3⚡CHAPTER SEVEN: NEVASCA

Chapter Seven: Nevasca

Savitar continuava segurar Jane e Barry contra o teto. Wally estava preso dentro daquela espécie de casulo criada pela pedra brilhante de Alquimia.

— Vocês podem servir a Força de Aceleração, Flash e Fúria Escarlate, mas eu a comando. Vocês são apenas meros velocistas fracos, mas eu sou um Deus. Seu Deus. Eu sou Savitar. — Alquimia e os seus capangas monges se ajoelham.

Joe dá duas cotoveladas nos capangas que o seguravam e depois os derruba com socos. O mesmo prepara sua pistola na mira de Barry e Jane sem saber o que os segurava contra o teto.

— Atire nele! — Jane gritou.

— Não estou vendo! — Joe afirmou.

— Só atira. — Barry respondeu.

Joe começou a atirar. As balas não serviam de nada. Caíam ao chão logo após bater na armadura blindada. Alquimia pegou sua pedra, que estava jogada ao chão e correu para longe dali.

— Vamos dar uma corrida? — Savitar perguntou. O maligno velocista começou a correr pela cidade arrastando Jane e Barry pelo chão. Ele era tão rápido que criava brechas entre os lugares da cidade, se teletransportando. Os dois velocistas nunca haviam visto algo assim. Savitar dava pausas entre a corrida para dar socos em Barry e Jane. — Já cansaram?

— Nem de perto. — Barry disse. O mesmo tentou correr até Savitar em super velocidade, mas o vilão reapareceu em suas costas o chutando para o outro lado do terraço do prédio. Logo depois o vilão surgiu na frente do Velocista Escarlate e o deu um doloroso soco no abdômen, o deixando caído.

— Barry!! — Jane gritou. — Seu desgraçado! — A mesma começou a atirar raios, mas eram inúteis. Assim que o atingia, eram destruídos. A armadura dele era muito poderosa. Savitar conseguiu a segurar pelo pescoço e a dar diversos socos e depois um chute em seu peito. Estava caída.

— Ainda estão vivos aí embaixo? Vocês são apenas sombras sob meu trono. — Savitar afirmou. — Vocês são o passado, mas eu... Eu sou o futuro!

Caitlin e Cisco surgiram de uma brecha. Cisco conseguira usar seus poderes para abrir um portal para o prédio onde Barry e Jane estavam.

— Não consigo o ver! — Caitlin diz.

— Atira logo! — Cisco disse. Caitlin atirou duas grandes rajadas de gelo, congelando Savitar. A armadura do velocista estava ali visível. Em questão de segundos, o mesmo fugiu dali em raios azuis cintilantes. — Ai meu Deus! Que dor! Eu vou sentir isso amanhã. Esse foi um uso novo e doloroso dos meus poderes. Vocês estão bem?

— Sim, estou. — Barry disse.

— O que era aquela coisa? — Jane perguntou. — Ela era muito rápida. Obrigada por virem, Cisco e Caitlin.

Wally continuava preso no casulo. Ele estava sendo mantido nos Laboratórios Star. Todos estavam muito preocupados com o destino do pobre garoto.

— Barry, você já está se curando. Jane, você também. Vocês vão ficar bem logo. Cisco, sua ressonância mostra mudanças na morfologia similares com as de um mini derrame. Eu não tentaria abrir nenhuma brecha tão cedo.

— Espere, mini derrame?! Não pode falar isso e ignorar. O que que isso quer dizer? Significa que terei essa enxaqueca pro resto da minha vida?

— Significa que você deve tomar algumas aspirinas e ficará bem.

— Ufa! — Ele disse aliviado. Jane deu algumas risadas internas. — Da próxima vez, comece dizendo isso.

— Caitlin, eu sei o risco que assumiu usando seus poderes para ajudar eu e o Barry. Muito obrigada.

— É pra isso que servem as amigas. Eu vou ver o Wally agora. — Ela disse.

— Certo. — Jane respondeu.

— O que foi aquilo? Aquele negócio congelado? — Cisco perguntou.

— Não sei. Agora sabemos que o Alquimia era só um lacaio. Aquela coisa é o nosso verdadeiro inimigo. 

— Você e Barry eram os únicos que podiam enxergá-lo? Tipo... Por quê?

— Vocês dois são velocistas. Talvez tenha haver com isso. — Cisco sugeriu.

— Talvez, mas eu acho que ele é mais rápido que um velocista. Quando ele nos pegou, não parecia que estávamos nos movendo. Era muito rápido. Muito mais rápido que eu e a Jane.

— Ele disse mais alguma coisa?

— Ele disse que o nome dele é Savitar.

— O Deus hindu do movimento. — HR disse antes de dar um gole em seu café expresso que segurava.

— O quê? Como sabe disso?

