Capítulo Dois; Terra dos Elfos

𝐑𝐄𝐈𝐍𝐎 𝐃𝐄 𝐊𝐇𝐔𝐑𝐈𝐍
( Três horas antes )

Arlene tinha chegado no Palácio com sua esposa. Darwin e Laurie tinham acabado de pegar no sono. O rei e sua rainha estavam jogando dama na sala de jogos, até que o mesmo acaba de lembrar de algo.

- Everyl, lembrei que eu tinha marcado uma reunião com os elfos.

- Os elfos? Por que? - Ela pergunta.

- Nada demais, é só uma coisa que preciso perguntar ao elfo Mortmus.

- Porque o Mortmus? Ele é o líder dos elfos, são apenas emergências. - A rainha disse desconfiada.

- Não é nada demais, querida. - Disse Arlene tentando não ser suspeito.

Arlene então sai do Palácio em direção á terra dos elfos. Ela ficava no lado Leste, e em boa parte do sudeste do reino, enquanto a vila principal e o Palácio real ficavam no lado sul. No centro não tinha nada, apenas uma terra vazia que dava acesso á rotas para outras terras. No centro foi onde Argran foi vencido. Já no lado Oeste ficava a área dos Vikings, onde nenhum humano em sã consciência iria.

Os vikings eram grandes saqueadores, que matariam quem se aproximasse e usariam a cabeça dessa pessoa morta para ganhar dinheiro. No lado Sudoeste era onde ficava a tão famosa "Torre do Feiticeiro." Lendas dizem que um explorador foi até as áreas para conseguir minerais e nunca mais voltou. Chamam o lugar assim por que existem histórias que dizem que um grande feiticeiro mora lá, um cruel e poderoso bruxo, louco. Mas não existe nenhuma prova de que isso é real.

Já no Noroeste ficavam as terras da nevoeira. Lá, ficavam os mais perigosos dragões, escondidos na neblina densa e prontos para atacar á qualquer momento. No Norte ficava o reino de Eaheoles, onde era feita a cerimônia.
E no Nordeste um grande labirinto, criado pelos ancestrais de Arlene, para que ninguém invadisse o reino.

Ao se aproximar da terra, Arlene começa a se sentir observado, mas ignora isso por completo e entra na terra dos elfos através de um portal mágico, localizado em um muro. Ao entrar, o mesmo se depara com diversos elfos trabalhando. Alguns coliam frutos, outros cortavam a lenha e alguns até faziam tipos de magia.

Um dos que fazia magia se aproxima.

- ợђคןŦยєคкร? - O Elfo perguntou em sua língua. Arlene ficou confuso.

- Como? - O Rei pergunta.

O Elfo começa a dar gargalhadas.

- Nada demais, hahaha! Venha comigo, Mortmus aguarda você! - O mesmo responde, pegando o lado direito.

Arlene mesmo sem entender, decide segui-lo até o líder dos elfos.

Ele entra em uma pequena cabana, onde o elfo escrevia com uma pena uma carta. Parecia algo importante.

- Epa! Arlene Nguyen! Como vai meu caro camarada? - Mortmus pergunta.

- Olá Mortmus. - Arlene responde.

- Então, por que você quis marcar exatamente esta reunião? - O elfo pergunta enquanto continua molhando a pena na tinta preta.

- Melhor fechar a porta. - Arlene diz.

- Ah... tudo bem. Bolwe, saia daqui e feche a porta, fazendo favor.

- Tudo bem, Senhor. - Obedece Bolwe fechando a porta e indo a seguir.

- Diga agora. - O Elfo pede.

- Acho que Lorde Argran está de volta.
Aquelas palavras assombraram Mortmus, que então fica abismado. Suas grandes olheras cresceram e seus olhos esbugalhados tremeram.

- Como?? - O Mesmo pergunta. - Por que dissera uma maldição desta??

- Eu tenho recebido cartas, escritas á sangue. Nelas, a pessoa que escreveu me dava avisos como Eu voltei, Estou de volta, sua morte está próxima. Que merda!! - Arlene diz.

- Mas pode ser alguém se passando por ele, não? - Mortmus pergunta.

- Por isso estou aqui. Preciso que use a magia do Crystal. - Arlene disse.

O Elfo então sem pensar duas vezes, pega uma caixa. Dentro dela estava uma pedra, parecia um diamante, mas brilhava muito. Mortmus segura o Crystal e olha fixamente para ele. Ali, Mortmus estava usando a magia do Crystal para ver se Argran teria mesmo retornado depois de tantos anos.

Aquele Crystal foi encontrado na terra dos elfos á muitos e muitos anos, e então foi preservado por toda a linhagem sanguínea, até chegar na vez de Mortmus. O Crystal brilha, apontando que sua magia acabou, Mortmus já tinha visto o que queria. Ele olha nos olhos de Arlene e diz:

- Você tem razão... Argran está de volta. Mas... como?? Não faz sentido.

- De alguma forma ele se soltou da dimensão que eu o prendi. Você não pode ver isso no crystal?

- Sinto muito Arlene, o Crystal só pode ser usado em grandes emergências uma vez á cada dez séculos.

- É verdade... - Arlene disse.

- Arlene, vá embora! Se mude para outro reino, você não está seguro aqui.

- Tem razão! Agradeço pela ajuda, Mortmus. - Agradece Arlene.

- Estou sempre aqui, agora vá!

O rei então corre até seu cavalo e volta rapidamente pro palácio real, onde decide alertar sua esposa, Everyl.

A mulher bebia uma taça de vinho.

- Everyl! Precisa me escutar! Argran está de volta! - Arlene diz.

- Argran?? Impossível! Amor, pare com isto agora! - Everyl diz.

- Eu falei com Mortmus! Ele usou o Crystal para mostrar para mim o que eu já tinha uma ideia! - Arlene afirma.

- Aquele Crystal já falhou um trilhão de vezes! Não lembra daquela história que você já me contou quando pediu ajuda para aquele elfo maldito para descobrir onde estava á garrafa com o mapa? Pois é, ele falhou!! - Everyl diz.

- Mas ele não está falhando desta vez!! Everyl, por favor! - Arlene diz.

- Deixa de ser paranóico! - Everyl diz após ouvir o que Arlene tinha dito.

- Paranoico?? Você não está vendo os fatos, querida! Tem que me escutar antes que seja tarde! - Arlene diz.

- Eu não vou arriscar a vida do nosso filho e da melhor amiga dele porque você acha que.... - Everyl foi interrompida pelo grito que deu.

Uma lâmina destroçou o pescoço do rei, a mão que a segurava era grossa, escura, como a de um verdadeiro monstro. O grito foi tão alto que acordou Darwin e Laurie. Eles correram e a única coisa que viram foi Arlene morto no chão. Sua garganta destroçada com um buraco feito por uma lâmina.

- Nãoooo! - Darwin gritou correndo em direção ao pai, que estava morto.

Uma tragédia acabara de acontecer.

Laurie ficou em choque, sem reação.

- Quem fez isso???? - Darwin perguntou com raiva e gritando.

- Eu não sei!! - Obvio que Everyl estava mentindo, mas se ela dissesse que era Argran, isso iria preocupar demais o garoto e sua amiga.

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