3⚡CHAPTER FOUR: NOVOS TRAPACEIROS
Chapter Four: Novos
Trapaceiros
Aquele vídeo de Iron Heights, onde Edward Clariss era morto por um possível meta invisível, não saiu da mente de Jane. Ela ficara pensando sobre aquilo com medo de que possa significar uma ameaça do mesmo nível de Zoom ou do Flash Reverso. Pela manhã, o Time Flash estava reunido no córtex. Joe havia acabado de mostrar o vídeo da câmera de segurança.
— Isso é da nossa câmera de segurança em Iron Heights. — Ele explica após o término do misterioso vídeo.
— A análise forense indica que o vídeo é autêntico. Nenhuma prova de falsificação. — Barry afirma.
— E estamos certos de que o Doutor Alquimia fez isso? — Cisco pergunta.
— A última coisa que o Clariss disse foi o nome dele. A menos que outra pessoa tenha matado ele. — Jane afirma pensativa. Com certeza metas invisíveis existiam e poderiam facilmente trabalhar ao lado do Doutor Alquimia.
— Como um meta com habilidades telecinéticas ou de camuflagem. Tem os dois na nossa Terra. — Harry confirma.
— O que faremos agora? — Wally questiona. O Time precisaria encontrar esse meta e encontrar o Doutor Alquimia antes que ele mudasse mais vidas, de uma forma ruim.
— O Julian prefere trabalhar sozinho, mas eu e meu pai estamos tentando descobrir detalhes, sem falar que ele está antenado na investigação.
— Eu vou lá agora para ver se ele descobriu alguma coisa. — Joe diz.
— Certo, então... até lá vocês querem treinar? — Jesse pergunta.
— Não. Temos que começar a nos prepararmos para voltar à nossa Terra, filha. — Harry disse logo antes de beber um gole de seu café em uma caneca branca dos Laboratórios Star.
— Ainda tenho muito a aprender. Suas palavras, não minhas.
— Está bem. — Harry responde.
— Se você quer treinar... Vamos treinar ao estilo velocista. — Cisco disse.
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Barry e Jane corriam pelo acelerador, junto de Jesse. A garota usava o uniforme da Trajetória, vilã que foi morta após usar Velocidade 9 um pouco antes do Time descobrir a verdadeira identidade de Zoom. Jesse estava quase ao mesmo nível de Barry, mas nem perto do de Jane. O treino no geral foi ótimo, mas Jesse ainda tinha muito a aprender. Ela não conseguia controlar seus poderes muito bem, mas Jane e Barry a ajudariam nesse caminho
— Isso não foi muito heroico. — Jesse afirma. Ela se referia à parte do treinamento em que tropeçou.
— Não, mas tem uma lição aí.
— Qual? — Ela pergunta.
— A diferença entre ter poderes e ter precisão. — Jane completa a frase de Barry. Ele diria algo parecido.
— Isso. — Barry responde.
— Como assim? — Jesse pergunta.
— Precisa de mais que velocidade para deter alguns meta humanos. Precisa pensar. Antecipar. Quando chega, tem que olhar para cada centímetro, não correr às cegas. — Barry explica.
— Mas não se preocupe, vamos te ensinar mais sobre. Em breve, você irá pegar o jeito e se tornar uma grande super heroína e uma ótima velocista.
— Obrigada, Jane. Obrigada a você também, Barry. Vocês estão me ensinando muito. — Jesse agradecera.
— De nada. — Os dois respondem em perfeita sincronia, originando várias risadas e alguns breves sorrisos.
Após chegarem ao córtex, se deparam com Harry olhando os monitores. Eles mostravam que Jesse estava um pouco mais lenta do que Mach 3, mas quase chegando lá. Os sinais vitais e o condicionamento físico estavam perfeitos. A garota seria uma grande velocista no futuro com a ajuda do Flash e da Fúria Escarlate.
— Talvez seja melhor ficarmos por mais tempo. — Harry afirma.
— É. Já que vou ficar mais tempo aqui, você quer sair? — Jesse pergunta se aproximando de Wally.
— Para onde? — Ele questiona.
— Sei lá. Qualquer lugar.
— Beleza. — Ele responde sorrindo.
Jesse segura as mãos do garoto e começa a correr em super velocidade pela cidade o carregando. Harry muda sua expressão rapidamente, ele tinha muitos problemas em aceitar que sua filha já estava crescida e em breve iria começar a namorar. Problemas sérios.
— Não foi o que eu quis dizer sobre ficarmos mais tempo! — Harry afirma aos gritos, mas Jesse e Wally já deviam estar do outro lado da cidade.
