𝚝𝚠𝚎𝚕𝚟𝚎

Antes que você tivesse tempo para pensar em uma resposta, seus lábios foram violentamente atacados pelos de Keisuke. Não era uma sensação ruim, você só ficou tão surpresa que demorou um pouco para responder. Geralmente, Baji era um príncipe e o mais delicado que conseguisse com você. Mas, agora, ele parecia faminto e incontrolável, o que fazia você se perguntar se daria conta do recado.

Assim que você deu espaço, a língua dele invadiu a sua boca, em um beijo quente e, quase, desesperado. As mãos do moreno foram logo parar nos seus quadris, pouco depois de ele usar uma delas para trancar a porta do quarto. Como se a única coisa que você precisasse para se soltar fosse o som daquela tranca, você se entregou completamente a ele.

Seus braços rodearam o pescoço dele e você respondia a intensidade dele da mesma forma. O beijo de vocês estava conectado no mesmo nível de desejo e desespero. Dessa vez, você não sentiu ele hesitar nem por um segundo em lhe dominar completamente.

Até parecia que esse Baji de agora era alguém completamente diferente do garoto que você estava saindo antes. Mas, por mais que você adorasse aquela versão dele, estava ficando louca por esse Keisuke descontrolado e sedento.

As mãos dele desceram para a sua bunda, mas as apertadas bruscas duraram pouco tempo, já que ele lhe puxou pelas coxas, fazendo com que você entrelaçasse as pernas ao redor da cintura dele. Você se recusou a quebrar o contato entre seus lábios, dando continuidade ao beijo quente, mesmo enquanto ele andava, em passos cautelosos, até a cama de casal. Assim que Keisuke sentiu o colchão macio bater nas pernas dele, lhe jogou em cima dos lençóis, parando somente um segundo para lhe analisar.

Seu cabelo tinha ficado levemente bagunçado e seu batom estava borrado, mas, mesmo assim, Baji nunca tinha lhe visto tão sexy. Como se estivesse olhando para uma presa, o moreno deu um pequeno sorriso satisfeito, mostrando os caninos pontudos, fazendo você ter que engolir seco ao perceber o olhar pretensioso dele.

Ele estava diferente. Mas, isso necessariamente significava uma coisa ruim?

Antes que você tivesse tempo para responder os seus próprios pensamentos, o corpo do moreno foi de encontro com o seu, enquanto ele voltava a atacar os seus lábios, sem nenhum pudor. E você, instintivamente, respondeu a todas aquelas provocações.

Você elevou um pouco o seu quadril, para que fosse de encontro com o dele. Não sabia muito bem o que fazer, já que não tinha muita experiência, mas achava que estava indo no caminho certo quando sentiu Baji dar um sorrisinho satisfeito, com os lábios ainda contra os seus.

Era só isso o que ele precisava. Keisuke pressionou todo o seu corpo contra a cama, usando uma das mãos para prender os seus braços acima da sua cabeça. Ele apertava seus pulsos com força, mas você não reclamou. Por incrível que pareça, estava gostando.

O membro dele roçava entre suas pernas, fazendo um calor incontrolável percorrer por todo o seu corpo. Você não estava acostumada com aquilo. Não teve muitas experiências sexuais na vida. Nunca se entregou de verdade a alguém. Mas estava amando cada segundo daquele momento.

A língua quente de Baji explorando cada centímetro da sua boca. O pênis, já completamente ereto, estimulando a sua intimidade. Tudo aquilo parecia loucura, mas uma loucura que você não queria parar de sentir.

Você respondeu às provocações dele e começou a rebolar o quadril, ainda que seus movimentos estivessem limitados. Um grunhido rouco que saiu da boca dele fez você pensar que estava conseguindo provocá-lo de volta. Mas, em um movimento rápido, Keisuke soltou suas mãos e se afastou um pouco do seu corpo, se sentando na cama.

Os olhos dele estavam nublado e ele estava com a respiração pesada. Pela primeira vez no dia, ele estava hesitando. Pela primeira vez no dia, ele parecia o Baji que você conhecia antes.

— Keisuke...? — Você perguntou, levemente hesitante — O que foi? — A ideia de ter feito algo errado já consumia a sua mente, lhe deixando ainda mais ansiosa do que antes.

— Eu...

Mas ele não completou a frase. Ainda olhava para você, deitada na cama, com luxúria nos olhos. Só então você percebeu que ele estava com medo de ir rápido demais.