— Sou um gênio das palavras- cruzadas em duas Terras. Doze na horizontal, sete letras, Savitar. O Deus hindu do movimento. — Ele explicou.

— Ele disse que era Deus. — Jane disse.

— Ah, que legal! Isso não é nem um pouco assustador. — Cisco disse.

O Time vai até a sala em que Wally estava. O garoto estava deitado dentro do casulo. Era extremamente bizarro. Seja lá o que aquela pedra tinha feito com ele, não era nada bom.

— Já sabem alguma coisa?

— O Wally está vivo lá dentro, mas seus sinais vitais estão muito fracos e sua função cerebral está baixa. É típico de um paciente em coma. — Caitlin disse.

— Eu fiquei em coma depois que recebi meus poderes. Talvez seja um processo semelhante. — Barry sugeriu.

— Podemos tirar ele? — Jane pergunta.

— Uma lagarta em crisálida tem seu corpo que é uma sopa de enzimas até virar uma borboleta. Se esse casulo está fazendo o mesmo com o Wally, eu... Eu realmente não sei. — Caitlin disse.

— Tem razão. Não sabe. Nenhum de nós sabe o que está acontecendo lá dentro. Me sinto um completo idiota parado aqui ouvindo. — Joe diz saindo.

— Pai, por favor.

— Eu já disse que não tive a educação que vocês têm. A ciência daqui é basicamente grego pra mim, mas o que eu tenho é a minha habilidade de detetive e meus instintos e várias vezes eu deixo de usar porque todos vocês falam que vai ficar tudo bem, então esse é o resultado. Não está nada bem.

— Olha só, eu sinto muito, Joe.

— Sei que sim, mas não posso ficar aqui parado. Meus instintos me dizem que preciso fazer algo. — Joe afirma.

— Eu vou até em casa. Minha mãe tá lá.

— Filha, oi. — Eliza disse se levantando.

— Oi mãe. — Jane a abraçou.

— Faz tempo. — Ela afirmou.

— Claro que faz. A senhora nunca aparece aqui. A minha vida de velocista é muito corrida. — Jane afirma.

— Eu entendo. Você é a Fúria Escarlate. Você deve ser muito ocupada. Desculpe por tomar o seu tempo. Eu só queria ter um momento entre mãe e filha.

— Certo. O que quer fazer?

— O que acha de tomarmos um chá?

— Claro. — Jane responde pegando o chá que estava nas mãos de sua mãe. Estava quente. — Tá muito quente!

— Eu sei que está. Fiz agora a pouco. Então, como está indo sua vida?

— Uma loucura. O Julian é um idiota, não consigo ter muitos momentos românticos com o Barry, um novo velocista mais rápido que eu apareceu e mais outras coisas. Está uma loucura.

— Caramba. Isso é coisa demais.

Um silêncio se fez. Nenhuma das duas disse nada. Jane colocara o chá na mesa quando percebeu um pacote de drogas caído no chão. Caiu do bolso de Eliza.

— Quer saber? Chega! Cansei!

— Como assim, querida?

— Não vem com esse papinho de querida não. Você vai embora da minha vida como uma drogada, volta pra Central City pra buscar mais drogas e depois de fazer toda a merda, retorna para a cidade querendo se redimir? Mentirosa! Você continua sendo uma drogada de merda! Mãe, eu não consigo olhar pra você! Eu só consigo pensar em como você me abandonou! Sabe o quanto eu chorei naquele dia da festa do prefeito? Claro que não! Você estava ocupada demais olhando para as drogas no balcão em vez de olhar pra sua filha chorando. Eu tentei te dar uma chance, mas não tem como! Eu cansei de fingir!

— Jane, eu só...

— Não quero ouvir! Chega! Você continua sendo uma drogada. Vai embora de Central City. Eu e meu pai estamos muito melhores sem você.

— Voltei. — Jane disse limpando suas lágrimas. Somente Barry estava ali.

— Querida, o que aconteceu?!

— É a minha mãe, Barry! — Jane não podia conter o choro. — Eu estava tomando chá com ela quando percebi um pacote de drogas caído no chão. Ela continua sendo uma drogada. Eu não consigo mais suportar isso! Eu só quero alguém que me ame o suficiente!

— Ah, querida! — Barry a abraçou. — Eu te amo, tá bem? Eu te amo muito!

— Não o bastante. — Ela disse.

— Sim. O bastante sim. Eu não vou te abandonar. Essa é uma promessa.

— E se você não a cumprir?

— Eu irei. Eu juro que irei.

— É... Estou interrompendo algo? — Cisco perguntou entrando na sala.

— Não. — Jane respondeu.

— Certo. Alguém viu a Caitlin?

— Ela disse que iria fazer uma coisa.

