𝚝𝚑𝚒𝚛𝚝𝚎𝚎𝚗
O seu próprio reflexo no espelho parecia estranho. A ideia de ir para a festa com uma máscara não parecia tão boa. Você nunca cobria o seu rosto em eventos como esse, mas também não podia recusar o presente que Eren e Mikasa lhe deram. Pelo menos, o vestido volumoso de princesa tinha ficado perfeito em você, por mais que não fosse tão confortável.
— Uau — Jean disse, enquanto entrava no seu quarto, sem bater — Você 'tá linda — Mas franziu as sobrancelhas quando percebeu a máscara — Onde arrumou isso?
— Eren e Mika me deram — Respondeu, junto de um suspiro — Eles disseram que "a princesinha de Tokyo precisa ir a caráter pra festa" — Seu tom levemente irritado fez o moreno rir, arrancando uma revirada de olhos de você.
— Eu concordo com eles.
— E você? — Perguntou, analisando a roupa dele — 'Tá vestido de que?
— Cowboy.
Você soltou uma risada alta, o que fez Jean começar a protestar e defender a fantasia dele. Ele usava uma camisa social branca, com um colete preto por cima. A calça era de um tecido claro, mais puxado para o beje, e ele tinha um chapéu gambler em cima da cabeça. Por fim, ele tinha um par de botas country nos pés, de cano médio.
Jean estava lindo, como sempre.
— Vai arrasar muitos corações hoje — Você disse, ajustando a máscara, que cobria toda a parte superior do seu rosto, parando no nariz, deixando apenas seus olhos de fora.
— Não acho que um cowboy consegue ofuscar a beleza de uma princesa.
Você soltou uma risada divertida e, acabando de se arrumar, foi até ele, que rapidamente estendeu o braço para você. Juntos, saíram do seu quarto e foram até a sala, encontrando com os outros dois.
Sasha estava vestida de cozinheira. Ela usava um vestido branco, que ia até metade da coxa, com um avental vermelho, bem trabalhado, por cima. Usava botas de cano alto, que iam até perto de seus joelhos e com saltos que a deixavam com a postura mais ereta. Tinha um daqueles chapéus de cozinheiro na cabeça dela, e os fios de cabelo foram presos em uma trança linda, que pendia sobre o ombro dela.
Connie estava vestido como um cavaleiro medieval, com uma armadura prateada. Aos olhos dos outros, podia parecer que ela era pesada e desconfortável, mas, como foi você quem mandou fazer ela, sabia que era bem leve e extremamente confortável, além de ter algumas aberturas estratégicas para que não fosse muito quente. Ele carregava um capacete na mão, mas você não achava que ele realmente fosse usar, já que ele cobria toda a cabeça dele.
— Quando Eren me disse que você ia parecendo uma princesa, eu não achei que ele tivesse falando sério — Sasha disse, com os olhos meio arregalados na sua direção.
— Depois você reclama do apelido — Connie falou, fazendo você revirar os olhos, mais uma vez no dia.
— Podemos ir? — Você disse, tentando esconder o fato de que ficou corada com o elogio de Sasha.
Ainda de braços dados com Jean, você saiu do apartamento, sendo seguida por Connie e Sasha, que já discutiam, tentando adivinhar as fantasias dos outros. Enquanto isso, você conversava com o moreno sobre uma mulher que ele tinha ficado, que você desconfiava que trabalhava na sua empresa.
Decidiram pegar a limousine ao invés do helicóptero, para não bagunçar a produção de vocês com o vento forte. Já começaram a beber champanhe desse lá e, aproveitando que não tinha chance do seu pai ir, ia aproveitar a festa ao máximo.
— Deixa eu adivinhar — Connie disse, olhando para Sasha, enquanto vocês se serviam da terceira taça da bebida alcoólica — Você vai passar a festa inteira agarrada com aquele Nicolo.
— O loiro? — Você perguntou, dando uma leve cotovelada na amiga, que já estava totalmente corada e não havia descordado.
— Esse mesmo — Confirmou Jean, com o mesmo tom pretensioso que todos vocês — Ela 'tá de papinho com ele faz mais de um mês e nunca se pegaram.
— A culpa não é minha se eu não sou tao desenrolada — A morena se justificou, de nariz empinado.
— Ensina a ela aí, [Nome].
— Eu?
— Falando em você — Sasha começou a falar, obviamente tentando desviar o foco da conversa dela para você — Já sabe quem vai ser a presa da noite?
— Não quer dizer "o coitado que vai pra cama com ela"? — Você deu língua para Jean, quando ele acabou de falar.
Involuntariamente, seus pensamentos foram até Levi, fazendo você se perguntar se ele iria mesmo na festa. Depois de sugerir que ele fosse, vocês não conversaram mais sobre isso, mesmo ele tendo deixado claro que não lhe via como uma simples transa casual.
