2.7
Era por volta das nove da manhã quando seu celular tocou de maneira desesperada contra a cômoda próxima a cama da casa de praia de Bokuto, havia acordado completamente desnorteada, os raios de sol insistiam em se fazer presentes por entre as frestas da cortina esbranquiçada de seda que tomava conta do quarto praiano do mais velho, a luz queimava suavemente suas retinas fazendo com que resmungasse baixinho enquanto voltava a se encolher mais ainda dentro dos cobertores macios, escutou o homem de cabelos acinzentados reclamar com a voz grogue enquanto chutava sua panturrilha por baixo dos cobertores, você bufou baixinho antes de o chutar de volta.
— Amor, seu celular.
— Não vou atender, quero dormir.
— Alguém pode ter se machucado.
— Que fique machucado, quero dormir.
Disse de uma vez com a voz cansada, Bokuto reclamou baixinho antes de sair debaixo dos cobertores curvando o corpo por cima do seu e esticando o braço para pegar o celular o trazendo para si o atendendo de uma vez antes de pousar o aparelho sobre o ouvido, respirou fundo antes de entreabrir os lábios de modo cansado, os olhos amarelados nem ao menos se abriam direito devido o sono, os cabelos acinzentados estavam a mais completa anarquia.
— Quem é? — indagou com a voz mau humorada, você se remexeu contra o acolchoado por baixo dos cobertores, suspirou pesadamente sentindo sua bochecha ser praticamente esmagada contra o travesseiro macio, entreabriu os olhos de maneira preguiçosa ainda se sentindo levemente grogue pelo sono — Sra. Hinata? Céus, mil perdões não sabia que era você na chamada... ajudar hoje no café? Claro... vou ajudar também não se preocupe, como estão seus... ela desligou na minha cara.
O homem disse por fim afastando o celular do ouvido, você não conseguiu conter o próprio riso cansado enquanto se desvencilhava das cobertas grossas colocando o rosto para fora sentindo os raios dourados do sol queimarem a derme de suas bochechas suavemente fazendo com que ardessem de leve, correu os olhos sobre Koutarou o vendo com a aparência sonolenta e os cabelos acinzentados bagunçados, sorriu fraco, esperava ter aquela vista para sempre.
— Acho que ela não gosta muito de você, Kou.
Disse com a voz suave antes de curvar o corpo em direção ao do namorado repousando o rosto sobre o peitoral nu do mais velho deixando um beijo suave contra a pele, ele riu de maneira soprada por entre as narinas antes de assentir lhe aninhando por entre os próprios braços deixando um beijo suave sobre o topo de seus cabelos.
— Sei muito bem que ela não gosta de mim, se esqueceu que ela jogou o café gelado no meu rosto?
— Pelo menos não era quente.
— Tem razão, ainda bem — ele murmurou com a voz divertida arrancando um riso baixo de seus lábios, conseguia escutar os batimentos de Bokuto contra a caixa torácica —, ele quer que ajudemos ela hoje na loja, diz que os pés estão muito doloridos.
— Está bem, vou me banhar, sozinha.
Enfatizou fazendo com que o homem de cabelos acinzentados suspirasse de maneira desanimada enquanto segurava sua cintura com uma das mãos a acariciando com as pontas dos dedos por cima do tecido suave da camisola de seda preta que vestia, você revirou os olhos de maneira divertida antes de escalar o corpo sobre o dele deixando um selinho suave contra os lábios do homem que resmungou baixinho enquanto apertava mais forte sua cintura.
— Por que não posso tomar banho com você?
— Porque você não vai me deixar tomar banho, Kou, não quero me atrasar.
— Vou preparar alguma coisa para comer enquanto isso, está bem?
— Está bem.
Sussurrou antes de deixar mais um selinho fraco contra os lábios dele saindo de cima de seu corpo por fim andando de maneira preguiçosa em direção ao banheiro que ficava no quarto de Koutarou, lavou o rosto e escovou os dentes antes de arrancar a camisola que vestia tomando um banho quente o suficiente para fazer sua pele arder, tentou ao máximo não molhar os fios emaranhados pelo sono; deixou o banheiro em passos preguiçosos se enrolando com a a toalha antes de andar até o quarto agora vazio sem qualquer resquício do homem de cabelos acinzentados. Vestiu calças amarronzadas, uma camisa social branca e um suéter com estampa de gatos por cima para que não morresse de frio graças ao vento gelado que se fazia presente nas praias de Hateruma.