— Eu vou pra CCPN. — Iris afirma saindo dali. — Vou dormir na casa de uma colega, então não vou voltar cedo.
— Harry, tem certeza que precisa voltar pra Terra 2? — Caitlin pergunta.
— Ainda tem muita coisa pra concertar na minha Terra. — Harry explica.
— Mas é mais divertido quando você está aqui ajudando a gente a consertar essa Terra. — Cisco afirma.
— Ele tem razão. Não tem sido a mesma coisa sem você. — Jane disse.
— A equipe não parece completa sem o Wells. — Caitlin afirma.
— Então mudem isso. Tem todo um multiverso de Harrison Wells ao seu alcance. Querem um? Vamos pegar um.
Todos da equipe parecem aceitar a ideia. Harry era mesmo genial.
— É melhor voltarmos para a CCPD. Tem alguns casos que o Singh quer que a gente resolva. — Jane afirma.
— Certo. Vamos. — Barry responde.
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Jane e Barry passam um tempo trabalhando nos casos. Julian estava lá para estragar tudo. Ele era muito irritante. Se passaram horas e finalmente haviam tGerminado. Estavam muito exaustos e cansados.
— Finalmente acabamos! — Barry disse aliviado se sentando na cadeira.
— Foi trabalhoso. — Jane afirma.
— Acabou de dar 19 horas. — Barry afirma olhando para o relógio do laboratório. Essa era a hora em que os dois terminavam seu expediente.
— Vamos ter que fazer hora extra, Alisson West e Allen. — Julian diz. — O capitão me disse isso.
— Na verdade é só você, Julian. — O Capitão Singh afirma chegando até o Laboratório Forense. — Foi você que chegou fora de horário. Jane e Barry, bom trabalho. — Singh segura as duas pastas com os casos e as folheia, lendo o que haviam escrito. — Magnífico. Julian, ainda quero o caso que te pedi semana passada na minha mesa.
O capitão sai dali deixando Julian furioso e constrangido. Barry e Jane estavam se contendo ao máximo para não rir e serem demitidos, mas a vontade de humilhá-lo era enorme. Os dois descem até o andar de baixo, onde encontram Joe conversando com uma mulher negra baixa de olhos castanhos escuros e cabelos extremamente pretos.
— Obrigado, Cecile. — Ele agradece segurando uma pasta com folhas.
— De nada. — Ela responde sorrindo. Ao ver Jane e Barry, a mulher abre um grande sorriso. — Jane! Barry!
— Oi Cecile. — Jane a cumprimenta com um abraço. — Como está?
— Estou ótima. Seu pai me pediu uma pasta imprestada. Oi, Barry.
— Oi, Cecile. — Ele responde.
— Foi ótimo ver vocês. Agora eu tenho que ir. Vida de promotora não é nada fácil. — Cecile afirma saindo dali. Joe estava sorrindo mais do que o normal.
— O que foi, pai?
— Nada. — Ele responde de forma tímida. Seu rosto estava avermelhado. Tinha algo estranho. — Escutem, vou ter que fazer hora extra hoje. O capitão me pediu encarecidamente e eu tô enrrolando ele com um caso de Star City há umas semanas. Vou chegar em casa bem tarde hoje. — Ele afirma.
— Tudo bem. Boa sorte nisso, Joe.
— Valeu Barry. — Ele agradece indo em direção ao seu escritório, que estava lotado de papéis e casos não resolvidos.
— O que acha de um descanso hoje?
— Como assim? — A garota pergunta.
— Tomar um vinho no sofá, relaxar. Não vai ter mais ninguém em casa. O Wally me disse que vai dormir nos Laboratórios Star pra assistir uns filmes com a Jesse. — Barry disse.
— É uma ótima ideia, Barry.
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Jane estava no sofá enquanto Barry servia uma garrafa de vinho tinto em duas taças de vidro brilhantes e bem polidas. Os dois estavam exaustos e relaxar tomando vinho era a melhor coisa que poderiam fazer com base no dia cansativo que tiveram.
— Isso é muito bom. — Jane afirma logo antes de segurar sua taça de vinho.
— Ficar em casa é bem melhor do que sair. — Barry assegura sentando ao lado de Jane no sofá com sua taça.
— Para trabalhos que nem o nosso é sim. — A garota disse. Os dois encostam suas taças e dão alguns goles lentos apressiativos. Jane olha fixamente para Barry sorrindo, o fazendo sorrir.
— O que foi? — Ele pergunta em um tom risonho e ao mesmo tempo tímido.
— Você é muito bonito.
— Você também... — Ele coloca sua taça na mesa à frente e logo depois tira a de Jane a colocando ao lado da sua. — É muito linda, sabia? Seu sorriso é tão lindo. Você é perfeita, Jane.
