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N A R R A D O R

As gargalhadas ficaram silenciosas, os passos passaram a serem mais rápidos e as armas foram engatilhadas, prontas para atirarem. April estava com seus ouvidos e olhos atentos, observando e tentando ouvir alguma coisa que não fosse os pensamentos das pessoas ao seu redor, que se baseavam em coisas como pensar em casa, em querer algo pra comer ou beber ou pensar em sexo como Jhon estava fazendo.

Glenn parou ao ver uma movimentação do seu lado direito, chamando a atenção do grupo e fazendo com que eles caminhassem na direção que ele estava indo.

O sangue escorreu pelo nariz de April e ela o limpou com a maga da blusa preta fina. O carro preto sujo e enferrujado pelo tempo que estava parado ali foi cercado e a garota ficou ao longe, tentando fazer com que o grupo ficasse protegido da explosão que poderia acontecer.

- Coloca a mão na cabeça! - uma voz fina e estridente exclama.

April se virou e encontrou um garoto de aparentemente 13 anos, segurando uma arma duas vezes maior que ele e com o olhar assassino preso em seu rosto.

- Coloca a porra da sua mão na cabeça ou você morre! - ele grita quando a mulher em sua frente avança em sua direção. - Faça o que eu estou pedindo e ninguém morre!

Ela riu. Erguendo o adolescente com seus poderes e o fazendo flutuar. Ele gritou, desesperado e tomando pelo medo, mas ela não parou, apenas o deixou de cabeça para baixo e viu Carl e Fred se aproximarem dela.

- Vamos as perguntas - ela diz - Quantos de vocês estão aqui ao nosso redor, nos observando?

- Me põe no chão!

- Me responde e eu te volto pro chão. Não quero machucar ninguém, a única coisa que queremos é um pouco de gasolina e comida. Não viemos pra matar, viemos...

- Amor, desce ele. - Carl pede tocando o prato de April e a vendo o encarar antes de descer do garoto. - Seus poderes podem ficar guardados.

Carl sentia que cada vez que April levitava alguma coisa que estava machucando alguém ou tentando machucar alguém que ela conhecia, uma coisa mais forte e até mesmo um pouco ruim tomava conta da garota e ela não agia por si mesma.

- Não vamos machucar ninguém - Carl diz, vendo o garoto encarar April com os olhos brilhantes e sem nenhum medo. - Queremos apenas um pouco de gasolina de algum carro e ver se tem alguma coisa que possa nos ajudar. Se a cidade for seu lar, se existir pessoas morando aqui, em todas as casas, nos apenas atravessamos ela e seguimos nosso caminho.

- O que essa garota vez não é humano. - a voz rouca de um homem fez April encarar quem se aproximava - Você é uma aberração como estes mortos que andam pela terra.

April sorri e se aproxima, deixando a bola de proteção para os homens de Hilltop e Alexandria. Ela parou em frente ao homem e sorriu fraco, tocando seu rosto de forma rápida e deixando que ele visse seu passado, visse como era sua vida.

- Não sou parcialmente humana, isso você viu, mas a parte humana é maior que a sobrenatural. Eu sangro, eu sofro e eu amo - ela olha para Carl - E eu quero salvar pessoas, quero salvar minha família me deixe...

Sua boca se inundou pelo gosto ruim e ela gemeu enquanto se escolhia no chão com a mão sobre o ombro recém ferido.

Os tiros invadiram o lugar e ela se emergiu em sua bolha protetora, fazendo o homem a encarar com os olhos espantados enquanto ele gemia e protegia o jovem que estava entre eles.

- Cessar fogo, porra! - o homem diz vendo as balas tilindarem no chão enquanto batiam na barreira. - Cessar fogo!

April se sentou no chão, apoiando o braço ferido e tentando retirar a bala. Carl se aproximou e se abaixou ao lado dela, abrindo a mochila e pegando uma bandagem para estancar o sangue que fluía do ombro da namorada.

- Chamem o Cornelly! - o homem grita, ele parecia ser o líder daquele lugar - Chamem o médico pra garota!

Glenn questionou ao jovem se ele estava bem, se estava ferido e sua resposta foi positiva, ele estava bem, sem nenhum ferimento.

Um homem apareceu e April desfez a sua bolha de proteção, desfazendo também as dos homens e os vendo se aproximar ainda receosos.

- Ela saiu! - o homem de cabelos brancos diz se abaixando ao lado dela. - A bala atravessou, vou costurar o ferimento.

- Não precisa c...

- Precisa sim! - Carl a interrompe - Pode costurar, por favor!

April revirou os olhos ao sentir o álcool e a agulha entrarem em contato com sua pele. Ela nao gostava da dor.

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- Somos novos na cidade, estamos a um mês aqui - Joey diz olhando pela janela. - Não temos muros ainda, não temos como nos proteger das pessoas. Os mortos caem dentro das valas que criamos e ficam, mas as pessoas, elas não são tão burras quanto os mortos.

O grupo de Carl estava dentro da cozinha de uma das casas, juntos enquanto o homem contava como havia chegado ali. Seus olhos marejados por causa das perdas e um ar de esperança em pensar que tudo podia ser melhor.

- Temos uma comunidade, muros altos, fortes, casas como essas e uma plantação. Passamos por coisas ruins nos últimos tempos, mas ainda temos a segurança de poder chamar aquilo de lar. - Glenn diz - Somos três comunidades, todas passaram por dor e sofrimentos, mas estamos de pé. Você disse que são 50 pessoas, correto?

Joey concorda.

- Sabe a velha cidade de Senóia? - o homem concorda - Fica cerca de 40 minutos de lá. Se chama Alexandria. Se vocês quiserem ir pra lá, podem ir, digam que nós encontraram no caminho e que nós mandamos vocês. Temos regras, temos leis e se obedecerem, podem ficar.

Joey encarou sua mulher, que segurava sua filha de dois anos nos braços. Era uma esperança de vida nova para a pequena garota e para os jovens e adultos dali.

- Podem escrever um bilhete ou dizerem alguma senha para nós deixarem passar?

April pegou a câmera no bolso da mochila e entregou para Carl.

- Tire uma foto de nós e entregue a ele. Essa vai ser sua forma de entrada em Alexandria.

Carl encarou a namorada e segurou a câmera, tirando a foto e vendo a mesma sair estaneamente. Ele entregou a foto para Joey e a câmera para April.

- Temos que seguir viagem! - ela diz pegando a mochila e se levantando da mesa.

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