XCII

N A R R A D O R

O corpo de Carl travou, seu olhar ficou ficado e repassando a imagem da namorada caindo e sumindo, sem saber para onde ela havia ido ou se estava bem. Ele estava tão concentrado na dor que nem se deu conta que a barreira havia desaparecido.

- Carl, a barreira! - Glenn diz avançando em frente do grupo e entrando no galpão.

Carl se levantou e correu em direção ao lugar onde a namorada havia caído. Encontrando os mortos sobre o corpo da mesma, mas não havia sangue ou barulho de algo sendo aberto, havia apenas a movimentação deles tentando pegar um pedaço da carne da mesma.

Guardas apareceram e renderam o grupo, deixando Carl ajoelhado no chão enquanto gritava pela namorada. Uma arma foi colocada contra sua cabeça e ele não se importou em erguer os braços, ao contrário ele pegou seu estilingue e começou a acertou os mortos, matando aqueles que estavam ao redor da namorada.

Foi então que ele viu, ele viu a namorada caída sobre um pedaço antigo de uma construção, com um ferro atravessando seu corpo e ela desmaiada com uma bolha de proteção ao redor dela quase se extinguindo.

- O que diabos é a... - O guarda que estava atrás de Carl estava com seus olhos esbugalhados, com a boca aberta e a arma que ele antes segurava foi abaixada. Ele estava com o olhar preso em April, vendo os mortos se chocarem contra a proteção e não conseguiram pegar a garota. - Quem é ela?

- April. Eu preciso tirar ela tirar - Carl começa a tirar as coisas de seus bolsos e se senta na beirada do buraco, prestes a pular.

- Não! - o homem atrás de Carl o impede de pular. - Tem outro jeito. Abaixem as armas - ele grita. Os soldados que rendiam Glenn e os resto do grupo se afastaram e abaixaram as armas - Tirem os mortos do buraco, levem eles para a ala sul. Vamos tirar essa garota daí!

Carl se ergueu e encarou os homens correndo nas direções contrárias.

- Não conhecemos vocês, então não façam merda ou metemos um tiro na cabeça de cada um.

O som dos mortos sendo levados para outra repartição, fez o garoto se aproximar mais uma vez do grande buraco no chão, vendo o rastro de morte desaparecer e apenas April ficar lá. Carl não esperou, ele apenas pulou dentro do buraco, sentindo o pé doer e enfim poder ver a namorada.

Ele viu os primeiros vestígios da barreira falhar e tocou o corpo da namorada, sentindo seus dedos ficarem vermelhos pelo sangue que escorria pela sua barriga. Passos apressados vieram e ele encarou o grupo de homens que se aproximava.

- Pode se afastar? - um soldado diz, retirando seu capacete. - Vamos cuidar dela!

- E o que vão querer em troca?

- Por enquanto? Nada. - ele responde - Depois, conversamos sobre o que vamos querer de pagamento.

April foi levada pra longe de Carl, sendo deixada na enfermaria enquanto o médico se preparava para lhe ajudar.

Carl parou do lado de fora da sala, onde viu o médico sair e entrar algumas vezes, parando ao lado da cama onde April estava, mas ela estava desmaiada e sem sua blusa, com o tronco semi nu e cheio de sangue. Mais uma vez.

- Ela me lembra uma menina que eu conheci uma vez, ela veio aqui com o irmão dela. Tinha essas coisas de superpoderes e...

- Acho que você está falando daquela garota ali então! - Carl o interrompe - April tinha um irmão militar, eles vinham aqui às vezes.  Ela que deu a ideia de vir aqui atrás de comida e coisas para a nossa comunidade.

- Vocês tem uma comunidade?

- Temos. E estamos passando por problemas, falta de comida, sem termos como reformamos o lugar. April disse que aqui podia ser nossa chance, que...droga - Carl puxou seus cabelos, passando a mão de forma nervosa sobre o rosto. - Eu sei que ela vai ficar bem, sei porque ela sempre fica.

- Se sabe, não precisa ficar preocupar. - uma mão foi apoiada no ombro de Carl e o soldado deu passos à frente- Vem comigo, cara!

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