Você já estava começando a aceitar que talvez gostasse mais dele do que admitiria, mas também tinha consciência de que um relacionamento aberto com o Ackerman geraria uma intriga entre você e o seu pai, algo que você preferiria evitar ao máximo. Além disso, também sabia que seria difícil manter um relacionamento às escondidas com ele.
Seus pensamentos estavam confusos, principalmente por você raramente deixar que uma pessoa se prenda tanto tempo em seus pensamentos. Levi Ackerman conseguiu fazer você pensar nele mais do que gostaria de admitir e você sabia que isso era perigoso, até porque, você poderia acabar se apaixonando por ele.
— Não sei ainda — Disse, quando percebeu que não tinha respondido ainda — Acho que vou deixar o acaso decidir hoje.
Óbvio que era mentira. A única pessoa que consumia fortemente os seus pensamentos provavelmente não iria na festa de hoje. Levi talvez estivesse em casa, revisando uns relatórios ou criando planos de ação.
O mais engraçado de tudo era o fato de vocês dois serem tão diferentes, mas estarem tão atraídos um pelo outro. Claro, sempre existia a chance de Levi estar brincando com os seus sentimentos e toda aquela cena da flor ser mentira, apenas para poder continuar transando com você. Mas, sinceramente, você não ligava. Enquanto pudesse continuar achando que ele realmente se importa com você, faria isso. Mesmo que machucasse o seu coração.
— Já chegamos? — A voz de Connie lhe tirou de seus pensamentos, fazendo você encarar a janela e ver a casa de festas já com uma fila consideravelmente longa na frente dela.
Jean ofereceu a mão para lhe ajudar a sair do carro, gesto que você aceirou com um sorriso agradecido. Como de costume, foi de braços dados com ele até a entrada e, passando pela fila, vocês apenas assentiram na direção dos seguranças, que saíram da frente e deixaram vocês passarem. Você ignorou alguns resmungos irritados daqueles que ainda estavam esperando na fila.
Lá dentro, a luz era muito fraca, fazendo você ter que estreitar os olhos para tentar reconhecer as pessoas na sua frente. Isso era bom. Seria mais fácil evitar que as pessoas reconhecessem a princesinha de Tokyo. Poderia fazer o que quiser, sem pensar que algo vai parar em algum site de fofoca.
Mas, para o seu azar, sua fantasia chamava muita atenção. As pessoas logo se viravam para tentar ver quem era a princesa mascarada por baixo do vestido chamativo e da máscara que cobria metade do rosto.
Talvez toda essa atenção fosse exatamente o que Mikasa e Eren planejaram para você.
Um suspiro fraco escapou de seus lábios, enquanto você tentava reconhecer algum de seus amigos. Tinha combinado com Annie de se encontrarem na posta da festa, mas eles já tinham chegado antes e resolveram entrar na frente.
Mesmo que Bertolt fosse muito alto e Reiner reconhecível de longe, não estava nada fácil achar ninguém ali. Jean tentava ligar para Eren ou Armin, mas a chamada caia antes mesmo do primeiro toque.
Seus olhos percorriam por todo o salão, lotado de pessoas dançando, bebendo e beijando. Eles apenas pararam quando você reconheceu alguém.
O homem usava uma fantasia de príncipe, com um traje muito bem elaborado e uma capa por cima do ombro. O tecido grosso do terno não conseguia esconder os músculos definidos, que ficavam muito bem marcados. Ele tinha o que parecia ser uma espada sem ponta, presa na cintura, e conversava com um homem loiro e mais alto do que ele.
Mesmo que ele estivesse usando uma máscara, você arregalou os olhos quando percebeu que se tratava de Levi. Ainda que metade do rosto dele estivesse coberto, você o reconheceria em qualquer lugar.
Os olhos azuis acabaram parando em você, quando o Ackerman percebeu o seu olhar quente sobre ele. Do mesmo jeito, ele lhe reconheceu na hora, ainda que estivesse escuro e você usasse uma máscara.
As sobrancelhas dele se arquearam minimamente quando percebeu a sua fantasia. Na hora, ele soube que Mikasa que havia escolhido, uma vez que a prima também tinha escolhido a dele. Obviamente, ela não tinha feito vocês combinarem de propósito, mas acabou sendo.
Aos outros de alguém de fora, até pareceria que você é uma princesa de verdade e Levi o seu príncipe.
— Eu já volto — Você disse para Jean, que ainda estava ao seu lado.
— Vai acabar se perdendo.
— Eu 'tô com meu celular — Pegou o aparelho de dentro da bolsa e mostrou para ele — A gente se encontra já já.
— Beleza — Ele respondeu, dando um beijo no topo da sua cabeça — Toma cuidado.
