CHAPTER TWELVE ──── THE KITSUNE

Capítulo Doze; A Kitsune

Matt e Gellert tinham acabado de chegar na casa de Lizzie. A garota estava preocupada, mas ficou aliviada com a chegada deles. Assim como Jacob.

— Ainda bem que chegaram. Estávamos esperando. — Afirmou Jacob.

— A pedra lunar deu certo! — Afirmou John a segurando. Era uma pedra cristalina, refletia tudo. Brilhava.

— Percebi. — Afirmou Matt.

— O que é um Kitsune?? — Perguntou Jacob. — A Lizzie tentou achar no diário do irmão do Drácula e não achou nem se quer uma citação.

— Procure por Vulpes. É um termo em latim que significa Raposa. Kitsune é Raposa em japonês. Geralmente kitsunes são referidas dessa forma.

Lizzie pegou o diário e procurou, até que encontrou na página 400.

— De acordo com o livro: São seres inteligentes e com capacidades mágicas que aumentam com a sua idade e sabedoria. Entre estes poderes mágicos, tem a habilidade de assumir a forma humana. Normalmente aparecem na forma de uma mulher bonita, uma jovem ou uma velha. Enquanto algumas histórias falam que as Kitsunes usam essa habilidade apenas para enganar as pessoas, como muitas vezes fazem em folclores. Outras histórias as retratam como guardiãs fiéis, amigas, amantes e esposas. Além da habilidade de assumir a forma humana, elas possuem os poderes de possessão, conseguem gerar fogo das suas caudas e da sua boca, o poder de aparecer nos sonhos e o de criar ilusões. — Leu Lizzie.

— É isso mesmo. — Afirmou Matt.

— E quem era a Kitsune? — Perguntou Lizzie após ler o texto.

— Akira Yukishida. — Afirmou Gellert.

— Tá me zoando né? — Perguntou Jacob. — Akira?! Fala sério! Ela é inofensiva! É uma garota bonita que gosta de ler livros de garotas.

— É, quando ela me jogou longe no chão foi bem inofensiva. — Afirmou Gellert coçando a cabeça.

— Vocês só podem estar brincando!

— E se existir um jeito de provar isso que vocês dizem? — Perguntou Lizzie.

— Como? — Perguntou Jacob.

— Aqui diz que Kitsunes brilham em uma foto com flash. — Afirmou Lizzie.

— Vamos te provar, Jacob. — Afirmou Gellert. — Até lá, longe dela.

— Por que devo confiar em você? Pelo que eu sei você prendeu meu amigo Matt e o irmão! — Afirmou Jacob.

— Eles salvaram minha vida. Antigamente eu era jovem. Era idiota. Eu era um grande imbecil! Então tem uma bela diferença. — Afirmou Gellert.

— Não tô nem aí! Pessoas não mudam!

— Você não sabe como tá errado.

— Pessoal! Parem com isso! Se for verdade, a foto vai provar. — Afirmou John separando Jacob e Gellert. — Como vocês  vão tirar uma foto dela?

— Não vamos ser nós, vai ser o Jacob. — Afirmou Gellert. 

— O QUE?! POR QUE EU?! — Perguntou Jacob, que não gostava desse tipo de pressão. 

— Por que ela não sabe que você tem alguma ideia de que ela é uma Kitsune. é literalmente a oportunidade perfeita pra você descobrir e acreditar na gente. — Afirmou Gellert. 

— Pior que ele tem razão... — Afirmou Lizzie olhando para Jacob.

— Não posso discordar. — Respondeu John com Jacob o olhando. 

— Faça isso, cara. — Pediu Matt. — Pode ser nossa única chance. 

— Tá bem! Mas como esperam que eu tire uma foto dela assim? — Perguntou Jacob. 

— Sei lá! Dá o seu jeito. Só tire a foto. Vai fazer ou não? — Perguntou Gellert. 

— Sim, eu vou. — Afirmou Jacob.

Enquanto isso, Jordan e Jane haviam finalmente conseguido. Tudo que estava desbotado estava restaurado. Agora era só procurar algo que fizesse sentido. Procuraram bastante quando Jordan encontrou um livro que poderia ser a solução. Era sobre falsificação, e Jordan somente ligou os fatos.

— Espera... – Jordan pensou. — Eu acho que... AH, MERDA! MERDA!

— O que foi Jordan??!

— Eu acho que entendi o que tá acontecendo! — Afirmou Jordan.

— Do que você tá falando???!

Jordan começou a foliar o livro, quando parou na página 26. Falava sobre objetos que eram falsificados na bruxaria, que facilmente poderia enganar um vampiro ou lobisomen.