Devagar, você se sentou na cama, se esforçando para ficar quase na altura no rosto dele. Um pequeno sorriso encorajador surgiu nos seus lábios. Você queria aquilo. Gostava de não ser sempre tratada como uma pessoa de vidro. Gostou da sensação de Keisuke perder o controle com você. Por isso, você o beijou de novo e, assim que ele cedeu passagem para sua língua, você intensificou o beijo, com quase a mesma intensidade de desejo e desespero de antes. E, mesmo que tivesse hesitado antes, Baji não demorou mais do que poucos segundos para lhe responder.

Lhe empurrando contra a cama novamente, Keisuke estava em cima de você mais uma vez. Dessa vez, ele não iria hesitar. E você estava contando com isso.

Seus lábios se desgrudaram por um momento, mas, antes que você tivesse tempo para criar hipóteses na sua mente sobre o que você tinha feito de errado dessa vez, abriu os olhos e encarou o moreno. Os olhos de Baji ainda exalavam luxúria e ele tinha um sorriso extremamente malicioso no rosto. Só em ver ele passar levemente a língua sobre um dos caninos pontudos fez todo o seu corpo se arrepiar.

— Ainda dá tempo de desistir — Ele disse, passando os dedos suavemente pelo zíper da sua calça.

Você sabia o que ele queria dizer com aquilo. Se você concordasse, Keisuke não hesitaria em lhe foder até que você dissesse "chega". Mas, naquele momento, era exatamente isso o que você queria.

— Por que eu iria desistir? — Retrucou, tentando responder ao sorriso malicioso dele.

Foi o suficiente. Baji abriu o zíper da sua calça com um só movimento e arrancou a peça de roupa do seu corpo. Os dedos dele foram para na sua intimidade e, mesmo que ele os tivesse colocado ali apenas para desatacar o seu body, você não conseguiu evitar de soltar um pequeno gemido fraco com o contato.

— Calma, gatinha — Keisuke falou, no meio de uma risada dele — Eu ainda nem toquei em você direito.

Assim que desatacou a peça de roupa, ele tirou o seu body do seu corpo, deixando você apenas com a calcinha de renda preta. Os olhos dele de fixaram por alguns longos minutos no seu corpo, o que acabou lhe deixando relativamente nervosa. Sua insegurança queria gritar dentro da sua cabeça, mas o olhar encantado dele sobre o seu corpo não deixou que esses pensamentos lhe afligisse de novo.

Quando percebeu que estava encarando por tempo demais, o moreno tirou a própria camisa e se deitou por cima de você de novo, voltando a atacar os seus lábios nem nenhum pudor.

Agora que estava apenas com o tecido fino cobrindo a sua intimidade, você conseguia sentir bem mais o membro de Baji roçando contra a sua virilha. O estímulo era incrível, mas você precisava urgentemente de mais. Elevou o seu próprio quadril para ir mais de encontro com o dele e começou a rebolar não tão suavemente.

Keisuke soltou um grunhido baixo contra os seus lábios e, impaciente, levou uma das mãos até a própria calça, onde começou a abrir o zíper, sem deslocar suas bocas. A língua dele ainda explorava cada milímetro da sua boca e você estava tão concentrada no beijo que nem tinha percebido que ele estava descendo a sua calcinha pelas suas pernas. Só se deu conta quando sentiu o polegar dele massageando o seu clítoris e não conseguiu evitar de soltar um gemido um pouco mais alto por causa do novo estímulo.

Geme um pouco mais baixo, gatinha — Baji sussurrou no seu ouvido, depois de você ter quebrado o contato do beijo.

Os dedos dele percorriam por toda a sua vagina, mas sem penetrar ainda. Os lábios dele estavam no seu pescoço, deixando uma trilha de beijos quentes até o seu maxilar e dando leves chupões, sempre tomando cuidado para não deixar marcas. Quando você já estava totalmente relaxada, se entregando completamente ao desejo, ele penetrou um dedo dentro de você, fazendo com que você, involuntariamente, mordesse o seu lábio inferior.

Caralho, nem precisei me esforçar muito pra te deixar molhada assim — Ele riu contra a sua pele, enquanto enfiava o dedo cada vez mais fundo.

Você sentiu a penetração dele lenta, até ele chegar no ponto mais fundo que conseguia. Suas pernas tiveram um leve espasmo quando ele atingiu seu ponto G, o que fez com que ele soltasse outra risada fraca contra o seu pescoço.

Devagar, ele penetrou outro dedo, começando a fazer movimentos mais intensos e rápidos. Você se sentia sendo preenchida cada vez mais por ele, que, além de enfiar dois dedos em você, estimulava seu clítoris com o dedão.