Barry aproxima seus lábios dos da garota até os selar de forma lenta em um lento beijo caloroso. Se jogou em cima da menina, a beijando de todas as formas possíveis enquanto puxava suas pernas para as entrelaçar em seu quadril de forma repentina e apressada. Enquanto exploravam cada canto da boca um do outro, a garota se sentou em cima do namorado, o beijando ainda com mais intensidade. O mesmo retribuiu de forma ainda mais intensa enquanto abria as vestes da garota, libertando seus seios ainda cobertos por um sutiã rosa claro.
— Eu te amo, Barry Allen. — Ela diz em meio ao demorado beijo.
— E eu te amo, Jane Alisson West.
Os dois correm até a cama de Jane, onde era mais espaçoso e onde teriam mais privacidade caso Joe ou Iris chegassem. Barry a enchia de beijos enquanto agarrava sua cintura desnuda de forma bruta e ágil. Não demorou para tirar o sutiã e distribuir beijos por toda a região. Aquela noite fora inesquecível. Era a primeira vez que Jane e Barry se sentiam tão completos e tão felizes quando se sentiram.
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Haviam chegado à delegacia já com a notícia de que um homem fora atacado. Parece que precisavam mesmo de uma boa noite, pois o dia seguinte seria cansativo. Joe estava conversando com uma policial chamada Daisy Korber e coletando informações sobre o crime.
— Bom dia, pai.
— Bom dia, Joe.
— Bom dia. Já estão sabendo?
— Já. Quais são os detalhes?
— Segundo Leon Willians, a vítima, foi jogado em um espelho e caiu do segundo andar do prédio onde trabalhava. O nome do cara que o atacou ele é Sam Scudder.
— Eu vi o nome desse cara na época que estava vendo os conhecidos do Snart. — Barry afirma pensativo.
— A vítima disse que o Scudder estava procurando o Snart. — Joe afirma.
— O único problema é que o Snart se foi. Ele foi embora com uns amigos nossos em uma viagem no tempo, eu acho. O Oliver não deu detalhes.
— Nem quero saber. Uma das pessoas que era do grupo do Snart está presa em Iron Heights. Vou falar com ela e ver se descubro informações.
— Posso ir com você, pai?
— Claro. Estou indo agora. A Cecile vai conosco. — Joe disse.
— Humm, a Cecile? — Jane pergunta de forma forçada e risonha. Ela estava zoando seu pai, que ficara vermelho no outro dia quando estava perto dela.
— Não é nada disso, vamos logo.
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Haviam acabado de passar pela recepção. A cela da antiga comparsa de Snart era bem extensa. Possuía paredes azuis e um enorme vidro. A mulher possuía cabelos loiros e olhos castanhos claros. Joe havia acabado de mostrar a foto de Sam Scudder para a mulher.
— Este homem está procurando Leonard Snart. Sabe alguma coisa sobre isso, Senhorita Dillon? — A mulher parece o ignorar propositalmente, obrigando Joe a fazer mais perguntas para ter uma resposta. — Ele te visitou?
— Pessoas como eu não podem receber visitas aqui, detetive. Passa dia, passa noite e eu só fico sozinha. Isso enlouquece qualquer mulher.
— Scudder tentou matar um dos seus antigos comparsas ontem. Leon Willians. — Jane disse. A mulher sorri.
— Tentou? Que pena que conseguiu.
— Ele vai tentar novamente.
— Nos dê um nome. Verei o que posso fazer sobre sua situação. — Cecile disse. A mulher o ignora de forma repentina com um malicioso sorriso.
— Se mudar de ideia, nos avise. — Joe disse se virando para Cecile e sua filha Jane. — Obrigado Cecile. Acho que estou te devendo mais uma.
— Está acumulando muitas dívidas, detetive. — Cecile disse sorrindo. Jane já havia entendido tudo.
— Eu tenho uma ideia sobre isso.
— Sério? Qual?
— Você quer me pegar, detetive? — Uma voz masculina disse. Ao se virarem, Scudder estava dentro da cela segurando as mãos de Rosa Dillon. — Então vem me pegar! — Os dois atravessam a cela e desaparecem. Era como se tivessem atravessado através de um reflexo para outro distante dali.
— Como isso é possível? — Jane pergunta. Dillon era um meta, pelo visto. Mais um efeito das ações do Flash Reverso, que mesmo morto continuava arruinando a cidade de Central City.
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— Então vocês viram o Sam Scudder e a Rosa Dillon escaparem através do vidro da cela? — Caitlin pergunta confusa.
— Ele pegou a mão dela e atravessaram pelo vidro. Sumiram. — Jane disse.