— Aqui! É isso! É exatamente isso!

— Isso o quê?! — Perguntou Jane.

— Escuta isso: Bruxaria de falsificação é muito famosa entre os bruxos e bruxas. Também chamado de Fictus ou Fictones e marcado pelo título no feitiço, é geralmente usado para enganar seres sobrenaturais como vampiros ou lobisomens, podendo facilmente engana-los. — Leu Jordan.

— E o que diabos isso tem haver?

— Pensa comigo, e se Susan tiver falsificado o amuleto? Por isso ela se recusou a tentar, pois uma bruxa primária conseguiria fazer qualquer feitiço, mas sabia que a única bruxa que eu pediria ajuda seria sua filha, que seria seu primeiro feitiço. Isso me tiraria da cola, para eu pensar que não tinha mais solução. — Afirmou Jordan.

— Caramba! Isso faz sentido! Mas por que ela iria querer manter o colar destruído? — Jane pensou. Até que entendeu. — Só se ela tivesse destruido o amuleto! Você falou de uma família chique que tinha o destruído.

— É, o Stuart havia me dito.

— Mas ele não falou a quantidade de pessoas da família, não é?

— Não... — Respondeu Jordan.

— Então! Poderia ter sido somente Susan e sua mãe Amélia.

— Tem razão! Aquela bruxa me paga!

— O que vamos fazer? — Perguntou.

— Vamos matar aquela bruxa desgraçada e aquela velha de merda!

Jordan segurou Jane e correu até a mansão Lovegades em alta velocidade. Arrombou a porta então.

— SUSAN SUA DESGRAÇADA!

— JORDAN?! O QUÊ FAZ AQUI??!

— VOCÊ FALSIFICOU O AMULETO! ACHOU MESMO QUE EU IRIA DEIXAR PRA LÁ???! ELA É A MINHA IRMÃ!!!

— VOCÊ PRECISA ENTENDER QUE O AMULETO É ALGO RUIM!! SE DRÁCULA VOLTAR, VAI USA-LO PRA TRAZER SEUS MILHARES DE DEMÔNIOS, MONSTROS, VAMPIROS, LOBISOMENS E SEJA LÁ QUE MERDA SEJA DE VOLTA!!!

— EU NÃO ME IMPORTO!!! QUE SEJA! EU SÓ QUERO MINHA IRMÃ DE VOLTA! FOI VOCÊ QUE DESTRUIU E NÃO  ME FALOU NADA! SUA BRUXA MALDITA!

— NÃO VOU DEIXAR QUE TRAGA O AMULETO DE VOLTA, JAMAIS!

— Mamãe? O que tá... AI MEU DEUS! JORDAN?! — Perguntou Luna, que acabara de descer as escadas.

Jordan correu e prendeu Luna pelo pescoço, acionando seus dentes afiados perto do pescoço da garota.

— SOLTE JÁ A MINHA FILHA!

— NÃO! VOCÊ VAI TRAZER O AMULETO DE VOLTA E USÁ-LO, OU EU VOU MATAR A SUA FILHA! — Gritou Jordan.

— Não vai não. — Disse Amélia chegando com sua cadeira de rodas.

— OI VELHA! COMO VAI? O QUE DIZIA MESMO?! — Perguntou Jordan.

— Não vai matar a Luna. — Afirmou.

— Sério isso?! E por que acha que não?

— Por que Luna agora é protegida pelos espíritos naturais das milhares de bruxas que já morreram e agora protegem as que estão vivas. Não pode fazer nada, querido. — Afirmou Amélia.

— Mas... mas bruxas sempre falam de criar um equilíbrio na natureza. Não existe equilibrio desta forma!

— Boa pergunta! Acontece que você é um vampiro, ou seja, faz parte do lado ruim do sobrenatural. O lado dos demônios de sangue e de morte. Os lobisomens, vampiros, Cérberos, Nogitsunes e Bichos-papão são os principais seres que dominam esse lado. Quando Luna entrou em contato com esse lado da natureza e começou a ser protegida pelos espíritos sob qualquer assassinato causado por um ser sobrenatural do lado ruim.

— Sério?! Não seja por isso! — Jordan afirmou. — Não precisa ser eu pra mata-la. Tenho uma namorada bem astuta quanto à isso... JANE!!!

Jane passou pela porta e encarou Susan, Luna e Amélia Lovegades.

— Não vão tocar na minha neta! Nem aqui nem em outro mundo! — Afirmou Amélia com um olhar raivoso.

— Vai fazer o quê, coroa?

