CHAPTER SEVEN ──── SUSPECTS

Capítulo Sete; Suspeitas

Matt e Jordan tinham finalmente chegado até a mansão Lovegades.

— Atenda Sue, atenda logo!

Susan não demorou muito para atender, e ficou surpresa.

— Matt e Jordan Hanowver... quanto tempo. Na verdade, quanto tempo só para o Matt mesmo. No que posso ajudar, meus queridos?

— Estamos com ele em mãos. — Matt falou mostrando o diário.

A reação de alívio de Sue foi instantânea, e seus olhos brilharam.

— PELOS DEUSES! ME DÊ!!!

— Ainda não! Queremos o feitiço antes para ter certeza que você vai mesmo trazer o colar de volta...

— Tá legal... vamos! — Disse Susan.

A bruxa então abriu uma porta do lado da cozinha, e desceu as escadas, e os irmãos a seguiram. Tinham chegado no... porão? Era um lugar bem sujo e velho, com diversas velas, bem coisa de bruxa em ritual mesmo.

— Onde exatamente estamos? O seu porão? — Perguntou Jordan.

— É o porão e também onde faço meus feitiços. — Disse ela indo ao meio das velas, e se ajoelhando no meio delas.

— Sua filha Luna não repara nisso daqui não? — Perguntou Matt.

— Na verdade, tudo isso de bruxaria que vê é escondido pros humanos. Eu usei um feitiço para que somente seres sobrenaturais pudessem ver, tocar e respirar os itens dos feitiços, aqui.

— Ah... ta, mas e agora? — Perguntou Matt, que não sabia nada sobre bruxaria, na verdade, Jordan também não. Eles estavam bem perdidos.

— Fiquem quietos, por favor...

E os dois calaram a boca imediatamente. Susan então respirou fundo, o fogo das velas começou á se tornar uma enorme barreira de fogo, que ia até o teto. A bruxa começou logo o feitiço, assim que a barreira se fez.

— Nunc omnes deos precor, et magicam posco potestatemque ut tali carmine pergat. Utinam talis monilis effigies fiat, et de cineribus ad ignem convertatur! ut talis effigies monilis reali fiat, et a cinere ad ignem vertatur.

— Ela tá falando português? Se sim, me diz aí. — Disse Jordan.

— Você é burro ou só se faz?

— ... QUOD TALIS fiat replicatio veri monilis, et a favilla ad FOGOOOOO revertatur!!!!!! — A bruxa gritou, e uma enorme esfera de energia se formou na frente dos irmãos. Um colar ia se construindo ali, os olhos dos irmãos brilhavam. Eles finalmente poderiam trazer Ali de volta... finalmente.

As velas apagaram e Susan abriu os olhos. Tinha usado muito do seu poder.

Matt até deixou o diário cair ao chão.

Jordan correu e pegou o amuleto.

— Ótimo... agora meu diário.

Matt pegou rapidamente o diário que estava ao chão e deu á Susan.

Agora os irmãos só precisariam de uma bruxa pra usar o colar.

— Não vou ajudar a trazer ela de volta. Não devo mais nada a vocês.

— Por favor, Susan...

— Não. Não devo absolutamente nada á vocês!! — Disse a bruxa.

— Podemos fazer algo em troca!

— Não tem nada que possam fazer para compensar algo assim.

— Merda! — Disse Matt.

— Espera... eu tive uma ideia. — Disse Jordan pensativo com um sorrisinho maléfico. Matt já ficou com um pé atrás.

— O que vai aprontar, Jordan?

— Nada maninho... nada.

Dias depois, era finalmente sábado. Red Valley estava muito animada, pois era dia 15 de Fevereiro, mais conhecido também como o dia do Valley. Foi nesse exato dia que Red Valley foi fundada, e todo ano nessa data específica era comemorada tal celebração. As coisas estavam andando calmas e tranquilas para Lizzie, diferente de Matt e Jordan.
Era logo de manhã e Lizzie não estava com vontade de ir. Era em um almoço que se comemorava o dia do Valley. Um almoço grande e bem feito, dado na casa da prefeita Heling, ou mais conhecida como a mãe de Mel. Lizzie era bem tímida com essas coisas, e não fazia tanta questão de ir.

A garota estava ainda tomando coragem pra levantar, quando seu tio John chegou em seu quarto.

— Já acordou? — Perguntou o tio.

— Bom dia tio John. Como você tá?