— Então parece que ele pode viajar por qualquer superfície refletora.
— Nossa e como ele faz isso?
— Deve ligar pontes para qualquer coisa com uma auto refletividade solar, não é? — Harry questiona.
— Ele cria buracos de minhoca por reflexos? Essa é nova. — Caitlin afirma.
— Não vou fingir que entendi, mas temos que achar a Dillon e o Scudder antes que aconteça algo ruim. Vou para a delegacia então. — Joe afirma.
— Meu Deus! Temos respostas! — Cisco disse em um tom animado ao olhar seu celular. — Parece que alguns de seus sósias decifraram seu código, Harry.
— Do que vocês estão falando? Sósias? Código? — Jane pergunta.
— Nós enviamos um código que o Harry criou em uma mensagem para os sósias dele do multiverso. Queremos escolher algum para fazer parte da equipe depois que o Harry e a Jane voltarem para a Terra 2. — Disse Cisco.
— Genial, mas como é essa tal resposta deles? — Jane pergunta.
— Holograma. — Harry disse antes de beber um gole de seu café. — Venham.
Os quatro foram até a oficina de Cisco, onde Harry abriu uma das respostas. Um holograma se formou revelando um Harrison Wells com um manto preto, camisa branca com uma gravata fina, um bigode grande e um chapéu.
— Salve pessoal, eu resolvi o... Enigma que vocês enviaram. Meu nome é Wells. Harrison Wells. Me chamem de Hell's Wells. É por causa do meu passado. Eu quero falar sobre isso com vocês agora direitinho, viu? Eu gosto de pegar carroças e... — Um barulho estranho é ouvido. O Wells coloca as mãos em seu estômago. — O jantar não caiu bem.
— Passa. — Harry disse. Cisco nem hesitou. Jane e Caitlin também estavam certas de que aquela não era a opção certa. Um outro Wells surge no holograma. Ele possuía um traje que lembrava o estilo Steampunk. Ele vinha da Terra 17, segundo Cisco.
— Saudações a todos vocês do multiverso. Tenho recebido ultimamente, porém não sei, uma espécie de código dos cidadãos da Terra Prime. — O Wells disse um tom animado, como se estivesse fazendo algo grandioso. Certamente aquele cara não poderia fazer parte do Time.
— Terra Prime? — Jane pergunta.
— Nerd. — Cisco disse.
— Passa. — Harry disse novamente cruzando os braços e as pernas
Outro Wells surge no holograma. Ele possuía um sorriso no rosto e uma roupa de mímico. Se Jane pudesse apostar de onde aquele Wells estava gravando a mensagem, diria um circo.
— Bom dia. Moi, je suis Harrison Wells.
— Passa. Não podemos confiar em mímicos. — Harry afirmou.
— Nem vou discordar. — Cisco disse. Estava prestes a passar quando percebeu que Caitlin queria dizer algo.
— Certo. Já foram três até agora. Esse próximo é o último. — Caitlin disse. A garota se aproximou de Cisco e viu de onde a mensagem vinha. — Terra 19.
Outro Wells surgia. Usava uma espécie de colete preto, um chapéu e tinha em mãos baquetas. Ele parecia ser mais carismático do que todos os outros.
— Olá vocês aí no multiverso, quem quer que sejam. Eu... Eu... Gostei muito de resolver o criptograma que vocês transmitiram. Gostei do truque legal de agregar a mensagem secundária à cadeia principal de dados. Inteligente. Muita gente não teria visto, mas eu vi. Essa é a questão, eu acho. Vocês precisam de um gênio para os ajudar na luta contra esses meta hominídeos. Tenho que dizer, para mim, isso parece divertido. Então eu resolvi mandar esse vídeo. Falamos a mesma língua. Vejam tudo e digam o que acham. E... espera, onde estão meus modos? — O Wells tira seu chapéu e o estende para frente, como um gesto de agradecimento. — Obrigado. — O vídeo chega ao seu fim.
— Nada mal. — Disse Cisco.
— Nem um pouco. — Caitlin disse.
— Ele parece realmente ser uma boa opção. É engraçado, legal, carismático e genial. Harry, o que acha? — Jane o perguntou. O mesmo não mudou sua expressão vazia e pensativa.
— Passo. — Ele disse se levantando.
— O quê? — Todos perguntaram ao mesmo tempo de forma sincronizada.
— Passo! — Ele repetiu.
— Espere, o cara solucionou o código e ele quer fazer parte disso.
— E é legal e não é mau. Essa é uma combinação de Wells que nós não tivemos até agora. — Cisco disse.
