Especial Suna
Três Anos atrás
O homem de olhos dourados suspirou pesadamente enquanto arrumava os fios escuros para trás se encarando no espelho, o uniforme da Elite da Inarizaki era preto e deixava as silhuetas de seu corpo completamente a mostra; olhou para o lado se detendo com Aran que mordia uma maçã enquanto lia um artigo sobre proteção ambiental, seu colega de quarto era um completo hippie na opinião de Suna.
— Largue logo isso, Ojiro, nós estamos atrasados.
Ele murmurou mau humorado enquanto enfiava um chiclete de menta na boca o mastigando com força quase como se estivesse a um passo de surtar, o homem de olhos azuis riu enquanto dava mais uma mordida na maçã fechando a revista em suas mãos, se levantou estalando as costas, levou os olhos até o colega de quarto.
— Você parecesse estar enlouquecendo, Suna.
— Pode apostar que eu estou — ele disse de modo ríspido enquanto fuçava em sua mochila em busca de mais um pacote de chicletes sem sucesso, bufou irritado jogando a mochila no chão, levou os olhos em direção ao homem de pele escura que tinha um sorriso pequeno em lábios, estendeu a mão, Aran piscou confuso —, meus chicletes acabaram, me dê os seus.
Ele praticamente mandou com cara de poucos amigos e Ojiro suspirou pesadamente antes de assentir enfiando à mão dentro do bolso da calça preta do uniforme pegando um pacote pequeno de chicletes o entregando a Suna que agradeceu rapidamente o guardando no próprio bolso.
— A quantos dias você não coloca um cigarro na boca?
Ele indagou curioso enquanto jogava os restos da maçã em seu lixo orgânico levando o olhar azulado até Suna que suspirou pesadamente mascando o chiclete mais forte.
— Uma semana, mas parece que eu vou morrer se não colocar um na boca.
— Você vai conseguir, continue mascando os chicletes, vamos.
Aran disse pegando sua arma a guardando no coldre e o homem de olhos dourados assentiu de modo desanimado enquanto praticamente se arrastava para fora dos dormitórios da Inarizaki. Andaram até o pátio onde o restante do pessoal da Elite se encontrava, conversavam de maneira baixa esperando por Kita, bem, era assim todos os dias.
— Suna!
Um dos gêmeos disse andando em direção a Suna, Atsumu Miya tinha um sorriso gigantesco em seus lábios parando em frente ao homem de cabelos castanhos que mascava o chiclete com raiva.
— Miya.
— Eu soube que você está tentando largar o cigarro, né?
Ele indagou encolhendo os ombros e Suna cerrou os olhos antes de assentir de maneira confusa sem saber para que rumo aquela conversa estava sendo levada.
— Estou, por que?
— Fique com isso.
O homem de cabelos tingidos de loiro murmurou enquanto retirava um potinho alaranjado do bolso cheio de comprimidos, tinha uma etiqueta de receita médica, Suna franziu o cenho desconfiado enquanto segurava o potinho entre seus dedos, volteou os olhos dourados até Miya.
— O que é isso?
— Aspirina, vai ajudar você a não sentir tanta vontade de fumar, só não use junto com álcool se não você pode ficar louco e acabar se viciando.
Ele disse rindo e Rintarou engoliu em seco antes de assentir guardando o potinho em seu bolso.
— Valeu, cara, fico te devendo uma.
Suna murmurou deixando um soquinho fraco contra o braço do homem que riu baixinho antes de assentir voltando a andar para perto de seu irmão, a porta grande do pátio de reuniões foi aberta com certa violência chamando a atenção de todos os presentes. Kita adentrou no pátio com mais dois policiais, tinha uma feição calma em seu rosto enquanto jogava algumas pastas na mesa central abaixando a tela esbranquiçada do teto que servia como projetor a ligando.
— Muito bem, podem se sentar.
Ele disse e todos obedeceram quase que de imediato se sentando em suas devidas mesas com suas duplas, o homem de cabelos acizentados claros suspirou pesadamente voltando a segurar as pastas em suas mãos enquanto descia do pequeno palanque onde se encontrava andando em direção as mesas das duplas.
— Ginjima Hitoshi e Omimi Ren, vocês vão ficar responsáveis em investigar as tentativas de terrorismo a torre de Tokyo.
O chefe da polícia disse enquanto jogava a pasta do caso sobre a mesa dos dois.
— Os Miya, vocês vão...