— Ah, tá. — Cisco respondeu. O mesmo começou a trabalhar em um tipo de protótipo ali fazendo cálculos.

— O que você está fazendo? — Iris perguntou chegando até a sala.

— Tentando achar um jeito de abrir portais pela cidade sem me causar um derrame. — Ele respondeu. — Eu consigo abrir portais transdimensionais tranquilamente, mas por que não consigo abrir um portal intradimensional? Deveria ser mais fácil, afinal é no mesmo universo.

— O que está acontecendo aqui? — Joe perguntou chegando até a sala.

— É... Peraí, Joe. Como assim?

— A Caitlin interrompeu o meu interrogatório com o capanga do Alquimia que capturamos dizendo que o Wally havia saído do casulo e estava bem. — Joe explicou.

— O quê? — Iris perguntou. — Eu nem a vi sair daqui. — Ela afirmou.

— Ela disse que tinha que fazer uma coisa importante. — Barry disse.

— Droga! Vamos até a delegacia!

— A SWAT precisa estabelecer isolamento até a Gleason. Vão. — O detetive Patterson disse.

— Detetive Patterson, o que...

— Allen e Alisson West. Bem quem eu queria ver. O amigo de vocês está em apuros. Uma meta humana mulher atacou a delegacia e sequestrou Julian.

— O Julian?! Mas espera, vocês sabem quem é essa meta humana?

— Não exatamente, mas ela é esperta. Desligou as câmeras para não podermos identificá-la. — O detetive disse mostrando uma gravação. Caitlin destruía a câmera nele. Nos poucos segundos exibidos, foi possível notar que seus olhos estavam brancos como os de Nevasca. — Achei que vocês poderiam reconhece-la talvez.

— Não. Por que ela levaria o Julian?

— Ela é uma meta. Todos são malucos, mas não se preocupe. Vamos pegar ela.

— Droga. O que você está fazendo? O que você está fazendo, Caitlin?

— Eles ainda não sabem que é a Caitlin, então temos que achá-la antes deles.

— Savitar? E esse tal de Savitar? — HR perguntou de forma entusiasmada.

— Primeiro a Caitlin, depois isso.

— Isso mesmo. Eu concordo com a Jane. Vamos achar a Caitlin. — HR disse.

— Vamos achar a Caitlin e depois?

— Não sei. Ela não tá pensando direito.

— Ela está se tornando a Nevasca, assim como na minha vibração.

— Não sabemos disso ainda.

— Nos dias em que ela estava fora, foi visitar sua mãe. Ela disse que quanto mais rápido usasse seus poderes, mais rápido eles iriam dominá-la. Salvar vocês dois do Savitar deve ter feito ela extrapolar os limites. — Cisco disse.

— E como vamos achá-la?

— Não sei. Eu tentei procurar o celular dela e o do Julian, mas não encontrei nada. Deve ter jogado os dois fora.

— Se me permitem apresentar uma ideia... — HR disse.

— Que ótimo! Mais ideias do gênio!

— Você não chama o gênio, o gênio chama você. Perguntinha: Como pegaram o Capitão Frio? Eu li sobre ele. Parece um cara astuto, fala devagar, mas o método operante dele é bem similar ao de Caitlin. — HR disse.

— Não, não vai funcionar. Pra determos o Capitão Frio nos o rastreamos usando o satélite para achar assinaturas ultravioletas. Espere, é isso!

Bingo! — HR disse batendo suas baquetas uma na outra.

Cisco começa a procurar Caitlin através dos satélites. Olha lugar por lugar.

— Não, nada perto da delegacia.

— Espera aí e aquilo?

— Depósito de comida congelada.

— Ela tá lá. — Jane afirmou.

— A Jane tem razão. Vejam. — Cisco hackeou as câmeras do lugar. Caitlin estava junto de Julian trabalhando em algo em um notebook. — Lá está ela. Vou isolar o sinal para que mais ninguém consiga ver. Isso vai nos dar uma vantagem contra a polícia.

— Jane e eu vamos descobrir o que ela está obrigando o Julian a fazer.

Jane e Barry colocam seus trajes e correm até o lugar. Caitlin estava prestes a matar Julian até a morte.

— Para! — Jane disse.

— Saiam daqui!

— Sabe que não podemos fazer isso.

— O que estão fazendo?! Acabem com ela! Acabem com ela! — Julian disse.

— Você não quer fazer isso. Você não quer ferir ninguém, eu sei disso.

— Ela está disposta a ferir. Acabem logo com essa... — Jane dá um soco forte no rosto de Julian, o desmaiando.

— Eu esperei tanto pra fazer isso.

— Ele fala demais. Caitlin...

— Me deixem sozinha, Barry e Jane!

— O que você está fazendo?

— Eu tenho que achar o Alquimia!

— Nós vamos achá-lo. Juntos.