— Sem falar que é carismático e não sério. Eu asseguro que ele vai ser um ótimo integrante e pode ajudar.
— Toda minha vida, todos que já contratei, confiei nos meus instintos e eles estão me dizendo que ele não é o cara. Continuem procurando.
Após chegarem ao córtex, um alerta é emitido. Cisco corre rapidamente até os monitores para descobrir o motivo.
— Assalto ao banco. Os suspiros tem o mesmo padrão do Scudder e da Dillon.
— Barry, Jane, posso ir com vocês? Por favor! — Jesse implora. — Eu posso ajudar! Eu prometo que eu...
— Vem. — Jane disse.
— Pai? — Jesse perguntou.
— Pode ir. — Ele respondeu.
Os três velocistas correm ao banco, onde encontram Sam Scudder e Rosa Dillon andando de mãos dadas como um casal após derrubar seguranças. Carregavam sacolas com dinheiro.
— Você acham mesmo que vamos deixar vocês saírem daqui com isso?
— Ei! Flash e Fúria Escarlate. Ouvi falar de vocês. — Scudder afirmou.
— Legal. Que ótimo.
— Quanto a você não posso dizer o mesmo. — Ele disse olhando para Jesse.
— Meu nome é Jesse Quick.
— Olha só, Scudder. Lamento, mas a sua onda de crimes terá que acabar aqui. — Jesse afirmou.
— Não depende de você. Vou pegar o que eu quiser! — Ele afirmou sorrindo.
— Achei que estava procurando o Leonard Snart. — Barry disse.
— Por que me incomodar? O reinado dele acabou. Tem um novo rei na cidade. — O inimigo disse.
— E eu sou a rainha. — Dillon disse em um tom animado e vilanesco.
— Eu não teria tanta certeza assim.
— Eu teria, mocinha.
Scudder e Dillon atravessam através de um espelho de vidro que estava ali. Eles conseguem fugir para o topo de outro prédio vizinho ao que estavam antes.
— Fica aqui. Eu não tô brincando!
Jesse era teimosa. A garota corre até o topo do prédio junto de Jane e Barry. Dillon estava lá dando risadas enquanto Scudder havia escapado novamente através das janelas do prédio, que possuíam claros reflexos.
— Onde o Scudder está?!
A vilã aponta para o topo do outro prédio. Barry e Jane correm para lá, deixando Jesse cara a cara com Rosa. Estavam lutando contra Scudder quando escutam gritos femininos. Jesse estava caindo do prédio. Jane corre rapidamente e a salva da queda.
— Você está bem?
— Os poderes da Rosa... Ela faz tudo girar. — Jesse disse ainda lenta.
— Você vai ficar bem. — Barry afirmou chegando até a calçada.
— Já você não. — Scudder segura o Flash por trás e o arremesa através de um portal de espelhos. Logo, uma superfície refletora similar ao vidro que Zoom usava para prender velocistas se forma em volta do velocista escarlate. — Boa sorte para vocês tentando tirar ele de lá.
— Barry! — Jane gritou.
Scudder deu as mãos para Dillon e dois foram para longe através dos reflexos. Barry tentava socar o espelho, mas nada acontecia. Era como se fosse indestrutível ou então muito resistente.
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— O que aconteceu? — Harry perguntou em um tom preocupado.
— Não sei. Eu olhei pra Dillon, tudo ao meu redor começou a girar e eu perdi o equilíbrio. — Jesse explicou.
— Ela é uma meta humana que causa vertigem? Ela abalou você.
— Acho que sim. — Jesse disse.
— Mas isso não importa muito agora. O Barry está preso. — Jane afirmou olhando para seu namorado.
Barry tentava dizer algo, mas o time escutava de forma ondulada. Era como se o espelho em que estava estivesse embaralhando todo som interno que fosse emitido para o lado externo.
— O que ele está dizendo?
— É uma linguagem de espelho?
— Espelhos mostram o contrário. Talvez seja o que ouvimos. — Harry disse tentando encontrar uma explicação. O fato era que era impossível entender o que Barry estava tentando dizer. O máximo que o time poderia tentar era leitura labial.
— Só tem um jeito de descobrir. — Disse Cisco indo até sua gaveta.
— Oque está fazendo? — Joe perguntou.
— Você já viu Twin Peaks? Claro que não, por que pergunto? — Cisco retira um objeto circular da última gaveta. Parecia uma maquiagem, mas com luzes azuis. — Isso é um truque que usaram para o Homem de Outro Lugar. Eles gravam o áudio dele ao contrário e reproduzem de forma normal.
— Como os discos do Ozzy Osbourne?
— É, digamos que sim. — Cisco coloca o dispositivo no vidro. — Barry, diga algo.