— Bom dia querida. Eu estou bem, mas ainda tô meio decepcionado com minha aula. Espero que nessa segunda eu consiga pelo menos dar uma boa aula, sabe? É muito ruim pra um professor não conseguir dar aula.

— Eu imagino tio... você vai conseguir. Eu acredito que vai pelo menos.

— Obrigado Lizzie. Você vai com que roupa hoje no almoço hoje?

— Eu nem sei se vou tio.

— Como assim não vai?! É o dia de Red Valley! É importante que esteja lá. Assim vai poder fazer talvez amizades, conversar com seus amigos e...

— Que amigos? Eu não tenho nenhum com excessão da Maya, tio!

— E aquele garoto que você saiu? Aquele encontro que deu errado.

— O Matt? Ele... é complicado. Ele é muito bonito e eu adoraria namorar com ele, mas o encontro ter dado errado é um sinal, concorda?

— Que nada. Seu encontro foi mal por que eu não pensei na hipótese de atrapalha-lho. Não desista por minha culpa, por favor Elizabeth.

— Tá bem! Eu vou! Mas...

Até que a campainha toca.

— Ah! Deve ser a Maya. O que você ia dizendo? — Perguntou.

— A Maya veio? Sério isso? Cedo?

— Ela vai se arrumar com você. Mas o que você ia dizendo? Te interrompi.

— Eu ia perguntar se podia me ajudar a escolher a roupa, mas a Maya já deve fazer isso. Não tô tão animada... mas vamos. Eu espero que esteja certo.

O tio então abriu o portão, era mesmo Maya. Acertou em cheio.

— Bom dia, Sr. Taylor. — Disse.

— Bom dia Maya! Como vai?

— Bem animada! E o senhor?

— Um pouco decepcionado com minha aula de segunda passada, mas bem.

— Vai dar tudo certo! Eu sei que vai!

— Obrigado Maya. A Lizzie está no quarto dela. Fica no andar de cima, primeiro quarto a direita.

— Obrigada. — Disse seguindo seu caminho até o quarto. Teve um pouco de dificuldade de reparar a escada, mas quando subiu encontrou logo Lizzie.

— Oi Maya! Bom dia. — Lizzie disse logo indo a abraçar.

— Bom dia Lizzie. — Maya respondeu logo a abraçando. — Eu tenho várias ideias de Look para hoje!

— Legal! — Lizzie abriu seu guarda roupa, mostrando suas roupas. — Podemos usar qualquer coisa que está aqui. Eu te impresto!!

— Sério?! Não brinca!!

— Eu tô falando sério Maya! Você é uma amiga incrível, então vamos!

— Eu te amo Lizzie!!!!

As duas passaram o resto da manhã se arrumando, enquanto Jordan armava seu plano. Com aquele almoço, ele sabia exatamente como conseguir o que quer. Jane, a mulher que ele havia hipnotizado, tinha acabado de levantar da cama, quando viu Jordan escrevendo em um pequeno diário.

— O que está fazendo, querido?

— Só escrevendo meu plano, querida. Ele não irá falhar... acredite em mim.

— Eu acredito em você! Quer alguma coisa? Posso te dar o que quiser...

— Eu não recuso um pouco de sangue querida... — Jordan puxou o braço de Jane e o mordeu. Ficou mais de trinta segundos apenas bebendo e bebendo, até que parou. — Sangue fresco...

— Gostou? Posso te dar mais!

— Eu preciso me concentrar no meu plano, mas essa noite vai ser quente... e muito... muito... muito sangrenta.

— Mal posso esperar!! — Ela disse.

A coitada estava cegamente apaixonada por Jordan, e a culpa era toda dele.

— Nunca pensei em um plano tão elaborado... na verdade ele é simples, mas é perfeito! Simplesmente perfeito!

— E você poderia me contar?

— Claro! Você inclusive vai ajudar. Seguinte, pensa comigo, se Susan Lovegades é uma bruxa primária, ela pode passar sua magia de geração em geração, para seus descendentes.

— Sim, faz todo o sentido.

— Essa história é confirmada, pois já conheci vários bruxos antigos, e todos passavam seu poder de geração em geração, para seus filhos e filhas, que passavam para seus netos.

— Tô seguindo o raciocíono, continua.

