar até ficarem falidas. Um sonho perigoso mas quem liga? — Está cheirosa Carol.

— Eu sempre estou. — se soltaram do abraço. — Espera aqui, vou pegar seu presentinho.

— Ah Carol, não precisava. — murmurou, ela não sabia receber presentes mas adorava.

— Eu sei. — sorriu de ladinho — Mas eu quis te presentear mesmo assim. — pegou a caixa de madeira estendendo para ela.

Madu sorriu envergonhada. Desembrulhou cuidadosamente o laço abrindo a tampa, encontrando fotos das duas garotas juntas, uma ambas sorrindo e a outra fazendo caretas. Do grupo de amigos onde os quatro seguravam Shoyo deitado, Carol e Madu no centro rindo horrores enquanto os garotos estavam fazendo rostos sérios.

Encontrou fotos quando crianças em festas juninas, na praia ou na casa de Carol. Na adolescência quando Carol usava aparelho e Madu tinha o rosto coberto de espinhas.

Eram tantas lembranças que fazia o peito de Maria Eduarda se aquecer.

Mexendo mais a fundo encontrou vários chocolates, bombons e barras. Doces onde era puro açúcar. Tinha outra caixinha, Duda abriu e encontrou uma pulseira prata. Carol estendeu seu braço mostrando que tinha um igual.

— Pulseira da amizade!

Maria Eduarda sentia seus olhos arderem. Aquele foi o melhor presente que recebeu em sua vida.

Quando iria pegar a pulseira encontrou uma carta escrita à mão. Iria ler mas foi interrompida pela voz de Carol.

— Leia quando eu for embora Madu. — sentia as bochechas quentes. — Eu escrevi bastante coisa e tô com vergonha. — riu fazendo a aniversariante rir junto.

Carooll. — sua voz tremeu pela emoção. — Obrigada. — deixou a caixa na cômoda a abraçando fortemente. — Não sabe o quando eu sou feliz por te ter na minha vida irmã.

— Eu digo o mesmo irmã. — respondeu sorrindo com os olhos marejados.

— Não precisava gastar tudo isso comigo. — murmurou, mas estava muito feliz.

— Fica tranquila, isso não foi nada comparado a vez em que você conseguiu ingressos do Shawn Mendes que veio fazer Show aqui no Rio, pegou os melhores lugares! — diz arrancando uma risada dela. Na época, Ana Carolina era fanática pelo cantor, mas foi traída quando ele começou a namorar Camila Cabello. — Nunca me esquecerei das vezes que nossos olhares se cruzaram por milímetros de segundos e em como ele é muito mais bonito pessoalmente. — Madu gargalhou. — Isso não é nada comparado ao seu presente.

— Na verdade é tudo Carol. Isso foi muito importante para mim, muito obrigada. — a abraçou novamente.

🇧🇷

— Olha quem apareceu. A nossa aniversariante! — falou Gabriel quando viu Maria Eduarda aparecer. Estava acompanhado de Pedro e Shoyo.

— Oi meninos. Foi difícil de chegar até aqui?

— Sim! — ouvisse um coro.

— Por que você tem que morar no fim do mundo Duda? — questiona Pedro. Eles foram caminhando até a casa de Duda. Acontece que ela morava em uma favela bem longe das casas dos amigos. Eles se perderam diversas vezes fazendo com que no caminho perguntassem para quem que aparecia no caminho.

Shoyo gostou da nova experiência. Foi a sua primeira vez entrando em uma favela, encontrou vários grafites no caminho fazendo com que os garotos tirassem uma foto dele.

— O Gabriel mora perto daqui. — franziu o cenho.

— Eu moro do outro lado da favela Madu. Eu estou acostumado a andar por aquelas bandas, não por aqui. — deu de ombros.

— Feliz aniversário Madu. — comprimentou Shoyo entregando um embrulho.

— Obrigada japinha! — o abraçou brevemente focando no presente. Desembrulhou rapidamente vendo que era um colar de conchas, ela achou fofo. — Que lindo Shoyo, eu adorei.

— Que bom, não sabia do que gostava então pensei em algo que combinaria com você. — coçou levemente a nuca, vendo a garota acenar.

— E vocês?

— A gente o que? — pergunta Pedro.

— Compraram o que para mim?

— Eu não comprei nada. — respondeu vendo o rosto da garota chocado. — Eu te levo qualquer dia desses para comer algum lanche. — não deu importância revirando os olhos.

— Esse é o meu presente. — Gabriel estendeu cento e vinte reais. — cem reais para você e vintão para quitar o que eu estava devendo.

— Graças a Deus em Gabriel. — pegou o dinheiro rapidamente. — Obrigada pelo cem conto.

— De nada.

— Ei crianças. — aparece Elisa. — Vamos almoçar?

— Claro!

— É para isso que eu vim. — fala Gabriel.

— Eu pensei que tivesse vindo para comemorar o meu aniversário. — Maria Eduarda arqueou a sobrancelha.