— Me tirem logo daqui. — Ele disse de forma clara. Era possível ouvir.
— Agora entendemos você! Como tiramos ele de lá? — Joe pergunta.
— Se o Scudder se usou como espelho de buracos de minhoca, suas células estão em fluxo, então...
— Precisamos de algo muito frio para desacelerá-las. — Caitlin disse.
— Eu posso ajudar com isso. Harry, venha comigo. — Cisco pediu.
Barry estava com uma expressão de angústia. Ele parecia entediado, frustado e decepcionado consigo mesmo por estar preso em um espelho e não conseguir nem mesmo vibrar, pois isso não funcionava. Somente Jane estava ali e vê-lo daquele jeito era muito angustiante.
— E aquela noite? — Jane perguntou em um tom malicioso para tentar o animar. O mesmo deu alguns sorrisos.
— Foi ótima. Nunca me senti tão incrível e estar junto com você...
— Transando?
— Sim, mas principalmente estar ao seu lado sempre. Eu te amo, Jane.
— Eu também te amo, Barry. Sabe que logo logo vai sair daí, não é?
— Será? Eu me sinto tão incapaz. Parece até que não sou o homem mais rápido do mundo. É como se eu não estivesse aqui, mas estou. As expressões de Jane mudaram rapidamente. — O que foi? — Barry questionou.
— Eu acho que sei como derrotar o Scudder. — Disse com um sorriso no rosto. Ela, com certeza, tinha um plano.
Wells e Cisco vinham trazendo uma espécie de aparelho metálico similar à um imã separado em duas partes. A primeira parte que estava nas mãos de Wells seria uma espécie de cabo de ligação e Cisco segurava um tipo de maleta bem grande, parecendo até um item para a construção de um computador ou então uma bateria.
— O que é isso? — Jane perguntou.
— Isso é como vamos tirá-lo dali.
— Beleza. Vamos lá.
O aparelho já estava pronto. O espelho que prendia Barry começa a ser congelado. Uma costra de gelo se forma, algo que poderia destrui-lo. Agora, Barry precisaria vibrar para sair dali.
— Tenta agora. — Cisco disse. Barry fechou seus olhos e começou a vibrar. Após os abrir, permanecia no mesmo lugar. Não havia adiantado muito.
— Por que ele não consegue?!
— Só esfriamos a -170° graus.
— Temos que esfriar mais de algum jeito. — Harry afirmou mexendo no aparelho. O homem era um verdadeiro gênio, mas os poderes de Scudder se mostravam um tanto confusos para ele.
— Achei que tinham dito que isso podia tirar ele dali. — Jane afirmou. A garota já estava angustiada e preocupada.
— Certo, isso é um desacelerador molecular altamente avançado alimentado por criogenia e improvisado em 30 minutos, então nos dê um tempo, está bem? — Cisco disse.
— Continue tentando, Barry. — Harry disse. Antes que Barry tentasse novamente, um alarme de meta humanos pode ser escutado pelo time.
— Que droga. Se não é uma coisa...
— É outra. — Harry completou.
— Aguenta aí, Barry. — Jane disse seguindo até o córtex junto com o resto do time, menos Barry, que continuava preso naquela cela de vidro. Por algum motivo, Caitlin não havia ido até o córtex e estava ainda na mesma sala que Barry, mas em suas costas. Ele não conseguia a ver e pensava que estava sozinho. A pergunta é o que Caitlin estava fazendo ali e por que estava ali?
— O Banco Municipal de Central City foi assaltado. — Cisco afirmou.
— Deixa eu advinhar por quem. — Wally disse de forma irônica.
— Pessoal, o Barry não está aqui. Jesse, não podemos arriscar. A Fúria Escarlate vai precisar salvar o dia.
— Tá, mas como derrotamos o Scudder e a Dillon? — Joe perguntou.
— Usando espelhos. Um velho truque e um velho amigo. — A garota disse. O Time ficou confuso, mas após Jane explicar seu plano, eles haviam percebido que era a única opção.
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Sua ideia era usar um holograma de Snart para enganar Scudder e usar suas próprias habilidades contra si mesmo. O plano estava acontecendo. Scudder estava sendo enganado facilmente pelo holograma realista que Cisco criou usando técnicas que aprendeu para melhorar seus hologramas e os deixar mais realistas do que na época em que Zoom roubou a velocidade de Jane e Barry, por exemplo. Scudder havia tentado socar o falso Snart e ao perceber que se tratava de um holograma, a Fúria Escarlate surgiu atrás do vilão de forma rápida e sutil.
— Sabe qual é a parte mais engraçada dos hologramas? — Scudder se virou. Lá estava Jane com seu uniforme. — Eles são apenas reflexos da realidade.
