0.2
Ele falava de maneira calma, você franziu o cenho de modo confuso lhe encarando ali enquanto Kuroo levava o baseado em direção aos próprios lábios soltando a fumaça doce logo em seguida, a sala estava completamente infestada pelo cheiro da maconha, você mesma já se sentia um pouco mais lenta, apoiando a bochecha contra o estofado pendendo a cabeça um pouco para o lado encarando o homem ali, sua mente parecia leve, você encolheu os ombros.
— Fazer companhia para o seu garoto? Não seria melhor contratar um enfermeiro para isso?
Você indagou com a voz baixa se espreguiçando no sofá, o homem bufou antes de negar com a cabeça, um sorriso irritado em seus lábios.
— Como se aquele maldito fosse aceitar ser tratado por um enfermeiro, não quero que ele te veja como uma funcionária mas sim como uma amiga, o médico disse que ele precisa socializar e respirar novos ares — ele murmurou enquanto colocava os fios escuros para trás de modo impaciente —,vai fazer bem para a recuperação dele, mas ele apenas fica trancafiado no quarto jogando videogame o dia inteiro.
Você encolheu os ombros de modo indeciso sem saber muito bem como responder aquilo, suspirou pesadamente, o homem jogou o baseado já praticamente acabado em um cinzeiro que ficava ao lado do sofá, volteou os olhos escuros em sua direção.
— Por que você veio perguntar isso justamente para mim? Digo, tem muitos outros dançarinos que eu acho que gostariam de ter a oportunidade de ganhar o mesmo tanto por noite sem ter que dançar.
Ele riu ao escutar suas palavras, negou com a cabeça enquanto se ajeitava no sofá, seus olhos estavam completamente vermelhos.
— O Shoyo me disse que você odeia dançar e está aqui apenas por mais alguns meses até terminar a faculdade, certo? — ele indagou arqueando as sobrancelhas, você arregalou os olhos de modo assustado, não conseguia acreditar que Hinata realmente havia falado coisas daquele tipo para o chefe. Você engoliu em seco antes de assentir, o homem sorriu — Então o que mudaria para você trabalhar aqui ou fazendo companhia para um garoto doente se você ganharia a mesma quantidade de dinheiro? Suna pode te levar e buscar da faculdade então não se preocupe com isso, você também não precisaria dançar, isso parece algo bom para você?
Ele indagou com a voz baixa, você bufou levando o olhar em direção ao segurança que permanecia com uma expressão neutra no rosto, encarava vocês dois de maneira cautelosa, você suspirou desviando o olhar dos olhos dourados de Suna, volteou a atenção em direção ao homem que permanecia sentado ao seu lado, ele sorriu quase que de maneira esperançosa.
Você pendeu a cabeça para o lado, bem, era realmente uma proposta boa, seria dinheiro fácil do mesmo modo e você não precisaria ficar se submetendo a olhares maliciosos, mãos bobas ou cantadas que faziam seu estômago revirar de raiva, e bem, você sabia que provavelmente se sentiria culpada pelos restos de seus dias se negasse aquilo, se negasse fazer companhia para aquele garoto. Você bufou antes de assentir por fim, Kuroo abriu um sorriso de orelha a orelha.
— Mas eu vou ficar até o dia em que terminar a faculdade, nenhum dia a mais, eu também quero ter um tempo do dia para fazer os meus trabalhos do curso.
Você disse de modo sério e Kuroo apenas riu antes de concordar com a cabeça, ele encolheu os ombros.
— Como quiser, querida— ele disse enquanto se levantava do sofá se colocando de pé e esticando o corpo para se espreguiçar, levou os olhos em direção ao homem que permanecia escorado na parede —, Suna, eu irei com outro motorista, pegue o carro e leve a Senhorita S/N para casa para que ela possa pegar suas coisas, não cheguem muito tarde, por favor.
— Sim senhor — o homem respondeu se curvando suavemente vendo o chefe sorrir antes de assentir, não demorou muito para que ele saísse da sala por fim os deixando sozinhos, o segurança suspirou enquanto andava em sua direção, ofereceu a mão, você apenas aceitou em silêncio enquanto se levantava se equilibrando naqueles saltos gigantes, ele riu, você revirou os olhos — É melhor você tirar isso, vai acabar caindo de cara no chão, eu vou fazer questão de filmar tudo.
Ele murmurou de modo irritante retirando o celular fino do bolso, você bufou antes de mostrar o dedo do meio para ele que apenas sorriu de modo petulante, encolheu os ombros.
