3.1

   — Eu vou matar esse filho da puta.

   Você murmurou completamente possessa enquanto ajudava o ruivo a dar o nó em sua gravata a apertando com força contra o colarinho da camisa social fazendo com que ele resmungasse baixinho, estava a um passo de pegar um pedaço de madeira e matar Kaito e Terushima, respirou fundo tentando manter a própria calma ao escutar o homem soltar um riso baixo por entre seus lábios, levou uma das mãos até seu rosto acariciando sua bochecha com o polegar.

   — Não fique tão irritada, você vai acabar passando mal.

   Bufou de maneira raivosa se afastando do homem enquanto andava em direção ao espelho do quarto arrumando a camisa social em seu corpo, cerrou os olhos irritada.

   — Como não ficar irritada? Aqueles malditos seguiram com o pedido de processo para o tribunal antes que eu tivesse a chance de entrar com a denúncia de assédio, agora estamos jogando como eles querem, teremos que convencer o júri do contrário.

   Murmurou irritada arrumando a calça social preta e extremamente apertada contra suas coxas, respirou fundo, passou a destra sobre o cabelo o colocando para trás, estava a um passo de surtar ali mesmo, Shoyo suspirou andando em sua direção, passou os braços ao redor de sua cintura lhe abraçando por trás, deixou um beijo fraco contra a curvatura de seu pescoço.

   — Você vai dar um jeito, vai acabar tudo bem — ele murmurou sorrindo contra sua pele fazendo com que você risse baixinho o fitou pelo espelho, concordou com a cabeça o sentindo lhe soltar por fim —, vamos.

   Disse com a voz baixa, não demorou muito para que deixassem o quarto em direção as escadas, tinha uma maleta preta em sua mão com todas as pastas que utilizaria, respirou fundo descendo os degraus até o primeiro andar, Aurora brincava com Bokuto, desenhavam em um livro de colorir que estava sobre o chão conversando sem parar, você respirou fundo ainda levemente aflita, não conhecia aquele homem direito, não sabia se poderia confiar Orie a ele.

   — Orie, meu amor, tem certeza que está tudo bem? Não quer ir com a mamãe? Podemos te deixar na casa da Kiyoko.

   Indagou logo tendo os olhos castanhos da garota sobre si, ela fez uma careta antes de negar com a cabeça devagar, levou uma das mãos até os fios acinzentados do homem os puxando com força para que ele não saísse de lá, ele resmungou baixinho.

   — Bokutinho.

   Ela murmurou de maneira decidida, os olhos amarelos do homem brilharam, ele entreabriu os lábios de maneira surpresa.

   — Ela me chamou de Bokutinho!

   Ele praticamente gritou, Shoyo respirou fundo antes de cruzar os braços sobre o abdômen.

   — Tem certeza de que o Akaashi já está chegando, certo? Eu não confio em deixar vocês dois sozinhos, não a deixe chegar perto do fogão, nem colocar o dedo na tomada, preste bem...

   — Céus, Hinata, eu já disse mil vezes que o Akaashi já está chegando, eu vou cuidar dela direito, não se preocupe.

   O homem de cabelos acinzentados murmurou por fim, Shoyo respirou fundo antes de concordar por fim andando até a porta, você prensou os lábios ainda levemente aflita deixando um último beijo contra o fios ruivos da garota antes de deixar a casa juntamente com o homem em passos rápidos, andaram até o carro preto, entrou no banco do passageiro colocando o cinto, respirou fundo enquanto o homem dava a partida no veículo.

   — Me desculpe, eu deveria ter imaginado que eles dariam andamento no processo antes que eu tivesse a chance de fazer a denúncia.

   Murmurou de modo levemente culpado enquanto o homem saía do bairro residencial se infiltrando nas ruas movimentadas de Tokyo, ele levou os olhos castanhos em sua direção enquanto deslizava as mãos sobre o volante, negou com a cabeça devagar.

   — Não foi a sua culpa, o que eles fizeram foi covardia, passar a perna desse jeito não é legal — ele murmurou com a voz levemente irritada, você respirou fundo antes de concordar com a cabeça, eles realmente haviam ido contra o pequeno acordo que haviam estabelecido, não havia se passado uma semana, Shoyo respirou fundo levando uma das mãos em direção a sua coxa coberta pela calça social a acariciando com cuidado —, vai dar tudo certo.