— Não! Vocês não entendem. Eu não quero acabar com ele! Eu quero pedir a ajuda dele. — Caitlin afirma.

— Ajuda dele para o que?

— Eu quero que ele tire os meus poderes! — Caitlin afirma.

— Eu não sei se funciona assim.

— Você não sabe se não funciona, Jane.

— Jane, você é a minha amiga. Tantos momentos incríveis juntas. Somos melhores amigas. Não precisa fazer isso. Vamos achar outro jeito.

— Não tem outro jeito! Só o Alquimia pode tirar os meus poderes!

— Caitlin, eu te amo! Todos te amamos! Vamos fazer de tudo ao nosso alcance para te ajudar. — Jane afirma. — A gente passou por tanta coisa juntas sem desapontar uma a outra. Por favor!

— Caitlin, me deixa te ajudar.

— Como ajudou sua mãe? — Caitlin pergunta. Barry sentiu uma dor no coração. Um leve aperto no peito.

— Caitlin, não faz isso.

— Como ajudou o Wally? Como você sempre diz que vai ajudar e só piora as coisas? Como salvou seu futuro com a sua namorada? — Jane sentiu uma leve dor no peito também. — Você continua estragando a vida de todo mundo destruindo tudo e sempre temos que catar os pedaços dos seus erros, Barry. Algumas coisas que você quebra não podem ser consertadas. — Caitlin disse.

— Como consertou a família do Cisco? Você não disse pro Cisco o que realmente aconteceu, não é? Ouviu isso, Cisco? O Dante estava vivo, saudável e feliz antes do Barry criar o Flashpoint.
Quando ele restaurou as coisas, foi isso que matou ele. O Barry é o motivo do seu irmão estar morto. — Caitlin diz.

Cisco sentiu uma dor imensurável. Ele não tinha a melhor relação de todas com seu irmão, mas daria tudo pra tê-lo de volta por alguns curtos segundos.

— O Julian está caído! Atirem nela! — O detetive Patterson disse com seu exército de policiais preparados.

Julian conseguiu mandar um pedido de ajuda sem que Caitlin notasse. Os policiais começam a atirar, mas Barry e Jane conseguem levar Caitlin para o fundo do depósito. Estavam vendo se algum policial se aproximava quando Caitlin aproveitou a oportunidade e enfiou duas facas de gelo na região posterior das pernas de Barry e Jane. Era muito doloroso. Além da dor do machucado e da facada, a sensação do gelo congelando toda a parte ferida fazia com que doesse ainda mais.

— Isso rompeu o tríceps sural de vocês. Quatro horas para regenerar. Não me sigam! — Caitlin disse saindo.

— Que droga! Peraí! — Barry disse.

— Que droga! Droga! Isso dói muito!

— Temos que tirar o gelo.

— Certo, vamos lá.

— No três. Um... Dois... Três!

Os dois tiraram as facas de gelo. Por mais que uma dor extremamente dolorida viesse a tona graças ao movimento de retirar a faca, a sensação de alívio do gelo fora da região machucada era libertadora e aliviante.

— Dói muito? — Iris perguntou.

— Tanto quanto mereço. — Barry disse.

— Está realmente doendo muito, mas para de se culpar tanto assim, Barry. Nós dois fomos atingidos.

— Levaram o Julian pro hospital. Ele está desacordado. — Joe disse logo após desligar a ligação com Patterson. — Jane, bateu nele com muita força?

— Eu não sei. Eu não queria derrubar ele. Ou queria... Sei lá.

— Cisco... Aí cara, o que a Caitlin disse...

— Era mentira?

— Não. Eu...

— Você sente muito? Cara, você matou o meu irmão. Ele estava aqui. Até você criar o Flashpoint. Até você fazer isso!

— Eu sei, cara. — Barry disse.

— Eu nem sei como me sentir nesse momento. — Cisco afirmou com um olhar triste e quase lamentável. Lágrimas queriam sair de seus olhos, mas a raiva que estava sentindo por Barry as impedia de tanto ódio. — Eu só sei que a Caitlin está por aí e nós precisamos encontrá-la. Podemos?

— Podemos. — Barry respondeu.

— Eu invadi o computador do Julian. A Caitlin mandou ele procurar em dois endereços. Avenida Hawthorne, 16 e Truman Place, 1104. — Cisco disse.

— Ela está tentando achar seguidores do Alquimia. — Jane disse.

— O que ela quer com os seguidores do Alquimia? — Iris perguntou.

— Ela acha que eles podem levá-la ao Alquimia. Ela quer que ele tire os poderes dela. — Barry disse.

— Sabemos. Ouvimos tudo. Dois seguidores, dois endereços. Em qual ela vai primeiro? — Cisco pergunta.

— Temos que ir nos dois.

