LXXI

Narrador

O carro avançou para dentro da comunidade. As pessoas que trabalhavam ficaram curiosas com a imagem de um carro cheio de caixas e de um corpo no banco de trás.

April desceu do carro e caminhou para o outro lado, retirando sua blusa de frio e a ajeitando sobre os braços antes de abrir a porta e a jogar sobre a cabeça de Negan e com a ajuda de Carl, o retirar do carro.

Ambos o levaram para a prisão, o deixando na última cela. April pediu para o namorado chamar a médica para poder lhe ajudar a limpar os ferimentos do homem. Carl o fez, levando a médica até onde eles estavam.

- Porque ajudar ele? - a médica questiona.

- Por que ele pode ter respostas que precisamos, por que ele pode ser inocente sobre o ataque da noite passada. - April responde - Por favor, eu sei que ele não merece, mas ele pode realmente ajudar a gente contra o próprio povo. Eu não vou sair daqui, então ele não vai tentar nada.

Carl se sentou também, mas do lado de fora das grades e encarou a médica começar a cortar a blusa do homem.

Os ferimentos profundos causaram dor e angústia em April, mesmo ela já tendo sofrido da mesma maneira nas mãos daquele mesmo homem deitado naquela cama. Ela se importava demais com as pessoas e esse era seu maior problema e sua melhor parte.

- Ele tem ferimentos graves, isso foi causado por um objeto afiado e quente, já que as bordas dos ferimentos estão queimadas. Ele aparenta estar nesse estado à cerca de um dia e meio, e parece que não tinha andado comendo.

April encarou Carl e cruzou os braços.

- Vai focar tudo bem com ele? - Carl questiona.

- Se ele receber os cuidados que precisa...Sim, ele vai.

O som de passos pelo corredor pequeno, fez os dois jovens e a médica encararem quem se aproximava. Rick, Daryl e Michonne.

Rick parou em frente a porta e encarou o corpo desfalecido de Negan sobre a cama.

- Vocês dois fizeram isso?

- Não- Carl responde com desprezo em sua voz - Ele já estava assim quando April o encontrou. Na visão que ela teve, Simon fez isso com ele pra tomar o poder do Santuário.

- Podiam ter deixado ele p...

- Não, não podíamos! Você tem que passar a usar a cabeça, Rick. Já pensou que depois que ele acordar, que depois que ele estiver bem, ele vai poder responder nossas perguntas e talvez nós ajudar. Deixar uma pessoa para trás não é uma opção, nunca vai ser, não importa quem seja. Me desculpa estar sendo rude, mas é a verdade, você sabe que é!

Rick maneou a cabeça e encarou o filho e as outras pessoas ao seu redor. Ele sabia que as coisas não seriam mais as mesmas depois que havia feito em relação a April e a enorme mentira que havia lhe afastado do seu filho. Mas ele tentaria o salvar e o proteger de todas as maneiras possíveis e impossíveis. Afinal de contas, ele era pai.

Daryl entrou na cela e conversou com a médica alguns minutos, antes de sair e deixar apenas Rick e Michonne com os dois adolescentes do lado de fora das celas.

- Ele...ele vai receber tratamento que precisa. - Michonne diz - Mas se ele fizer alguma coisa contra algum de nós...

- Eu mesmo o mato! - Carl completa.

_

April estava jogada e sua cama depois de tomar seu banho quente e tirar toda a sujeira de sangue e poeira de seu corpo. Ela tinha seus cabelos curtos jogados para trás, com um copo de bebida e um sorriso no rosto, o qual ficou ainda maior quando Carl entrou no quarto usando apenas sua toalha e com o peito molhado.

O copo de bebida foi deixado de lado e ela se sentou na cama, vendo Carl procurar suas roupas dentro do armário. Ela se levantou e parou logo atrás dele.

- Ei. - ela o chama, tocando a pele quente de Carl - Não se vista.

Carl sorriu e a beijou, ainda segurando sua muda de roupas.

- Eu quero...quero sentir e saber qual é a sensação.

- Você está bêbada. - ele diz segurando o rosto dela e vendo as pupilas pouco dilatadas de April.

- Não estou não. Eu só bebi um copo de whiskey!

- Está sim e se algo for pra acontecer, tem que ser com você sóbria e pronta de verdade. - ele a beija e entra no banheiro mais uma vez para vestir suas roupas. - Está fazendo aquela cara, não está?

April revirou os olhos e se jogou de volta na cama. Quantas vezes ela teria que esperar para que pudesse saber a sensação? Quantas mais desculpas ela teria que ouvir?

- Vou pegar alguma coisa pra comer. - ela diz saindo do quarto.

Carl sorriu dentro do banheiro ao ouvir a insatisfação na voz da namorada. O que ela não sabia, era que ele estava pensando no que fazer para que tudo fosse perfeito para ela, como nos filmes e livros que ela tanto gostava.

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