— Por favor diga que é o Serial Killer pervertido que vai atrás de garotas de quinze anos!
Atsumu disse quase que desesperado, ele estava falando daquele caso a semanas, segundo suas palavras ele havia dito que queria matar aquele maldito com suas próprias mãos. Osamu revirou os olhos de maneira irritada bufando irritado, Kita riu baixo antes de assentir jogando a pasta sobre a mesa.
— Investiguem os assassinatos por favor, conto com vocês — ele disse dando uma pausa encarando a última pasta em mãos, levantou o olhar em direção a Suna e Ojiro —, Suna Rintarou e Ojiro Aran, vocês vão ficar com o Kuroo Tetsurou, não tirem os olhos daquele maldito, temos que pega-lo com a mão na massa.
— Sim, senhor.
Suna disse prontamente segurando a pasta em mãos, Kita sorriu.
— Eu vou ficar com a Yakuza, é isso estão dispensados.
•••*•••*•••*•••
Duas semanas haviam se passado desde a última reunião e bem, tomar aspirinas havia virado parte da rotina de Suna, o homem tomava pelo menos duas por dia e Atsumu estava certo, ele nem pensava mais sobre cigarros, não poderia estar mais feliz se não fosse por aquele maldito, aquele maldito bichano, havia sido pego.
— Meu parceiro não vai me largar aqui sozinho seu maldito filho da puta, me solte! Você não imagina o quanto você vai estar ferrado se não me soltar, Kuroo!
Suna gritou completamente possesso amarrado contra a cadeira com uma arma apontada diretamente em sua testa por um homem com uma feição de delinquente e um moicano loiro sobre a cabeça, Kuroo estava encostado contra a parede do outro lado, soltou a fumaça do cigarro por entre seus lábios suspirou de maneira calma.
— Você não está na posição de exigir nada, na verdade é muita cara de pau sua invadir o meu depósito e ainda ficar exigindo — ele disse rindo, passou as mãos pelos fios escuros os colocando para trás, suspirou pesadamente —, Taketora, tire a arma da cabeça dele, não é como se ele fosse conseguir se soltar.
Ele disse e o homem obedeceu prontamente voltando a guardar a arma no cós de sua calça, Suna rosnou irritado balançando o corpo para frente e para trás tentando se soltar a todo custo, bufou com raiva levando os olhos dourados e completamente irados em direção a Kuroo.
— A Nekoma e Yakuza são realmente farinha do mesmo saco, eu mesmo vou fazer questão de colocar vocês dois na prisão!
Ele gritou e Kuroo arregalou os olhos pouco pouco retirando o cigarro de seus lábios, soltou um riso alto negando com a cabeça repetidas vezes enquanto batia a mão na própria coxa, levantou os olhos escuros até Suna, respirou fundo tentando parar de rir.
— A quanto tempo você trabalha na Elite, garoto?
— Dois meses.
— Está explicado então.
Ele disse rindo enquanto voltava a colocar o cigarro por entre seus lábios tragando com força, tinha uma feição divertida em seu rosto, Suna franziu o cenho de modo confuso.
— Do que você está falando?
— O seu chefinho de merda é a porra de um cachorro da Yakuza, ele recebe dinheiro para apagar os rastros deles — Kuroo disse em um suspiro, Suna arregalou os olhos sentindo seu corpo inteiro se tensionar, o coração batia quase que desesperado contra seu peito, Kuroo suspirou ao ver como o garoto havia ficado branco como uma folha de papel —, solte ele, Taketora, ele é só um garoto alienado pelo Kita.
— Não, não — Suna começou com a voz trêmula sentindo seu corpo tremer, sentia seus olhos encherem de lágrimas, não havia entrado na Imarizaki para aquilo, para trabalhar junto com a maldita máfia que matou sua família —, você está mentindo, o Kita, ele não faria isso... ele nunca faria isso, eu...
— Garoto, você vai descobrir a verdade uma hora ou outra, quando isso acontecer você pode trabalhar para mim se quiser, uma coisa eu te garanto, eu odeio a Yakuza com todas as minhas forças.
•••*•••*•••*•••
Naquela mesma noite Suna havia denunciado Kita Shinsuke, também naquela mesma noite Suna havia misturado aspirina e álcool, precisava se distanciar da realidade.
Se distanciar da polícia.
Se distanciar da Yakuza.
Se distanciar de si mesmo.
Ou simplesmente acabaria enlouquecendo.
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