Todas as estocadas dele eram fundas, mesmo que rápidas, e você começou a levar o seu corpo de encontro com os dedos dele, aumentando ainda mais a intensidade das estocadas. Não demoraria muito para você gozar, e você sabia muito bem disso. Por isso, ficou levemente aliviada quando ele retirou os dedos de dentro da sua vagina. Você não queria gozar tão rápido, mas Keisuke sabia muito bem o que estava fazendo. Levar você a loucura não era uma tarefa nem um pouco difícil para ele. Mas, o sentimento de alívio não durou muito.

Assim que voce ouviu o som da camisinha sendo aberta, todos os músculos do seu corpo se tensionaram, mas você não conseguia desviar o olhar da cena de Baji colocando o preservativo em toda a extensão dele. Você não teve muito tempo para ficar surpresa com o tamanho do pênis dele.

Antes que você pudesse ter reação, Keisuke se sentou na cama e puxou você pela cintura, sem o menor esforço, como se você fosse uma simples boneca.

Não foi nem um pouco difícil para ele lhe suspender e ajeitar a cabeça rosada do membro na sua entrada, enfiando tudo de uma vez logo em seguida, arrancando um gemido alto seu. O moreno não esperou você se acostumar para começar as investidas, segurando firme a sua bunda, auxiliando os movimentos, enquanto estocava em você por baixo, movimentando o quadril.

Assim que se acostumou, você se apoiou nos joelhos, começando a cavalgar em cima dele, sentindo o pênis preencher todo o seu interior, forçando as suas paredes vaginais, atingindo o seu ponto máximo de prazer. Seus gemidos e o barulho de seus corpos se chocando eram os únicos sons que preenchiam o ambiente, além da música alta que tocava lá fora, impedindo que os outros pudessem ouvir vocês.

Toda investida de Beji era certeira, forçando você a revirar os olhos e cravar as unhas nos ombros dele, onde estava se apoiando para conseguir se movimentar. Em pouco tempo, sentiu um dormente na sua intimidade, como se uma corrente elétrica passasse por ela. Logo em seguida, jogou a cabeça para trás quando o orgasmo lhe atingiu, fazendo você soltar um gemido ainda mais alto, enquanto tinha alguns pequenos espasmos na perna.

Na hora, você parou de se movimentar, sentindo suas pernas fracas, ao mesmo tempo em que uma única lágrima pesada escorria pelo seu rosto. Keisuke também parou de se mover, usando um dos dedões para enxugar a lágrima na sua bochecha.

Devagar, ele lhe soltou e deixou que seu corpo caísse de volta na cama, exausto. Você não tinha certeza se ele também tinha gozado, mas, ao ver ele retirando a camisinha do membro, percebeu que sim. Um pequeno sorrisinho vitorioso tomou conta de seus lábios. Era a primeira vez que você e Baji transavam de verdade. O fato de ele também ter gozado, mesmo sendo obviamente muito mais experiente do que você, fez um sentimento indescritível de "dever cumprido" percorrer o seu corpo.

Assim que acabou de se vestir, o moreno também pegou as suas roupas e lhe ajudou a vesti-las. Suas pernas ainda estavam meio fracas e sua virilha ardia levemente. Mas a incrível sensação que você estava sentindo fazia com que qualquer desconforto desses não importasse mais.

— Quer voltar pra festa? — A pergunta de Baji fez você finalmente acordar de seus pensamentos. Foi a primeira coisa que um de vocês falou depois de terem gozado.

Você apenas assentiu com a cabeça, com um meio sorriso no rosto, não entendo o porquê de estar decepcionada. Resolveu ignorar o sentimento e apenas o seguiu para fora do quarto.

O som alto voltou a invadir os seus tímpanos e logo um sorriso sincero preencheu os seus lábios. Não estava mais nervosa ou desconfortável em estar em uma festa. O tempo que você passou com Emma foi o suficiente para fazer você querer mais daquilo. Queria encontrar sua amiga de novo e voltar a curtir como antes. Você virou a cabeça para todas as direções, mas não conseguiu achá-la em lugar nenhum. Talvez fosse pelo fato de vocês ainda estarem em uma parte mais para dentro da casa, onde tinham menos pessoas.

— Keisuke, eu vou procurar a Emma e... — Mas, assim que você se virou na direção dele, percebeu que o moreno não estava mais lá.

Aquele mesmo sentimento de decepção, que você tanto queria evitar, voltou a assolar a sua mente. Já estava planejando voltar para onde você estava antes de Baji lhe arrastar para aquele quarto, para procurar Emma por lá. Talvez ela tivesse saído com o Draken. Nesse caso, você poderia procurar o Mitsuya ou algum outro amigo de Keisuke que você já conhecia. Só então, percebeu que encontrar com o próprio Baji não estava fazendo parte dos seus planos.