— É isso que vou fazer! — Amélia piscou seus olhos três vezes, criando uma grande rajada de energia azul contra Jordan e Jane, os jogando para o lado de fora da casa e contra os postes.

Os dois se machucaram. Os dentes de Jordan então ficaram afiados e seus olhos vermelhos. Correu até a porta da casa, mas uma barreira o impediu.

— Nem tente entrar. — Afirmou Susan.

— O que você fez?! — Perguntou Jordan. — O QUE VOCÊ FEZ?!

— Eu criei uma barreira impedindo que seres sobrenaturais entrem na mansão. — Respondeu Susan.

— A Jane pode entrar então!

— Com excessão da Jane.

Jordan bateu diversas vezes ao chão.

— DROGA! DROGA! DROGAAAA! VOCÊ SABIA, NÃO SABIA?! — Perguntou Jordan vendo Luna. — SABIA QUE ERA ELA QUE TINHA DESTRUÍDO O COLAR! VOCÊ SEMPRE SOUBE E AINDA SIM VOCÊ ME MANIPULOU! SUA VADIA!

— Eu descobri bem depois de te ajudar, Jordan. Eu sinto muito pela sua irmã, mas estou do lado de minha família.

Luna fechou a porta. Jane e Jordan estavam presos do lado de fora da mansão Lovegades, sem poder entrar. Jordan sentia tanto ódio que não cabia no peito. Ele seria capaz de tudo...

No dia seguinte, Jacob tentou se aproximar de Akira para tentar tirar a foto. Porém ele não era um bom mentiroso, ele era péssimo na verdade.

— Oi Akira! Tudo bem com você?

— Oi Jacob. O que foi? Estou... lendo.

— É? Legal! Adoro ler! — E sorriu forçado se segurando no armário.

— Você disse que detestava.

Jacob mudou a expressão rapidamente.

— Ah, é! Esqueci! — Deu umas risadas forçadas. — Olha, tenho que dizer como você é linda! Posso tirar uma foto sua?

— Uma foto minha? Do nada?

— É! Peraí... — E colocou na câmera do celular. Tirou a foto então.

— Ficou boa? — Perguntou Akira.

Jacob estava trêmulo quando olhou a foto, mas ficou aliviada. A foto estava normal. Literalmente, normal.

— Ficou ótima! — Riu forçando de novo. — Não teria como não ficar, você é realmente linda! — Disse rindo.

— É... obrigada? — Perguntou confusa.

— Eu tenho que ir! — Afirmou Jacob.

— Ir pra onde? Em dez minutos vamos ter aula de inglês. — Afirmou a garota.

— É que eu... tô doente! É isso! Muito doente, Cof Cof! — Tossiu forçado.

— Doente? O que você tem?

— Eu tenho... catapora! É isso! Uma catapora do caso lateral... 3!

— Caso lateral 3? Que?! Isso não existe! Tá maluco? — Perguntou a garota.

— Tanto faz, tô indo agora! — E correu. Akira não era idiota, e já tinha entendido tudo. O motivo da foto e do comportamento estranho.

Jacob correu para á casa de Lizzie, onde Gellert e Matt estavam conversando.

— Cara, me desculpe. — Disse Gellert se sentando. — Sobre você e seu irmão Jordan. Eu realmente sinto muito. Você salvou a minha vida, cara.

— Você literalmente prendeu eu e meu irmão em um poço e nos deixou para morrer. Um pedido de desculpas não vai bastar. Você entende isso!

— É... eu entendo. — Afirmou Gellert.

— Onde está a sua alcateia hoje em dia?

— A maioria foi morta em um massacre á alguns meses. — Afirmou Gellert.

— Caramba! Sério isso? Como assim?

— Caçadores. Nos encurralaram. Hal, o namorado da Lana se sacrificou pra salvar ela. Eu tentei salvar um, mas ele foi morto também por uma flecha de prata. Eram caçadores habilidosos.

— Sinto muito por eles.

— Obrigado. De verdade, Matt.

Jacob havia chegado eufórico.

— EU SABIA QUE ERA MENTIRA!

Lizzie e seu tio vieram com o barulho.

— O que tá acontecendo aqui? — Perguntou Lizzie ouvindo a barulheira.

— É! Uma barulheira! — Afirmou John.

— Eu consegui a foto! Ela saiu normal! Eu sabia que era mentira de vocês! Como pode, Matt?! — Perguntou Jacob.

— Eu não menti! Me dá esse celular.

Matt pegou e abriu a foto. Gellert também a viu. Ele ficou com um olhar pensativo, até entender.

— Que idiota, Jacob! — Disse Gellert.

— Por quê?! Eu tirei a foto!