— Jane e Barry, vocês ficam aqui. Mal conseguem andar. Eu vou na Hawthorne. — Cisco afirma.

— Eu vou na Truman. — HR disse.

— Eu gosto da Caitlin, mas não quero deixar o Wally. — Joe disse.

— Pai, eu e Barry cuidamos do Wally. Vá com o HR na Truman.

— Eu adoraria isso! Sabe, eu ia adorar! Eu e você, uma equipe dos sonhos. Tá bom, quer saber? Eu vou fazer uns cappuccinos pra viagem, tá bom? Pra estarmos prontos para a noite. Ah! Não se preocupem, Barry e Jane. Vamos ajudá-la. — HR disse saindo dali.

— Cisco, se achar ela...

— Não vou te chamar, Barry. Já fez o bastante. — Cisco diz saindo do córtex.

— Barry, não é culpa sua. Esse negócio com o Cisco... Não é culpa sua. Você não sabia que criar o Flashpoint e depois restaurar a linha do tempo iria criar mudanças na cronologia. — Jane disse.

— Eu já disse! Eu deveria ter falado com o Jay antes. Qualquer velocista que tivesse conhecimento sobre isso. Nem que fosse o Thawne. — Barry disse.

— O Thawne está morto, Barry.

— Isso não é bem uma verdade.

— Como assim? O que quer dizer?

— Quando eu impedi que o Flash Reverso matasse a minha mãe e criei o Flashpoint, eu manti ele preso em uma cela durante os meses em que eu estava vivendo naquela outra vida. Revezando entre os dias, eu ia naquele lugar e dava comida pra ele. Eu tava tão feliz vendo o cara que matou a minha mãe preso e dependendo de mim, mas aí tudo deu errado. Eu comecei a perder as memórias dessa vida, o Wally se machucou na luta contra o Rival, o Time Flash não se formou da forma certa. Tudo deu errado. — Barry disse.

— Como assim perder as memórias?

— É um efeito colateral que eu estava sofrendo. Minhas memórias desta vida estavam sendo apagadas conforme eu usava minha velocidade. Eu tive que pedir pro Thawne matar a minha mãe novamente. Depois de saber sobre tudo, ele criou um resquício do tempo. Esse resquício ainda está por aí.

— Mas ele não é problema nosso.

— Isso não importa, Jane! Eu ferrei com tudo! Eu ferrei com a vida de todos! Por que?! Por que eu fiz isso?!

— Porque você estava querendo paz. Você sofreu mais perdas do que qualquer um suportaria, Barry. Você foi forte durante o tempo, mas queria paz.

— E pra conseguir essa minha paz, eu estraguei a vida das pessoas que eu me importo. Se eu pudesse impedir...

— Mas não pode. Agora terá que viver com isso. Nós vamos construir nosso próprio futuro juntos, querido. Vamos descobrir o motivo dele ter dado errado e impedir quando chegar a hora.

— Eu te amo, Jane Alisson West.

— Eu também te amo, Barry Allen.

Os dois se beijam logo antes de darem um grande sorriso fofo e carinhoso. Um alarme tocou, indicando que algo de ruim estava acontecendo.

— É na Hawthorne, onde o Cisco está.

— É a Caitlin. — Jane disse.

Os dois correm até a rua com seus trajes. Caitlin tentava matar Cisco atirando rajadas de gelo. Ela tenta acertar Barry e Jane, que conseguem desviar em super velocidade. Barry acaba sendo acertado. Caído no chão, tentava se levantar, mas não podia.

— Como está a perna? — Caitlin pergunta. Barry consegue a derrubar usando sua perna direita.

— Desculpa, Caitlin.

— Isso foi frio, Flash... Mas isso é mais.

A mesma deitou em cima do Velocista Escarlate e encostou seus lábios nos dele de forma rápida e fria. O beijo congelou Barry em poucos segundos. Jane conseguiu atirar um raio contra a inimiga, que caiu ao chão. Cisco a arremessou para o outro lado da rua com uma rajada vibracional.

— Barry! Você tá legal?! Querido?!

— Eu... Tô... Bem... — Ele disse tremendo e com muita dificuldade para falar. Estava quase congelado.

— Começa a vibrar. Isso vai te aquecer.

Barry começou a vibrar imediatamente. Uma fumaça fria e densa saiu de seu corpo e transformou-se em um vapor quente que fora conduzido para dentro da floresta que estava perto dali.

Caitlin acordara. Sua consciência havia voltado. Só percebera que estava em uma cela dos Laboratórios Star quando estara em pé e totalmente acordada.

— Acho que eu só precisava de um cochilo. Obrigada, gente. Estou muito melhor agora. Tudo bem, podem me soltar. Prometo não machucar ninguém. — Ninguém respondeu nada. O Time Flash só ficou parado ali a olhando fixamente. — Acho que todos são mais inteligentes do que eu pensei.
Aquela foi uma explosão e tanta, Garoto Vibro. Machucou. — Ela afirmou.

