1.1

   — Por que você me pediu roupas? Sua máquina de lavar quebrou ou algo do tipo? Eu posso consertar se quiser, aproveito e arrumo o seu aquecedor também, a Nana disse que ele tá quebrado desde o ano passado, faz bastante frio no inverno.

   Kita murmurou passando a mão por trás da nuca enquanto estendia a outra mão com algumas mudas de roupa em sua direção, você riu baixinho antes de negar com a cabeça devagar enquanto segurava as roupas de seu vizinho por entre seus braços, o encarou do lado de fora da casa, o céu estava alaranjado graças ao sol que se punha mais ao longe, parecia uma enorme paleta de cores quentes, se estivesse com seu celular no bolso provavelmente teria tirado uma foto, mas havia o perdido dentro do sofá e sinceramente? Não estava nem um pouco afim de enfiar a mão lá dentro naquele momento. Sorriu uma última vez para o homem de lado de fora da casa antes de desviar o olhar para os próprios pés.

   — Bem... as roupas não são pra mim.

   — Ah, o Atsumu está aí?

   O homem indagou tentando olhar por cima de seu ombro de maneira ansiosa, quase como se não houvesse conseguido ver o amigo naqueles últimos dias mesmo que Yumie tivesse dito que o homem de cabelos loiros havia retornado; você suspirou pesadamente antes de negar com a cabeça devagar, suas bochechas queimaram de leve, a brisa gelada de outono se chocou contra suas bochechas fazendo com que sua pele arranhasse e seus cabelos bagunçarem, encolheu os ombros antes de pressionar os lábios.

   — Não é o Atsumu, acho que você conhece ele, disse que era seu subordinado — murmurou volteando o olhar até o rosto de Kita que juntou as sobrancelhas em uma expressão confusa —, Bokuto Koutarou o nome dele.

   — Ah! O Bo, entendi, ele me pediu carona uns dias pra trás, então ele estava aqui pra ver você... bem, ele é meio sensível demais então tome cuidado.

   — Sensível?

   — Sim, se magoa fácil — ele disse antes de bocejar, passou a mão destra sobre os fios claros os bagunçando de leve e formando uma pequena anarquia —, vocês estão namorando?

   Você suspirou pesadamente antes de levar a mão até a nuca a massageando de leve, se sentia completamente tensa naquele momento, seus ombros doíam como o inferno também, era quase como se houvesse ficado parada na mesma posição de braços abertos por dois dias seguidos, mas bem, era apenas o modo que seu corpo reagia ao estresse naquelas semanas; negou com a cabeça devagar.

   — Nem eu sei o que está acontecendo direito, mas não estamos namorando... acho que só gostamos da companhia um do outro, sabe? Ele me faz bem.

   — Sei. Certo, eu vou voltar pra casa então, toque a campainha quando precisar de ajuda com o aquecedor.

   — Não preciso, obrigada.

   Murmurou antes de fechar a porta por fim enquanto seu vizinho andava para longe, respirou fundo abaixando o olhar para as roupas dobradas em suas mãos. Por uma fração de segundos teve que se abaixar no chão e gritar baixinho em animação, estava enlouquecendo, Bokuto Koutarou estava tomando banho em seu banheiro, estava esperando algumas roupas para vestir e então vocês poderiam continuar com o cronograma do dia, mas naquele momento você apenas conseguia pensar em como era aquele homem sem camisa, sentia seu rosto completamente quente, queria se enfiar em um buraco para que gritasse o mais alto que conseguisse, Atsumu provavelmente lhe chamaria de depravada se conseguisse ler seus pensamentos.

   Respirou fundo voltando a se levantar, apertou mais forte as roupas contra o seu corpo antes de andar até a escadaria de madeira subindo os degraus rapidamente em direção ao quarto, se aproximou da porta do quarto em passos curtos, seu corpo simplesmente gelou na entrada ao ver o homem de cabelos acinzentados — agora levemente úmidos pelo banho — de costas para você, vestia unicamente a toalha de algodão esbranquiçada, parecia mexer em alguma coisa em sua escrivaninha, folheando um livro com as pontas dos dedos; sentia que respirar era uma missão incrivelmente difícil naquele momento, parecia que todo o ar havia sumido de seus pulmões, tropeçou nos próprios pés chocando o corpo contra o batente da porta chamando a atenção de Bokuto que virou o corpo rapidamente em sua direção, riu baixinho.