— Você usou o flash? — Perguntou Gellert. — A camada de fogo só aparece se usar o flash. — Afirmou Gellert.

— É... putz! Eu esqueci desse detalhe!

— AH, PUTA QUE PAR... — Gellert foi interrompido por Matt.

— Fala sério! Jacob! Presta atenção! Você esqueceu o maior detalhe!

— Me poupe! — Disse Lizzie.

— Eu vou embora. — Falou John. — Lobisomen beta burro do caramba.

— Se vira pra tirar outra foto. O problema é seu! — Disse Gellert.

Enquanto isso, Luna estava tendo uma conversa séria com sua mãe.

— Foi mesmo necessário?!

— Ele agora não pode mais entrar em casa, filha! — Afirmou Susan.

— Ele só quer a irmã de volta!

— Não podemos correr esse risco.

— E se trazermos esse amuleto de volta, usar pra trazer a irmã dele de volta e depois destruir de novo?

— Para destruí-lo usei um feitiço que quase me matou! Um feitiço que fizesse ele nunca mais existir pelos séculos!

— Então faz de novo! Deixa de ser egoísta! Ela foi morta, coitada!

— Egoísta???! EU ESTOU FAZENDO UM FAVOR PARA A HUMANIDADE!

— VOCÊ NÃO PARA DE GUARDAR SEGREDOS! CADA HORA UM DIFERENTE! EU TO CANSADA! E SABE QUAL O SEGREDO QUE VOCÊ NUNCA ME DISSE??? — Perguntou Luna.

— QUAL, ESPECIFICAMENTE?

— MEU PAI! VOCÊ NUNCA FALA DO MEU PAI! EU MEREÇO SABER! ELE TAMBÉM TEVE HAVER COM ESSE MUNDO SOBRENATURAL IDIOTA?

Susan parou um segundo e pensou.

— Quer mesmo saber sobre seu pai?

— Sim, eu quero. — Pediu Luna.

— Melhor se sentar então...

Depois da aula, Akira estava chegando em casa quando viu sua mãe, Noshiko,
mexendo em alguns arquivos.

— Mãe? O que tá fazendo?

— Só revendo alguns arquivos. Para garantir que toda referência á Kitsunes seja destruída da face da terra.

— Maravilha. Mãe, tem algo que eu preciso te contar. — Afirmou Akira.

— Pode falar, estou ouvindo.

— Eu acho que Jacob Peterson sabe que sou uma Kitsune. — Afirmou Akira.

Noshiko deixou cair até a caixa.

— O QUÊ?! O QUE VOCÊ DISSE?!

— Ele tirou uma foto minha hoje. Mas não se preocupe, ele não usou o flash.

— Mas podia ter usado! Aliás, como ele pode ter se quer uma ideia disso?!

— É que... é que... — Akira tentou dizer.

— É que o quê?! — Noshiko perguntou.

— É que ontem á noite eu fui até á estação elétrica de Lornhill seguindo uma pista. — Afirmou Akira.

— Pista? Pista do quê, exatamente?

— Uma informação chegou até mim vindo de alguém que eu não conheço. A mensagem era de que o Ray estava lá na estação elétrica. Mas essa pessoa contou para o pai da Melissa, o marido da prefeita. Ele contou para o sherife, que atraiu Matt Hanowver e um outro lobisomen que me derrubou.

— Que lobisomen?

— Gellert Drácula. — Afirmou Akira.

— Entendi, mas uma pergunta, quem te contou isso para te atrair pra cilada?

— Um dos seus homens.

— Quem especificamente?

— O Michael. Ele me enganou, mãe!

— Eu darei um jeito no Michael. Você, Akira, tenta despistar Jacob da sua cola.

— Certo! Farei isso, mãe.

— Vamos trazer o Drácula de volta! Ele vai libertar todos nós, querida!

— Eu sei mamãe! Vamos conseguir! Lutarei até meu último suspiro por ele.

— Ele ficará orgulhoso quando o trazermos de volta. — Afirmou Noshiko.

Akira sorriu. Noshiko teria que dar um jeito em Michael, um de seus capangas. Noshiko era uma kitsune experiente, e tinha homens que trabalhavam para ela. Eram espadachins habilidosos, alguns lobisomens, outros vampiros, outros bruxos, já outros só humanos.

Michael se destacava entre eles. Estava sempre com roupas pretas e possuía enormes cabelos pretos arrepiados. Ele se destacava por ser humano, e ainda assim, era melhor que os outros.

Noshiko convocara então uma reunião do seu conselho. Eram chamados de Legionis, que é uma palavra traduzida em latim, é legião em português.