Desceu os degraus rapidamente em direção a cozinha se detendo com um Bokuto já vestido e completamente agasalhado que parecia colocar algumas panquecas amontoadas sobre um prato, os olhos amarelos caíram sobre você arrancando um riso baixo dos lábios do homem.
— Amo esses seus suéteres de gato, gatinha.
— Nem pense em tentar roubar eles de mim, Koutarou.
— Não vou, fique tranquila.
— Podemos buscar a Alteza Leopoldina no Atsumu depois? Estou com saudades dela.
Murmurou com a voz baixa, o homem sorriu concordando com a cabeça curvando o corpo sobre o seu deixando um selar suave contra seus lábios antes de apontar com a cabeça para a mesa, você sorriu contra os lábios do homem assentindo por fim andando em direção a mesa amadeirada se sentando de frente para a mesa, Bokuto se sentou de frente para você colocando algumas panquecas com frutas vermelhas e creme sobre seu prato, agradeceu baixinho antes de começarem a comer por fim; terminaram a refeição deixando a casa de praia para trás antes de andarem em direção ao carro preto do homem adentrando no mesmo.
Não demorou muito para que estivessem na cidade novamente rente a cafeteria que estava parcialmente vazia naquele momento, Koutarou estacionou na frente da mesma enquanto você descia rapidamente andando em direção a mesma abrindo a porta escutando o sino pequeno ecoar pelo local, os olhos castanhos da adolescente correram em sua direção, ela sorriu fraco enquanto acenava, provavelmente se preparando para a escola.
— OI, (Nome), ainda bem que você chegou, minha cunhada está com o maior mau humor do mundo hoje, não está conseguindo se levantar direito — ela murmurou enquanto arrumava o blazer do uniforme, você respirou fundo antes de concordar com a cabeça, não demorou muito para que Bokuto entrasse no café, os olhos da garota caíram sobre ele, ela abriu mais ainda o sorriso —, oi! Você deve ser o Kou, a (Nome) fala muito de você não aguento mais, sou a Natsu, irmã mais nova do Shoyo.
O homem de cabelos acinzentados parou ao seu lado, ele entreabriu os lábios surpreso antes de sorrir fraco curvando o corpo em um cumprimento rápido vendo a garota fazer o mesmo.
— O Sho fala bastante de você no trabalho, diz que está no time de vôlei, boa sorte nas competições.
Ele disse de maneira gentil, não demorou muito para que a garota deixasse a cafeteria por fim se despedindo de vocês dizendo estar atrasada para a escola, você e Bokuto começaram a arrumar as mesas do café, deixou o homem ali antes de andar até a parte de trás do restaurante onde a família Hinata vivia, subiu as escadas rapidamente abrindo a porta com cuidado tendo uma visão da mulher de cabelos ruivos escuros curtos sentada no sofá pequeno, os pés estavam elevados sobre uma espécie de banco e ela parecia chorar enquanto assistia algo na televisão, você suspirou pesadamente logo tendo os olhos azulados e aguados em sua direção.
— Oi, como você está?
Indagou com a voz suave andando até ela, a mulher suspirou antes de negar com a cabeça devagar, Keiko sempre havia sido teimosa demais para parar de trabalhar desde quando a conheceu, provavelmente deveria estar péssima para que estivesse descansado naquele momento.
— Enjoada, não consigo comer nada desde ontem a noite e meus pés doem, eles também não param quietos não consigo nem dormir — ela disse de maneira cansada fechando os olhos, você respirou fundo antes de andar até a mulher se agachando no chão segurando um dos pés da mulher coberto pela meia felpuda e quente o massageando com cuidado, ela fungou de maneira chorosa —, não sei se estou preparada para ser mãe, eu pressionei o Shoyo por meses para que formássemos uma família e agora eu nem ao menos sei se estou preparada... meu corpo inteiro dói e eles se mexem o tempo todo.
