5.2

Já haviam se passado três dias desde o transplante de medula que Kenma havia se submetido, seu corpo havia finalmente aceitado, mas mesmo assim ele ainda não havia acordado, mesmo que houvessem o retirado do coma induzido o homem de cabelos loiros continuava a dormir como uma pedra, o médico disse que isso aconteceria, afinal, o transplante era um procedimento extremamente dolorido, seu corpo precisava do máximo de descanso possível.

   Estava dormindo completamente encolhida contra a poltrona macia que focava de frente para a maca de Kenma, não sabia ao certo a quantas horas estava ali, havia passado a noite juntamente ao mais novo, conseguia sentir a luz do sol da manhã se infiltrar pelas frestas da cortina que cobria a enorme parede de vidro do hospital, se chocava contra a pele de suas pálpebras, resmungou baixinho se remexendo mais contra a poltrona de modo sonolento.

   Sentiu alguém retirar a coberta de seu corpo cuidadosamente, passou o braço por baixo de suas pernas lhe puxando para cima segurando seu corpo com cuidado por entre os braços, você murmurou algo de maneira sonolenta, estava cansada demais para conseguir ao menos abrir os olhos, pressionou a bochecha contra o peitoral do homem que lhe carregava para fora do quarto.

   Suas pálpebras tremeram, abriu os olhos devagar se detendo com Suna, ele tinha uma feição calma em seu rosto, abaixou os olhos dourados em sua direção, sorriu, lhe jogou suavemente para cima segurando seu corpo de modo mais firme, você piscou de maneira preguiçosa.

   — Rinrin?

   Chamou com a voz baixa, ele arqueou uma das sobrancelhas.

   — Sim, Ma chérie?

   — O que você está fazendo?

   — Te levando para casa, você precisa descansar um pouco, nós dois na verdade, Kyoko e Lev vão ficar de olho nele agora.

   — Podemos voltar mais tarde?

   — Claro que podemos, princesa.

   Ele disse com a voz suave, você sorriu antes de assentir de maneira preguiçosa, volteou a fechar os olhos, estava completamente cansada, sua bochecha pressionada contra o peitoral do maior que lhe carregava até o estacionamento do hospital, não demorou muito para que estivessem dentro do carro, abriu os olhos devagar olhando ao redor enquanto deslizava mais o corpo contra o banco de couro se espreguiçando por completo, Suna deu a volta entrando pela porta do motorista, bocejou, os olhos dourados caíram sobre si.

— Quer parar e comer em algum lugar antes de ir para casa?

Ele indagou se curvando sobre si com cuidado, arrumou seus cabelos os acariciando com cuidado, você negou com a cabeça devagar, abriu um sorriso curto em lábios.

— Quero dormir, você parece completamente cansado também.

— Nunca estou cansado para cuidar de você.

Suna disse com a voz baixa, os olhos dourados corriam por seu rosto, quase como se quisesse gravar cada um de seus traços, você riu baixinho, encolheu os ombros.

— Também precisa cuidar de si mesmo, Suna Rintarou

Você murmurou, ele grunhiu.

— Céus, não me chame de Suna Rintarou.

— Oras, mas esse é o seu nome.

— Para você não.

Ele disse mau humorado enquanto dava a partida no carro, você riu incrédula arqueando as sobrancelhas, cruzou os braços o vendo dirigir para fora do estacionamento se infiltrando nas ruas de Paris, ele parecia visivelmente irritado.

— Vamos lá, não me diga que você ficou genuinamente irritado com isso.

— Fiquei.

Você revirou os olhos ao ouvir suas palavras, encostou a cabeça contra o apoio do banco.

— Não seja tão infantil, Suna Rintarou.

— Pare de me chamar assim!

   — Mas esse é o seu nome!

   Você disse rindo, ele bufou, volteou a atenção para o trânsito, ficaram daquele modo por alguns segundos, completamente no silêncio, por uma fração de segundos você pensou ter o escutado fungar baixinho, levou os olhos até o mais velho se detendo com ele limpando a bochecha no ombro.

   — Você não me ama.

   Você arregalou os olhos ao escutar suas palavras.

   — Claro que eu te amo!

   — Eu estou te tratando com carinho e você me chama pelo nome, isso não é amor.

   — Pare de ser dramático.

   — Eu não estou sendo dramático.

   — Claro que está.

   Bufou irritada, jogou mais o corpo contra o banco, Suna suspirou.

   — Está bem, S/N.

   Ele disse por fim, você cerrou os olhos irritada volteando o rosto até o mais velho.

   — Ma chérie.

   Você praticamente rosnou, ele cutucou a bochecha com a língua, deu de ombros.

   — Ma chérie não é o seu nome até onde eu sei.

   — Suna, pare com isso! Por deus!

   — Então pare de me chamar pelo nome!

   — Mas que porra, Rinrin, amor, lindo. Pronto, satisfeito?

   Você chiou fechando os olhos com raiva, Suna riu.

   — Viu? Você não morreu.

   — Cale a merda da sua boca.

   — Me desculpe, Ma chérie.

              
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   Não sabia quanto tempo havia ao certo se passado desde o momento que você e Suna jogaram o corpo contra a cama de modo completamente acabado, se sentia esgotada, talvez horas houvessem se passado, mas sentia como se tivesse dormido apenas por cinco minutos.

   Abriu os olhos de maneira preguiçosa, se remexeu sobre o acolchoado, estava deitada contra o peitoral de Suna, sua coxa estava por entre as pernas do mais velho, um de seus braços longos rodeava a sua cintura de modo firme, como se mesmo que estivesse dormindo ele teria a plena certeza que você estaria ali.

   — Rinrin.

   Você chamou com a voz baixa, esfregou sua bochecha contra o peitoral nu do homem, ele suspirou lhe abraçando mais forte ainda com os olhos fechados.

   — Hum?

   Murmurou de modo sonolento, você sorriu.

   — Eu amo muito você.

   Ele abriu os olhos devagar ao ouvir suas palavras, levou as orbes douradas em sua direção, lhe puxou para mais perto, deixou um beijo fraco contra o topo de sua cabeça.

   — Eu também amo muito você, princesa.

   — Eu estava pensando... — começou com a voz baixa enquanto levantava o rosto para o encarar, Suna piscou devagar de modo preguiçoso — você gostaria de morar aqui comigo? Em Paris? Você poderia arrumar um emprego aqui.

   Você disse, ele riu baixinho antes de assentir, lhe abraçou mais forte.

   — Seria ótimo se eu pudesse, mas para falar a verdade qualquer lugar com você está bom para mim.

   — Como assim se você pudesse?

   Indagou com a voz baixa, Suna suspirou, levou uma das mãos até seus cabelos os acariciando com cuidado.

   — Eu não posso deixar o Kuroo, Ma chérie, se o Kita descobrisse eu estaria automaticamente morto — ele murmurou, os olhos dourados examinaram seu rosto — Por que está perguntando isso?

   Você engoliu em seco, negou com a cabeça devagar, encolheu os ombros.

   — Nada de mais, apenas curiosidade.

   Desistiria do museu, se Suna não poderia ficar ali sem arriscar sua vida era isso que faria, poderia encontrar outro bom emprego no Japão.

   Seu celular tocou, você resmungou sonolenta se sentando sobre a cama afastando o seu corpo do de Suna, tateou o acolchoado em busca do celular o atendendo rapidamente, a voz de Kyoko se fez presente no outro lado da linha, a mulher parecia eufórica, ofegante.

   — O Kenma acordou.

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