— Isso significa que Susan passou sua magia, ou melhor, o dom de fazer magia para sua descendente! Sua filha, Luna. Hoje no almoço irei tentar me aproximar dela, e é aí que você entra. Vai dizer para ela que eu estou a observando desde o começo da festa, pra que ela se aproxime de mim. Talvez até role um beijo, mas só para enrola-la até eu prende-la e usar meu poder de controlar mentes, para força-la a me ajudar á usar o amuleto. O que acha?

— Não gostei da parte do beijo.

— Fica tranquila. Beijo, Sexo, não importa se eu conseguir o que eu quero. Então venha cá. — Jordan a beijou e depois olhou fundo em seus olhos. — Você não tem ciúmes mais. Irá fazer o que for preciso para meus planos... Você irá me ajudar em tudo. E assim, Jane fora novamente hipnotizada por Jordan e seu poder.

Um pouco mais próximo do almoço, Lizzie e Maya já estavam prontas. Maya usava um vestido azul enorme. Maquiagem retocada e com um penteado magnífico. Ela estava linda. Com Lizzie também não fora diferente, usava um vestido laranja, uma  maquiagem retocada — diferente da de Maya — e seu penteado de sempre.

— Amiga, você tá linda!! — Disse Maya.

— Obrigadaa! Você tá mais, Maya! Juro, você tá quase brilhando!

— Não exagera! Eu tô normal.

— Não tá não. — E realmente não  estava. Ela estava maravilhosa.

— Você é muito gentil, Lizzie!

Tio John chegara no quarto então.

— Nossa meninas! Estão lindas!

— Obrigada tio John!

— Obrigada, Sr. Taylor.

— Não tem de quê! Escuta, já tá na hora. Vou dar uma carona pra vocês.

— Eu ia andando, mas obrigada! O senhor é realmente muito gentil.

— Que isso! É o básico, Maya. Você acham mesmo que irei pro almoço de carro e deixar duas moças lindas irem andando sozinhas nesse sol quente?

Maya e Lizzie foram logo até o carro, e John seguiu em direção ao almoço. Chegando, a casa era enorme. Tão grande quanto a de Lizzie, na verdade, até maior. Tinha uma piscina enorme que dava o triplo da de Lizzie. Tinha uma área somente de churrasco e uma área somente de doces. — Também né! É a prefeita. — pensou Maya.

— Você vai ficar perfeita assim, querida!! Confie em mim. A gravata e o terno são ótimos. — Disse a prefeita á Mel. Estavam no quarto de arrumação.

— Mãe! Eu já disse várias vezes que odeio terno e gravata. Eu quero usar roupas normais. Não gosto nem de vestido. Fala sério! Em toda comemoração você quer me deixar chique, mas eu prefiro ficar largada.

— Tá tá! Me desculpe filha. Mas pode usar só um vestido então? Pode ser esse vermelho que você gosta. Por favor querida! Só pra agradar sua mãezinha.

— Aaaah! Tá bom mãe! Mas só hoje!

— Obrigada querida. — Disse ela.

Após isso, mais convidados chegaram. Jacob e Matt chegaram logo depois de Lizzie, Maya e John. Estavam com roupas bem comuns e normais.

— Casa grande. — Disse Matt.

— Você nunca veio na casa da Mel? Sério isso? — Perguntou Jacob.

— Bom, eu não tenho costume de ir em festas, sabe? E eu não imaginava assim.

— E porque veio dessa vez? — Jacob perguntou. Um silêncio tomou conta do diálogo, quando Jacob entendeu tudo finalmente. — Aaaah! Tá explicado! É a Lizzie, não é? Qual é cara, eu sei.

— Talvez! Tipo, meu encontro foi por água abaixo. Eu não posso desistir. E também por que espero um convidado especial... — Disse Matt, que se referia á Jordan, mas Jacob não sabia que Matt tinha um irmão, muito menos vampiro.

— Convidado especial? — Perguntou Jacob pensativo. Tentava encontrar uma hipótese, mas não fazia ideia.

— Um primo de terceiro grau.

— Ah... entendi. — Jacob tinha acreditado na mentira. Matt não falava muito sobre seus parentes, então...

A família Lovegades acabara de chegar, junto de diversos outros convidados. Muitos eram amigos da prefeita, outros eram simples moradores de Red Valley.
A prefeita tinha finamente ido ao lado de fora, e ao seu lado estava seu marido Victor e Mel, que claramente estava desconfortável usando um vestido.

— Está linda, filha! — Disse o pai.

