2.5
Estava sendo uma madrugada péssima, tanto para você quanto para o Kenma.
— Isso, coloque tudo para fora.
Você murmurou com a voz cansada abaixada por trás do homem de cabelos loiros que estava ajoelhado de frente para o vaso sanitário vomitando de maneira violenta, esfregava sua mão com força contra suas costas o escutando chorar de modo soluçado enquanto limpava a boca devagar.
— Eu não aguento mais isso, seria melhor se eu morresse logo.
Ele murmurou com a voz fraca tentando se levantar com dificuldade, você sentiu seu coração se apertar se pondo de pé rapidamente o ajudando a se levantar com cuidado andando em passos curtos em direção a pia para que ele pudesse lavar a própria boca.
— Não fale essas coisas, Kenma, logo logo o tratamento vai acabar e você vai fazer a cirurgia e tudo vai ficar bem.
Você disse com a voz calma colocando uma das mechas loiras por trás da orelha do mais novo que cuspiu a água contra a pia ajeitando a postura, ele se soltou de você andando em direção a própria cama ofegante se jogando contra o acolchoado. Você suspirou pesadamente andando em sua direção pegando a bacia com água gelada e o paninho molhado se sentando na pontinha da cama voltando a colocar o paninho sobre sua testa, ele ainda estava fervendo em febre, mesmo com os remédios.
— Não vai...
Ele começou com a voz falha tossindo levemente e você suspirou passando os dedos pelos fios loiros os acariciando de modo delicado.
— Não vai o que meu amor?
Você perguntou suavemente, Kenma abriu os olhos cor de mel devagar lhe encarando ali, engoliu em seco.
— Não vai ficar tudo bem quando eu melhorar, você vai ir embora, o Kuroo havia dito que você ficaria apenas até eu melhorar ou a sua faculdade acabar.
Ele disse com a voz fraca, você arregalou os olhos de modo surpreso, não, aquela era outra situação, você não conhecia Kenma, você não conhecia Suna, você negou com a cabeça devagar.
— Kenma, eu não vou...
— Bem, não era como se eu pudesse esperar nada mais de alguém que é paga para ser minha amiga.
Ele sussurrou soltando um risinho fraco entre seus lábios, você sentia seu estômago se embrulhar por completo, como se estivesse lutando contra o restante de seus órgãos, os devorando por completo. Molhou o paninho mais uma vez na água gelada antes de o colocar contra seu rosto novamente o escutando resmungar baixinho.
— Kenma, eu não sou sua amiga porque sou paga, eu sou paga para cuidar de você, virar sua amiga só foi um brinde de presente empacotado em um mau humorado viciado em jogos.
Você balbuciou o fitando ali o vendo assentir devagar fechando os olhos de modo preguiçoso, você continuou com a voz baixa.
— Mesmo que eu precise ir embora eu nunca vou parar de ir te visitar ou conversar com você, não vai se livrar tão fácil de mim, gatinho.
— Acho bom, ou eu mando o Kuroo jogar você no fundo do mar.
— Tudo bem, eu sempre quis fazer um mergulho de graça.
— Um mergulho sem volta.
— Exatamente — você murmurou retirando o paninho de seu rosto voltando a acariciar seus fios loiros —, agora tente dormir um pouco, está bem?
Você pediu e ele assentiu devagar, você se colocou de joelhos contra um travesseiro no chão apoiando seus braços e seu rosto no colchão lhe encarando ali à espera caso ele precisasse de alguma coisa, qualquer coisa. Não demorou muito para que você mesma acabasse pegando no sono naquela mesma posição, sua mão segurava o pulso de Kenma de modo inconsciente como se quisesse ter certeza de que ele ainda estaria ali.
Não sabia ao certo quanto tempo havia passado mas acordou ao sentir alguém acariciar sua bochecha com o polegar, você abriu os olhos devagar se detendo com Suna agachado ao seu lado murmurando alguma coisa que você não havia entendido.
— O que?
Murmurou com a voz fraca o vendo abrir um sorriso curto, os olhos dourados correram de Kenma deitado até você novamente.
— Vá para o quarto dormir um pouco, eu cuido dele daqui em diante.
Ele repetiu com a voz calma, você negou com a cabeça quase que automaticamente.
— Não posso, ele pode precisar de alguma coisa e eu...
— Ma chérie — ele disse com a voz séria lhe cortando, você engoliu em seco —, se você quer conseguir cuidar dele direito você também precisa descansar, eu já dormi o bastante eu vou cuidar dele agora, sem espaço para discussões, vai dormir.
— Está bem.
Você murmurou com a voz falha estendendo a mão para ele como se pedisse ajuda para levantar, ele sorriu fraco enquanto ficava de pé segurando sua mão lhe ajudando a se levantar, seu corpo se chocou contra o dele devagar, levantou o rosto em sua direção, Suna aproximou o rosto do seu com cuidado deixando um beijo suave contra seus lábios em um estalo baixo.
— Durma bem, princesa.
Ele sussurrou em seus lábios e você assentiu deixando um último beijo em seus lábios antes de arrastar seu corpo para fora do cômodo em direção ao seu quarto, jogou seu corpo contra a cama macia de modo cansado afundando o rosto contra o travesseiro, você realmente precisava descansar.
❦ ════ •⊰❂⊱• ════ ❦
— Kenma abra a merda dessa boca.
Você disse com a voz mau humorada sentada na cama ao seu lado segurando uma tijela cheia de mingau de arroz e uma colher, o sol da manhã estava forte adentrando contra a janela, Kenma resmungou revirando os olhos.
— Não fale assim comigo, eu estou com febre.
— Não, Senhor, a sua febre já abaixou a muito tempo, pare de usar isso como desculpa e abra a boca.
— Não.
— Kozume Kenma, abra a porra da boca você precisa comer alguma coisa.
Você chiou e ele bufou irritando negando com a cabeça diversas vezes, prensando os lábios um contra o outro como se negasse a comer aquilo. Vocês ficaram brigando por alguns segundos até que barulho de passos fossem ouvidos, vocês levaram o olhar se detendo com a mulher de cabelos pretos adentrando no quarto com o rosto sério, os olhos acinzentados caíram sobre Kenma, ela ergueu o queixo.
— Coma o mingau, eu que fiz, deu trabalho para fazer — ela disse com a voz firme, o homem estava prestes a negar com a cabeça quando ela cerrou os olhos —, tem certeza que quer que eu faça você comer isso? S/N, me dê a tijela.
Ela disse dando dois passos para frente, Kenma arregalou os olhos arrancando a tijela de suas mãos.
— Não precisa, eu como sozinho.
Ele murmurou de modo mau humorado comendo com uma careta de desgosto, você riu baixinho levando os olhos em direção a mulher que enfiou às mãos nos bolsos.
— Ele ainda está dormindo?
Você indagou inquieta e ela assentiu antes de bocejar.
— Ele está acabado, tente o acordar mais tarde para comer alguma coisa quando nós formos para o médico.
Ela disse e você arqueou uma das sobrancelhas.
— Kyoko, quem diria, você está preocupada com o Suna?
— Cale a boca.
Ela murmurou irritada deixando o quarto e você riu baixinho levando os olhos até Kenma novamente, aliviada que ele estava melhor.
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