CHAPTER FIFTEEN ──── SISTER'S RETURN

Capítulo Quinze; O Retorno da irmã

Lizzie e Matt acordavam. Os dois estavam sorrindo e felizes. O dia estava ensolarado e fazia luz mesmo com a cortina do quarto fechada.

— Bom dia. — Matt disse.

— Bom dia. — Lizzie respondeu.

Os dois se beijaram devagarmente.

— O que achou dessa noite? — Perguntou Matt olhando pra Lizzie.

— A melhor noite que já tive em muito tempo. — Ela respondeu rindo.

— Eu tenho que ir. — Matt afirmou dando um beijo em Lizzie e levantando da cama. Colocou sua calça então.

— Aaah, por que? Fica aqui!

— Eu tenho que falar com o meu pai. Descobrir se ele achou a bruxa.

— Você me avisou sobre seu pai. Acha mesmo que ele pode deter o Jordan?

— Eu espero. Acho que se Ali voltar, o Jordan irá voltar ao normal.

— É! Já eu preciso ir pra aula. Tem três dias que faltei. — Afirmou Lizzie.

— Seu tio nem perguntou a você o motivo? — Perguntou Matt.

— Ele sabe, esse é o detalhe. Sério, que preguiça de sair dessa cama!

Matt rapidamente puxou o lençol de Lizzie, a deixando exposta. Logo depois, jogou uma camisa e uma calça acima da garota, que tentava cobrir seu rosto.

— Levanta daí! Sua aula começa em, deixa eu ver... 17 minutos exatos! — Ele disse após verificar no relógio.

— E se eu faltar? Minhas notas são ótimas! — Ela disse colocando suas roupas. — Aposto que nem vai fazer diferença. Aí eu posso te ajudar!

— Lizzie, faça um favor a si mesma! Vai estudar. Vai conversar com a Maya, com o Larry, com a Mel inclusive! Sobre eu e o Jacob não estarmos falando com ela. — Afirmou Matt. — Por favor.

— Tá bem! Eu vou! Que matérias tem hoje mesmo? — Perguntou Lizzie.

— Depende de que dia é hoje!

— Deve ser uma terça, ou quarta? Ou quinta? É, eu não faço ideia. Espera um pouco. — E verificou em seu celular logo depois. — Quinta feira!

— Tem quatro tempos de física, um de matemática e um de química, né?

— Respectivamente, certo. Caramba, você é muito boa de gravar datas!

— Você também. — Afirmou Lizzie.

— Acontece que eu sou um vampiro de 160 anos! Você uma garota que mal tem 17. Ou tem 17? Quando você faz?

— 1 de janeiro, exatamente.

— Então já tem 17 anos? — Perguntou Matt. — Já que você fez em janeiro...

— Sim, Matt. Tenho 17 anos. Estou no segundo ano do ensino médio também, óbvio. E ainda com um vampiro, moreno de olhos castanhos. Pele perfeita e muito, muito bonito.

— Lizzie, escuta. Ainda é cedo pra dizer "Eu te amo"? — Perguntou Matt.

— Não se for verdade. — Ela sorriu.

— Já que é assim... Eu te amo, Elizabeth Taylor. — Disse Matt em um tom carinhoso, um pouco formal também.

Lizzie ficou encarando Matt por alguns segundos, enquanto dava um sorriso.

— Você é tão fofo! Eu também te amo, Matt Hanowver. — Ela respondeu.

Depois disso, Lizzie foi á aula. Chegou um pouco atrasada e se sentou atrás de uma menina. Ela tinha cabelos pretos e uma pele muito, muito branca.

— Oi Lizzie! — Disse Maya estando á sua esquerda, e Larry na frente de Maya. Mel sentava atrás de Lizzie, Isaac não havia ido á escola dessa vez.

— Oi Maya! Tudo bem??

— Tudo! — Maya respondeu animada.

Até que Lizzie escutou um barulho. Parecia uma pessoa puxando o nariz, como se estivesse chorando. Só depois de um tempo ela percebeu da onde vinha. Vinha da garota que estava á sua frente, a de cabelos pretos e pele branca. A garota tentava esconder seu choro usando um lenço, mas o barulho a entregava. Ela estava muito triste.

