1.4

     Você tinha a sensação de que não via a praia do flamengo a eras, mesmo que houvesse ficado apenas três dias em Copacabana, Shoyo não pôde lhe ver em seu último dia, vocês trocaram mensagens a cada minuto quando o homem de cabelos ruivos não estava ocupado mas mesmo assim não deixava de ser tortuosamente lento cada segundo que se arrastava por entre os números digitais de seu celular; Hadassah e Anna estavam cansadas enquanto adentravam no quarto do hotel que estavam antes, a mulher de cabelos cacheados suspirou pesadamente jogando o corpo sobre a cama que dividia com a namorada, grunhiu contra o travesseiro, você revirou os olhos se aproximando da própria cama jogando a sua pequena mala contra a mesma.

   — Nunca mais vou engolir uma gota de álcool na minha vida. 

   A mulher de pele bronzeada murmurou de maneira sofrida, Anna se jogou sobre ela, cobriu os olhos com o antebraço, respirou fundo como se tentasse se concentrar unicamente em não acabar morrendo ali mesmo, você revirou os olhos, soltou um riso fraco por entre seus lábios, haviam participado de uma festa na noite passada, por um milagre celestial você simplesmente optou por não beber muito mais do que duas garrafas de Ice, ao contrário de Anna e Hadassah que derrubaram acidentalmente a mesa de bebidas de tão alteradas que haviam ficado, mesmo que houvessem tomado ao menos cinco banhos depois daquilo você ainda conseguia sentir o cheiro de vodka exalando de sua pele.

   — Acho que já sabemos quem são as verdadeiras pré-adolescentes aqui.

   Você disse rindo enquanto arrancava as próprias roupas de seu corpo as dobrando com cuidado, a mulher de cabelos loiros resmungou mau humorada, mostrou o dedo do meio para você, sorriu de modo divertido enquanto pegava a própria toalha andando em direção ao banheiro, tomou um banho e quente, tirou — ou a menos tentou — a areia de seu cabelo, estava simplesmente acabada, sentia seu corpo completamente dolorido, quase como se houvesse corrido uma maratona inteira, suspirou pesadamente sentindo a água quente correndo por sua pele, respirou fundo, sua mente estava simplesmente agitada demais, confusa demais e assustada demais, não sabia ao certo como reagir perto do ruivo, não sabia se podia levar aquilo a diante.

   Saiu do banheiro em passos lentos, Anna e Had dormiam abraçadas contra a cama, você sorriu fraco, aquelas duas realmente precisavam de um descanso, se trocou rapidamente colocando um shorts curto e uma camisa que parecia muito maior do que o próprio corpo, seu celular vibrou na cama, o pegou rapidamente vendo um número desconhecido, franziu o cenho antes de atender a ligação.

   — Alô?

   — Namoradinha do Shoyo?

   Uma voz conhecida se fez do outro lado da linha, você piscou de maneira confusa, passou a toalha contra os cabelos.

   — Acho que sou eu, quem está falando?

   — O Pedro, ele me passou seu número, vim te buscar para falar a verdade, estou aqui na frente do hotel.

   — Como assim você veio me buscar?

   Indagou completamente perdida naquela conversa enquanto jogava a toalha sobre o acolchoado, olhou pela janela se detendo com o homem de cabelos escuros do lado de fora falando no celular, ele suspirou pesadamente, levou uma das mãos até o rosto mau humorado o esfregando sem muita paciência, você quis rir.

   — O Shoyo está deplorável com saudades de você, ele ia vir aqui te ver mas torceu o pé no trabalho, então agora ele está deplorável por estar com saudades e por não poder jogar vôlei.

   Você arregalou os olhos ao escutar as palavras do homem, prendeu o celular contra seu ouvido e ombro correndo pelo quarto em busca de seus tênis de maneira quase que desesperada os calçando rapidamente.

   — Céus, como ele fez isso? Estou descendo.

   Murmurou em um suspiro desastroso enquanto deixava o quarto de maneira silenciosa para não acordar as mulheres que dormiam de maneira pesada contra cama, desligou a ligação por fim descendo as escadas de modo apressado se segurando no corrimão para que não caísse já que vez ou outra tropeçava contra os próprios pés, abriu a enorme porta metálica que dava para o lado de fora se detendo com os fios escuros levemente bagunçados, Pedro piscou de maneira preguiçosa enquanto afastava o celular de seu ouvido o guardando no bolso, deu de ombros.

   — Parece que ele caiu da bicicleta, não parece ser nada muito sério mas ele não está conseguindo andar direito.