— Eu não queria te machucar.

— Você é patético. — Ela disse olhando para Cisco com um olhar de desprezo.

— O Alquimia não pode te ajudar. — Jane afirma. — Nós podemos.

— Eu prometo, Caitlin. Eu prometo que nós vamos te ajudar. — Barry disse.

— Ah, como prometeu ao Eddie? Como prometeu ao Ronnie? É, até que para um herói, Flash, você deixa muita gente ao seu redor próxima de você morrer.

— Não é você. São os seus poderes. Estão mexendo com sua cabeça.

— Estou quebrada, Jane... Mas de que isso importa? Você tem o Barry. Você tem o seu final feliz. Isso se não contarmos com o futuro. — Barry se sentiu um pouco culpado. Seus ombros pesavam sob a culpa que sentira, assim como Iris sentira. — Todo mundo se ferrou. É o seguinte, vocês me soltam e eu deixo vocês com suas vidinhas tristes e rotinas miseráveis.

— Não vamos abandonar você. — Barry afirmou se apoiando nos monitores.

— Você fez isso comigo! — Barry fechou a escotilha da cela, bloqueando a cominação da inimiga com o time.

— Cisco, você tem alguma coisa ideia de como reverter isso? De como trazê-la de volta ao normal? — Barry perguntou.

— Não... É como a Caitlin disse: Às vezes quando as coisas se quebram, elas não podem ser consertadas. — Cisco disse.

Barry sentiu um peso ainda maior nos ombros. Ele não conseguia acreditar que o preço de sua felicidade era a destruição das vidas de todos que ele amava. Essa sensação de chantagem que o destino fazia era como se Barry fosse culpado por algo e estivesse sendo punido. Para piorar as coisas, o Flashpoint, além de causar tanta destruição no Time Flash, mudou o seu próprio futuro ao lado de Jane.

— O que está fazendo aqui embaixo? — Jane perguntou entrando no Laboratório de Velocidade, onde Barry estava sentado com as mãos cruzadas.

— Nós devíamos estar... Tentando achar o Alquimia e o Savitar e descobrindo como detê-los, mas estamos brigando uns com os outros. — Barry disse.

— É... O Time Flash não está em seu melhor momento. — Jane afirmou.

— Por que eu simplesmente não entrei na casa com você naquela noite?

— Porque você estava ferido. Eu sei que faria qualquer coisa para fazer a dor parar. Por isso a Caitlin está tão perdida e o Cisco... Nós fazemos qualquer coisa para a dor parar. Isso não nos torna uma má pessoa, só nos torna humanos.

— Diga isso pros meus amigos. Meus melhores amigos. Uma presa em uma cela como vilã e o outro me odeia.

— Não pode carregar toda a culpa.

— Por que não? — Barry questionou.

— Como você sabe se a Caitlin já não tinha sido afetada pelo acelerador de partículas? Ou que o Dante não teria morrido em um acidente de carro de qualquer jeito? Você não é Deus, Barry.

— Foi o que o Jay me disse.

— O Jay é um cara esperto. Você não pode continuar fazendo isso consigo mesmo. Constantemente pensando nas possibilidades. Você vai enlouquecer. Todos aqui precisam do Flash. Meu pai, Wally, Cisco e até mesmo a Caitlin. Então seja forte como sei que é. — Jane colocara suas mãos nos ombros de Barry. — Eu sei que você não quer ser o líder no momento, mas precisa ser.

— Eu não poderia fazer isso sem você, Jane. Obrigado por estar aqui.

— Eu te fiz uma promessa, Barry. Estou somente a cumprindo. — As luzes ficaram piscando diversas vezes quando finalmente apagaram. — Wally.

— Vamos lá. — Barry disse.

Os dois sobem as escadas até o corredor principal que levara ao córtex. Cisco vinha correndo se sua oficina.

— Tem um pico de energia. — Cisco afirmou correndo desesperado.

— O quê? — Barry perguntou. Chegando ao córtex, Joe estava cortando o casulo de Wally. HR estava à sua frente com olhares preocupados.

— Pai! O que você está fazendo?!

— Oi, filha. — Ele disse cortando.

— Para! Não pode fazer isso!

— Eu preciso. — Ele afirmou. Aproximou o bisturi do casulo

— Joe, não! — Exclamou Barry.

Uma enorme explosão aconteceu, fazendo com que todos fossem jogados contra as paredes do córtex. Após uma fumaça passar, todos se levantaram. Ficaram desacreditados com o que ficaram. Wally estava de pé, mas não estava normal. Estava vibrando.

— Wally? — Joe perguntou com olhares erguidos e ao mesmo tempo assustados.