— Que porra de conversa é essa que você e o Baji tão namorando? — Você teve que se controlar muito para não pular de susto, mas não conseguiu evitar de arregalar os olhos quando ouviu o quase grito de Kazutora atrás de você.

Assim que olhou para ele, percebeu o quanto seu melhor amigo estava puto. O último fio de esperança que você tinha de Keisuke ter contato para alguém que ia assumir você como namorada se quebrou no momento em que você percebeu que nem o melhor amigo dele sabia disso.

Era evidente. Baji não tinha contado para ninguém que vocês estavam, supostamente, namorando. A ideia de que aquilo era só uma brincadeira sem graça começou a assolar a sua mente, de uma forma tão agonizante que fez você ter vontade de chorar.

— Eu... também não sei — Se forçou a dizer, pausadamente, e, só depois de perceber sua expressão de quase choro, Kazutora relaxou e suavizou a voz.

— Vem cá — De uma forma tão delicada que você quase não sentiu, ele pegou o seu braço, como se quisesse lhe guiar — 'Vamo conversar em outro lugar.

Você apenas assentiu com a cabeça e se deixou ser guiada pelo seu quase irmão. Sua cabeça estava baixa, para que as pessoas não reparassem na sua cara de quase choro. Estava com vergonha. A ideia de ser alvo de uma brincadeira só explorava um dos seus lados mais inseguros. Você confiou em Baji. Confiou que ele fosse ser diferente; que ele fosse lhe tratar diferente. Mas, o simples pensamento de que era tudo mentira já fazia as lágrimas ameaçarem escorrer de seus olhos.

Nem prestou atenção para onde estavam indo. Se existia uma única pessoa nesse mundo em que você confiava, literalmente, de olhos fechados, esse alguém era Kazutora. Por isso, se deixou ser completamente guiada por ele, ainda que não fizesse ideia de para onde estavam indo.

Somente quando ele parou de andar, você levantou o resto. Estavam na parte de trás da casa. Era um jardim relativamente grande, com uma área para churrasqueira e alguns bancos e poltronas espalhados. O único acesso a ele era pela entrada de trás, que Mitsuya, sabiamente, bloqueou para que as pessoas não entrassem.

Depois de um suspiro cansado, o Hanemiya soltou o seu braço e se dirigiu para um dos bancos de madeira. Assim que percebeu que você não tinha se movido, ele fez um sinal para que você se sentasse ao lado dele. Sem pensar duas vezes, foi até lá e se sentou ao lado dele, se sentindo, pela primeira vez, realmente segura desde que chegou naquela festa.

— O que aconteceu? — Ele perguntou, com cuidado, medindo o tom para não acabar descontando a raiva em cima de você.

— Eu realmente não sei — Admitiu, em um suspiro fundo — Quando chegamos ele já começou a me apresentar aos amigos como namorada dele.

— E ele nunca tinha comentado nada disso antes?

Você apenas negou com a cabeça, se lembrando que fazia pouco tempo que você e Baji ficavam. Nesse pouco tempo, vocês se aproximaram muito e você acabou desenvolvendo sentimentos por ele que nunca achava que iria sentir. Inclusive, até achava que, se ele lhe pedisse em namoro, você provavelmente aceitaria. Exatamente por esse motivo, você tinha certeza que se o assunto "namoro" tivesse surgido entre vocês, você se lembraria.

Aquele filho da puta — O sussurro de Kazutora foi tão baixo que você quase não escurou. Era nítido que ele estava tentando controlar a raiva perto de você, mas não estava dando muito certo. Os punhos dele estavam cerrados e o olhar fixo em um ponto no chão. Ele estava pensativo e distante, e, sinceramente, essa era a última coisa que você precisava agora.

— Acha que tem chance de ele estar brincando comigo? — Você perguntou, sem olhar na direção dele. Mas, com o canto do olho, conseguiu ver o Hanemiya virando a cabeça na sua direção — Tipo, a gente não fica a muito tempo e eu sei que Keisuke tem várias garotas correndo atrás dele — Agora, você finalmente se encostou no banco, deixando seu corpo relaxar um pouco, enquanto olhava para o céu e percebia o quanto ele estava estrelado — Será que ele não 'tava brincando comigo desde o começo? Será que isso tudo de "namorada" não é só uma brincadeira sem graça?

