𝟎𝟑 ─ · · 𝐀𝐙𝐀𝐑
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Diferente do dia anterior, hoje não estava tão frio, porém eu sabia que o clima poderia esfriar mais tarde então não hesitei em trazer comigo um casaco.
Eu caminhava em direção ao bar, enquanto tentava manter minha cabeça livre dos malditos problemas que eu teria de enfrentar a partir de hoje.
Depois de voltar pra casa mais cedo, fiquei um tempo assimilando tudo, e tive que me controlar pra não ter uma crise. Mas, mantive a calma e não me desesperei. Já sou uma adulta e tenho que lidar com essa situação de forma madura, certo?
Por isso ao invés de surtar, decidi beber o máximo que posso antes de ter que resolver essa merda toda.
Já em frente ao bar de nome Wings, pude ver que ele estava mais cheio que ontem — graças ao horário — e o barman era o mesmo.
E então, como uma avalanche, tudo o que aconteceu ontem a noite tomou conta de minha mente. Eu havia esquecido por não ter tido tempo de pensar nisso mais cedo, mas agora o arrependimento me dominava. Porra, eu realmente fiz aquilo? Eu realmente deixei um desconhecido me chupar no banheiro de um bar?
Respirando fundo, afastei todos os pensamentos relacionados a ontem de minha cabeça. Era um cara qualquer, eu duvido muito que nos encontremos de novo. O barman talvez nem se lembre de mim, ele atende várias pessoas num dia, impossível ele se recordar do rosto de todas elas, e eu não duvido que mais pessoas tenham feito o mesmo naquele banheiro. De qualquer jeito, irei apenas ignorar o que aconteceu.
Abri a porta do local, fazendo o som do sino soar pelo bar, chamando a atenção apenas do barman. Fui até o balcão e me sentei no último banco de uma das pontas, afastada das outras pessoas que também estavam ali.
— Bom dia senhorita. — Disse o barman se aproximando, parando em minha frente enquanto secava um copo. — Gostaria de algo para beber?
Em seu rosto havia um sorriso ladino, e eu rezava para que ele não lembrasse de ontem.
— Uma dose de whisky por favor.
— Mais um dia difícil? — Ele disse se virando e pegando a garrafa da bebida qual eu havia pedido. Aparentemente, ele lembrava de mim. Torço para que ele só se lembre disso.
— Sim. — Ele coloca um copo em minha frente, logo o enchendo com o álcool. Não demoro a virar o copo, sentindo o líquido descer rasgando minha garganta.
— Não me parece que tem relação com o acontecimento de ontem. — Ele diz enchendo meu copo novamente. Eu o olho com uma sobrancelha arqueada. — Sabe, aquilo lá. — Ele levou os dedos a cabeça e insinuou chifres.
Isso é sério?
— Sério cara? — Digo e ele ri, se apoiando no balcão em minha frente.
— Desculpa, esse trabalho me fez ser um pouco intrometido. — Ele diz me encarando sem tirar o sorriso ladino do rosto. — As pessoas vem aqui beber pra esquecer os problemas, mas normalmente elas querem apenas companhia, alguém pra ouvir elas. E bem, acaba que meu trabalho além de as servir é também ser um bom ouvinte.
— Você fez parecer legal, mas simplificando você é basicamente um fofoqueiro. — Digo dando um gole em minha bebida.
— Nunca neguei isso. — Riu anasalado. — Mas bem, me conte, por que voltou?
— Fui demitida. — Disse simples.
— Mulher você é azarada. — Diz num tom indignado. — Todos os dias sirvo pessoas com vários problemas, mas acho que nunca vi uma tão fodida na vida igual você.
— Obrigada pela conforto. — Digo revirando os olhos.
— To brincando, mas sério, você realmente tem azar. — Ele para de se apoiar no balcão ao ser chamado por uma pessoa no balcão, saindo para ir atendê-la.
Enquanto ele atendia as outras pessoas, eu parei um segundo para o analisar. Ele era alto e tinha ombros largos, devia ter cerca de 1,80. Sua pele era morena, o que contrastava bem com seus olhos esverdeados cujo cílios eram grandes. Seu cabelo era preto, o comprimento cobria sua nuca e a franja era penteada pro lado. Ele usava uma camisa de botão preta qual as mangas estavam dobradas no cotovelo e um colete social de cor vinho por cima.
Não podia negar, ele era atraente. Porém não havia chamado tanto a minha atenção quanto o homem da noite anterior. Qual era mesmo o nome dele? Louis? Enfim, não importa.
— Voltei. — O barman diz se aproximando novamente após guardar uma garrafa de bebida atrás da enorme prateleira atrás de si. — O que acha de me dizer seu nome, Senhora Azar?
Revirei os olhos com o apelido. O que ele tinha de bonito, tinha de irritante pelo visto.
— S/N. — Digo terminando de tomar o whisky em meu copo. Num gesto silencioso peço que ele encha mais uma vez, e assim o faz.
— Me chamo Kalyan, mas pode me chamar de Kay. — Ele diz voltando a se apoiar no balcão. — Me diga, com o que trabalhava?
— Era jornalista empresarial.
— É difícil arranjar emprego nesse ramo? — Ele pergunta curioso.
— Um pouco.
Durante alguns segundos ele parece se questionar sobre algo, ao mesmo tempo que me olhava intrigado. Logo um sorriso largo surge em seu rosto.
— Acho que posso te ajudar.
— Como? — Pergunto curiosa.