O garoto fugiu dali em raios amarelos. Ele havia se tornado um velocista, mas por que não respondeu nada? Estava fora de si. Não se mexia. Parecia até mesmo estar em um estado de transe.

— Joe? — Barry perguntou.

— O que eu fiz? — Ele se questionou.

— Isso foi ideia sua? — Jane perguntou olhando para HR, que cuspia pedaços de sujeira do casulo que voaram em sua  boca quando fora arremessado.

— Não. O Joe... Eu estava ajudando o Joe.

— Eu não sei onde o Wally está. O satélite procurou sinais rápidos na cidade inteira. — Cisco afirmou.

— Se o Wally é um velocista, pode estar no meio do país agora. — Barry disse.

— Temos que achá-lo. — Jane disse.

— Eu estou mais preocupado com o que vai acontecer quando acharmos ele. Ele não parecia normal, Jane.

— Eu não deveria ter feito o que fiz.

— Pessoal, o que precisamos agora é de um bioquímico. — Barry afirmou.

— Eu falo com ela. — Jane afirmou. — Vou falar com a Caitlin. Acho que tive uma ideia de como trazê-la de volta.

Jane abriu a escotilha da cela. Caitlin estava deitada com os olhos fechados. Ao ouvir o som dos monitores, abriu seus olhos e se levantou.

— Precisamos da sua ajuda, Caitlin. O Wally, ele... Ele saiu do casulo, mas a bioquímica dele está toda alterada. Ele desapareceu. — Jane afirmou.

— E daí? — Ela perguntou.

— Daí que quando o acharmos, vamos precisar da sua ajuda. Vai precisar do seu conhecimento médico com metas.
Vai precisar da Doutora Caitlin Snow.

— Então veio tentar me convencer?

— Não. Eu vim soltar você. — Jane andou até os monitores e abriu a cela. Caitlin fora surpreendida.

— Para uma garota inteligente, essa foi uma jogada bem burra.

— Como eu disse, você pode ir.

— E qual é a condição?

— Você vai ter que me matar.

— Você quer lutar, Fúria Escarlate?

— Não. Eu não vou lutar contra você, mas se quer sair desta sala, você vai ter que me matar. — Jane disse.

— Melhor não duvidar de mim.

— Então faça. — Ela respondeu. Os olhos de Caitlin ficaram brancos. Ela criou uma adaga de gelo e a posicionou no coração de Jane. — Está esperando o quê? Qual é o problema? Faz jus ao seu nome, Nevasca. Eu quero ver você me matar. Você quer ser a vilã? É isso que os vilões fazem. Eles matam seus amigos. Nada mais importa para eles, não é?! — Caitlin ficara parada com uma expressão aflita. — Me mata, Caitlin. — A mesma ficou sem fazer nada. Ficou somente parada com a adaga posicionada. — Você não consegue. Não consegue, porque debaixo de todo esse frio, você ainda é você. Você ainda é a Caitlin Snow. Você ainda é a minha amiga e minha parceira. — Jane disse. Os olhos de Caitlin voltaram ao normal junto de uma expressão triste. Lágrimas saíram de seus olhos enquanto chorava.

— Jane. — Caitlin a abraçou.

— Está tudo bem. — Jane disse. — Eu estou aqui, certo? Está tudo bem.

— Acho que tirar o Wally cedo do casulo o deixou em um estado de fuga dissociativa. A sinapse não está acostumada a funcionar em alta velocidade, então a mente e os músculos estão falhando no disparo.

— E isso vai ajudar? — Joe perguntou se referindo à um pequeno objeto afiado que estava nas mãos de Caitlin.

— Sintetizei um composto neurológico que deve fazer a mente e o corpo funcionarem na mesma velocidade.

— Só temos que achá-lo antes. — Jane afirmou. — A pergunta é como.

— Aonde ele foi, Joe? — HR perguntou ao detetive. — O que seu instinto diz?

— A casa onde ele cresceu. — Joe disse após pensar por alguns segundos. HR bateu palmas. — Ele ia para lá quando sentia saudade de sua mãe.

— Em Keystone. — Jane disse.

— Obrigado. — Barry agradeceu pegando o objeto das mãos de Caitlin.

Barry e Jane correram até a casa junto de Joe. Wally estava parado em frente à casa. Estava parado em uma posição fixa sem se mover ou piscar os olhos.

— Wally! — Jane disse.

— É o seu pai, filho. Você vai ficar bem.

Barry injetou o composto de Caitlin no pescoço do garoto, o fazendo cair nos braços de Joe. Antes de desmaiar, parou de vibrar. Havia dado certo.

— Caramba! A que velocidade ele está indo? — Joe perguntou vendo Wally treinar no Laboratório de Velocidade.

— Mais rápido que o Barry no começo e talvez um pouco mais rápido que Jane no começo também. — Cisco disse.