— Obrigada... — Disse Mel em um tom desagradável. Jacob e Matt se aproximaram da menina. Ela estava realmente bonita, aos olhos dos outros, pelo menos. Jacob e Matt estavam de boca aberta, não imaginavam Mel assim. Nunca imaginariam na verdade.

— Caramba... Você tá linda. — Disse Jacob olhando Mel de cima abaixo.

— Não posso discordar. — Disse Matt.

— Obrigada... — Disse ela com vergonha. — Eu gosto desse vestido.

Até que então dois casais tinham chegado. Um era formado por uma mulher de cabelos loiros e extensos, junto de um homem de cabelos negros e escuros, que usava diversos relógios em seus pulsos. Este eram os pais de Maya. Já o outro casal era composto por uma mulher de cabelos negros e um homem de cabelos pretos que usava um enorme terno com uma gravata vermelha. Estes eram os pais de Jacob.

— Quem são aqueles? — Perguntou Lizzie ao ver os pais de Maya vindo em sua direção. Estavam quase desfilando.

— São meus pais. — Respondeu Maya.

— Sério?! Caramba, sua mãe parece mesmo com você. — Afirmou Lizzie.

Maya parecia conter uma expressão de nojo em seu rosto. Lizzie ficou sem entender o motivo, e decidiu perguntar.

— Por que parece que você tá com nojo de algo? — Lizzie perguntou.

— Não é que eu tenha uma relação de amor com meus pais. — Disse Maya.

— Por que? Eles te magoaram em algo?

— Eles são muito ridículos! Principalmente minha mãe. Ela fica menosprezando meus relacionamentos com coisas muito sem noção! Como chingar o Issaac por ele ter uma marca de nascença no pescoço, e ela sabe que isso me magoa. Não consigo gostar dos meus pais. Meu pai também não é dos legais, fica colecionando relógios e fica cuidando da minha vida. Ele fica cronometrando o tempo das minhas tarefas e ainda por cima fica querendo saber coisas da minha vida, e não importa quantas vezes eu diga "ISSO NÃO É DA SUA CONTA" ele sempre responde "É sim, por que sou seu pai."

Pesado... — Disse Lizzie.

Até que os pais de Maya chegaram ali.

— O que é pesado? — Perguntou a mãe.

— A forma que vocês são péssimos pais e se intrometem na vida dos outros.

Depois de dizer aquilo, Maya deu as costas. Lizzie não pensou em outra possibilidade, a não ser sair dali. Deu as costas também. Os pais de Maya fingiram nem se importar. Já estavam acostumados com a filha fazendo isso.

— Quando você vai contar pra ela, Alice? — Perguntou o pai de Maya.

— Não se preocupe Ethan, ela mesma vai descobrir em breve.

Jordan tinha acabado de chegar junto de Jane. Estavam bem arrumados.

— O que tá fazendo? Quem é essa? Vai dizer que é sua tia? — Perguntou Matt.

— Eu pensaria em mentiras melhores. Essa aqui é Jane! Jane, meu irmão Matt, Matt, minha namorada Jane.

— Namorada? Ela tem o triplo da sua idade. — Afirmou Matt.

— Na verdade... não.

— Amor é só um número, anjo. — Disse Jane com um sorrisinho.

— E cadeia só um lugar. — Respondeu Matt. Jane até saiu de perto.

— Ela não é minha namorada de verdade. Tá mais pra uma peça chave no meu tabuleiro. — Afirmou Jordan.

— Você ainda não me disse seu tão grandioso plano. — Respondeu Matt.

— Não se preocupe irmão, ele já está em preparação. — Jordan afirmou.

Enquanto isso, os pais de Mel, no caso a prefeita e seu marido, estavam conversando com a família Lovegades.

— Não posso deixar de afirmar que sua filha está linda! — Afirmou Susan enquanto bebia uma taça de vinho.

— Muito obrigada! A sua também, nunca vi Luna tão linda quanto hoje.

— É muita gentileza da sua parte, Senhora Heling. — Disse Luna.

— Não tem de quê, Luna. Como estão as Red Vixens? Eu pedi pra Mel fazer teste, mas ela não tem interesse nisso.

— As Vixens estão ótimas. É uma pena a Mel não ter interesse. Eu adoraria receber ela nas líderes de torcida.

— Pois é. — Afirmou a prefeita.

— Eu vou tomar um refrigerante, se me dão licença. — Disse Luna.

— Sem problemas, querida.