   — Você realmente conseguiu as roupas, obrigada, linda — ele murmurou andando em sua direção, parou o corpo a poucos centímetros do seu, você engoliu em seco abaixando o olhar para o corpo do homem, ele parecia ser muito maior sem roupas do que com elas, era forte, tinha músculos definidos e ombros largos. Você respirou trêmula sem conseguir dizer uma palavra sequer, ele juntou as sobrancelhas —, vixi, acho que quebrei ela.

   Disse em tom de brincadeira levando uma das mãos até seu rosto cutucando sua testa com o polegar, você nem ao menos conseguiu rir de tão atônita que estava, levantou o rosto devagar em direção ao homem se detendo com seu rosto que tinha uma expressão divertida em rosto ao lhe ver naquele estado, os fios acinzentados estavam abaixados e molhados pingando suavemente; você entreabriu os lábios devagar sem saber muito bem o que dizer.

   — Pode me beijar? 

   Indagou com a voz falha, o sorriso do homem foi sumindo pouco a pouco, ele concordou com a cabeça devagar antes de abaixar o corpo suavemente em sua direção aproximando o rosto do seu, tocou seus narizes com cuidado fazendo com que suspirasse trêmula.

   — Tudo por você.

   Ele sussurrou antes de juntar seus lábios de maneira delicada, empurrou mais o rosto contra o seu fazendo com que você arfasse baixinho deixando que as roupas que tinha em mãos caíssem no chão, passou os braços ao redor do pescoço do mais velho aprofundando o beijo, ele  suspirou contra seus lábios levando as duas mãos por sua cintura lhe puxando para dentro do quarto antes de fechar a porta com a ponta do pé; você ficou nas pontas dos pés quase como se implorasse por mais contato, Bokuto empurrou mais a boca contra a sua tocando suas línguas com cuidado enquanto levava as mãos até suas coxas lhe levantando do chão com facilidade se colocando no meio de suas pernas, você ofegou assustada apertando mais os braços contra o pescoço do homem com medo de cair.

   — Meu pescoço... pode beijar meu pescoço? — indagou com a voz fraca por entre os estalos baixos, fazendo com que o homem afundasse mais as pontas dos dedos contra sua coxa desnuda que era coberta apenas pelo shorts curto do pijama de corações — Por favor.

   Pediu de maneira falha, Bokuto respirou fundo quase como se estivesse se segurando ao máximo ali, andou com você nos braços até a cama lhe deitando com cuidado sobre o acolchoado antes de subir sobre você devagar, rompeu o beijo levando os lábios até seu maxilar o mordiscando com cuidado fazendo com que seu corpo inteiro tremesse, arfou baixinho pendendo o rosto para o lado deixando a curvatura do pescoço completamente a vista para o homem que deslizou os lábios até lá deixando vários beijos contra toda a sua extensão arrancando murmúrios baixos de seus lábios, ele ofegou de maneira chorosa contra a sua pele quase como se estivesse sofrendo.

   — Porra... você fica tão linda com vergonha.

   Você não respondeu apenas levando as mãos até os fios do homem os puxando com cuidado por entre os dedos ao o sentir morder seu pescoço de maneira pouco delicada antes de o chupar com força deixando uma marca avermelhada contra a sua pele, sabia que precisaria dar um jeito de esconder aquilo depois, o homem beijou o chupão com cuidado antes de correr os lábios até sua orelha, mordiscou seu lóbulo o soltando em um estalo baixo fazendo com que sua pele se arrepiasse por completo, gemeu fraco antes de puxar mais forte os fios acinzentados o forçando a levantar o rosto, os olhos amarelos se encontraram contra os seus, ele respirava de maneira pausada, os lábios estavam úmidos, você suspirou trêmula sentindo seu corpo queimar.

   — Me beije mais uma vez.

   Sussurrou, ele riu baixinho antes de levar o rosto até o seu, roçou seus lábios com cuidado, negou com a cabeça devagar.

   — Você está ficando muito mandona, gatinha, sua vez de tomar a iniciativa de me beijar. 

   Ele disse com a voz levemente rouca, você engoliu em seco antes de assentir, avançou um pouco o rosto para frente juntando seus lábios de modo delicado, levou as mãos trêmulas até a nuca do homem o segurando ali para que não se afastasse, entreabriu os lábios de maneira lenta movendo a boca contra a dele devagar, o beijava de maneira tão lenta que o homem tomou o controle do beijo empurrando mais a boca contra a sua arrancando um gemido baixo de seus lábios, apertou as unhas contra a nuca do homem fazendo com que ele arfasse baixinho contra sua boca.