Você assentiu e saiu de lá, o mais rápido possível. Foi na direção em que tinha visto o Ackerman pela última vez, mas não o encontrava mais. Olhava para todos os lados e nada dele.
Já estava procurando nos contatos do celular o número dele para ligar, quando uma mão suave em sua cintura fez você dar um pulo de onde estava e se virar para trás.
Levi tinha ficado surpreso com sua reação, mas não demonstrou isso.
— Por que você veio de príncipe? — Você perguntou, levemente irritada, tentando disfarçar o rubor que tinha surgido nas suas bochechas.
O Ackerman estava, como de costume, perfeito. A beleza dele lhe deixava levemente desconcertada, a ponto de fazer você ter dificuldade em respirar.
— Não sabia que você ia vir de princesa — Ele respondeu, analisando o seu vestido.
Vocês realmente estavam combinando. As máscaras eram iguais e até a paleta de cores das roupas eram a mesma, tons de azul escuro.
Até pareciam um casal.
— Achei que não fosse vir — Você disse, percebendo que estava o encarando por tempo demais.
— E eu não vinha — Levi respondeu, dando de ombros — Mas pensei no que você disse e resolvi vir.
— Fico feliz — Admitiu, com um sorriso sincero nos lábios.
O som estava alto o suficiente para fazer vocês terem que falar mais alto do que o normal. Uma música que você sempre gostou começou a tocar, alargando o sorriso no seu rosto.
— Quer dançar? — Levi arqueou as sobrancelhas com sua pergunta.
— Dançar não é o meu forte.
— Eu te ensino, então.
Não esperou uma resposta. Agarrou o pulso dele e o puxou para dentro da multidão, em um lugar onde vocês não chamariam muita atenção.
Give Me Everything, de Pitbull, Ne-Yo, AfroJack e Nayer, começou a tocar alto. Levi não parecia saber muito o que fazer, por isso, você virou de costas para ele e o puxou pelos braços, os enrolando em sua cintura.
Agora, ele estava lhe abraçando por trás, enquanto vocês dançavam ao som da batida. Você já não conseguia ver mais nenhuma pessoa reconhecível por perto, levando toda a sua atenção para o Ackerman atrás de você.
O de cabelos negros tinha as mãos em sua cintura, aproximando seus corpos cada vez mais. Enquanto dançava, você não tentava segurar seu quadril, não se importando com o contato direto da sua bunda com o quadril dele. Além disso, você não tentou esconder as provocações que fazia, toda vez que rebolava de um jeito mais intenso, fazendo Levi apertar mais os dedos contra sua pele, coberta pelo tecido grosso do vestido.
A letra da música te deixava completamente envolvida, ao mesmo tempo em que você cantava e dançava. Os minutos foram se passando e seus pés já começavam a doer por causa dos saltos, mas você não se importava. Tudo estava bom demais para você parar para tirá-los.
Somente quando já estava começando a cansar, você sentiu Levi aproximar o rosto do seu pescoço, onde ele começou a dar beijos intensos e leves chupões. Imediatamente, todo o seu corpo se arrepiou, só de sentir aquela pequena provocação por parte dele.
Você acabou pendendo a cabeça para trás, para dar mais liberdade para ele explorar sua carne exposta. Isso fez o Ackerman dar uma risada fria e fraca, bem perto de sua pele, fazendo uma pressão gostosa no local.
Aos poucos, Levi foi subindo os beijos, até chegar no lóbulo da sua orelha, onde ele deu uma leve mordida, te fazendo arfar um pouco mais alto.
— And I might drink a little more than I should, tonight (e eu talvez beba um pouco mais do que eu deveria essa noite) — Ele cantou a parte da música, sussurrando rouco em seu ouvido, pouco antes de todos os pelos do seu corpo se arrepiarem — And I might take you home with me if I could, tonight (e talvez eu leve você para casa comigo, se eu poder, essa noite).
Nessa hora, você se virou, ficando de frente para ele e levantando a cabeça para encara-lo. Seus corpos estavam próximos, assim como seus rostos. O Ackerman esboçou um mini sorriso satisfeito quando percebeu que a provocação havia tido efeito, levando as mãos até as laterais de sua cintura, te puxando para pressionar ainda mais os seus corpos.
Sem esperar mais, você sessou toda a distância que havia entre seus lábios, dando início a um beijo intenso e repleto de desejo. Ambos sabiam que necessitavam muito um do outro, mas não conseguiam explicar esse interesse carnal.
Você levou uma das mãos até a nuca dele, onde começou a puxar levemente os fios raspados da nuca. O beijo foi se intensificando a medida que suas línguas travaram uma árdua batalha para ver quem tomava o controle.
Somente quando vocês se afastaram, para respirar, você ficou na ponta do pé e se aproximou do ouvido dele, sussurrando a parte da música que tocava no momento:
— I want you tonight (eu quero você essa noite).
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