Lizzie reparou em Jordan, ela o conhecia por ser um "parente de Maya." E quando o viu conversando com Matt, decidiu tentar descobrir o porque.

— Maya, você conhece aquele homem ali? — Lizzie apontou para Jordan.

— Não. Por que? — Perguntou Maya.

— Ele disse que era seu parente.

— Meu parente?! Como assim?

— Ele disse algo em ser o irmão da prima da tia... desculpe, eu não gravei. Mas era algo da sua tia.

— Que tia?! Eu não tenho nenhuma. Nem por parte mãe, nem por parte pai.

— Espera... Tá falando sério?

— Sim! Esse cara deve estar se confundindo, ou está mentindo.

— Hummm.... — Lizzie disse. Se aproximou de Matt e Jordan então, se intrometendo. — Oi Matt!

— A-Ah oi Li-Lizzie. — Matt não esperava que Lizzie aparecesse ali. O que ele iria dizer sobre Jordan?

— Quem é esse seu amigo? — Lizzie agiu como se nunca tivesse visto Jordan, pra ver se ele diria algo.

— Ah... ele é... — Matt ficou sem saber o que dizer. Ele não sabia como mentir.

— Eu te conheço! Por que está agindo como se não me conhecesse? Sou o irmão da prima da irmã da filha da tia da sua amiga Maya. — Disse Jordan.

Até Matt ficou confuso.

— Ah, sim! Mas uma pergunta, que tia? Ela não tem nenhuma tia.

Jordan não esperava por essa...

— É... a tia dela. A... tia... A tia dela.

— Por que está mentindo?

Matt decidiu abrir a boca logo.

— Ele é meu irmão. Pronto!

Jordan empurrou Matt pra trás.

— MATT!!! — Jordan disse em um tom agressivo. Sua mentira tinha sido desmascarada, por um erro imprevisto.

— Então por que mentiu? — Lizzie estava mais confusa do que nunca.

— É que meu irmão é meio interesseiro e fofoqueiro. Ele as vezes inventa essas mentiras bobas pra descobrir coisas sobre a vida dos outros. — Matt diz.

Era uma boa explicação, mas tornava Jordan um verdadeiro idiota. Não que fosse mentira, mas foi exagerado.

— Me desculpe. Deixe-me apresentar de forma formal! Me chamo Jordan.

— Hum... entendi. — Disse Lizzie. — E você nem vai pro colégio?

— Larguei a escola. Bem chato.

Lizzie ainda não foi com a cara daquela explicação, parecia muito estranha. Jane finalmente se aproximou, carregava uma taça de champanhe. 

— E quem seria essa? — Perguntou Lizzie, dessa vez se referindo á Jane.

— Ela é uma amiga minha. — Disse Jordan. — Se me dão licença...

Após Jordan sair dali, o clima ficou um pouco estranho entre Lizzie e Matt.

— E você, como está? — Perguntou a garota, tentando puxar assunto.

— Eu tô bem. — Matt não sabia o que dizer. — Aí, me desculpe por aquele encontro. Ele foi terrível e...

— Você não faz nada de errado, Matt! Foi só o meu tio John. Ele estragou completamente o clima. Sério.

— Não Lizzie! É que o Jacob e a Mel atrapalharam tudo. A culpa é minha por não ter notado e... foi mal.

— A culpa é deles. Não tenta parecer o idiota da vez, por que não é a realidade. Você é muito bom Matt. É bonito, gentil, educado, e sabe, uma pessoa normal como eu. Pessoas normais cometem erros direto, mas isso não quer dizer que você deve se culpar por tudo.

Na verdade Matt não era tão normal assim... mas aquilo que Lizzie disse era verdade, e se aplicava aos vampiros.

Matt ficou pensativo. Os dois se olharam. Um minuto de silêncio, os olhos de Matt e de Lizzie ficaram próximos, assim como seus lábios, que agora se encontravam em um caloroso e demorado beijo. Os dois tinham finalmente se beijado. Foi instantâneo, e bem necessário, pelo menos pros dois.

— Isso foi... — Lizzie tentou achar a palavra certa, mas não achava.

— Ruim? Se foi eu realmente sinto...

— NÃO!! Quero dizer... não. Foi ótimo.

— Ah... legal. — Disse Matt.

Tio John tinha visto tudo, assim como a mãe de Jacob, que estava do seu lado.

— Sua filha? — Perguntou inocentemente, sem saber.

