𝚏𝚘𝚞𝚛

Baji lhe beijava cada vez com mais intensidade e vontade, dando lugar a um beijo sedento. Na sua mente, a única coisa em que você conseguia focar era no corpo do moreno lhe prensando contra o muro, fazendo seus corpos roçarem levemente um no outro. A sensação de suas línguas se movendo em perfeita harmonia era, com certeza, uma das melhores que você já tinha experimentado.

A cada segundo que se passava, você ficava ainda mais anestesiada, querendo Keisuke totalmente entregue a você. A mão dele, que antes estava na lateral do seu rosto, desceu para a sua cintura, e não demorou muito tempo para ela parar na sua bunda, onde começou a apertar a área, por cima do vestido.

Um leve arfar escapou de seus lábios enquanto vocês interrompiam o beijo apenas para respirar por um segundo. Baji ainda empurrava o corpo dele contra o seu, cada vez mais forte, fazendo você conseguir sentir o membro dele, já meio ereto.

Talvez fosse por causa do álcool, mas você nunca tinha se entregado tanto em um beijo. Levando uma das mãos até a nuca dele, você começou a puxar, não tão levemente, os fios longos do moreno, que deu um pequeno sorrisinho durante o beijo.

Os lábios dele tinham um gosto doce, talvez do gummy, mas não tão enjoativo quanto. Era como se ele te conhecesse tão bem que sabia exatamente o que fazer para te deixar louca, como Kisaki nunca fez .

Você arregalou os olhos quando o nome do loiro veio a sua mente, interrompendo o beijo e empurrando Baji, separando os seus lábios de vez.

— O que foi? — O moreno perguntou, com um semblante preocupado, tentando se aproximar de você, mas você desviou.

— Eu não posso fazer isso.

— [Nome]...

— Eu tenho um namorado, Baji — Ele parou de tentar falar quando você o interrompeu, somente ouvindo atentamente cada palavra que saia da sua boca — E, por mais que ele seja um merda as vezes, ainda é meu namorado. Eu não posso simplesmente trair ele, como se nada.

— Certo — Keisuke falou, depois de um suspiro cansado, erguendo os braços como se estivesse se rendendo — Se você acabar percebendo que esse cara não te merece, já sabe onde eu moro.

— Obrigada por me trazer aqui — Você disse, com um meio sorriso, saindo de lá logo em seguida, deixando o moreno para trás.

Você saiu do quarto e desceu as escadas, refazendo o caminho que tinha feito para subir. Tinham menos pessoas na sala, provavelmente porque já estava começando a amanhecer. Você tinha perdido completamente a noção da hora, mas estava feliz que, pelo menos, tinha se divertido como não fazia a muito tempo.

Seus olhos percorriam todo o grande cômodo, procurando por Kazutora. Além de ter que se despedir do amigo, tinha que perguntar a ele onde tinha deixado a bolsa.

Mesmo procurando por vários minutos, você não conseguiu o achar e já estava indo até onde Mikey estava, para perguntar por ele, quando uma mão firme segurou o seu ombro, fazendo você virar.

Os seus olhos se arregalaram no momento em que você viu Hanma, lhe observando, analisando cada traço do seu rosto, com as sobrancelhas levemente franzidas.

— Você não é a mina do Kisaki? — Ele perguntou, fazendo sua boca se entreabrir, tentando pronunciar algum som, sem sucesso — Ele sabe que você 'tá aqui?

— Eu...

— Ah é — Hanma lhe interrompeu, com um sorriso divertido no rosto — Você é amiga daquele Kazutora, não é? Mas, até onde eu me lembro, Kisaki não gosta muito quando você 'tá com ele.

O homem na sua frente era verdadeiramente intimidador. Parecia até que as íris cor de bronze estavam lhe julgando o tempo todo, como se você tivesse feito a coisa mais errada do mundo. Além disso, aquele sorrisinho maligno no rosto dele só contribuía para você sentir ainda mais medo.

— Acho que ele vai ficar uma fera se descobrir que você 'tá aqui — Ele continuou a falar, sínico, sem esperar uma resposta sua.

Seus olhos ainda estavam arregalados e sua boca meio aberta. As palavras escaparam da sua mente e você não tinha ideia de como reagir aquele homem. Shuji Hanma sugou todas as suas energias, só com apenas dois minutos falando com você.

Quando você já estava começando a ceder e pretendia implorar para que ele não falasse nada, viu uma mão segurando o pulso dele, que estava apoiado no seu ombro.

— Posso te ajudar, cara? — Nem precisou se virar para saber que era Kazutora, falando com um tom tão irritado como você nunca tinha visto.

— A gente 'tava só conversando — O mais alto respondeu, rindo e tirando a mão de você logo em seguida — Não foi, docinho?