Todos chegaram á sala de reuniões, onde a mestra os esperava com uma katana. Afiava ela aos poucos.

— Vocês sabem por que as Katanas prateadas não podem ser destruídas? — Um demorado silêncio tomou conta daquela reunião. — Ninguém?

— Na verdade elas podem sim ser destruídas, mas não tão fácil quanto  katanas normais. As prateadas possuem uma camada, prateada claro, feita de uma prótese. Acontece que a prótese é feita de um material tão antigo, que não existe na tabela periódica. — Michael afirmou com um sorriso orgulhoso no rosto. Noshiko se virou para ele.

— Muito bem Michael. Parece que você fez o dever de casa... — Brincou. Na verdade, Noshiko havia dito no sentido de ter prestado atenção. Não em ter feito o dever de casa, literalmente. E sim em um sentido figurado. — Maravilha. Agora queria saber se posso fazer mais uma pergunta pra você, Michael. Não se importaria, não é?

— Claro que não. — Respondeu ele.

— Você quer mesmo trazer Conde Drácula de volta, Michael?

Engoliu seco. Mudou de expressão.

— C-claro q-que s-si-sim.

— Então por que tentou matar a minha vida, usando o ex namorado desaparecido dela como isca?

Michael ficou com uma expressão de conturbação, ou melhor, peturbação.

— D-doq-doque você tá f-fa-lan-falando? — Gaguejou.

Noshiko ergueu a espada rapidamente, a colocando próxima do pescoço de Michael, que se tremeu na hora.

— Não se faça de desentendido.

— D-doq-doque você t-ta f-fa-falando?

Noshiko se distanciou aos poucos e encarou todos os homens da sala.

— Lembre-sem da nossa lei! Então vamos repetir! Vamos repetir a lei dos Legionis! — Noshiko pediu.

Nós não somos inimigos! Nós somos os protetores! Nós ajudamos aquele que irá libertar todos nós! Nós matamos aqueles que nos caçam! NUNCA, JAMAIS MATAMOS UM DOS NOSSOS! NÓS CAÇAMOS AQUELES QUE NOS CAÇAM, MATAMOS QUEM NOS DESAFIAR! NÓS SOMOS LEGIONIS!!! — Todos gritaram simultaneamente. Noshiko havia dito a lei dos Legionis também, porém sem tirar os olhos de Michael. — Muito bem pessoal... e o que fazemos com quem mata ou tenta matar um de nossos, seja diretamente ou indiretamente?

NÓS MATAMOS!!! — Todos responderam instantaneamente.

Noshiko se aproximou de Michael aos poucos, pisando em seu pé.

— O que fazemos com quem mata ou tenta matar um de nossos, seja diretamente ou indiretamente, Michael? — Noshiko perguntou.

Ele engoliu seco e começou a suar.

— N-nós m-mat-matamos.

— Exatamente. — Noshiko ergueu sua katana e rapidamente cortou o pescoço de Michael, a separando do corpo. A cabeça do homem então caiu ao chão, manchando a katana de sangue. O corpo sem cabeça caiu, obviamente sem vida, ao chão. — Michael tentou matar minha filha, Akira. Ele mereceu tal punição. Agora, se algum de vocês fizerem oque esse homem fez, eu não irei exitar em mata-lo. Boa sorte.

Um dos homens levantou a mão.

— Rasmund, quer dizer algo?

— Sim, senhora. É uma pergunta. Eu queria perguntar algo, por favor.

— Pode perguntar. — Disse ainda segurando a katana sangrenta.

— Como sabe que sua filha não mentiu pra você sobre o Michael?

— Eu sou uma kitsune de nove caudas, eu sei das coisas. Aliás, um dos meus poderes é ler o pensamento, como vocês já sabem. Eu vi o medo de ser descoberto nos últimos momentos de vida de Michael... — Afirmou Noshiko.

— Isso até que faz sentido.

— Agora, causem uma distração para Jacob, Lizzie, Matt e seu grupo.

— Que tipo de distração, senhora? Tipo, um ataque? — Perguntou um deles.

— Tipo um massacre!!! — Gritou Noshiko. — Agora, vão!!!

Enquanto isso, Susan contava a verdade para sua filha, Luna, sobre seu pai.

— Seu pai era um vampiro.

— O QUÊ?! UM... VAMPIRO?! Perdão, mas isso não faz sentido. Vampiros fazem parte do lado ruim da natureza, do lado contrário dos vampiros.

— Com seu pai foi diferente.

— Diferente como? — Perguntou Luna.

— Ele era maravilhoso, Luna. Eu era uma tola apaixonada, eu era jovem.

