4.8

  //Oi gente, criaram um server no discord das fics, se vcs quiserem entrar o link estará na minha bio, beijinhos e boa leitura <3 

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    Shoyo estava trancafiado no banheiro do hotel desde que escutou as palavras do médico, não havia nem olhado em seu rosto antes de simplesmente deixar o local sem aviso, suas mãos tremiam fitando Orie deitada contra a cama, o corpo pequenino da garota parecia tão frágil daquele modo, tão suscetível as maldades que assolavam o mundo, quis chorar, como era possível existir alguém capaz de querer machucar uma criança; limpou uma das lágrimas volteando o olhar para o policial que estava ao seu lado, ele leu mais uma vez as anotações de sua prancheta antes de levantar o rosto em sua direção.

   — Acho que as suspeitas de vocês estavam certas, o Sr. Terushima foi visto nas câmeras de segurança do aeroporto de Tokyo um pouco depois de sua filha passar mal, pegou um voo para a Coreia do Sul, a essa hora ele provavelmente já desembarcou, estamos contatando a polícia local para o procurarem — o homem disse por fim, os olhos escuros correram até Orie que ainda dormia de forma pesada, ele engoliu em seco, volteou a atenção sua direção —, se não se sentir segura podemos ficar de guarda na frente de sua casa... eu sinto muito, quem faz esse tipo de coisa com uma criança é um monstro.

   Ele disse pousando a mão sobre seu ombro quase como se quisesse lhe confortar apenas um pouco, você suspirou pesadamente, negou com a cabeça devagar, respirou fundo.

   — Estamos bem, obrigada, policial.

   Murmurou com a voz fraca, o homem respirou fundo antes de concordar com a cabeça, deixou o quarto do hospital por fim, você sentiu suas pernas perderem por fim a força, caiu sentada contra a poltrona macia, sentiu seus olhos encherem de lágrimas novamente, fungou baixinho enquanto levava uma das mãos até a mão pequena da garota a segurando com cuidado, abaixou o olhar para os próprios pés sentindo seu coração bater quase que desesperado contra o próprio peito, mordeu a parte interna de sua bochecha com força, sentiu o gosto de sangue em sua boca, queria matar aquele filho da puta com suas próprias mãos.

   — Mamãe?

   Uma voz levemente quebradiça se fez presente, você ergueu o rosto rapidamente em direção a Orie se detendo com os olhos castanhos da garota abertos, ela piscava de maneira cansada, olhou ao redor assustada antes de voltear a atenção em sua direção, um bico de choro se formou em lábios. Você forçou um sorriso levando a mão rapidamente até os cantos dos olhos secando as lágrimas que se formavam ali, respirou fundo.

   — Oi, meu amor, como você está? 

   Indagou com a voz suave arrastando a poltrona para a frente se aproximando mais da garota que estava deitada contra a maca, ela olhou ao redor mais uma vez.

   — O pescoço da Orie tá doendo.

   Ela murmurou de maneira tristonha se referindo a própria garganta, você sentiu seus olhos marejarem, piscou diversas vezes tentando afastar as próprias lágrimas, respirou fundo.

   — Eu sei, mas vai passar, está bem? Logo você está melhor, a mamãe jura juradinho de pé junto.

   Disse arqueando uma das sobrancelhas oferecendo o mindinho em direção a garota que sorriu fraco antes de enlaçar o próprio mindinho ao seu, riu baixinho.

   — Jurou juradinho — ela balbuciou, escutaram uma batida na porta, ela correu os olhos castanhos até lá rapidamente, arfou baixinho ao ver quem estava ali, você sorriu —, Bokutinho!

   Orie exclamou animada, o homem riu baixinho se aproximando mais, parecia ter algo escondido atrás de suas costas, a garota de cachos loiros tentou esticar o pescoço.

   — Oi, lindinha, como você está? — indagou com a voz baixa se abaixando levemente até estar da altura da maca, Aurora sorriu de maneira boba o encarando ali — Trouxe uma surpresa para você.

   O homem de cabelos acinzentados sussurrou retirando um urso de pelúcia da parte de trás de seu corpo, abriu um sorriso o estendendo em direção a garota, os olhos castanhos correram pelo animal de brinquedo, ela soluçou de maneira sofrida antes de começar a chorar alto, ele piscou confuso afastando a pelúcia devagar; você engoliu em seco aproximando a mão dos cabelos ruivos da menina os acariciando com cuidado, não, não, não, ela não poderia ficar com medo deles.