Eu preciso da minha bolsa — Você falou, desviando o olhar de Hanma e encarando o Hanemiya logo em seguida.

— Certo, eu te levo lá.

Kazutora segurou a sua mão e, basicamente, lhe puxou para longe de Shuji, que ainda tinha aquele sorriso irônico no rosto. Você nunca tinha visto seu amigo tão puto antes e dava para saber só pela força com que ele segurava sua mão.

— O que aquele cuzão queria? — Ele perguntou, assim que vocês entraram no corredor de novo e ele abriu a porta de um dos quartos.

— Ele é amigo do Kisaki.

— Eu nem sei o que aquele imbecil tá fazendo aqui — Kazutora teve que respirar fundo antes de pegar sua bolsa em cima da cama e entregar para você — Ele te machucou?

— Não não — Falou rápido, não querendo deixar ele ainda mais preocupado — Eu só fiquei um pouco assustada com a ideia de ele contar pro Kisaki e dar em outra briga.

— Pelo menos 'tô torcendo pra vocês terminarem dessa vez — Você deu um soquinho fraco no braço do amigo, assim que ele acabou de falar, mas tinha um sorriso divertido em seus lábios.

— Mas, sério, eu vou pra casa agora.

— Quer que eu te deixe lá?

— Não, eu posso pegar um táxi.

— Beleza — Ele respondeu, enroscando o braço no seu — Eu te levo lá fora.

Você assentiu com a cabeça e seguiu para fora do quarto, passando pela sala, agora quase vazia, ainda com o braço entrelaçado com o do tatuado. Kazutora não falava nada, apenas olhava ao redor, provavelmente procurando por Hanma, mas ele não estava em canto nenhum.

— Me liga assim que chegar em casa, 'tá? — O Hanemiya perguntou, assim que você entrou no banco de trás do táxi, esperado uma confirmação sua com a cabeça para falar com o motorista — Cuidado com ela.

— Pode deixar — O senhor de idade falou animado, com um sorriso simpático no rosto.

Kazutora se afastou do carro e acenou com a mão, só entrando de novo em casa quando o carro em que você estava saiu do campo de visão dele. Depois disso, ele olhou para entro da casa, com as sobrancelhas franzidas. Não sabia como Hanma tinha entrado lá, principalmente porque o bando dele nunca se misturava com os amigos do Hanemiya, por várias intrigas que tiveram no passado.

Inclusive, o próprio Kisaki estava envolvido em muitas delas, mas o de cabelos pretos e mechas loiras nunca teve coragem de contar isso para você. Kazutora sempre tentou ao máximo não fazer você escolher entre ele e Kisaki, por mais que ele odiasse te ver com aquele puto.

— A [Nome] já foi? — A voz de Baji tirou o mais alto dos próprios pensamentos, fazendo ele se virar na direção do moreno, que saia da casa e andava em direção à calçada.

— Acabou de sair. Por que?

— Eu só ia me despedir — Keisuke respondeu, dando de ombros e desviando o olhar, mas Kazutora sempre sabia quando alguém próximo a ele estava mentindo.

Posso te passar o número dela, se quiser — O Hanemiya disse, também dando de ombros, desviando do amigo e voltando para dentro da casa — Por mim vocês casavam logo só pra ela largar aquele projeto de namorado.

Baji franziu as sobrancelhas, meio confuso, mas fez uma nota mental para pedir o seu número ao Hanemiya depois. Agora, eles teriam que arrumar toda a bagunça da festa, além de terem que cuidar de Mikey dando pt. Mas, mesmo com muita coisa para fazer, apenas um pensamento se passava na mente de Keisuke: você.

Não demorou muito para que você chegasse em casa, completamente exausta. Sua única vontade era tirar essa roupa, colocar seu pijama mais confortável, tirar a maquiagem e cair com tudo na cama. Assim que o taxista parou, você abriu a carteira para pagar, mas ele avisou que Kazutora já tinha pago. Você revirou os olhos, pensando em como o amigo tinha feito isso sem você notar, mas agradeceu educadamente ao senhor e saiu do veículo.

Subir as escadas até o andar do seu apartamento nunca foi tão cansativo. Suas pernas estavam pesadas, mas não tanto quanto a sua cabeça. Você tinha traído Kisaki e, mesmo que ele não fosse o melhor exemplo de namorado, ainda se sentia culpada por ter beijado Baji.

Mas, infelizmente, você não conseguia se arrepender. Você ainda conseguia sentir o gosto meio adocicado dos lábios do moreno e só em lembrar de como ele fazia todo o seu corpo ascender já lhe deixava sem ar.