— Isso também. — fez pouco caso.

O grupo foi até a mesa grande onde estava a comida servida. Já tinha uma fila grande feita principalmente pelos primos de Duda.

Tinha tudo o que tem em um churrasco. Arroz temperado ou arroz branco, vinagrete, farofa, salada, e carne, muita carne.

Pegou sua comida e foi se sentar em uma mesa que foi preparada para eles. Aquela comida estava incrível.

Elisa chegou colocando uma garrafa de dois litros de Guaraná Antártica junto dos copinhos descartáveis. Agradeceram a mulher em uníssono.

Os amigos ficaram conversando por um longo tempo. Contavam em como foi suas semanas de férias e combinaram de sair para algum lugar juntos. Só pararam de conversar pois a sobremesa iria ser servida.

— Tem mais comida? — perguntou Shoyo surpresa. Mal havia almoçado e a sobremesa já estava vindo.

— Claro. Sem sobremesa não tem festa. — fala Carol.

— Bora logo gente, antes dos primos da Maria Eduarda entrar na fila.

— Tarde demais Biel. — falou Carolina vendo várias crianças e adolescentes brigando na fila.

— Ah! Eu não vou deixar isso assim. — correu cortando fila. Estava um caos, uns empurravam os outros, mas o moreno fazia o possível e o impossível para sobreviver.

O grupo de amigos olhavam a cena com rostos de julgamento. Gabriel é mesmo um crianção.

Depois da fila se acalmar, foram pegar os doces. Shoyo estava prestes a escolher um que não sabia qual era, mas parecia uma delícia.

— É Pavê ou pra comer? — perguntou um homem atrás do japonês. Shoyo franziu o cenho não entendendo.

— É paçoca tio. — falou Duda.

— Paçoca?

— Pra socar na sua bunda.

— Maria Eduarda! — Elisa chama a atenção da filha, mas ela nem escuta, as risadas de seus parentes foram mais altos.

— Toma essa Marcos.

— Puta que pariu. Essa foi boa Madu.

— Não entendi. — murmurou Shoyo para Carol que estava rindo.

— É uma piada sem graça que alguém sempre faz quando pegam aquela sobremesa. — Shoyo acenou entendendo mais ou menos.

Brasileiros eram estranhos.

🇧🇷

Era a hora do parabéns. Todos estavan reunidos ao redor da mesa onde estava Maria Eduarda com o seu bolo.

Tiraram foto antes de cantar e esse é o momento em que Duda mais odeia. Ela morria de vergonha de tirar foto ainda mais sendo do celular de sua mãe com qualidade péssima fazendo com que a fotografia ficasse toda tremida, mas não falaria nada, era assim todos os anos.

Depois de tirar as fotos, Elisa acendeu as velhinhas dois e zero, batendo palma em seguida.

O parabéns foi uma desordem total, já era cinco horas da tarde e a maioria estava bêbado pois começaram a beber desde cedo. Um cantava mais alto que o outro e as palmas não tinha um pingo de coordenação.

As tias gravavam a cantoria enquanto todos os primos estavam na frente da mesa, muito ansiosos para comer o bolo. Aquilo era perfeito.

Shoyo não parava de rir, ele amava aquela energia caótica que só um brasileiro conseguia passar, se sentia em casa pois era tão caótico quanto.

Eles até cantariam o "Com quem será", entretanto, ninguém sabia quem era o crush da vez da garota. Isso foi um grande alívio para ela.

No fim da música, Madu se abaixou apagando as velinhas escutando gritos e aplausos. Tinha um sorriso enorme no rosto, pegou a espátula cortando um pedaço do bolo.

— O primeiro pedaço vai para a mulher que eu mais amo na minha vida. — olhou para Elisa que tinha os olhos marejados. — É para você mamãe. — estendeu. A mulher aceitou com um sorriso enorme dando um beijo estalado na bochecha da filha.

Shoyo observou a cena com brilho nos olhos e o peito apertado. Estava com uma imensa saudade de sua família

Os convidados gritaram animados.

Agora as coisas sairiam do controle.

🇧🇷

Quando eu disse que as coisas sairiam do controle eu não estava mentindo.

Depois de todos comerem o bolo, a verdadeira festa começou. Elisa apagou a luz do lado de fora acendendo as luizinhas de festa, Danilo ligou o som colocando só funk antigo, e isso foi como um clique para as mentes das mulheres da casa. Elas seguiram até o centro e começaram a dançar.

Os homens jogavam truco. Hugo não parava de gritar e bater na mesa e Antônio começava a se estressar.

Tia Cecília preparava as bebidas e servia para todos enquanto os primos estavam todos na rua brincando de esconde esconde, o irmão de Carol estava com eles.

O grupo de amigos conversava sobre tudo e riam de algum parente de Duda.

Foi quando uma música chamou a atenção deles.