A garota começou a correr em volta dos espelhos que cercavam Scudder, os mudando de lugar. Os espelhos estavam posicionados entre si para que um levasse ao início do outro, assim Scudder estava preso entre os espelhos. Jane havia usado os poderes do vilão contra ele mesmo para o deixar preso.
— Como isso é...
— Já ouviu falar do Efeito Droste? É uma repetição infinita de qual nem você pode escapar. — Scudder estava sem saída. Jane o prende com algemas neutralizadoras de poder. O vilão sentia tanta raiva. — Boa sorte tentando fugir.
Jesse havia desobedecido as ordens de Jane e enfrentou Rosa Dillon. A jovem velocista havia conseguido usar seus poderes de forma inteligente. A vilã estava no chão. A Fúria Escarlate e a Jesse Quick haviam salvado a cidade.
De volta ao córtex, Jane e Jesse haviam sido surpreendidas. Barry estava ali. Ele havia conseguido sair do vidro. A garota não perdeu tempo e o abraçou da forma mais forte que conseguira.
— Barry! Você saiu! Eu achei que você nunca mais iria sair de lá.
— Eu estou bem. Não sei como, mas estou bem. Um pouco depois de vocês saírem, eu vi gelo se formar no espelho e eu consegui o quebrar vibrando.
Jane sentia e sentia um pressentimento que dizia que aquilo não havia sido um milagre e sim um plano. Alguém havia conseguido tirar Barry, mas quem? Somente o gelo poderia quebrar a cela de vidro, mas ninguém do Time possuía esses poderes... ou possuía?
— Jesse, você mandou muito bem lá.
— Tive os melhores professores.
— Onde vocês duas deixaram a Dillon e o Scudder? — Cisco perguntou.
— Iron Heights. A Dillon está na mesma cela de antes, já o Scudder está preso em uma cela anti-reflexos. Com o tempo vai até esquecer de como é sua aparência. — Jane afirmou.
— Como vamos chamar o Scudder e a Dillon? — Caitlin perguntou.
— Eu estava pensando em Pião pra Dillon, porque ela faz as pessoas ficarem tontas. Segundo a Jesse, as coisas começam a girar, como um pião. Já pro Scudder eu pensei em Mestre dos Espelhos. Clássico e belo nome.
— Muito bom. — Barry disse sorrindo.
Um silêncio se fez. Harry bebeu alguns goles de seu café quando reparou que o Time estava o encarando fixamente.
— Que foi? — Ninguém disse nada. Estava óbvio. — Ah, claro. Querem saber sobre o novo Wells. Aquele da Terra 19 vai ter que servir. Cisco sorriu junto de Caitlin. — Com uma condição, ele não vai me substituir, porque eu sou insubstituível e ele não vai usar a minha xícara. Ela fica comigo. Parece que você, Ramon, vai ter que aprender como abrir um portal para a Terra 19.
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— Eu nunca vibrei por 18 universos antes. — Cisco afirmou ofegante usando seus óculos e usando seus poderes.
— Só mais um pouquinho. — Harry disse. Estava com sua bazuca em mãos para caso algum vilão da Terra 19 atravessasse o portal. Depois do Zoom, o Time Flash começou a tomar alguns cuidados a mais que não tinham antes.
O portal estava completamente formado. Em questão de segundos, o outro Wells atravessa. Usava seu chapéu preto com um casaco preto, uma mochila, baquetas e um sorriso.
— Saudações, terráqueos. — O mesmo disse se forma formal e extremamente maligna. — Brincadeira! Eu não falo assim. — O mesmo abriu um grande sorriso carismático. — Eu sempre quis dizer isso de forma maligna, sacou?
— Wells com senso de humor? Essa é nova. — Caitlin afirmou. O novo Wells dava inúmeras risadas engraçadas.
— Opa, atirador. — O novo Wells se aproximou de Harry. O encarou por alguns segundos. — Você é... bonito.
— Igualmente. Sou o Harrison.
— Harrison. Me chame de HR.
— HR então? Certo. — Era possível notar um constrangimento no rosto de Harry ao ver seu sósia humorístico dando risadas e rindo. — Essa é a equipe. Esse aqui é o Cisco Ramon. Ele pode fazer qualquer coisa.
— Prazer. — HR disse abaixando seu chapéu de forma charmosa.
— Essa aqui é a Doutora Caitlin Snow. Ela é brilhante. — Harry afirmou.
— Sou solteiro. — HR disse. Caitlin ficou com o rosto rosado de timidez. Jane deu algumas risadas baixas ao notar o rosto vermelho. Caitlin era muito bonita.