— Conheço uma empresa que ta contratando, o presidente de lá precisa de uma assistente pessoal. Eu sei que não é sua área, mas acho que você consegue se destacar com o tempo e ter um cargo melhor. — Ele diz parecendo animado.
— E o que te faz pensar que sendo uma assistente pessoal eu posso acabar me destacando e subir de cargo?
— Conheço o presidente dessa empresa, ele é um cara legal. Garanto que ele vai ver potencial em você com o tempo.
— Não sei não... — Digo dando um gole no whisky.
— Dê uma chance! Ao menos procure sobre o lugar, tenho certeza que vai se interessar.
— Por que tá insistindo tanto nisso uh? — Pergunto o encarando.
— Bem... Sua situação tá ruim e eu tenho uma possível solução, achei que seria uma boa te ajudar. — Diz apoiando o rosto em uma das mãos.
Talvez aceitar sua proposta não seja tão ruim. Por mais que realmente não seja minha área, é melhor do que ficar desempregada. Se eu não gostar do trabalho e ver que não vou ter futuro, procuro por outras vagas do meu ramo.
— Tudo bem. Me diga aonde é. — Digo e ele comemora de forma silenciosa, pegando seu celular do bolso de sua calça.
— Me passa seu número, vou te mandar o endereço. — Eu ia rebater mas desisti, apenas peguei meu celular de minha bolsa e o adicionei, recebendo o endereço da tal empresa logo depois.
— Prontinho. — Ele diz guardando o celular de volta no bolso. — Agora tenho que voltar ao trabalho. Se precisar, é só chamar. — Diz dando uma piscadinha, saindo de minha vista em seguida.
Continuei ali no bar por mais um tempo, mais pensando do que realmente bebendo. Antes de ir embora me despedi de Kalyan e paguei por minhas bebidas, saindo do local colocando meu casaco já que aos poucos começava a esfriar.
Assim que voltei pra casa, tomei um banho e me joguei em meu sofá, ligando a televisão e colocando um filme aleatório.
Já faz um tempo desde a última vez que eu deitei nesse sofá e assisti televisão. Normalmente, eu estaria no trabalho e quando voltasse iria direto pro quarto tomar um banho e dormir por estar muito cansada, ou até mesmo trabalharia no meu notebook até a madrugada. De certa forma, eu entendo o porquê de ter sido traída tantas vezes.
Sou interrompida de meus pensamentos pelo barulho de notificação do meu celular. Quando a tela se acendeu, vi que recebi uma mensagem de Kalyan.
Barman fofoqueiro
Sra. Azar, já procurou pela empresa?
Não
Quando procurar, me diga o que achou!
Ok
Já vi que você não é de falar muito por mensagem
É
Tudo bem então...
Boa noite Sra. Azar! :)
Depois de ler sua última mensagem, decido procurar pela tal empresa. Kalyan havia me mandado apenas o endereço, então pesquiso pelo mesmo no Google e vejo o que aparece.
"Editora Ackerman"? Esse nome me é familiar...
Além da localização da tal empresa, o site dela também apareceu, qual cliquei imediatamente. Aparentemente, é uma editora bem conhecida mesmo tendo sido fundada a poucos anos.
Também no site, vi que eles realmente procuravam por uma assistente pessoal. Tendo meu interesse atiçado, decido ligar a editora para saber mais sobre.
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Eu caminhava até a saída do prédio, suspirando aliviada. Havia acabado de sair da entrevista da editora que tinha marcado a alguns dias atrás, e creio que eu tenha ido bem.
Na entrevista, conheci Erwin Smith, o diretor executivo do lugar. Pelo que me disse, o presidente, a quem eu trabalharia caso fosse contratada, não pode comparecer pois estava em uma viagem de negócios. Seu nome era Levi Ackerman, e aparentemente era um homem um tanto difícil de lidar. Porém, nada que fosse atrapalhar no trabalho.
Erwin também me disse que daqui a alguns dias eu receberia um e-mail me notificando se serei contratada ou não. Acho que caso eu seja, esse trabalho não vai ser tão ruim quanto pensei. As tarefas não são difíceis, e com o tempo eu posso acabar me acostumando.
Perdida em pensamentos, acabei trombando em uma pessoa na saída do local, derrubando minha bolsa. Revirando os olhos pelo inconveniente, pego minha bolsa do chão e a coloca em meu ombro novamente, movendo minha atenção até a pessoa a quem eu havia batido de frente.
— Desculpa! — Digo, porém assim que meus olhos se focam em seu rosto, fico paralisada.
— Você?! — Sua voz era baixa, mas a surpresa em seu tom era clara.
O que porra o cara que havia me chupado no banheiro do bar estava fazendo aqui?!
— O que faz aqui? — Eu pergunto nervosa.
— Eu trabalho aqui. — Ele responde como se fosse óbvio.
Não me fode.
— E você? O que tá fazendo aqui?
— Nada. — Respondo rápida, desviado do homem e saindo do prédio com pressa.
Isso não pode estar acontecendo comigo.
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Capítulo ruinzinho :/
Eu sou completamente apaixonada pelo Kalyan, sério.
Aliás, o Kaeya de genshin impact foi minha inspiração pra aparência dele!
Enfim, desculpem qualquer erro e espero que tenham gostado!
Até o próximo capítulo♡
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09.08.2021 𓇬 ©𝖺𝗄𝖺𝖺𝗌𝗁𝗂𝖼𝖺𝗍
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