Você engoliu em seco ao escutar as palavras da mulher continuando a massagem de maneira delicada contra os pés inchados, suspirou pesadamente antes de negar com a cabeça devagar logo tendo os olhos azulados em sua direção.
— Vai se sair bem, Keiko, confie em mim, não está sozinha também, tem a Natsu, o Shoyo e a mim... o Bokuto também se você perdoar ele.
Disse de modo divertido arqueando uma das sobrancelhas arrancando um riso baixo dos lábios da mulher que concordou com a cabeça por fim, você se levantou por fim antes a cobrir vendo algo chutar a barriga gigantesca dela, um arrepio correu por seu corpo estremeceu os ombros de maneira agoniada antes de deixar a casa pequenina em passos rápidos voltando para o interior da cafeteria se detendo com um Koutarou concentrando em arrumar as cadeiras, se aproximou dele em passos rápidos.
— Tinha razão, gravidez parece uma ficção científica sobre alienígenas parasitas... céus que agonia, nunca vou engravidar na minha vida.
Murmurou sentindo seu corpo estremecer novamente apenas por imaginar algo mexendo dentro de você, fez uma careta, Koutarou riu de maneira alta levando os olhos amarelos em sua direção concordando com a cabeça por fim.
— Eu falei, gatinha, é bizarro.
— Completamente bizarro.
— Deveríamos fazer um filme caseiro sobre grávidas e como os bebês poderiam virar alienígenas quando saíssem da barriga.
Ele disse antes de soltar uma das cadeiras, cruzou os braços de modo cansativo, você o imitou antes de prensar os lábios, franziu o cenho.
— O herói do filme poderia ser um alienígena que apenas surgiu no universo sem nascer do corpo de ninguém, por isso ele seria o único que conseguiria aniquilar os alienígenas bebês.
— Mas os alienígenas bebês vomitariam ácido em jato.
— O herói seria anti-ácido.
— Isso existe?
— Agora existe — murmurou de maneira séria arrancando um riso baixo dos lábios do homem que assentiu por fim se dando por vencido —, no final ele poderia perder e a terra seria controlada para sempre por bebês alienígenas e no fim...
— Viraríamos uma espécie de matrix!
Koutarou completou, você assentiu violentamente com a cabeça antes de bater diversas palmas, o homem curvou o corpo em agradecimento fazendo com que você risse alto, escutaram a porta de entrada se abrir de uma vez, se afastou do namorado rapidamente sorrindo ao ver a figura conhecida de Sugawara ali, o homem de cabelos claros sorriu gentil antes de se aproximar de vocês dois.
— Podemos conversar? Quero falar com vocês dois.
Você piscou confusa, Bokuto assentiu de maneira cautelosa antes de lhes guiar em direção a uma das mesas, ajudou você a se sentar antes de ficar ao seu lado enquanto Sugawara se sentava de frente para vocês, o homem respirou fundo enquanto tirava alguns papéis da pasta amarronzada que tinha em mãos a colocando sobre a mesa, empurrou os papéis em direção a vocês, o segurou com cuidado por entre os dedos.
— O que é isso?
Koutarou indagou com a voz baixa, você piscou de maneira surpresa ao ver o que estava escrito ali, levou os olhos assustados até Sugawara.
— Você vai adotar a Aiko?!
O homem de cabelos claros riu baixinho antes de assentir por fim passando a mão sobre a nuca, Bokuto estava simplesmente boquiaberto ao seu lado.
— O orfanato vai adiantar o quanto antes a papelada, tenho um amigo em Tóquio chefe de um hospital de câncer, quero dar um tratamento adequado para a pequena Aiko, podemos fazer alguma coisa a respeito já que o câncer é recente
Você respirou fundo antes de concordar com a cabeça por fim, queria chorar de alívio, a garota de cabelos escuros finalmente poderia se tratar e crescer como uma criança normal, seria bom para ela, Koutarou fungou baixinho, o homem de cabelos acinzentados parecia prestes a chorar, curvou o corpo sobre a mesa segurando a mão de Suga com cuidado antes de sorrir de maneira trêmula, entreabriu os lábios.
— Confio ela a você, Sugawara.
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