— Vou no vestuário me trocar, me espere do lado de fora.
Você disse simplesmente sem esperar uma resposta enquanto andava pisando forte para o lado de fora da sala, a música alta se fazendo presente mais uma vez, você bufou, Kyoko permanecia do lado de fora, ela lhe olhava como se perguntasse se havia ocorrido tudo bem e você apenas assentiu agradecendo baixinho antes de voltar para o seu caminho se espremendo no meio daquela quantidade excessiva de pessoas, olhou para o palco, Hinata estava lá dançando sem pudor enquanto se agarrava a barra de ferro esfregando o corpo suavemente.
Você sorriu, bem, não era novidade ele ter alguém que sempre pedia por uma sala privativa, Shoyo era realmente bonito, pôde ter certeza disso quando os gritos foram escutados no momento em que o ruivo girou sensualmente contra a barra de ferro. Você suspirou enquanto continuava seu caminho em direção ao vestuário, realmente não sentiria falta nenhuma daquele clube, poderia sair com Hinata casualmente, não precisava ir até lá para que se encontrasse com o ruivo.
Não demorou muito para que finalmente chegasse, agradeceu mentalmente por estar vazio, você não se dava muito bem com os outros dançarinos com exceção de Shoyo. Retirou o sobretudo rapidamente e logo em seguida a lingerie incômoda e os saltos altos que machucavam deus pés, você vestiu uma calça jeans esbranquiçada e larga colocando um cinto para prendê-la contra a cintura e um moletom amarelado que chegava até o começo de suas cochas, calçou os tênis surrados e colocou a mochila nas costas enquanto andava em direção a porta do vestuário que dava para a saída dos fundos.
Abriu a porta, o ar frio bateu com força contra seu rosto arranhando suas bochechas, você tremeu suavemente enquanto pisava no lado de fora fechando a porta logo atrás de si, olhou para o lado, Suna estava ali, distraído, um cigarro Djarum Black em seus dedos, fumaça escapava por seus lábios enquanto ele encarava o céu; pela primeira vez você pode lhe fitar com atenção, seu terno era completamente negro, suas unhas estavam pintadas de um esmalte vermelho meio fosco, conseguia enxergar o começo de uma tatuagem nos nós de seus dedos. Ele olhou para o lado lhe encarando ali com os olhos dourados, sorriu, você engoliu em seco quando ele abaixou o olhar para o seu corpo.
— Vamos.
Ele disse por fim jogando o cigarro no chão e pisando em cima enquanto desviava o olhar enfiando às mãos grandes nos bolsos do terno, você apenas assentiu o seguindo até um Cadillac CT5 preto, por alguns segundos você sentiu que o ar havia sumido de seus pulmões, você não poderia entrar em um carro daqueles, era equivalente a mais de dez mil noites de trabalho.
E se eu acabar estragando ele? Como diabos eu vou conseguir pagar isso?!
Você perguntou para si mesma com medo de sequer encostar no carro, o segurança bufou enquanto abria a porta para você.
— Vamos pare de pensar tanto e entre de uma vez, acha que eu não estou cagando nas calças por ter que dirigir esse carro? Entre logo nós estamos na mesma situação.
Ele disse levemente impaciente e você apenas assentiu de maneira receosa enquanto entrava no carro com medo de simplesmente encostar na fuselagem do carro, se sentou sobre o banco macio com cuidado colocando o cinto, o homem sorriu fechando a porta enquanto dava a volta no veículo se sentando no banco do motorista, ele lhe olhou enquanto colocava o cinto.
— Onde você mora?
— Perto da T.K.Y UNI.
Ele assentiu enquanto ligava o botão de partida, os olhos dourados ainda presos em você, você apertou as unhas nas palmas de suas mãos como se tentasse se forçar a não desviar o olhar, sentia que perderia algo se fizesse aquilo, ele lhe olhou de cima a baixo antes de sorrir.
— É lá que você faz a sua faculdade? — ele indagou e você assentiu, Suna suspirou — Qual curso você faz?
— Artes visuais.
— Você não tem cara de artista.
— E você não tem cara de segurança.
Você disse, ele riu, desviou o olhar pousando as mãos sobre o volante.
— Você tem sotaque, de onde você é?
— França. Eu vim para o japão quando tinha uns dez anos mais ou menos junto com minha família.
Ele sorriu e assentiu dando partida no carro se infiltrando nas ruas iluminadas de Tokyo.
— Então vamos, ma chérie.
Ele disse, você riu baixinho achando fofo o modo que sua língua se enrolava enquanto falava uma palavra francesa.
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