— Qual o nome dela? — Perguntou Lizzie se aproximando de Maya.

— Mary, se não me engano. — Afirmou Maya pensativa. — Ela deu uma festa ano passado, e foi sinistro!

— Sinistro? Como assim? Assustador?

— Ela ficou tão bêbada que caiu desmaiada na piscina.

— Por que ela tá chorando??

— Eu sei lá! Eu não falo com ela!

Até que o professor de Física, Sr Merlin, chegou. Tinha cabelos loiros, uma barba bem feita e um terno estiloso.

— Bom dia turma! Quem fez o trabalho que eu passei da página 47?

Todo mundo ficou em silêncio, porém não demorou muito para ele acabar. Mary correu para fora da sala. A maioria das pessoas ficaram confusas. O professor fechou a porta e se posicionou em uma cadeira no centro da sala. Estava com uma cara bem fechada e séria, como se fosse dar a pior notícia do mundo. Ele iria dar uma notícia ruim, e sim a pior pra Mary.

— Posso ir ao banheiro? — Perguntou Mike, o amigo de Lacrosse de Isaac.

— Se puder esperar um pouco, Mike. Pessoal, preciso informa-los o motivo desse comportamento de Mary. O pai dela faleceu ontem a noite. A polícia não deu detalhes, mas o cadáver foi encontrado caído no meio da floresta, no lado leste de Red Valley. — Isso explicava o motivo do choro. Agora, todos ficaram em silêncio. — Então é isso. Agora, relembrando, alguém fez os exercícios que eu passei da página 47? Sobre termodicamica! Ninguém fez o trabalho? — Todos ficaram em um profundo silêncio. — Mel?

A garota passava marca texto em seu livro enquanto escolhia diversas cores.

— Oi? — Ela perguntou levantando a cabeça ao ouvir seu nome.

— O que exatamente você tá fazendo?

— Passando marca-texto. — Ela afirmou ainda passando em seu livro.

— Mel, isso é um livro de estudo não um livro de colorir. Gostaria de parar?

— Sim, senhor. — Ela respondeu.

— Maravilha. Mel, gostaria de dizer pra turma o que é termodinamica?

— É... é... é... assim... é a... a...

— Não fez o trabalho, estou certo?

— Desculpa professor.

— Tudo bem Mel. Mais alguém? — Maya levantou o dedo imediatamente.

— Pode dizer, Maya.

— A termodinâmica é a parte da física que estuda as causas e os efeitos de mudanças na temperatura, pressão e volume. Ah e também de outras grandezas termodinâmicas fundamentais em casos menos gerais em sistemas físicos em escala macroscópica. — Afirmou Maya.

— Muito bem Maya! Meus parabéns!

— Obrigada!! — Maya respondeu.

— Como você decorou isso? — Perguntou Mel olhando pra Maya.

— Eu estudei, óbvio.

— Mel, de que outro jeito uma pessoa poderia gravar algo tão grande assim sem aprender de fato? — Perguntou Larry. — Não somos mutantes.

— É... pode ser... quer saber, faz sentido! — Disse Mel. — Muito sentido mesmo! É, sentido. Bastante sentido.

— Ah, e Mel, eu falei com o Jacob e o Matt sobre o que você me pediu.

— Sério Lizzie? Que bom! E o que  eles disseram sobre o assunto?

— Então ocupados, mas eles ainda gostam de você. Fica tranquila.

— Tá bem Lizzie, obrigada.

— De nada! — Lizzie respondeu.

Enquanto isso, Akira treinava com sua katana na sala de treinamento. Passava a espada de um lado pro outro, levemente treinando seus reflexos. Até que alguém surgiu. A derrubou no chão com toda força. Akira sentiu dor, mas só viu quem era depois da dor passar.

— Mãe??! — Perguntou Akira.

— Você exitou. — Ela respondeu.

— Outro treinamento? Que droga!

— Me derrote, Akira. Agora!! — Uma camada de fogo se formou em volta da garota raivosa. — Não! Sem poderes no treinamento. — E a chama se apagou.

As duas começaram a lutar com katanas então, enquanto Noshiko pulava sobre Akira com sua katana, a garota defendia com a sua também diversas vezes. Até que então Noshiko conseguira acertar sua filha com a katana. Fez um enorme corte no braço da garota. Sangrava muito.