— Onde caralhos você 'tava? — A voz de Kisaki fez todos os seus pensamentos felizes e conflitantes irem embora, enquanto você levantava a cabeça e conseguia enxergar o loiro sentado na frente da sua porta — Eu te fiz uma pergunta, porra.

Eu fui em uma festa com o Kazutora — Respondeu, depois de engolir seco, dando um passo para trás quando ele se levantou do chão.

— Eu te liguei a noite toda, cacete! — Agora, ele já estava começando a gritar, obviamente sem se importar com os vizinhos do lado.

— Meu celular acabou ficando dentro da bolsa e eu tinha perdido ela logo no início — Você tentava se justificar, ficando mais tensa a cada passo que ele dava na sua direção.

— Você 'tá tirando onda com a minha cara, não é? — O tom dele começou a ficar mais baixo e você finalmente conseguiu se acalmar um pouco, mas, logo depois, soltou um pequeno gritinho de susto quando ele esmurrou a parede ao seu lado, nem próximo do seu rosto — Eu fiquei sabendo pelo Hanma que você 'tava em uma festa na casa do Keisuke Baji.

— Qual o problema? — Perguntou, mas sem conseguir olhar nas íris azuis dele.

Qual o problema? — Ele repetiu, irônico — Você sabe que eu não suporto aqueles caras.

— Mas Kazutora é meu amigo — Finalmente, você levantou os olhos para ele de novo, não se importando com a pouca distância entre vocês — E já 'tava na hora de eu conhecer os amigos dele.

— Então já tá na hora de você parar de ser amiga dele.

Seus olhos se arregalaram no momento exato em que ele acabou de falar. Desde que você começou a namorar com Kisaki, quando se conheceram na faculdade, você sabia do problema que ele tinha com o Hanemiya. Mas, tinha deixado muito claro para o loiro, e para si mesma, que esse relacionamento nunca iria afetar sua amizade com Kazutora.

Você jamais ia deixar um namoro cima de toda a ajuda e suporte que o tatuado deu para você, durante toda a sua vida. Kazutora era o pilar que sustentava a sua sanidade. Ele era o maior motivo das suas risadas e de seus momentos felizes. E ninguém iria tirar isso de você, muito menos um cara que não te dá o mínimo de valor.

— Não — Respondeu, firme, fazendo o loiro franzir as sobrancelhas, ainda mais irritado.

— Como é que é?

— Eu não vou deixar de ser amiga do Kazutora só porque você não gosta dele e dos amigos dele — Sua voz não falhou em momento algum, ficando mais firme a cada palavra que saia da sua boca — Eu posso até gostar de você, Kisaki, mas eu amo Kazutora com todas as minhas forças.

— Você é uma vagabundazinha mesmo — Agora, o loiro estava claramente muito puto, não tentando esconder a raiva e se controlando para não encostar um dedo em você — Se coloque no seu lugar. O único motivo pra você ainda ser minha namorada é porque eu ainda não me cansei de brincar com você.

— Então talvez eu não devesse mais ser sua namorada — Você nunca sentiu um alívio tão grande na vida quanto estava sentindo em falar essas palavras. Todo o peso de estar presa a um relacionamento que não te faz bem saiu de seus ombros em um piscar de olhos.

Mesmo Kazutora tendo dito todos esses anos, você sempre tentou evitar terminar com Kisaki pelo puro comodismo. Namorar com ele era algo confortável em sua vida monótona. Mas, ao experimentar pela primeira vez sair completamente da sua zona de conforto, você não queria mais ficar no confortável. Você sabia que merecia alguém que te tratasse melhor.

Isso é brincadeira, né? — O loiro tinha um sorriso inacreditado no rosto, como se não acreditasse que você tinha coragem de falar isso — Você 'tá terminando comigo?

— 'Tô, Kisaki — Respondeu, depois de suspirar fundo — Eu não quero mais namorar com você.

Você esperava várias reações por parte dele, mas nunca imaginou que ele começaria a rir descontroladamente. Suas sobrancelhas se franziram, enquanto você esperava ele se recompor e olhar para você de novo.

— [Nome]... — Ele disse, com um tom de pena — Acha mesmo que algum cara vai querer alguém como você? — Kisaki tinha um sorriso irônico no rosto e nem lhe deu tempo para responder — Eu fiz um favor pra você ficando ao seu lado esses meses. Vai mesmo me agradecer assim?