— Sobrinha. — John respondeu.

— Eles crescem tão rápido né...

Jacob vira correndo até sua mãe.

— Mãe, você trouxe meu desodorante? Se você trouxe eu... ah! Oi! Não tinha visto o senhor aí, professor.

— Sem problemas Jacob, eu já vou indo.

— O jeito que você envergonha sua família é inexplicável. — A mãe disse.

— Ah... tá. Mas mãe, você trouxe meu desodorante? — Perguntou Jacob.

— BORA PRA PISCINA GALERAAAAAAAA! — Mel gritou.

Várias pessoas começaram a gritar. Diversos começaram a pular na piscina.
Porém, Luna não havia ido.

— Está na hora... — Disse Jordan.

— Certo. — Respondeu Jane. A mesma foi então até Luna, de forma calma.

— Está bebendo sem sua mãe saber, Luna? — Perguntou Jane rindo.

— Isso não é da sua conta.

— Calma... era brincadeira. Escuta, eu só queria te dizer que aquele homem ali está te olhando á um bom tempo.

Luna olhou então para onde Jane apontava, e viu Jordan.

— Até que ele é bonito. Mas quem é você afinal? Conhece aquele cara?

— Eu estou mais pra uma observadora... — Jane se afastou.

O plano era perfeito... ou não.

— Para de jogar água! — Maya disse rindo muito. Estava falando com Isaac.

— Tá na hora de se molhar!! — Ele disse jogando mais água nela.

O dia estava sendo bem divertido.

— Finalmente tirei aquele vestido idiota! — Afirmou Mel. Tinha acabado de vestir seu sutiã.

— Você é diferente Mel. — Disse Jacob.

— Isso é um...elogio?

— Não sei... acho que sim.

Estava tudo agindo com normalidade. Jordan decidiu ir até Luna então.

— O que uma bela garota como você faz bebendo nessa idade? — Perguntou.

— Aproveitando a vida. Quem sabe eu não sou atropelada amanhã? Viva o hoje e ignore as regras.

— Quer saber... tem razão.

Jordan pegou um enorme copo de champanhe e bebeu tudo de uma vez só. Fingiu ter tido dificuldade.

— Caramba! Você tá bem?

— Eu tô ótimo! — Jordan respondeu.

Jordan se engasgou, e Luna riu.

— Prazer... meu nome é Jordan.

— O prazer é meu. Sou Luna.

— Eu já sabia disso... — Jordan disse.

— Uma moça me disse que você estava me olhando á um bom tempo...

— Quando vejo uma pessoa bonita, não consigo mais tirar os olhos dela.

— Você é fofo. — Ela afirmou.

Porém o que Jordan não esperava é que Susan teria visto sua filha conversando com ele. E que isso ia gerar problemas.

— Jordan! Saia de perto da minha filha agora! — Ordenou Susan.

— Tá tá! Calma! Tá nervosa hoje, é?

— Me solta mãe! Não posso nem mais conversar? Fala sério.

— Não com ele! — A bruxa afirmou.

— Para de controlar a minha vida!!

— LUNA LOVEGADES, VÁ PARA CASA AGORA!!!! — Susan gritou tão alto que até os que estavam na piscina ouviram.

Luna andou devagar até Susan. Parou em frente dela, e disse soletrando:

— N-Ã-O! Vai fazer o que?

Nem se Susan quisesse, poderia usar seus poderes, estava na frente da multidão que não fazia ideia que o mundo sobrenatural exista.

Susan simplesmente deu as costas para a filha, que se virou para Jordan.

— De onde paramos? — Ela perguntou.

— Você me chamou de fofo.

— Ah! Jordan, uma perguntinha.

— Diga-me. — Pediu Jordan logo depois.

— De onde a minha mãe te conhece?

Jordan ficou pensativo, deveria contar a verdade, ou inventar uma mentira?

— Então... eu diria que foi a muito tempo. Muito, muitoo tempo.

— Você não tem 17 ou 18 anos?

— Sim. Foi á uns dez anos.

— Dez anos?! Isso é muita coisa!

— Pois é. Eu tinha uns sete ou oito anos quando o meu pai conheceu sua mãe. Tiveram um caso rápido. Ela não gosta de mim por algum motivo.

Jordan nunca pensou em uma mentira tão elaborada quanto essa.

— Isso faz sentido...

Enquanto isso na piscina, a festa estava rolando. Mas também um caos.