   Ele disse por fim antes de afastar a mão de sua coxa a volteando para o volante, você respirou fundo ficando em silêncio, estava nervosa, sentia que acabaria por vomitar todo o café da manhã, faria questão de matar Kaito com suas próprias mãos, aquele maldito era tudo menos um advogado de respeito. Não demorou muito para que chegassem rente ao prédio tributário, era enorme revestido por placas de vidro fosco, saíram do carro em silêncio adentrando no local, lhes guiaram até a sala onde ocorreria o pequeno julgamento — previsto para ser rápido já que não passava de um processo — adentraram no local, uma mesa de frente para o palanque onde uma juíza de cabelos pretos se encontrava, tinha um arco fino de óculos sobre seus olhos, Terushima e Kaito já estavam sentados a mesa, você suspirou fundo, cumprimentou a juíza antes de se sentar de frente para os dois já que aquilo não passaria de uma espécie de negociação.

   — Certo, vamos começar, estamos aqui para dar processo a indenização por danos morais cometida pelo Sr. Hinata ao Sr. Terushima membro do grupo Brioni, certo? O valor requerido é de quarenta e sete mil euros, dada a situação financeira do Sr. Hinata eu acho justo o valor cobrado uma vez que o Sr. Terushima estará afastado de seu trabalho — a mulher disse, seus olhos caíram sobre a mesa, cerrou os olhos, você sentia seu coração bater forte contra o próprio peito, levou os olhos até o homem de cabelos loiros, ele tinha um sorriso vitoriosos em lábios, você chiou, a mulher continuou —, alguma objeção? 

   Você ergueu a mão quase que de imediato logo tendo os olhos escuros da mulher sobre você, respirou fundo.

   — Meritíssima, eu gostaria que vossa excelência pudesse me conceder o direito da palavra — disse por fim, a mulher concordou com a cabeça, você se levantou da cadeira respirou fundo, seus olhos caíram sobre Terushima e Kaito —, meu cliente se nega a pagar a indenização ao Sr. Terushima.

   — E por qual causa?

   Ela indagou enquanto retirava os óculos do rosto lhe encarando de cima do palanque, você prensou os lábios.

   — A indenização está prevista em parâmetros ilícitos, meu cliente estava protegendo uma mulher embriagada de assédio quando agrediu fisicamente o Sr. Terushima, sendo assim se enquadra como legítima defesa de terceiros vulneráveis.

   Disse por fim, Kaito chiou de maneira irritada, a mulher respirou fundo, abaixou os olhos para os documentos em suas mãos antes de os voltar para Terushima e seu advogado. 

   — Sr. Kaito, esses documentos não contém absolutamente nada que envolva parâmetros ilícitos, poderia me elucidar o por quê?

   Indagou arqueando uma das sobrancelhas, o homem de cabelos pretos engoliu em seco antes de se colocar de pé, passou as mãos sobre o terno de modo nervoso.

   — Meus perdões, Meritíssima, eu não achei que seria relevante para a situação.

   — Não achou que seria relevante para a situação?! Estamos falando de parâmetros ilícitos, Sr, Kaito, obviamente é relevante para a situação, o senhor como advogado deveria saber disso — ela disse com a voz levemente irritada, volteou a atenção em sua direção — A senhorita tem testemunhas e evidências para serem apresentadas?

   — Sim, Meritíssima.

   Murmurou de maneira calma, ela suspirou fundo, assentiu.

   — Sendo assim marcaremos uma audiência para a próxima semana, esse caso não se baseia mais em um processo mas sim em um debate de ambas as partes, seção encerrada.

   Ela murmurou por fim antes de bater o malhete contra a superfície amadeirada se levantou deixando a sala por fim, Shoyo respirou aliviado se aproximando de você, segurou sua mão com cuidado, Terushima se levantou de uma vez andando em passos irritados sendo segurado por Kaito, ele estava espumando de raiva.

   — Você não faz a mínima noção de onde está se metendo, sua vagabunda!

   Terushima disse praticamente rosnando, você riu baixinho antes de dar de ombros, pousou a mão sobre o peitoral do ruivo que parecia a um passo de avançar sobre o homem, andou em passos curtos em direção ao loiro aproximando seus rostos com cuidado, conseguia sentir sua respiração irritada, sorriu.

   — É claro que eu sei, eu vou te colocar na merda da prisão, Terushima — disse em um sussurro antes de se afastar do homem que tinha os olhos completamente possessos, andou até Shoyo segurando sua mão o puxando para si —, vamos embora, Shoyo.

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