— Essa aqui é Jane Alisson West, ou como a chamamos aqui nessa Terra, a Fúria Escarlate. — Harry disse. HR segurou as mãos de Jane e as beijou de forma delicada e fofa. — Essa aqui é minha filha. Não é pra cumprimentar não. Aquele ali é o Wally West. Esse aqui é Barry Allen, ou como o chamamos aqui nessa Terra, o Flash.
HR apertou as mãos de Barry. Ele tinha um sorriso tão verdadeiro no rosto. Parecia ser um gênio e ao mesmo tempo um cara legal e divertido.
— Seja bem vindo à Terra 1.
— Obrigado. Terra 1, que estranho.
Os dois deram algumas risadas. HR ainda estava desajustado sobre ter viajado através do multiverso.
— Certo. Não temos que fazer cerimônia. Não temos que passar pelas mesmas lágrimas de novo, não é mesmo? — Harry perguntou. Ele se referia à última vez que foi embora.
Passaram-se alguns minutos para todos se despedirem de Harry e Jesse. Wally estava triste, afinal ele estava criando uma boa relação com Jesse, mas que agora ela iria viajar para outro universo, provavelmente não iriam conseguir se falar. HR estava muito animado com a oportunidade. Harry estava muito desconfortável. Se ele não fosse um gênio orgulhoso, iriam dizer que estava sentindo ciúmes. Jane, ao perceber, se aproximou do mesmo.
— Ei, não se preocupe. Só existe um Harry, não é mesmo? — Harry deu alguns breves sorrisos logo antes de a abraçar de forma delicada.
— Sentirei saudades, Alisson West. Espere, uma coisa. Eu verifiquei o desacelerador de moléculas. Ele não funcionou. Não fomos nós que tiramos o Barry do espelho. — Harry assegurou.
— Então quem foi?
— Vai ter que resolver esse mistério. Até mais, Alisson West. — Harry disse de forma breve, deixando Jane com pensamentos aflitos enquanto tentava encontrar uma explicação que fizesse algum mínimo sentido pelo menos. Jane se aproximou de Jesse e a abraçou.
— Bom, a Terra 2 vai ter uma velocista e tanto a protegendo. — Jane afirmou.
— Aprendi com os melhores.
— Se precisar de ajuda, estamos aqui sempre. — Barry assegurou.
— Com certeza, vou voltar. — Jesse disse para Jane, mas mantendo seus olhares fixos em um contato visual inquebrável com Wally enquanto dava um sorriso com risadas leves e baixas.
— Certo. Filha, está pronta?
— Sim. Estou. — Ela respondeu pegando sua mochila verde que estava encostada perto dos computadores.
— Certo. Cisco, pode começar. — Cisco coloca seus óculos e após usar seus poderes, o portal para a Terra 2 se abre. — O velho vai e o novo fica.
— Você nunca será velho para nós.
Jesse segura as mãos de seu pai e os dois atravessam pelo portal em super velocidade. Após a ida dos dois, o portal se fecha e Cisco retira seus óculos.
— Nossa, que fome! Vocês têm Big Belly Burger aqui nessa Terra? — HR perguntou, deixando o Time caído em risadas. — O que foi, pessoal?
— Algumas coisas nunca mudam.
⚡
— Como foi a reunião com esse tal novo Wells? — Iris perguntou vendo Barry e Jane entrarem na cozinha.
— Foi legal. Ele parece ser um cara legal. — Barry afirmou.
— É. Ele tem senso de humor, o que é uma coisa nova. — Jane disse.
— Sabe pessoal, eu estava pensando em uma coisa. — Barry disse. Todos ficaram em silêncio. — Acho que seria bom eu achar um lugar pra mim. Um lugar pra morar. Agora que temos o Wally, a casa fica apertada.
— É uma ótima ideia, Barry. Fico muito feliz por você. — Disse Iris sorrindo.
— Se você quer fazer isso, faz. Vai ser muito legal, Barry. — Jane afirmou segurando as mãos do namorado.
— Já estava na hora.
— Pai! — Exclamou Jane, fazendo com que Joe dasse diversas risadas após cuspir um pouco da bebida que ainda estava em sua boca. — Como assim?
— Já estava na hora. Achei que nunca ia dizer isso sinceramente. — Barry fica sem graça. — Barry, é brincadeira. Alguém quer mais lasanha?
— Eu não sei se estou saindo de casa ou se estou sendo expulso. — Barry disse.
Todos dão diversas risadas. Naquele jantar havia tido muitas risadas em momentos felizes. Pela primeira vez depois do Flashpoint, havia tido um momento feliz na família dos West.
PRCIOU_STILES ©
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