   — Não gosto mais de ursos, o urso que me deixou dodói, nunca, nunca, nunca mais vou comer um urso.

   Ela disse por entre o choro alto, Bokuto engoliu em seco, escondeu o urso de pelúcia rapidamente debaixo da cama, mostrou as mãos como se ele houvesse desaparecido, Orie parou de chorar pouco a pouco, fungou baixinho, ele sorriu.

   — Eu mandei ele embora, não se preocupe. 

   — E se ele voltar? 

   — Eu dou um soco bem forte nele e ele vai parar na lua, o primeiro urso a pisar no espaço.

   Koutarou disse de maneira divertida arrancando um riso fraco dos lábios de Orie que concordou com a cabeça devagar, você sorriu de maneira tristonha os escarando ali, escutou alguém bater a porta, levantou o rosto rapidamente se detendo com o homem de cabelos ruivos, seus olhos estavam completamente vermelhos e seu rosto parecia acabado, ele enfiou as mãos nos bolsos do moletom que vestia, fez um gesto com a cabeça para que fosse ao lado de fora, estava... sério demais, engoliu em seco antes de apenas obedecer se levantando da poltrona andando até o lado de fora.

   — Hey.

   Murmurou o encarando ali, ele respirou fundo antes de agarrar seu pulso lhe puxando para longe do quarto de Aurora, andaram até o pequeno jardim de inverno que ficava nos fundos do hospital, piscou confusa o encarando ali, ele suspirou.

   — É melhor você voltar para o Brasil.

   Ele disse por fim, você cerrou os olhos ao escutar suas palavras, engoliu em seco sentindo seu coração bater forte contra o próprio peito.

   — O que? 

   Indagou de maneira trêmula, Shoyo respirou fundo, passou uma das mãos sobre os olhos castanhos quase como se fosse começar a chorar novamente, respirou fundo antes de voltear o olhar frio em sua direção, encolheu os ombros.

   — É tudo minha culpa, me desculpe, eu não deveria ter me enfiado na sua vida de novo, você e Orie estavam bem, se não fosse por minha causa nada disso teria acontecido, por minha culpa eu quase matei minha própria filha — ele sussurrou, fechou os olhos com força antes de os abrir novamente, suspirou pesadamente —, se eu não tivesse pedido a você para que cuidasse de meu caso nada disso teria acontecido, eu só queria uma desculpa para te ver novamente, poderia ter contratado qualquer outro advogado... é melhor vocês apenas voltarem para o Brasil, está bem? Deixe as coisas do jeito que estavam antes, não posso mais correr o risco de deixar algo acontecer com qualquer uma de vocês.

   Você sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, negou com a cabeça rapidamente sentindo seus olhos se encherem de lágrimas, soluçou alto segurando o pulso do homem com força, negou com a cabeça diversas vezes sentindo as lágrimas quente correrem por suas bochechas.

   — Nós vamos nos casar, Sho, não, não é culpa sua, você não pode fazer isso... por favor... não é culpa sua.

   Pediu praticamente aos prantos se engasgando nas próprias palavras, ele bufou afastando o pulso de sua mão, passou a mão pelos fios ruivos os bagunçando de maneira irritada.

   — Se eu não tivesse me envolvido na vida de vocês nada disso teria acontecido, eu só estava sendo egoísta, você sempre esteve certa em manter a Orie afastada de mim — ele murmurou com a voz embargada, respirou fundo —, não vamos mais nos casar, pode ficar com o anel, faça o que quiser com ele, quando Orie melhorar voltem para o Brasil, prometo que nunca mais vou incomodar vocês, me desculpe por tudo isso.

   Ele disse por fim antes de girar os calcanhares em direção a saída do local, você arfou baixinho sentindo sua vista ficar completamente embaçada pelas lágrimas, soluçou alto, suas pernas simplesmente não se moviam.

   — Shoyo Hinata, você prometeu que não iria para lugar nenhum dessa vez! Você prometeu!

   Gritou praticamente aos prantos, piscou diversas vezes tentando afastar as lágrimas, perdeu a força em seus joelhos, caiu sobre o gramado, respirou fundo tentando manter a própria calma, suspirou antes de começar a chorar de maneira violenta novamente, sentia que uma faca havia sido encravada em seu coração.

   No fim eles sempre iam embora.

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