— Pessoal! Está na hora do almoço! Venham!! — Disse a prefeita.

Todos começaram a almoçar então. Aquele tinha sido um ótimo dia para alguns e um péssimo dia para outros.
Maya estava voltando pra casa, quando viu Larry parado no campo. Encostado na cerca da quadra. Estava com um olhar pensativo e desconfiado, enquanto lia algo em uma pasta. Maya não pode deixar de ficar curiosa.

— Larry? O que tá fazendo aqui?

— Nada. — Tentou esconder a pasta.

— Eu vi a pasta. O que tá fazendo?

— Que droga Maya! Não tô fazendo nada!! — Ele disse novamente.

— Me fala logo! — Maya se sentou ao lado de Larry. Estava bem curiosa.

— Tá bem! Mas me jura que não vai contar para ninguém.

— Eu juro! — Ela disse logo depois.

— Jura de dedinho? Tem que ser!

— Me diz logo!!! — Estava impaciente.

— Jura de dedinho? Tem que jurar!

— Tá bem! Eu juro de dedinho! Vai!

— Eu roubei essa pasta confidencial da polícia. — Ele disse mostrando a pasta á Maya. A pasta era amarela e atrás estava escrito bem estampado "CONFIDENCIAL". Maya ficou desesperada, o que deveria fazer?

— VOCÊ O QUE???! DEVOLVE ISSO PRA POLÍCIA GAROTO! SE ME PEGAREM AQUI... DEVOLVE ISSO LOGO!

— NÃO! ME ESCUTA MAYA! VOCÊ VAI QUERER OUVIR O QUE ESTÁ AQUI!

— Vai! Então me fala logo!

— Essa pasta reúne diversas mortes nos últimos séculos. — Ele diz.

— Tá! E daí? Não vi nada demais!

— A morte da Maggie e do seu namorado estão aqui. Publicamente a polícia disse que foi um ataque de animal, mas ali em baixo da foto, olha o que realmente foi descrito na autópsia.

Maya leu, mas não acreditou...

Causa da morte: vampiro.
Corpo destroçado com marcas laterais vistas em 1877, bate de forma certa.
Animal? Não. Não existe nenhum animal que possa fazer um corte dentário tão afiado e tão profundo.

— Tá de sacanagem né?!

— Não! Não estou! — Larry disse.

Maya deu diversas gargalhadas.

— Vampiros não existem! Agora vai me dizer que lobisomens também?

— Bom... possivelmente. Maya se atenta aos fatos! Olha isso! — Larry apontou para o corte nas imagens. — Nenhum animal faria um corte desse!

— Pode ser um animal ainda não descoberto! Seria mais provável do que um vampiro! — Maya afirma.

— Eu até pensei nisso, mas observa isso! Essas outras mortes tem o mesmo padrão desde 1877. São muitos anos atrás! Até que olha isso aqui! — Larry apontou para duas manchas brancas de uma das fotos. A foto era de 1890. Tinha uma pessoa caída com muito sangue. No fundo, perto de uma planta, essas duas manchas brancas, que eram muito, muito similares á olhos.

— O que tem? São só duas manchas.

— Parecem olhos! — Larry disse.

— Tá sendo paranoico.

— Só tem um jeito de descobrir. Olha aqui em baixo. — Larry apontou para em baixo da imagem. — Está dizendo que tem um arquivo de vídeo, mas está na delegacia. Me ajuda a roubar?

— De jeito nenhum! Seríamos presos!

— Não! Se nos pegarem no máximo ficaríamos de castigo, e isso se pegarem. Por favor Maya! Me ajuda vai!

— Por que eu? Você é sempre um esquistão e solitário, e agora tá pedindo pra uma garota te ajudar?

— Pra começar, você que veio querer saber o que eu tava fazendo. Segundo, é que você.... você... é... você...

— Eu oque? — Perguntou curiosa.

— Você não é a pior compania.

— Isso era pra ser um elogio?

— Sim. Foi um elogio. Então, vai me ajudar ou não vai? Não quer saber se vampiros realmente existem?

— Tá bem! Mas com uma condição! Se formos pegos, você assume toda a culpa. Toda a responsabilidade.

— Justíssimo. Me garanto nessa.

— Mas quando então?

— Amanhã, depois do jogo. — Afirmou.

𝐏𝐑𝐂𝐈𝐎𝐔_𝐒𝐓𝐈𝐋𝐄𝐒 ©

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