   O homem murmurou enquanto se aproximava de você, levou uma das mãos até suas costas lhe empurrando para longe do hotel quase como se quisesse apertar o passo, você revirou os olhos, seu cabelo ainda estava úmido. 

   — Mas ele está bem?

   Indagou volteando o olhar em direção ao homem enquanto atravessavam a rua, ele bufou irritado passando o braço por sua cintura lhe puxando para mais perto para que você não fosse simplesmente atropelada por um carro, lhe soltou rapidamente volteando uma das mãos para suas costas, você engoliu em seco chegando na calçada do outro lado, ele respirou fundo.

   — Olhe por onde anda e sim ele está bem, ele só é dramático, parece que vai morrer se não jogar vôlei — Pedro murmurou mau humorado enquanto andavam pela calçada da rua onde ele e Hinata viviam, você levou o rosto até o homem de cabelos escuros que desviou o olhar rapidamente —, bem, eu tenho alguns assuntos para resolver então vou ficar fora até anoitecer, cuide dele por favor, em hipótese alguma deixe ele tentar cozinhar alguma coisa, Shoyo é horrível na cozinha, principalmente com o pé machucado.

   Disse revirando os olhos parando de andar, você soltou um riso baixo por entre seus lábios concordou com a cabeça o sentindo se afastar de você enquanto abria o pequeno portão da garagem para que você entrasse, nem ao menos teve a chance de se despedir porquê Pedro fechou o portão e saiu logo em seguida, ele parecia realmente apressado. Você respirou fundo andando até a porta de entrada da casa adentrando ali de maneira silenciosa, a casa estaria completamente silenciosa se não fosse pela música levemente alta que vinha de um dos quartos, você suspirou de maneira fraca se aproximando do pequeno corredor andando até o quarto do Shoyo, abriu a porta devagar cerrou os olhos a procura do homem de cabelos ruivos, não estava na cama.

   — Sho?

   Chamou com a voz confusa olhando para os lados, sentiu um par de mãos cutucarem suas costelas por trás de você, um grito fino escapou de seus lábios, se virou rapidamente socando o estômago da pessoa de automático, sentia que nunca havia tomado um susto tão grande em toda a sua vida, viu uma cabeira se curvar para baixo reclamando de maneira lamuriosa passando os braços sobre o estômago.

   — Você... ainda vai me matar antes de eu te pedir em casamento, guarde minhas palavras.

   Shoyo disse de modo sofrido, você respirou fundo sentindo seu corpo ainda tremer de leve, chiou irritada deixando um tapa contra a cabeça do homem que resmungou, lhe empurrou contra a cama, pisou no chão com cuidado antes de subir sobre você, arrancou um riso incrédulo de seus lábios, você arregalou os olhos.

   — Hinata Shoyo, você estava planejando me matar do coração? Eu deveria torcer seu outro pé!

   — Princesa, você deve ter quebrado pelo menos três costelas minhas nesse momento, não reclame — ele disse rindo, aproximou o rosto do seu com cuidado, tocou seus narizes com cuidado, você soltou um riso baixo —, estava com saudades.

   Ele murmurou de modo fraco, você conseguia sentir a respiração quente do ruivo se chocar contra seus lábios, sorriu antes de assentir.

   — Eu sei que você estava com saudades, Pedro deixou bem claro o seu estado deplorável por estar longe de mim.

   Disse de maneira convencida, ele revirou os olhos, correu os lábios por sua bochecha a beijando com carinho, soprou a mesma fazendo com que um riso alto escapasse por entre sua garganta tentando afastar sem sucesso, ele riu contra sua pele.

   — Falou a garota que chorou sobre mim para um desconhecido completamente bêbada!

   Ele elevou a voz aos risos afastando o rosto do seu, você arregalou os olhos o encarando ali, entreabriu os lábios indgnada.

   — Não acredito que o Oikawa te contou isso!

  — Oh, ele também joga vôlei!

   Shoyo disse lhe imitando, você grunhiu arrependida tentando esconder seu rosto sem sucesso, o ruivo sorriu, abaixou o rosto em direção ao seu, deixou um beijo fraco contra seus lábios, você resmungou de maneira envergonhada o sentindo sorrir contra sua boca, subiu uma das mãos até sua cintura a apertando de maneira lenta, afastou seus lábios em um estalo baixo, você abriu os olhos o encarando ali, sorriu de maneira trêmula.

   — Também senti sua falta, ruivinho.

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