Um favor? — Você quase gritou, não fazendo nenhum esforço para esconder o tom de indignação, empurrando o loiro para mais longe de você — Você só faz me colocar pra baixo, não 'tá nem aí pra mim, fica me regrando e reprimindo o tempo todo, nunca me alogia, você nem percebeu que eu tinha cortado a porra do meu cabelo — A última parte você gritou, colocando tudo o que estava entalado na sua garganta faz tempo — E você ainda tem a coragem de dizer na minha cara que isso foi um favor? — Você falava sem pausas, não dando espaço para que ele respondesse — Kisaki, eu mereço alguém que me trate muito melhor do que você me trata! Eu só preferi ignorar isso durante muito tempo! Mas, quer saber? Eu não vou mais fingir que está tudo bem, eu não quero mais namorar com você.

Você é patética — O loiro falou, logo depois de soltar uma risada divertida — Boa sorte tentando achar algum cara louco o suficiente pra te aturar.

Eu já achei um — Mas essa fala você deixou apenas dentro dos seus pensamentos.

Por mais que quisesse esfregar na cara de Kisaki que tinha sim alguém que te faria muito mais feliz do que ele, não queria criar uma confusão maior ainda. Até porque, o loiro já estava se afastando de você, lhe dando as costas e andando em direção às escadas.

— Ah — Mas, ele falou, se virando para você novamente, ainda que relativamente longe — E, só pra constar, eu te traí, várias vezes.

— Tudo bem — Você até ia ficar quieta, mas não conseguiu abrir mão da oportunidade de arrancar esse sorriso convincente da cara dele — Pelo menos agora estamos quites.

O que antes era uma expressão convincente e debochada, se tornou uma expressão de raiva e indignação. Você teve que se segurar para não rir quando viu a reação do loiro, mas começou a ficar com medo quando ele deu alguns passos na sua direção.

— Você fez o que? — Ele perguntou, pausadamente, mas com a raiva transbordando pelas íris azuis.

Você levou uma das mãos até a bolsa, procurando a chave do apartamento, mas ele já estava vindo na sua direção. Seus olhos acaram fechando com força quando você aceitou que não iria dar tempo de reagir, quando a porta ao seu lado se abriu.

— 'Tá tudo bem, [Nome]?

Seu coração começou a desacelerar quando você reconheceu a voz de Takemichi, se virando para o loiro baixo logo em seguida. No mesmo momento, Kisaki parou onde estava, não conseguindo ver quem era que estava falando com você.

— Acho que já deu sua hora de ir embora — Você falou, olhando na direção do seu ex namorado.

O loiro de óculos esboçou um sorriso irônico e soltou um "filha da puta" antes de se virar e ir embora de vez. Takemichi e Hina, a namorada dele, ficaram com você até que Kisaki entrasse em um táxi e sumisse do campo de visão de vocês.

O casal era seu vizinho fazia alguns meses, quase um ano, e, mesmo assim, vocês nunca tiveram muitas interações. Era uma pena, já que você sempre achou os dois uns fofos.

— Tem certeza que quer ficar em casa sozinha? — Hina perguntou, claramente preocupada.

— Eu vou ficar bem, não se preocupem.

— Não tem nenhuma casa de um amigo que você possa ficar?

A pergunta de Takemichi fez você franzir levemente as sobrancelhas, enquanto sua mente era preenchida com um desejo surreal. Você sabia exatamente para onde deveria ir.

— Na verdade — Disse, tirando o celular da bolsa — Vou chamar um táxi.

Ele assentiu com a cabeça e pediu para Hina entrar em casa, assegurando a mais baixa que só voltaria para dentro quando você estivesse dentro do veículo. Você se despediu da ruiva e, não muito tempo depois, do loiro, assim que o seu motorista chegou.

Durante o caminho, você batia seus dedos freneticamente na capinha no celular, mais nervosa do que nunca. Uma euforia e adrenalina corriam por todo o seu corpo, fazendo você se sentir uma criança apaixonada pela primeira vez de novo.

Teve vontade de desistir e pedir para o motorista fazer o caminho de volta umas quinze vezes, mas sempre respirava fundo e percebia que, já que tinha começado, iria acabar. Mas, quando o carro parou, foi quando você ficou mais nervosa.

Acabou pedindo para o motorista esperar alguns minutos antes de você sair, se preparando psicologicamente para isso. Nunca tinha feito nada tão ousado na vida.

Somente depois de se acalmar, pagou ao homem e saiu do carro, passando pelo mesmo jardim da casa que você estava a poucas horas atrás. Tomou coragem par tocar a campainha, sentindo sua mão tremer ao chegar no interruptor.

Demorou alguns longos segundos, o suficiente para você decidir ir embora. Mas, assim que ouviu o som da chave girando na fechadura, respirou fundo mais uma vez e ergueu o queixo.

No momento em que Baji abriu a porta, você atacou os lábios dele, sem nem dar espaço par ele ter outra reação, a não ser retribuir o ato. Agora, você só queria sentir as mesmas sensações que o moreno tinha lhe proporcionado mais cedo.

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