— Eu... Eu só vim pra... — Caitlin disse entrando no lugar com algemas inibidoras de poderes. Cisco a abraçou rapidamente sem pensar duas vezes.

— Está tudo bem. — Cisco disse. — Mas você me assustou dando uma de Mãe de Dragões com aquele cabelo.

— Essa é a melhor sensação que eu já tive! — Wally disse ofegante com um sorriso e animado. — É surreal!

— É mesmo. — Jane disse rindo.

— A que velocidade eu estava indo?!

— Rápido demais. — Joe respondeu.

— Pai, não se preocupe. Eu estou bem! Na verdade, eu me sinto incrível! É como se tudo estivesse zunindo em um movimento elétrico, como se eu fosse invencível. — Wally disse sorrindo.

— Essa é a sensação. É a Força de Aceleração correndo pelas suas veias e te dando poderes. — Barry disse.

— Você é um velocista agora.

— Maneiro! E agora?

— A Caitlin vai fazer todo teste imaginável em você. Se estiver disposta.

— A ser médica? Sempre estou.

— É, mas quando eu vou poder sair na rua combatendo o crime com vocês dois? — Wally perguntou olhando para Barry e Jane em um tom ansioso.

— Vamos ir devagar. Com o tempo, teremos a resposta. — Jane disse. Joe havia atendido uma ligação.

— Era do hospital. — Joe afirmou após desligar. — Julian finalmente acordou.

— Ele sabe que fui eu. Ele sabe o que eu fiz. — Caitlin afirma.

— Não se preocupe. Eu e Barry falaremos com ele. Vai ficar tudo bem, eu prometo. — Jane disse.

Barry e Jane haviam acabado de passar pela recepção. O Detetive Patterson também estava indo ver Julian. Ele estava na frente, então os dois precisariam arrumar uma forma de falar com Julian antes que ele falasse.

— Detetive Patterson. — Jane o chamou.

— Jane Alisson West e Barry Allen. Vocês não trabalham nunca não?

— Nós só... queríamos ver se está tudo bem com o Julian. Podemos?

— Vou pegar o depoimento dele.

— Teria problema se eu falasse com ele antes? É que nós somos muito próximos. — Barry afirmou.

— Certo, podem ir. Vão rápido.

— Pode deixar. — Barry disse. Os dois entraram no quarto de Julian, que estava em pé com roupas hospitalares.

— Uma visita no hospital? Não sabia que sentiam tanto a minha falta.

— O que os médicos disseram pra você?

— Concussão e... Queimaduras de gelo, mas estarei bem em poucos dias.

— Isso é uma ótima notícia. Que bom que você vai ficar bem. — Jane disse.

— Sim. Por mais que eu agradeça pela demonstração de carinho, acho que nós três sabemos do motivo da visita de vocês. A amiga de vocês. Caitlin Snow. Ela é uma meta humana. Não é uma das mais amigáveis, vocês sabiam?

— Ela está doente, Julian.

— Ela é uma ameaça! — Julian afirma apontando para seu braço com gesso.

— Julian, olha só... Cara... Eu sei o que você acha desse lance de poderes. Se você tem poderes, ou você é bom ou mau, mas não é assim. Nem para os metas. A Caitlin é uma boa pessoa.

— O Barry tem razão. Julian, eu estou te implorando para não entregar ela. Eu faço o que você quiser. — Jane disse.

— Por favor, não faz isso com ela.

— Eu fui atingido com força. Não faço ideia de quem me sequestrou. — Julian disse simulando o que iria dizer para o Detetive Patterson logo depois.

— Valeu cara. De verdade. — Barry agradeceu apertando a mão de Juliian.

— Nem sei como agradecer. — Jane disse. — Muito obrigada, Julian.

— Sei como pode me agradecer. Tem uma coisa que vocês podem fazer por mim. — Julian afirma.

— Qualquer coisa.

— Peçam demissão. — Ele respondeu.

— O quê?! — Os dois perguntaram.

— Entreguem a demissão de vocês à polícia com efeito imediato. Eu posso ignorar as ausências inexplicáveis ou o desprezo constante pelas regras, mas vocês dois não tem moral. Eu me recuso terminantemente a trabalhar com pessoas cujo a noção de certo e errado muda tanto quanto o tempo. Pessoas que acham que amizade é mais importante que justiça. Vocês são inaptos para peritos forenses. Não tem lugar na polícia pro Barry Allen ou pra Jane Alisson West. Temos um acordo?

Jane e Barry sentiram um imenso ódio por Julian. Ele era tão desgraçado. Ele era cegado pela justiça. Julian poderia ser um completo idiota, mas Barry e Jane estavam longe de descobrir seu maior e mais obscuro segredo.

PRCIOU_STILES ©

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