Na boquinha da garrafa começou a sair da caixa de som fazendo todos gritarem animados.

Cleber pegou sua garrafinha de cerveja vazia e colocou no chão.

— É melhor prestar bem atenção no que está prestes a acontecer Shoyo. — fala Carol vendo o olhar do ruivo para si — A verdadeira festa acabou de começar. — sorriu.

Shoyo então volta seu olhar para a exata cena do homem descendo até a boca da garrafa escutando gritos de comemoração. O japonês arregalou os olhos.

Que porra...?

E a música foi seguindo. Todos foram descendo na boquinha da garrafa e Danilo fazia questão de voltar a canção para todo mundo ter a oportunidade de descer.

— Eai galerinha. — chamou Cleber. — É a vez de vocês descerem. — o grupo riu. Gabriel que não tinha vergonha de nada foi em direção a garrafa descendo o máximo que conseguia. Carol não perdeu a oportunidade de gravar. Depois de Gabriel foi Madu, em seguida Pedro que foi forçadamente. Logo após foi Carol que mais ria do que descia.

— Vai Shoyo! Só falta você! — exclama Ana com a trança bagunçada. O ruivo solta um riso concordando.

Vai descendo na boquinha da garrafa, é na boquinha da garrafa.

O japonês foi descendo sem nenhuma dificuldade — vantagens de ser um jogador. Rebolava a bunda como viu as pessoas fazerem e desceu até a boca da garrafa. Todos gritaram animados pelo quão bem ele se saiu.

— Caralho Shoyo, você é incrível! — elogiou Carol vendo o rosto vermelho de vergonha do japonês.

— Minhas pernas estão doloridas. — reclamou Pedro. Ele tinha que fazer exercícios de vez enquanto.

— Eu senti minhas costas estralarem — Ana Calolina sentia suor escorrer pela testa.

— Já estão cansados? — questiona Shoyo.

— Você não se cansa Shoyo. Você é um monstro. — falou Carol. Fazia um tempo que ele não escutava alguém lhe chamar daquela maneira. — Você vai para a academia, faz entrega de bicicleta e joga vôlei de praia! Por isso que suas coxas são enormes!

— Tá reparando demais Carol. — Madu tirou uma com ela deixando-a envergonhada.

— Quem não repararia? Olha isso! — apontou para as pernas do ruivo.

— É, tenho que concordar. — disse Gabriel depois de uma observação minuciosa.

— Parem com isso. — murmura Shoyo com o rosto ardendo. Seus amigos não tinham filtro quando era para elogiar alguém.

Depois daquilo teve outras centenas de músicas antigas, as tias de Madu não eram para brincadeira, as mulheres sabiam todas as coreografias, aquilo era muito surpreendente.

— Ei Shoyo. — chamou o garoto que estava escorado junto dela observando os amigos no centro dançando. Pedro havia sumido, devia estar na sala recarregando a bateria social. — Bora lá fora?

— Vamos. — acenou animado.

Passando pelo portão da casa, o casal encontra um grupo de crianças e adolescentes descalços, todos soados correndo.

Carol sentou no chão sentindo o vento fresco da noite. Shoyo se lembrou da primeira vez que foi em uma festa brasileira. Carolina estava com a mesma expressão olhando para o nada com um sorriso bobo nos lábios que estão muito vermelhos para o gosto do ruivo que não conseguia desviar o olhar para outro lugar.

— Shoyo. — o chamou fazendo-o sair de um transe que nem sabia que havia entrado. Carol o olhou com seus olhos pretos que ele adorava, nunca achou alguém com olhos tão escuros quanto. — Quando você voltará para o Japão? — questiona cautelosamente. Shoyo enrrugou as sobrancelhas não entendendo o do por quê dela o questionar sobre aquele assunto agora.

— Daqui um ano e dois meses. Por que Carol? — viu ela sorrir forçadamente.

— Por nada.

— Carol. — a repreendeu não gostando da resposta. A garota suspirou derrotada.

— Eu só quero saber quando você iria embora para eu poder aproveitar melhor os momentos com você.

— Ainda vai demorar bastante para eu partir, Ana.— Carolina o olha, ele sempre a chama assim quando o assunto era mais sério — Tem muitas coisas que eu quero experimentar e vivenciar aqui no Brasil. Com você.

Ana Carolina apenas confirmou. Ela não queria pensar sobre aquilo logo agora, mas eles já eram amigos a seis meses. Muitas coisas aconteceram e sua vida mudou completamente com o aparecimento de Shoyo. Ela não queria se separar dele tão cedo.

Um ano não era nada, se passaria rapidamente e eles logo se separariam, porém não disse nada. Não queria colocar isso na mente do ruivo.

— Okay... — se levantou apressada. — Ei criançada, eu posso entrar na brincadeira? — correu na direção deles deixando um ruivo confuso com seus sentimentos para trás.





Esse capítulo não focou tanto nos protagonista, mas espero que tenham gostado.

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