— [Nome], eu sei que isso tudo é estranho e também não vou saber te dizer agora o porquê de Baji ter feito aquilo — Ele começou a falar, se encostando no banco ao seu lado, observando as estrelas assim como você — Mas ele é uma pessoa incrível e nunca, jamais, faria uma coisa dessas, principalmente sabendo que eu considero você como irmã.

Você tentava se convencer de que as palavras ele eram verdade, mas estava sendo difícil. Na verdade, Keisuke sempre foi perfeito demais para você. A ideia de alguém como ele ter entrado de um jeito tão repentino na sua vida, ter te dado tanto valor, ter te tirado de um relacionamento extremamente tóxico, parecia irreal demais. Era tudo muitíssimo para ser verdade e esse pensamento acabou fazendo você soltar uma risada fraca.

— Ele 'tava muito estranho hoje — Nunca se passou conversar sobre isso com seu melhor amigo. Mas, já que não tinha mais ninguém para você conversar sobre, se forçou a falar — Desde que ele foi lá na sua casa mais cedo.

— Como assim?

— Não sei — Tentou achar palavras que não fizessem você parecer uma idiota — Mais... intenso? Acho que essa é a palavra certa.

— Se você 'tá falando de sexo, eu não...

— Não é isso, idiota — Você respondeu, dando um soquinho de leve no braço dele, mas tinha um sorriso em seus lábios — Não isso, pelo menos — Resolveu ignorar o olhar perplexo dele — Keisuke sempre foi cuidadoso e manso comigo. Acho que ele tinha medo de me pressionar muito. Mas, hoje ele parecia até outra pessoa, mais direto, decisivo e até intimidador e frio as vezes.

— E o que você achou dessa versão dele? — Kazutora escolheu as palavras com cuidado e você não deixou de notar isso. Ao seu ver, essa personalidade de Baji era uma que seu melhor amigo já conhecia. Só você que não conhecia esse lado dele ainda.

— Eu até que gostei — Respondeu, com sinceridade, dando de ombros — Acho que eu só fiquei assustada com essa nova versão dele e ainda teve todo aquele lance de "namorada". Eu já 'tava com ansiedade por causa dessa festa e toda essa bomba foi jogada em cima de mim de uma vez.

Por um tempo, Kazutora não falou nada. Vocês passaram alguns minutos apenas calados, olhando para as estrelas que pairavam sobre suas cabeças.

Você pensava em tudo o que aconteceu nessa noite. O fato de Keisuke ter lhe apresentado como namorada para, literalmente, todas as pessoas nessa festa. Sobre como ele estava agindo diferente hoje. Sobre o sexo sedento e faminto, completamente diferente de qualquer coisa que você já tivesse testado antes. E sobre você não ter desgostado de nenhum deles. Tentou evitar ao máximo a parte em que Baji não falou direito com você depois da transa e nem em como ele lhe deixou sozinha depois disso. Além do mais, não se passava pela sua cabeça contar essa parte para o melhor amigo dele.

Kazutora planejava na mente dele o melhor jeito de abordar Beji sobre o assunto. Ele sabia que isso era algo entre você e o moreno, mas, como seu melhor amigo e irmão, ele não deixaria que Keisuke fizesse ou falasse o que quiser, sem lhe consultar antes. O Hanemiya se preocupava com você, até demais as vezes, e ele tinha plena consciência disso. Ele só não conseguia evitar.

— Quer saber? — Ele disse, de repente, se levantando de uma vez do banco — Essa festa 'tá uma porra. Quer ir pra casa assistir algum anime e comer o resto dos brownies que eu comprei hoje?

— Mas, e o Mitsuya? É a festa de aniversário dele — Você perguntou, com os olhos levemente arregalados.

— A gente já comemorou ontem só com os mais próximos — Ele respondeu, dando de ombros — Tenho certeza de que ele não vai ligar e eu também posso mandar uma mensagem pro Baji explicando que a gente foi embora mais cedo.

Você pensou por um tempo. Não queria ser a responsável por estragar a noite de Kazutora e fazer ele sair mais cedo do aniversário de um dos melhores amigos. Mas, também sabia que, se dissesse isso para ele, passaria meia hora ouvindo um sermão de como você não pode se sentir responsável pelas decisões dos outros e blá blá blá.

Tudo bem — Acabou cedendo, se poupando de ouvir mais um discurso dele — Que anime você quer assistir? — Perguntou, já de pé, enquanto seguia o Hanemiya para o portão que dava para o lado de fora da casa.

— Jujutsu Kaisen ou Boku no Hero Academia?

Jujutsu Kaisen.

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