— Jovem? Mas isso não faz sentido! Quando eu nasci você já era velha.

— Calma, irei contar a história! Eu me apaixonei pelo seu pai, o nome dele era Edmund. Um cavaleiro do reino, mas escondia um segredo terrível. Ele era um vampiro. Eu acabei descobrindo um dia. Como? Prefiro não dizer. Nos apaixonamos então. Porém um dia descobri que ele era um vampiro imortal. Eu tentei ignorar, mas saber que eu iria morrer e ele continuaria vivo sem envelhecer era demais pra mim. Foi aí que ele começou a matar pessoas do reino. Eu não tive escolha, então o matei com a espada vermelha.

— Vocês tiveram uma filha então?

— Eu percebi que estava grávida depois de um tempo. Fizemos sexo uma noite, deve ter sido o bastante. Acontece que ele fez algo antes de eu o matar.

— O quê?! O quê ele fez?

— Pediu pra uma bruxa das trevas um favor. Ele pediu pra que ela amaldiçoasse eu e minha filha, você, Luna. Eu precisaria fazer um sacrifício se quisesse que você nascesse. Demorou um tempo para eu reencontrar minha mãe. Ela fez um feitiço para tirar essa maldição. Foi aí que você nasceu.

— Caramba... Meu pai era um covarde.

— Eu estou com você, Luna. Não precisa de um pai como ele era.

Susan segurou aos mãos de Luna então.

Enquanto isso, Lizzie contava á Maya e Larry a história de Matt e Jordan.

— Caramba Lizzie! Que história! Ela é muito louca! — Afirmou Maya.

— Realmente muito louca! Cara, mas é meio maneiro! Drácula é um dos melhores e maiores romances já escritos de todos os tempos! — Afirmou Larry. — E pensar que ele é real...

— Pois é. — Afirmou Lizzie.

— Então é por isso que Jordan está fazendo tudo isso? Tipo manipular pessoas e tudo mais. Para trazer de volta á irmãzinha, Ali, deles?

— Exatamente. — Disse Lizzie.

— Tadinha dela. — Falou Maya. — Foi transformada e depois morta. Quantos anos ela tinha? — Perguntou Maya.

— Era pequena. Quantos anos não sei.

— Isso tudo é muito doido. Vou precisar de um tempo pra digerir. — Disse Larry.

— É, eu também. — Afirmou Maya.

John então bateu na porta e entrou.

— Lizzie, Maya, Larry. Eu sei que o Jacob, Gellert e Matt não estão aqui, por que? — John trazia um prato de torta.

— O Jacob tá resolvendo o negócio da foto da Akira, o Gellert falou que tinha que resolver uma coisa. Não faço ideia do que, e o Matt tá resolvendo uma coisa sobre o irmão. — Afirmou Lizzie.

— Entendi. É que eu fiz torta de amora.

— Adoro! — Afirmou Maya.

— Torta de amora? Igual...

— A sua mãe, sim. — John falou.

Lizzie sorriu, e ao mesmo tempo lembrou do que seu tio havia dito sobre a morte de seus pais ter sido causada por algo sobrenatural.

— Eu vou passar. Não gosto de amora, foi mal. — Disse Larry.

— Sem problemas, Larry.

Maya deu algumas mordidas no pedaço.

— Tá muito bom! — Falou ela.

— Obrigado! Eu queria que o Matt, Jacob e Gellert estivessem aqui, sabe? Pra eu me desculpar pelo que eu fiz.

— Lizzie, por que não me mostra a biblioteca para mim? Queria ler algum livro de mistério, sei lá. — Disse Larry.

— Vem comigo. Eu sei um bom livro pra você. — Afirmou Lizzie se levantando.

Lizzie então levou Larry e Maya até a biblioteca. Chegando, Lizzie pegou um livro da estante da frente.

— Caramba que lugar maravilhoso. Eu adoraria morar aqui. — Disse Larry.

— Já leu esse? — Perguntou Lizzie mostrando o livro. — Adolescentes, de E. Lockhart. — E deu o livro nas mãos de Larry. — Eu já li. É bem legal.

— Nunca li. Obrigado, Lizzie.

— De nada, Larry. Então agora...

Até que as janelas se quebraram. Ninjas surgiram de lá com katanas afiadas. Estavam mascarados e armados.

— QUEM DIABOS SÃO ESSES CARAS????? — Perguntou Lizzie tentando se proteger dos inimigos.

— EU NÃO SEI! MAS ELES ESTÃO DESTRUINDO TUDO! — Maya gritou.

As estantes de livros caíram então.