— Ai mãe! Tá doendo muito! — E a mãe a derrubou ao chão. — É só um corte! Deixe de ser fresca, menina! Ja te contei quando enfrentei um nogitsune?

— Não! Não contou! — Akira respondeu sentindo o corte ardendo muito.

— Ele me acorrentou no meio de uma dimensão ilusória, me fazendo ficar presa. Eu consegui sair graças ao meu poder de Kitsune, enfrentei seus demônios e depois disso enfrentei ele. Ele me cortou inteira! Eu senti cada pedaço de pele do meu corpo cortado, como uma faca cortando parte por parte. Mas eu não parei por isso! Eu me levantei e arranquei a cabeça daquela raposa traiçoeira, enquanto você fica aí reclamando de dor por um arranhão idiota e ainda por cima pequeno!

— EU TENHO 17 ANOS!!!! QUE DROGA MÃE! — Akira gritou se levantando.

— Idade é só um número.

Akira deu as costas pra sua mãe então.

Enquanto isso, Jordan continuava sua jornada sem humanidade. Após beber sangue de diversas pessoas em um bar e apagar a mente delas, Jordan estava chegando em seu apartamento. Andou calmamente até o corredor quando algo aconteceu. Ele parecia ficar tonto, quase caindo no chão. Até que viu uma coisa, um lobo branco. Possuía olhos azuis. Ele observou o lobo por alguns segundos quando viu o animal indo em direção ao seu quarto. Tentou correr se arrastando pelos corredores quando encontrou um espelho. Nele estava o lobo refletido. Começou a ouvir uma voz então, a voz de Jane. A mulher surgiu atrás de Jordan então massageando seus ombros. Ela estava com um olhar doentio de psicopata.

— Jane? O que você... O que você tá fazendo... fazendo aqui? — Mal conseguia ficar de pé, e não entendia o porquê. Seria um sonho? Uma ilusão?

— Estou aqui pra te dizer como encarar isso. Você gosta de mim, Jordan?

— Sim... eu gosto de você...

— ENTÃO POR QUE ME MANDOU EMBORAAAA?! — Ela gritou.

— Por que eu... O que tá acontecendo?

— Você gosta de mim, Jordan? De verdade? Fora da sua manipulação!!!

— Não... eu não gosto... não...

— E DO SEU PAI?? VOCÊ GOSTA??!

— NÃO! EU NÃO GOSTO DELE!

— PORQUE???? — Jane perguntou.

— POR QUE ELE ME ABANDONOU E VOLTA DEPOIS DE MAIS DE UM SÉCULO QUERENDO ME CONTROLAR!

— AGORA CONCENTRA A SUA RAIVA!

Jordan olhou pro espelho, agora em vez do lobo estava seu pai. Um bastão apareceu em sua mão. Bateu diversas vezes no espelho até o quebrar em pedaços. Até que enfim acordou. Estava ainda no bar com as pessoas. Ele não havia entendido, o sonho fora muito realista. Muito mais do que um sonho normal. Alguma coisa estava errada.

— Mais uma? — Perguntou o barman prestes a cortar o pulso.

Os olhos de Jordan ficaram vermelhos enquanto ele olhava fixamente pro barman, que parecia estar em uma hipnose. Estava sendo manipulado.

— Esqueça tudo. — Jordan disse. — Agora... apague. — E o homem caiu instantaneamente. — TODOS VOCÊS ESQUEÇAM DE TUDO ISSO E DESMAIEM AGORA! — E todos desmaiaram. Jordan se levantou logo saindo do bar, quando encontrou alguém. Era o seu pai Arnold com um olhar um tanto decepcionado.

— Jordan. — Ele disse vendo seu filho.

— Falando no diabo. — Jordan disse.

— O que você está fazendo da sua vida?

— "Jordan?? O que você tá fazendo com sua vida? Você é tão mal! Tão covarde! Manipulador!!" E bla bla bla bla bla e mais bla bla bla. Eu sou a ovelha negra da família Hanowver, então eu não ligo.

— Jordan, filho, me escute com atenção.