   — Achei que... era para eu te beijar.

   Sussurrou por entre os estalos baixos enquanto Bokuto levava uma das mãos até sua coxa a arranhando devagar com as pontas das unhas, você gemeu fraco sentindo suas pernas tremerem de leve.

   — Fique quietinha — ele sussurrou afastando os lábios dos seus em um estalo baixo, você abriu os olhos devagar o encarando acima de si, ele lhe fitava de maneira séria, estava completamente esparramada contra a cama, levemente ofegante, Koutarou parecia estar em seu limite lhe encarando ali —, você tem camisinha?

   Ele indagou com a voz baixa, você entreabriu os lábios antes de negar com a cabeça devagar, nunca havia comprado nada do tipo.

   — Não tenho, você tem?

   — Não tenho, merda — ele sussurrou antes de jogar o corpo contra o seu, você riu baixinho sentindo o ar sumir de seus pulmões, ele era pesado, Bokuto escondeu o rosto na curvatura de seu pescoço sentindo seu cheiro ali —, estou triste agora, você é malvada, (Nome).

   — Não sou não, não sabia que você ia aparecer só de toalha no meu quarto.

   — Merda eu tô de toalha.

   Ele disse levantando o rosto devagar, você franziu o cenho confusa o encarando ali, levou os olhos até o rosto do homem que tinha um expressão dolorida.

   — O que tem estar de toalha?

   — Acho melhor eu tomar outro banho.

   Bokuto murmurou antes de coçar a garganta em uma tosse baixa, você entreabriu os lábios ao entender sobre o que ele estava falando, desviou o olhar sentindo seu rosto queimar em vergonha.

   — Oh. 

   Disse surpresa arrancando um riso baixo dos lábios do homem que aproximou o rosto do seu deixando mais um beijo fraco contra seus lábios, afastou o rosto devagar.

   — Já volto, gatinha.   

 ⸙͎۪۫

   Não conseguiu segurar o riso alto que escapou de seus lábios ao que Bokuto simplesmente fez com que o saco de farinha explodisse contra a bancada da cozinha como uma bomba, sua barriga doía e seus olhos enchiam de lágrimas enquanto tentava a todo custo parar de rir enquanto o homem xingava a farinha de todos os nomes possíveis na terra.

   — Eu só tentei abrir o saco da farinha! Que merda aconteceu?!

   Ele indagou indignado enquanto passava as mãos no rosto afastando a farinha de seus olhos, você respirou fundo parando de rir pouco a pouco, levou o olhar até o homem e começou a rir novamente ao ver ele branco como um fantasma graças a farinha.

   — Bokuto, você está igual ao gasparzinho, ai vou fazer xixi nas calças.

   Murmurou por entre o riso curvando seu corpo contra a bancada, Bokuto revirou os olhos antes de passar a mão sobre o rosto sujo e branco passando a mão sobre sua bochecha a sujando de farinha, você arregalou os olhos indignada, ele riu de maneira divertida antes de dar de ombros.

   — Somos um casal de gasparzinhos agora, gatinha.

   — Mas eu era viúva, Bokuto Koutarou! Como você tem a audácia de me matar para ficarmos juntos? Eu ia casar com um velho milionário!

   Você disse elevando a voz em tom de indignação fazendo com que ele cerasse os olhos ao ouvir suas palavras, jogou mais farinha contra seu rosto.

   — (Nome), os juramentos na igreja não significaram nada pra você?! Na saúde e na doença, esqueceu?! 

   — Mas nós tínhamos bebês, Bokuto, como eles vão viver sem a mãe?!

   Disse fingindo choro pousando a mão sobre o peito, o homem piscou confuso.

   — Tínhamos? — ele sussurrou, você concordou com a cabeça devagar, Koutarou fingiu uma expressão de dor — Oh deus, meus bebês, o que eu fiz?!

   Vocês se abraçaram fingindo chorar, ficaram daquele modo antes de começarem a rir baixinho, o homem levou as mãos até sua cintura lhe mantendo perto, você levantou o rosto até ele com um sorriso divertido em lábios, pendeu a cabeça para o lado.

   — Eu gosto de você, Kou, só um pouquinho.

   — Eu também gosto de você, gatinha, só um pouquinho.


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