— ELES PARECEM SAMURAIS! — Disse Larry os observando enquanto tentava se esconder abaixo da mesa.

— É por que são samurais!! — Respondeu John correndo para cima dos samurais. Tentou lutar, mas foi jogado contra o outro lado da sala.

— Você sabe quem são esses ninjas com katanas, tio??! — Perguntou Lizzie.

— Sim! São os Legionis! — Afirmou John tentando se levantar. — São samurais habilidosos. Eles sempre servem á uma kitsune durante os séculos. Akira ou a mãe dela devem estar os controlando! — Disse John.

Um dos samurais correu até Maya e a segurou pelo pescoço.

— NÃO! — Gritou Larry.

O samurai estava prestes a matar Maya com sua katana quando alguém surgiu por trás derrubando o ninja. A figura misteriosa começou a lutar contra os outros ninjas, desviando das espadas e os derrubando por baixo contra o chão e contra a parede. Um deles estava quase caindo quando mais deles surgiram pela janela o encurralando.

— Matt?? — Perguntou Lizzie o vendo.

— Oi Lizzie. — Respondeu Matt com seus dentes afiados e seus olhos azuis. Criou então uma grande explosão elétrica, derrubando os samurais que estavam o cercando. Jacob atravessou a janela já quebrada também.

Os samurais se reergueram então do lado esquerdo da biblioteca.

— Jacob, o que acha de se transformar? É uma boa hora... — Disse Matt.

— Ele é um lobisomen, né? — Perguntou Larry para Matt.

— Sou sim! — Falou Jacob. Fez força então para de transformar.

— Cara, sem ofensa, mas você tá parecendo mais um... É... um... um... deixa pra lá! — Larry disse.

— Cara, era pra você virar um lobisomen! — Falou Matt.

— Eu não tenho controle! Só consigo me transformar na lua cheia ou em momentos de adrenalina! Tipo...

Matt empurrou Jacob então para frente dos samurais, que se aproximavam.

— O que acha? Sobre isso, é adrenalina? — Perguntou Matt.

Jacob ficou desesperado e com raiva, seus olhos então ficaram amarelos e seus dentes extremamente afiados.

— É incrível como os lobisomens do mundo real são incrivelmente não fiéis á obra original. — Disse Larry.

— Podem vir Power Rangers! — Disse Jacob dando um enorme uivo.

Os ninjas partiram pra cima de Jacob e do resto. Matt tentava dar proteção pra Lizzie, Maya e Larry.

— Lizzie, Maya, Larry, John! Saiam daqui!! — Afirmou Matt jogando diversos raios contra os Legionis.

Matt e Jacob começaram a lutar. Jacob ergueu suas garras e pulou para cima dos ninjas, rasgando seus trajes. Um deles fora machucado por Jacob com suas garras. O outro, vendo seu parceiro ferido, o segurou e em um passo de mágica, os dois sumiram.

— O que aconteceu? — Perguntou Jacob. — Eles sumiram!

— Provavelmente o outro, sem ser o machucado, deve ser um ser sobrenatural. Não sei qual.

— Isso faz sentido... — Afirmou Jacob pegando fôlego. — Eae, achou seu irmão? Você disse que ia resolver um problema com ele, antes de tudo.

— Não, não o encontrei. E você? Conseguiu a foto da Kitsune?

— Consegui! — Jacob pegou então seu celular e mostrou a foto. Uma camada de fogo estava em volta de Akira e seus olhos brilhando. — Não acreditei quando vi, mas vocês estavam certos.

— Eu avisei Jacob. — Disse Matt. — Como você conseguiu tirar a foto?

— Tirei escondido. — Afirmou Jacob.

— Maravilha! Agora eu vou encontrar o meu irmão. — Disse Matt.

Um tempo depois, em um bar fora da cidade, estava Jordan. Cansado de tudo e de todas as tentativas que falharam, Jordan havia desistido da humanidade.

— Jordan??! O que você tá fazendo com essas pessoas?! — Perguntou Matt.

Jordan bebia o sangue de diversas meninas, que usavam roupas curtas.

— Só tô me divertindo! — Disse com um sorriso de sangue e de pura maldade.

— Você não faz mais isso! Não fazemos mais isso, Jordan! Deixe elas irem!

— Não, você não faz mais isso! Eu faço, eu sou um vampiro! Devia fazer também, sabia? O sabor do sangue é tão... — E mordeu o pescoço de uma jovem negra. — Maravilhoso!

— SOLTE ESSAS GAROTAS AGORA!

— Como foi que me encontrou?

— Você vinha aqui as vezes pra beber junto de mim. Eu imaginei.