— Lá vem um discurso motivacional de um pai que passou a vida fugindo dos filhos, puxa que pena! — Jordan disse.

— Sei como trazer Alisson de volta!

— Uau! Vai repetir quantas vezes? Ah, é! Até ser verdade não mentira, óbvio.

— É verdade! Encontrei uma bruxa. O nome dela é Violet Anderess.

— Violet Anderess? Nunca ouvi falar.

— Jordan, eu imploro! Me dê uma chance. Se Ali voltar, você para com tudo isso! Se não voltar, que se dane.

— Estarei esperando. — Jordan respondeu. Logo depois, fora embora.

O pai Hanowver fora até a casa de Matt então. Bateu três vezes até o garoto abrir o portão. O plano era infalível.

— Matt, eu consegui! — Disse o pai.

— Como assim conseguiu? Achou a bruxa pra fazer o feitiço??

— Achei! O nome dela é Violet Anderess, uma bruxa poderosa. Ela vai nos ajudar a Ali de volta.

— Caramba!! Isso é fantástico! Quando ela vai nos ajudar?? — Matt perguntou.

— Quando formos até ela. Por isso estou aqui, vamos! É na floresta do lado sul.

— Beleza, beleza! Vamos lá.

Os dois seguiram até a floresta então. Enquanto isso, Jacob estava em um centro comercial, em um Shopping. Havia ido lá para comprar roupas novas, afinal as suas principais foram rasgadas por ele mesmo na lua cheia. Andava calmamente voltando pra casa enquanto usava seu celular. Gargalhava enquanto assistia um meme, quando sentil algo. Parecia uma sensação ameaçadora, como o sentido aranha de Peter Parker. Uma impressão de pura ameaça tomou conta de seu coração e sua percepção. Suas garras imediatamente ficaram afiadas, e seus olhos amarelos. Pelos começaram a  crescer em seu rosto. Estava transformado. Com sua visão amarela conseguia ver alguém atrás dos carros.

Corria, como um animal,nde um lado pro outro em volta dos carros enquanto tentava encontrar a figura misteriosa. Pulou em cima dos carros então, ativando seus alarmes. Se escondeu atrás de um então quando alguém o segurou e o jogou longe contra o chão. Era mais um dos treinamentos de Gellert Drácula. Jacob ficara irritado. A sensação de alívio acabou o transformando em humano novamente.

— QUAL É O SEU PROBLEMA, GELLERT??? — Jacob perguntou gritando. — EU QUASE MORRI!

— Você foi bem pro começo até. Só errou pelos alarmes. Era só olhar um por um dos carros. Seja mais esperto.

— Cara eu te odeio tanto! Eu juro!

— Vai me agradecer um dia. Agora levanta daí e arruma esse cabelo.

— Eu não quero isso! Eu não quero ser um monstro! Chega!!! — Gritou Jacob.

— Não existe uma cura para licantropos, a mordida é um presente! Você não é um monstro! Você é um lobisomen, devia agradecer! Pessoas morreriam pra ter o que você tem.

— EU NÃO QUERO SER UM LOBISOMEN! QUERO SER UM GAROTO NORMAL!!! SÓ ISSO!!!

— NÃO! AGORA É TARDE! NÃO SABEMOS QUEM É O ALFA QUE TE MORDEU, MAS SEJA LA QUEM ELE FOR, ELE TE DEU UM PRESENTE! AGORA ACEITE A MORDIDA E APRENDA A SE CONTROLAR!!! ACHA QUE FOI FÁCIL PRA MIM TAMBÉM?? EU ODIEI SER UM LOBISOMEN POR ANOS! EU NÃO TINHA NINGUÉM PRA ME ENSINAR A MANTER O CONTROLE, EU MESMO PRECISEI ACHAR UMA SOLUÇÃO! HOJE EM DIA EU SOU GRATO POR TUDO ISSO, EXATAMENTE COMO VOCÊ UM DIA, JACOB! — Gellert gritou. Depois disso seus olhos ficaram azuis, suas unhas cresceram e seu rosto se transformou. Na forma de Lobisomen, saiu daquele estacionamento.

Enquanto isso, Matt e seu pai chegavam na floresta do lado sul. Violet, a bruxa, os esperava com tudo pronto. Finalmente chegaram. A bruxa usava uma capa preta e estava em volta de um círculo que queimava a terra.