— Entendi, mas sobre as garotas, não tô afim de larga-las. Elas são tão maravilhosas e gostosas! E eu nem digo "gostosas" nesse tipo, e sim que o sangue delas é muito gostoso!!!

— Solte elas, agora Jordan!!!

— Ah, que estraga prazeres! Meninas, podem sair daqui. — Falou Jordan. — Aliás, esqueçam de tudo. Esqueçam que estiveram aqui. Sobre essa mordida no pescoço, foi um animal que atacou vocês ontem na estrada. — Jordan disse usando seu poder de controlar mentes.

As garotas então sairam do bar.

— O que você tá fazendo com sua vida, irmão? — Perguntou Matt.

— Eu simplesmente desisti! É tão difícil entender isso?! — Perguntou Jordan.

— Desistiu?! Tá brincando? E a Ali? Vai enlouquecer na realidade da morte?

— Ela já deve estar louca! Eu não consigo fazer isso, Matt. Não consigo!

— Sério? E por que não?

— Toda mísera vez que eu tento eu falho ridiculamente! Sabe o que eu descobri? Que todo o meu plano de usar a Susan pra trazer o artefato de volta e a Luna pra usá-lo foi uma manipulação da bruxa primária! Advinha! A Susan e sua mãe que destruíram o artefato! Ela me deu um falso no lugar. Tudo foi uma mentira!

— Que merda! Mas por que? Por que Susan destruiu o colar? Ele era dela!

— Ela disse que é por causa de Drácula! Caso ele volte, pode usar o colar pra trazer seus milhares de aliados que morreram de volta á vida.

— Mas isso não é motivo!

— Exatamente! Eu cansei de tudo isso!

— Mas e a sua namorada Jane?

— Namorada? Ela é só uma coroa bonita que eu me alimentei e manipulei, ela não é minha namorada.

— Tá, mas e a Jane?

— Eu libertei ela! Simples assim!

— Desistiu mesmo? Jordan, eu vou te ajudar! Vamos trazer o amuleto de volta. Eu prometo! Vamos conseguir!

— Não! Eu tô cansado Matt! Eu não tenho mais motivo pra ser o cara do bem! Eu sou mal! Esse sou eu e sempre vai ser eu. Eu sou a ovelha negra! Eu desliguei a minha humanidade!!!

— Você ainda tem humanidade!

— Não, não tenho! Eu não sou mais como um humano igual á você, Matt. Você tem controle. Você aguenta pressão. Você é capaz de se apaixonar sem precisar manipular a pessoa, eu não! Você tem um irmão maligno, e precisa acordar para a realidade!

— NÃO! VOCÊ NÃO É ISSO!

— Sério? Então veja isso! — Jordan correu rapidamente para fora do bar até o meio da rua. Um carro preto com luzes de enfeite vinha em sua direção.

— NÃO! NÃO FAÇA ISSO, JORDAN!

Jordan então jogou o carro longe. Pegou a mulher e então bebeu seu sangue até a morte. Depois, decapitou o homem.

— VIU ISSO?! ESSE SOU EU AGORA! EU SOU UM VAMPIRO DO MAL!

— JORDAN! NÃO!!! O QUE VOCÊ FEZ?!

— FIZ O QUE UM VAMPIRO FAZ! SOMOS DEMÔNIOS SUGADORES DE SANGUE! SOMOS SERES DAS TREVAS! É NOSSA NATUREZA! — Afirmou Jordan.

Matt tentou lançar um raio, porém Jordan já havia ido embora.

Horas depois, estava de madrugada. Gellert se aproximava de um ponto específico de Red Valley. Um círculo vermelho, que marcava à terra. Segurava um tipo de arma dentro do suporte. Uma figura misteriosa estava ali. Um desconhecido. Tinha barba amarela e roupas largadas.

— Você trouxe, Gellert? — Perguntou o homem. — Trouxe o que eu pedi?

— Tá tudo aqui. — E deu para ele.

— Não vai se arrepender, confie em mim. — O homem garantiu.

— A última vez que eu confiei em você eu tinha quinze anos e era um imbecil.

— Acontece que 500 anos mudam o nosso carácter. — Afirmou o homem.

Se transformou em um grande canino. Em um verdadeiro lobisomen. Aquela não era a transformação comum de um licantropo, era a de um alfa.

Correu para o meio da floresta então carregando uma arma consigo. O que Gellert não sabia, é que tinha acabado de cometer um dos maiores erros de sua vida, desde sua adolescência...

𝐏𝐑𝐂𝐈𝐎𝐔_𝐒𝐓𝐈𝐋𝐄𝐒 ©

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