— Violet? — Perguntou Matt.

— Olá Matthew Hanowver, como estás?

— Bem! E a senhora?

— Também estou muito bem, és um prazer te conheceres, Matt.

— Digo o mesmo. — Afirmou Matt.

— Antes de mais nada, preciso saber se vocês estão prontos mesmos para isso?

— Sim, eu estou! — Disse o pai.

— Eu também! — Matt afirmou.

— Porém isso requer um preço, estão avisados. — Afirmou Violet.

— Do que você tá falando? — Perguntou Matt. — Preço? Grana?

— Não contou á ele, Arnold? — Perguntou Violet abismada.

— É... não. — O pai respondeu.

— Pai, o que você não tá me contando?

— É que... que... — O pai tenta dizer.

— Pai, fala logo! — Exigiu Matt.

— Para trazermos Alisson de volta é necessário dois feitiços. Um de trazer o amuleto de volta e outro de usá-lo pra trazer uma pessoa morta de volta. Esses dois feitiços exigem muito de uma bruxa. Sendo assim, o preço disso eu terei que pagar. — Afirmou o pai.

— E que preço é esse, pai?

— Terei que ser o servo de Violet pro resto de minha vida. — Afirmou o pai.

— O QUÊ?! DO QUE VOCÊ TA FALANDO? VOCÊ ACABOU DE VOLTAR!

— Eu sei filho! Escuta, eu abandonei vocês! Passem séculos fugindo disso, estou admitindo! E se o preço for continuar longe dos meus filhos e ajudando uma bruxa, que seja! É um preço pela Ali. Pela primeira vez, me deixa fazer algo bom na vida. Me deixa mostrar que não sou um pai covarde.

— Pai, tem certeza disso?

— Sim, eu tenho! Nada vai me fazer mudar de ideia. Eu irei criar meu legado dessa forma. Não importa se me chamarem de idiota, vagabundo, pai falso, pai covarde, escravo de bruxa, eu não ligo! É pela minha filha!!!!

Matt respirou fundo e ficou pensativo. Ele tinha enfim formado uma opinião.

— Tudo bem pai... que seja então.

— Obrigado, Matt. — Agradeceu.

— Podemos começar? — A bruxa perguntou. — Desculpe interromper.

— Sim... podemos. — Disse Matt.

A bruxa se posicionou então no centro do círculo e fechou seus olhos. Uma enorme ventania então começou, junto de muitos relâmpagos assustadores.

— Os raios não são meus! — Disse Matt.

Estava ensolarado, porém instantaneamente o tempo ficou cinzento e nublado. A bruxa fez uma posição com as mãos, parecia cultural.

Nunc primum artificium ab umbris solvet! Per antistes abreptus est et nunc per Anderessam venefica reducetur!!! SPIRITVS VIRES ME HELP! PRIMA ARTIFACT REFERO! Reliqua servabo! Audi verba mea! Ausculta verba mea!

Assim, o fogo do círculo foi se desfazendo e indo em direção á um formato peculiar na frente de Violet. Demorou um pouco até o artefato sugir diante dos olhos de Matt e seu pai. Instantaneamente a tempestade acabou e o sol se abriu. A ventania passou.

— Meu Deus... Você conseguiu. Só falta usar agora. — Afirmou o pai.

— Sim! — Afirmou Matt. — Mal posso acreditar... Ali vai voltar mesmo!

— Para usarmos o feitiço precisamos estar no local onde Ali fora morta, onde ela foi? — Perguntou Violet.

— Em um esconderijo do Drácula que ficava em baixo de um riacho. Morávamos em um vilarejo, sabemos onde fica hoje em dia. — Disse Matt.

— Os dois me segurem. Depois, pensem exatamente no local. Cada detalhe! Assim irei os levar para lá. — Disse Violet. — Não podem pensar em mais nada! Se quiserem, podem imaginar até a cena da morte dela se quiserem.

— Certo... acho que consigo lembrar dos detalhes. — Afirmou o pai.

— É, eu também. — Respondeu Matt.

E os dois tocaram em Violet. Logo começaram a pensar em cada detalhe. Desde a passagem mágica de água até cada arranhão nas paredes. O chão de madeira com a espada no centro do fim. A aparência velha e desgastadas. Depois disso, magicamente, os três foram levados para o local. Ele estava mais antigo do que nunca e repleto de teias de aranha. Ainda era possível sangue.

— Funcionou! — Comemorou o pai.

— Esse lugar está cada vez mais tenebroso. — Afirmou Matt.

— Não posso discordar... — Disse o pai.

— Começa logo! Não vejo a hora de ver minha irmã de novo. — Disse Matt.

— Ela vai ser uma adulta, não é?

— As pessoas envelhecem no outro lado, mas muito mais devagar do que na terra. Com quantos anos sua irmã morreu? — Perguntou Violet.

— Era pequena, uns doze anos.

— E morreu em 1877? — Perguntou.

— Exato. — Disse o pai.

— Ela deve aparentar ter dezesseis anos. Possivelmente dezessete.

— Ela ainda terá os poderes de gelo? Só curiosidade. — Perguntou Matt.

— Sim. Posso começar? — Perguntou.

— Pode!! — Afirmou o pai.

— Melhor se afastarem. — Disse Violet. Então os dois se afastaram. A bruxa colocou o colar em seu pescoço e cruzou os seus dedos. Seus olhos ficaram vermelhos, assim como a cor do brilho do artefato. Esse feitiço não exigia palavras, basta uma bruxa usar o poder do amuleto e pensar no nome da pessoa. Imediatamente ouviram vozes, pareciam sussuros baixos e macabros.

— O que é isso? — Perguntou Matt.

— Parecem fantasmas... — Disse o pai.

— São os espíritos se comunicando comigo, agora não me desconcentrem mais! — A bruxa exigiu. Fechou os seus olhos novamente então. Os sussuros foram ficando cada vez mais altos, e junto deles um enorme estrondo. Uma enorme luz se formou em volta de Violet. Ela finalmente abriu os olhos.

A bruxa estava em uma escura floresta agora. Diversos gritos assombravam aquele lugar. Uma enorme barreira em volta formava um tipo de campo de força mágico. Do lado de dentro desse campo estava uma mulher ruiva com vestes vermelhas e a floresta noturna, enquanto do lado de fora da barreira estavam diversos seres malignos. Pareciam usar máscaras e carregavam uma enorme trevas consigo. Violet estava no Three, a realidade que fica entre o mundo normal e o mundo dos mortos. A realidade onde as bruxas ficam depois da morte. Margareth, a ancestral Lovegades estava á sua frente.

— Suponho que seja Margareth Lovegades. — Disse Violet.

— E você é Violet Anderess, a bruxa neutra. — Afirmou Margareth.

— Você sabe por que me chamam assim? — Perguntou a bruxa.

— Na verdade, sim. Você não tem um lado. É uma bruxa que tem acesso aos espíritos naturais da magia e aos espíritos malignos das trevas. Você é a bruxa neutra entre os dois lados.

— Sabe bastante coisa. — Afirmou.

— É, eu sei. Nessa realidade eu não tenho muito o que fazer além de separar os Mors de seu mundo e observa-lo. — Disse Margareth. — E então? Vejo que realizou um feitiço resurrecturus. Como posso ajudar?

— Eu gostaria de trazer Alisson Hanowver de volta á vida.

— Alisson Hanowver? A vampira com poderes de gelo que fora morta por Vlad Drácula? — Perguntou.

— Ela mesmo. Eu tenho a posse do artefato místico, então quero traze-la.

— Sabe que eu sempre exigo algo em troca para manter o equilíbrio natural.

— Arnold Hanowver, o pai de Alisson, Matthew e Jordan irá me servir até o fim de sua vida. Não é o bastante?

— Esse é o seu benéficio. Você, Violet, está correndo muito risco realizando esse feitiço. Ele é muito poderoso, pois  passa pela barreira do espaço tempo! A barreira que impede que os Mors invadam o seu mundo. Arnold te servir é o seu benefício, é o seu preço em realizar um feitiço como esse. Agora, eu quero saber o meu benéficio nisso tudo.

— O que você quer, Margareth?

— Eu quero que você mate Vlad Drácula assim que ele voltar. Eu sei muito bem que Ethan e Alice não serão capazes, muito menos vampiros fracos e estúpidos como Matt e Jordan. Eu nem vou falar nada daqueles dois lobisomens betas e o caçador. Já você, Violet, você é a única com poder suficiente para dete-lo. — Afirmou.

— Como quer que eu faça isso?

— Do mesmo jeito que Ethan e Alice iriam, com a espada da imortalidade. Por mais que os dois usassem a arma certa, Drácula os mataria antes mesmo de pensarem em uma estratégia. Porém você consegue prendê-la por tempo bastante para usar a espada. Porém você sabe que esse feitiço de prender um imortal só pode ser usado uma vez em um século por bruxa, né?

— Sim... eu conheço o feitiço.

— E então? Vai desistir ou encarar?

— Já que é esse o custo... eu faço.

— Sendo assim, a rainha do gelo irá retornar ao seu mundo. — Margareth afirmou. Logo depois, estalou os dedos.

A luz branca apagou finalmente, para a felicidade de Matt e Jordan, porém alguém mais estava ali. Era Ali. Estava com seus cabelos brancos como neve, seus olhos brilhando branco. Usava uma roupa branca e preta com contrastes azuis. Seus lábios estavam pretos. Uma enorme fumaça saía de suas mãos, deixando o local gelado. Ali não era mais uma criança, na verdade ela estava com a mesma aparecia de Matt e Jordan atualmente. A garota estava com uma expressão séria.

— ALIIII!! — Gritou o pai correndo em direção á ela. — MINHA FILHA!!! EU...

Até que a garota o lançou longe contra parede através de uma rajada de Gelo.

— Ali!! O que você fez??! — Perguntou Matt assustado. — Ele é nosso pai! Vo...

A garota jogou Matt longe também. A bruxa tentou usar magia contra Ali, porém não adiantou de nada. Violet se sentiu impotente, o que ela nunca havia sentido depois de se tornar a bruxa neutra. Ali a jogou longe também, ainda mais longe do que jogou seus irmãos.

— Ali! Filha... o que você tá fazendo?

— Meu nome não é "Ali"! Ali é fraca, eu sou Alisson Hanowver, A mais forte dos irmãos Hanowver! A rainha do gelo!!!

Matt foi se levantando devagar. Quase recuperado, se transformou. Seus dentes cresceram e seus olhos ficaram azuis. Depois disso lançou um enorme relâmpago na irmã, que formou um enorme escudo de gelo com suas mãos. Depois disso, quebrou o gelo em minúsculos pedaços que caíram.

— Por que está fazendo isso? — Perguntou Violet se levantando.

A irmã não respondeu, só ficou séria.

— Não tem nenhum feitiço pra prender um imortal? — Perguntou Matt.

Violet lembrou do feitiço que prometeu para Margareth que iria usar em Drácula. Se ela usasse agora, só poderia usar novamente um século depois.

— Não... — Violet mentiu.

— Que droga! O que tá acontecendo com a minha irmã?? — Perguntou Matt.

Até que então algo aconteceu com Ali, seus olhos brilharam. Era uma cor amarela bem esverdeada, como um vagalume. Ela pareceu desorientada enquanto os olhos brilhavam, e assim que eles paravam voltou ao seu estado de antes, séria e sem mostrar sentimentos. Parecia uma expressão fria. O que estava acontecendo com Ali?

— Parece estar sendo possuída... que bizarro. — Afirmou o pai.

— Espera, é isso! — Disse a bruxa.

— Do que você tá falando??

— Ali está sendo possuída pelos Mors! Mas... como? — Violet perguntou.

— Pelos Mors? Como sabe?

— Por que eu já fui dominada por eles e meus olhos brilharam exatamente assim. São como vagalumes.

— Mas os Mors estão sendo presos pela barreira! É impossível! — Disse o pai.

— Nada é impossível! — Disse Violet.

A garota então destruiu o telhado voando através de uma pista de gelo. Ali os deixou ali então, parados e sem reação. Se Ali estava sendo dominada pelos Mors, as coisas ficariam piores...

𝐏𝐑𝐂𝐈𝐎𝐔_𝐒𝐓𝐈𝐋𝐄𝐒 ©

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